Olá, Happy. escrita por Letley


Capítulo 6
Sábado, 8 de Outubro 2016.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei aos 45 do segundo tempo shauhshuahsau
Boa leitura!



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Olá, Happy.

Eu ainda estou na casa do meu irmão. Zeref voltou faz mais de uma semana, mas assim que ele passou pela porta da frente eu fui proibido de voltar ao meu apartamento pelo seguinte motivo: Ele pegou a minha chave e a escondeu. Eu não sou do tipo que perde as coisas então nunca me preocupei em fazer uma reserva, agora estou arrependido.  

Ele diz que não quer que eu me afaste dele e quer entender o que anda acontecendo comigo, ele está até mesmo tentando fazer que eu vá à um hospital (aparentemente, ele soube do meu pequeno colapso na escola), além de não querer que eu trabalhe até tarde. Eu já tinha percebido que ele estava sendo cuidadoso comigo desde o pequeno incidente que me obrigou a começar a escrever em você, mas não pensei que ele poderia chegar ao ponto de me impedir de viver minha própria vida. É como se ele nunca acreditasse em mim quando eu digo que estou bem. Outro dia tive a prova disso, quando perguntei a ele se não acreditava em mim ele disse:

— Eu acredito em você. É claro que eu acredito.

Mas ele não acreditava, dava pra ver nos olhos dele. Zeref sempre foi um péssimo mentiroso. Eu sabia que ele não me via mais como seu irmãozinho mais novo e sim como um adolescente problemático que precisa desesperadamente de ajuda, mas eu não sou assim. Eu não preciso de ajuda alguma, eu sou completamente normal, a única coisa que eu preciso agora é que ele pare de me tratar como um problema que ele não consegue resolver.

Ele está literalmente me sufocando, eu não posso mover um dedo sem que ele queira saber o que vou fazer ou onde estou indo. É como se eu estivesse em uma prisão onde ele me vigia da hora que eu acordo até a hora em que eu durmo. O único momento de alívio que tenho é quando estou na escola. Por mais que ele seja casado com Mavis ela não me vigia ou me pressiona como ele, ela é apenas gentil e tenta amenizar meu lado, mas ela não consegue me livrar dele. Eu não consigo me livrar dele.

Agora mesmo ele teve que sair às pressas por causa de uma emergência no trabalho. Estou aproveitando esse tempo para escrever para você e tentar ao menos por nossas conversas em dia. Como você deve ter percebido, os últimos dias foram completamente estressantes, embora eu tivesse meus pequenos momentos de paz eles nunca duravam muito, foi assim até mesmo na escola.

Lembra da Levy? A garota baixinha dos hematomas e o namorado delinquente? Eu sem querer acabei ouvindo uma briga entre os dois. Foi realmente sem querer, eu estava para sair do banheiro (é sempre o banheiro, qual meu problema com os banheiros?) e então ouvi vozes um pouco elevadas demais para ser apenas uma conversa normal e aconteceu simplesmente de ser os dois discutindo. Sei que não é educado ouvir atrás das portas, mas basicamente eu estava preso entre eles e privadas então preferi continuar onde estava, não prestei atenção no que diziam (eu já tenho coisas demais com o que lidar, tenho uma mania horrível de absorver problemas que não são meus) e esperei até tudo voltar a ficar silencioso para poder sair do banheiro. Infelizmente, eu tenho muito azar e quando estava saindo, BAM! (literalmente BAM!) eu dei de cara com Gajeel parado na porta.

— Você estava ouvindo? – Ele perguntou, mas não parecia muito preocupado com isso.

— Desculpa, foi meio que inevitável.

Ele riu como se eu tivesse feito uma piada. O estado de ânimo dele não parecia dos melhores.

— O que falta a Levy em tamanho é o que ela têm de complicada… – Ele sorriu, mas não era como se fosse um sorriso feliz ou triste ele só sorriu, não tinha emoção alguma – Estou preocupado.

Eu queria sair dali e não me meter em mais nenhum problema, mas, como posso dizer… Eu também estava preocupado.

— Erza disse que viu… – Eu não sabia se devia contar ou não, então hesitei bastante ao fazer. Não sabia nem ao menos como explicar então comecei a fazer gestos – Você sabe… nos braços dela…

Ele pareceu um pouco surpreso por alguém além dele e de Lucy comentarem sobre isso. A verdade era que não tinha sido apenas Erza, todos perceberam e Levy anda tendo problemas por causa disso. Algumas pessoas são delicadas o suficiente para não comentarem sobre ou apenas ignorarem, outras já eram maldosas o suficiente para começarem a fazer bullying com ela. Algumas coisas realmente horríveis andam acontecendo com Levy. Lucy sempre me manda mensagens contando como é horrível ter de se controlar para não socar alguém até a morte, mas também sempre conta como é frustrante não poder defender ela o tempo todo.

— Não é culpa dela – Foi o que Gajeel me respondeu. A voz dele soou como se estivesse implorando para eu acreditar nele.

— Eu sei – Respondi – Não é sua também.  

Gajeel realmente não me parece uma pessoa ruim, por mais que sua aparência fosse como a de um delinquente. Eu, de verdade, não quero ser o tipo de pessoa que julga as pessoas sem conhecê-las, até porque, não é como se eu parecesse a pessoa mais amigável do mundo também e mesmo que pareça, não é como se eu fosse. Gajeel parecia agradecido por eu acreditar nele e ainda mais agradecido por não acreditar que a culpa fosse dele. Talvez seja só impressão minha, mas o olhar que ele me lançou antes de ir me fez sentir que eu tinha ganhado um novo amigo.

N.D.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥