Azul & Violeta escrita por TSLopes


Capítulo 7
Capitulo 6 - Angel


Notas iniciais do capítulo

E la vamos nós!



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Rubens havia ficado o tempo todo naquela viagem para buscar minhas coisas, me criticando. Ele não concordava com essa ideia de aulas, de ficar na mansão e até de ficar perto de Edgar. Eu apenas o ignorava. Edgar já era um homem feito e se ele decidira me deixar morar lá, isso era problema dele. Rubens não tinha que se intrometer.

No meio do trajeto, nós passamos no vilarejo para que eu visitasse rapidamente minha colega - a única pessoa no vilarejo que não me tratava como “a garota bonita que vivia uma vida boa e agora perdera tudo”, igual a todos os moradores ao redor, mas sim apenas como “uma garota que passa horas trabalhando e ainda se esforça para que possa realizar seus sonhos”- e  que também convenientemente é uma professora. Por esses motivos, lhe pedi para me substituir. Nós somos amigas, por isso eu roguei para que ela aceitasse esse pedido, já que eu sabia o quanto ela amava lecionar. E uma das melhores coisas nela era o fato dela entender que certos motivos não precisavam ser falados. Por isso ela aceitou e disse que só deixaria as aulas quando eu voltasse.

Não poderia falar que iria viver por um tempo na casa de um conde sem gerar burburinhos. Até ela não seria capaz de segurar uma fofoca dessas.

Quando chegamos à entrada da fazenda, um amplo campo com o mato bem verde e um céu azul com poucas nuvens e uma cerca com uma porta dupla de madeira, eu havia avistado um dos meus meio irmãos a alguns metros com uma enxada apoiada no ombro. No total, eu tinha oito irmãos por parte de pai. Só Lorenzo – o sexto irmão – que gostava de conversar comigo. E ele desapareceu. O resto só me enxergava como mais uma boca para alimentar. Viver nessa casa sem ele se tornara numa vida solitária sufocante para mim.

Eu havia gritado, chamando-o, já que finalmente descobri qual meio irmão era. Seu nome era Wagner, eu aprendi a reconhecer cada um deles apesar de todos serem altos e sujos de terra – o cabelo e o rosto são diferentes – e ele havia corrido na minha direção, sua reação tipicamente bisbilhoteira. Perguntou algumas coisas com a expressão curiosa e ficou indiferente com Rubens. Expliquei minha situação e ele apenas sorrira e disse:

— Cansou de ser uma professorinha, hein? Finalmente conseguiu de novo sua vida de rainha.

Isso sempre me machucava, essa visão leviana deles sobre mim, mas eu aprendi a ser indiferente com eles. Com meu passado, dá para entender suas críticas. Apenas perguntei por meu pai e ele falou que estava viajando. Então rapidamente busquei minhas coisas, trocando algumas palavras com minhas cunhadas e fui embora. Estava doida para partir de novo.

Enquanto caminhava de volta a entrada, eu olhei o amplo campo, e admirei novamente a forma como o vento trazia um cheiro fresco de terra e planta, as cores vivas do campo. Como aquele pasto me lembrava do meu irmão. Tudo naquela fazenda me fazia me lembrar dele. Pois nós passávamos horas caminhando a cavalo aqui, além de que ele me ensinara a observar o céu e a natureza, a contemplar o que Deus criou. Com ele aprendi a ser feliz com os pequenos detalhes. Não queria voltar lá tão cedo, pois tinha sido extremamente doloroso olhar o campo sem ter ele ao meu lado. 

.....||.....

Estava na mesa de jantar, comendo com Edgar, Sarah e Rubens. O conde tinha o costume de comer junto com seus empregados, talvez para não ficar sozinho.  Olhei para Sarah. Ao contrário de Rubens que sempre me criticava e me julgava com sua carranca eterna, Sarah sempre fora educada e gentil comigo. Na nossa primeira aula, ela estava sempre me perguntando se estou bem ou se preciso de alguma coisa, e isso me reconfortava um pouco. Era bom estar em um lugar onde me sentia querida por alguém.

Dei uma rápida olhada no conde. Edgar e eu nos tornamos amigos – bom, é o que eu acho – depois deu passar a tarde inteira conversando com ele sobre assuntos que eu jamais me imaginara conversando com um homem adulto. Eu ficara revelando o meu lado fantasioso e ele, por incrível que pareça, tomara a iniciativa para esta conversa. Além do mais, naquelas horas, enquanto ele me contava suas histórias favoritas, eu via em seu olhar sua carência por atenção e carinho. Ele é um homem sozinho e isso me fez querer ficar mais perto dele.

Bom, minha estadia aqui será bastante interessante. Eu só tinha que melhorar esse clima de funeral, porque no último jantar, eles ficaram em silêncio e quando terminaram, apenas murmuraram algo e foram embora. Nem pareciam uma família.

Se fosse a minha antiga família, minha mãe estaria conversando sem parar com meu padrasto e meus irmãos estariam brincando com os talheres. O momento da refeição para mim sempre foi uma algazarra. Até para a minha nova família era assim. E eu amava esses momentos descontraídos, pois essa bagunça de alguma forma nos unia, nos dava uma identidade única. Quando ficamos sozinhos somos desordeiros, entretanto, quando somos visitantes, somos comportados. Essa era uma espécie de segredo ou momento só nosso.

 Entretanto essa família era sempre comportada. Então hoje, quando terminei de jantar eu falei:

— Vamos jogar um jogo? – pois jogos sempre animam as pessoas. Um bom começo.

Todos me então encaram. Edgar e Sarah como se eu fosse uma criança fazendo bobagem e Rubens como se eu tivesse perguntado se poderia cortar seus dedos.

— Chame-se forca. É bem divertido. – Insisti.

— Forca? – Rubens disse cético e achei que ele quisesse me colocar em uma.

— É. Sabem jogar?

— Já ouvi falar – Edgar falou – Mas não sei jogar.

Expliquei as regras do jogo. Sarah e Rubens franziram o cenho. Rubens se levantou.

— Com licença, senhor Borchacell. Vou me deitar.

Edgar acenou com a cabeça e Rubens fora embora. Agora com certeza o jogo será divertido, só com Sarah e Edgar. Falei para Sarah.

— Então, vai jogar? Vai ser legal!

— Desculpe, Angel, mas não sei ler direito e estou exausta. Vou me deitar. 

— Sarah, por favor! Eu te ajudo.

Ela se levantou e deu um leve sorriso.

— Não vai dar, mas jogue com Edgar.

Ele já estava se levantando. Sarah foi embora e eu fiquei decepcionada. De que tipo de jogo eles gostam?

— Vamos lá para perto da lareira, está muito frio – Edgar disse.

Olhei-o, surpresa. Ele caminhou calmamente até a porta.

— Você vai jogar?

— Mas é claro. Você ouviu minhas histórias e eu jogo seu jogo. É uma troca justa.

Levantei-me e fui até ele. Não quis contradizer sua fala, já que eu também contei histórias. Talvez tenhamos mais um momento divertido a sós novamente. Em um salão grande... Durante a noite... Sozinhos... Sem ninguém para atrapalhar...

Um arrepio percorreu minha espinha. E se ele na verdade quiser comigo algo além de apenas um jogo?

Olhei para ele. Em seu rosto havia serenidade e em seu olhar havia um brilho calmo ou seria... pervertido?

Fiquei vermelha. O que estava pensando? Mas tinha de admitir que essa ideia não era tão ridícula. Eu conhecia esses garotos nobres, viviam achando que poderiam fazer com as mulheres o que bem entendiam. Uma investida desse conde e eu ficaria em maus lençóis, eles não se importam muito com o fato da garota não querer.

Se ele tentar algo, o que eu faço?

Balancei a cabeça. Ele não vai fazer nada. Passamos a tarde sozinhos no bosque, sem ninguém por perto e ele nem me tocou. Edgar merecia um voto de confiança.

Mesmo assim, meu coração continuou acelerado e minhas mãos tremiam. O inicio da conversa ontem à tarde fora algo inocente, eu não tinha a intenção de conversar durante tanto tempo. Mas agora, fora algo intencional, pois eu propus um jogo para ficarmos a sós e por isso essa ideia aparecera em minha mente. Eu já vira isso acontecer. Fora durante uma festa, quando uma moça conversara demais com um rapaz. Horas depois o encontrei a agarrando a força em um corredor distante. Eu havia acertado um vaso na cabeça dele em um acesso de raiva, pois a moça chorava, e horas depois descobri que ele era um lorde. Fiquei sem comer durante um dia.

Entramos dentro da sala escura, iluminada apenas pela enorme lareira, com alguns sofás marrons envolta dela e uma mesinha no centro. Caminhamos até lá.

Na mesa havia alguns papéis e canetas. Peguei-os. Edgar falou:

— Dá pra mim, por favor.

 Senti o sangue sair da minha cabeça e eu fiquei com a boca aberta. Deus, o que eu faço?  Ele franziu o cenho e disse:

— O que foi Angel?

— Dar... – sussurrei. 

— Sim, os papéis que você deixou cair no chão.

Despertei do meu transe. Ele estava falando dos papéis! O que estava pensando? Meu Deus, que vergonha!

— Oh, des-desculpe – nós dois nos abaixamos para recolher minha bagunça.

— O que você estava pensando quando eu disse “dar”?

Fiquei mais vermelha ainda. Droga, ele percebera. Eu sou muito idiota.

— Nada não.

Enquanto eu pegava os papéis, ele ficou me encarando seriamente. Terminei de recolher e me levantei. Rapidamente sentei no sofá e fiquei olhando os papéis.

Edgar se levantou nervoso e passou a mão no cabelo, fazendo toda a arrumação acabar.

— Angel, não acredito que você foi capaz de pensar que eu a forçaria a fazer uma coisa dessas! - exclamou, o rosto repleto de indignação. 

 Continuei calada e olhei para o tapete vermelho com desenhos retangulares aos meus pés. Minhas atitudes estão sendo muito rapidamente compreendidas por ele e me senti mais idiota por isso. Edgar grunhiu e depois se sentou ao meu lado e organizou os papéis que pegou, mal humorado. Ele não gostara nada dessa situação.


— Não quero mais jogar, mas tenho um favor a fazer. – Murmurou contrariado.

Eu detestava fazer esse papel de incômodo, então virei-me para ele e disse.

— Você não tem a obrigação de jogar – me forcei a encará-lo mesmo que minha vontade fosse de nunca mais vê-lo na vida

Seus olhos azuis me analisaram. Seu jeito de me olhar dava a impressão de que ele me conhecia há anos, e não a menos de uma semana. Ele olhou pra baixo, com a expressão menos carregada.

— Tenho sim. Vamos, escreva no papel.

Seu jeito de falar, sério e ao mesmo tempo gentil, me fez fazer o que ele queria. Peguei o papel e comecei a desenhar a forca.

— Eu só pensei isso porque eu soube de muitos casos assim - me expliquei.

— E como soube?

— Me contaram.

Passaram-se alguns segundos. Minha curiosidade me fez encará-lo e eu percebi que ele olhava diretamente pra mim, os olhos franzidos. Novamente me veio a impressão de que ele sabia de tudo o que passava em minha mente. Agora sua voz estava mais calma.

— E alguma vez... – uma pausa – já tentaram algo com você?

Apertei a caneta. As imagens deles e suas risadas que me esforcei tanto para esquecer voltaram com força. Esqueça isso, Angelina. Esqueça isso. Murmurei.

— Não.

Senti a garganta doer e antes que eu começasse a chorar,  sorri para ele e falei:

— Continue a contar a historia de Atenas.

Ele arqueou as sobrancelhas e eu mantive um sorriso forçado, meio que dizendo "apenas pare de falar sobre esse assunto, ok?". Ele felizmente entendeu a mensagem.

— Mas e o jogo?

— Não quero mais.

Continuei a sorrir. Quando sorrio, não consigo chorar. Era o meu mecanismo de defesa.

Edgar me observou seriamente e eu me perguntei como devia estar parecendo.

— Tudo bem, vou lhe mostrar uns livros – ele sorriu.

— Que ótimo! – exclamei, meio que aliviada. 

Levantamo-nos.

— Deixe os papéis aqui. Venha.

Seguimos juntos, ele a poucos centímetros de me encostar. Edgar tinha um jeito confiante e imponente de andar, com as costas eretas e uma pisada forte, antecipada por um movimento fluído e bem gesticulado. Esse tipo de passo era extremamente conhecido por mim, todo tipo de nobre andava assim, mas ao mesmo tempo, parecia ser a primeira vez que eu o via. No corpo de Edgar, esse jeito de andar não era uma necessidade que sua posição impunha, mas sim algo natural dele.

Entramos na primeira porta da esquerda, do corredor de baixo. O longo corredor em que estávamos era igual ao de cima, com seu tapete vermelho e os vasos com flores. No final havia uma enorme porta dupla e quando abri, eu cheguei a cambalear para trás.

O salão era enorme e envolta de suas paredes de uns cinco metros, havia estantes lotadas de livros, no centro um monte de prateleiras transbordando livros de tudo quanto é tipo. Era maior biblioteca que eu já vira na vida!

Em êxtase caminhei em volta dela, admirando cada livro bem cuidado. Tudo em capa dura, cada um catalogado por sua seção, de vários tamanhos e larguras.

Edgar apareceu por trás de mim.

— Gostou da minha biblioteca?

— Demais!

Ele passou a mão gentilmente nos livros. Em seu olhar havia muito amor.

— Ganhei da minha mãe.

— Mas que humilde presente, hein? – arqueei uma sobrancelha.

Ele riu.

— Eu sei. É o melhor presente que eu já ganhei. Se eu quiser, posso passar o resto dos meus dias lendo aqui.

Mais uma vez, me encantei pelo jeito do conde. Ele com certeza não era um homem comum, parecia uma espécie de príncipe dos contos de fadas. Belo, educado, gentil, e também intelectual. Eu adorei o fato dele amar ficções como eu, pois era raro encontrar homens assim.

— Deve gostar muito de ler - comentei, satisfeita.

— Sim, mas agora vamos ler os livros que eu queria lhe mostrar - me encarou travesso. Ele estava mesmo se divertindo com isso.

— Ok.

Edgar estendeu a mão para mim com um sorriso torto nos lábios.

— Posso segurar sua mão? É fácil de se perder aqui.

Por algum motivo, senti meu estômago embrulhar de nervosismo. Seus olhos azuis me encaravam intensamente, a cabeça inclinada para baixo para que pudesse me ver. Suas íris, tão sedutoras, tão intensas, causavam um calor sobre mim.


Toquei em sua mão com um sorriso meio confiante. E então eu notei que sua respiração deu uma vacilada, como se expirasse um ar há muito guardado, e ao mesmo tempo ele apertou seus dedos em minha palma, abaixando levemente o olhar. Fora como se o meu toque o desestabilizasse interiormente,  como se o meu calor fosse algo inesperado. Isso causou em mim um calor muito maior do que antes. Era como se sua pele despertasse uma energia fervente e intensa dentro de mim.

Isso tudo ocorrera durante dois segundos.

Então Edgar me puxou pela mão e seguimos para frente. Entramos no corredor formado pelo espaço entre duas estantes de livros. Logo ele fora bloqueado por uma estante no meio. Viramo-nos para a esquerda e seguimos. Edgar estava certo quando dissera que era fácil se perder por aqui. Parecia que foram colocadas estantes de forma desorganizada propositalmente, de forma que formasse um labirinto. O conde ficava apenas me falando as sessões.

— Ciência humana, ciências da natureza, historia da Inglaterra, grandes conquistadores...

Depois de tantas bifurcações, chegamos a uma enorme mesa de madeira, encostada em uma parede de tijolos alaranjados, lotada de livros empilhados.

— Sente-se ai, por favor. Vou buscar os livros - soltou minha mão e começou a andar pra trás.

Apenas balancei a cabeça e ele fora embora, entrando em um corredor formado por prateleiras. Olhei os livros na mesa e peguei um que chamou a atenção. Minhas mãos formigavam.

O livro tinha a capa azul escura, com o desenho de um pirata encarando o horizonte. “As aventuras de Richard Marshon”

Sentei em uma das cadeiras de madeira e comecei a lê-lo.  Minutos depois, dei um pulo quando escutei Edgar jogar os livros na mesa.

— O que está lendo? - perguntou e se sentou ao meu lado.

— Uma história sobre um menino que quer ser pirata – olhei os livros que ele trouxe, eram muitos – O que é tudo isso?

— Literatura grega. Das histórias que eu contei - disse, apoiando seu cotovelo na mesa. Seu rosto estava sereno e gostei de vê-lo tão tranquilo comigo. Era uma sensação boa ter um amigo.

Entretanto, eu não estava mais disposta a saber sobre mitologia grega, na verdade, queria ler mais sobre esse pirata.

— Ah – parei – esse livro sobre Richard Marshon parece ser muito bom - falei meio que o incitando a ler.

Ele olhou para mim e depois para o livro, depois para mim e o livro novamente. Seu semblante ficou triste. Ele suspirou.

— Acho que tenho mais dele aqui - apontou para um monte de livros azuis em cima da mesa.

Virou-se para o outro lado para pegar os livros. Arrependi-me  subitamente do que tinha dito e peguei seu braço e o puxei. Não iria estragar o que tínhamos planejado, pois ele queria me contar suas histórias.

— Pare de ser bobo. Eu vim aqui para escutar suas histórias favoritas, mas depois vou contar as minhas - avisei com um sorriso sem graça nos lábios.

— Se quiser ler sobre esse pirata, pode ler, eu não me importo.

— Depois eu leio. Isso é um homem cabrito? – apontei para o desenho de um dos livro dele aberto. Ele riu.

— Não, é um sátiro.

Apoiei-me na mesa com a mão nos rosto e esperei. Edgar riu e começou a contar a história, rapidamente pegando a confiança de antes e começando a gesticular e a se soltar, deixando a história mais interessante. Eu adorava sua expressão sonhadora, parecia até uma criança. Tempos depois, fora a minha vez de contar. E assim passamos mais uma vez, horas e horas conversado sobre um mundo fantasioso e eu novamente me deleitei com o prazer de ter um amigo para conversar e me fazer esquecer de tudo ao redor. Eu até me peguei amando seu sorriso descontraído nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Capitulo betado pela lady mikaelson. O que acharam? Comentem!



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