A Viajante - Tomione escrita por Lady Riddle


Capítulo 14
Meu segredo é descoberto


Notas iniciais do capítulo

E aí, amiguinho? Dei uma sumida como puderam notar, mas é tudo culpa das minhas provas! Agora eu espero já estar de férias, porque quero terminar essa fic nelas!
Desculpem o atraso e espero que a espera tenha valido à pena! ♥



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Hermione

Agora eu não podia ignorá-lo mais já que eu tinha que me sentar ao lado dele durante todas as aulas de Herbologia. Apesar de muito concentrado e atento a tudo que ocorria na aula, Tom sempre achava uma brecha para tentar falar comigo e pedir para conversarmos à sós, mas eu sempre negava ou apenas fingia não estar escutando.

Enfim, eu havia entendido que era errado amá-lo e que eu deveria me esforçar ao máximo para esquecê-lo e seguir com os meus planos de destruí-lo, mas quanto mais eu tentava, mais eu me sentia mal por sentir falta do abraço confortável e dos beijos dele que me faziam derreter. Tom até parecia estar sofrendo também, mas ele era o futuro Lord das Trevas, então no mínimo ele só estava me manipulando para me usar em algum plano dele no futuro.

Quanto à “Irmandade da Proteção”, ela estava a todo vapor! Dela faziam parte eu, Charlus, Septimus, Minerva e Bryce que agora namorava a minha amiga. Ainda éramos poucos, mas já havíamos conseguido grandes feitos, como no dia que salvamos um primeiranista lufano de um ataque arquitetado por Lestrange e Orion Black.

Infelizmente, não conseguimos detenções a eles, mas pelo menos evitamos que mais uma tortura acontecesse. O mesmo aconteceu nas duas semanas seguintes, e tudo o que escutávamos era o quanto o castelo havia ficado mais seguro para os nascidos trouxas, mas o que Tom Riddle e sua turma achava disso, nunca chegamos a saber, pois controlados como eram por seu mentor, os garotos eram indiferentes a tudo e até manifestavam uma falsa animação quando comentavam que algum aluno havia sido salvo.

Nossa equipe funcionava em turnos de revezamento durante todas as noites, e durante os dias aconselhávamos os alunos a não se deixarem perder sozinhos pelo castelo e a não andarem por ele à noite, e algo me dizia que Dumbledore sabia da nossa boa ação e nos apoiava já que sempre que passava por nós, dava-nos tapinhas nas costas e fazia algum comentário gentil, inclusive não prejudicando Charlus quando ele chegou atrasado a uma aula por ter que ajudar um grifinório chegar em segurança até a sala comunal.

Ao mesmo tempo que tudo caminhava bem, eu sentia as coisas um tanto estranhas. Charlus só ficava com a gente se fosse para falar sobre a “Irmandade da Proteção” já que agora passava quase o tempo todo com a namorada que não parecia gostar muito da gente. Quanto à Septimus, ele havia se aproximado de Cedrella já que eram dupla no trabalho de herbologia, e Minerva tentava passar um pouco de todo o tempo dela comigo, já que na maioria das vezes estava com o Bryce.

No fundo, eu queria que todos eles fossem felizes, mas eu me sentia só, ainda mais quando eu me lembrava que eu nunca seria feliz assim com o amor da minha vida.

Eu já não pensava mais em Rony como homem, mas eu sentia falta dele e de Harry e isso nunca mudaria, mas agora, ainda que inconscientemente e forma errada, eu desejava que Tom também fosse parte da minha vida.

Algo que eu nunca havia pensado, era na possibilidade de Voldemort ter amigos. Vê-lo com Abraxas fazia com que eu entendesse a afeição dele pelos Malfoy, apesar de Lucius e Draco terem uma personalidade muito diferente da de Abraxas, já que o avô do Draco era bem humorado, educado e simpático, apesar de conservar a frieza nos olhos azuis e a elegância. Abraxas parecia flutuar de tão leve e foi nessa leveza que ele me assustou, me surpreendendo na biblioteca.

— Antes de você chegar, eu sempre podia vir à biblioteca com a certeza de que eu encontraria o meu amigo Tom, mas agora eu quase não o vejo mais por aqui... algo me diz que ele está evitando encontra-la à sós, o que é um tanto irracional por ver o quanto vocês combinam. Os dois são loucos por livros... – ele tentou ser simpático, e eu confesso que o meu coração disparou quando eu escutei o nome de Tom, mas eu disfarcei muito bem.

— Pior pra ele, porque eu não vou parar de vir aqui só porque eu o incomodo. – eu respondi até sendo um pouco grosseira – e nós não somos nem um pouco parecidos.

— Não incomoda, acho que o machuca. Depois que vocês se afastaram, ele se tornou mais solitário do que antes. Tom é um tanto depressivo... – ele disse meio distraído – a verdade é que ele não havia conhecido alguém como você... e não me olhe assim, eu não sou idiota, eu sei que rolava algo entre vocês! Se não era um caso, no mínimo um flerte. – ele acrescentou e eu fechei a cara.

— Não fale do que não sabe, você está me desrespeitando! Eu nunca tive nada com ele e nunca vou ter! – eu disse irritada e ele sorriu.

— Ele diz a mesma coisa, sabe? Mas, eu não sei o que você fez com ele, eu só sei que algo nele mudou depois que você chegou, e foi pro bem. Srta. Granger, o Tom gosta muito de você, só peço desculpas por ele ser um idiota e não dizer isso a você! Mas, a minha missão nessa vida é livrá-lo da solidão! – ele retrucou e eu o olhei estática – só quero que você mantenha a mente aberta para os erros das pessoas. Ninguém é perfeito e ninguém é definitivo. Enquanto o último suspiro não chegar, todos podem mudar, inclusive o Tom, ainda mais se tiver uma luz para guiá-lo. – ele acrescentou, piscando o olho em seguida e se afastando.

Abraxas me deixou confusa porque eu tinha a certeza de que ele não sentia nada por mim e por isso voltei com a ideia de destruí-lo, mas e se ele realmente gostasse de mim? Não, Tom Riddle era um manipulador, e muito não me admiraria se eu soubesse que ele mandou Abraxas dizer aquelas coisas para tentar me convencer porque ele sabia que eu estava por trás da “Irmandade da Proteção”.

Tentei me livrar daquele pensamento, peguei o meu livro e segui para a sala comunal. Encontrei Minerva e contei sobre a minha conversa com Abraxas a ela, mas ao contrário de mim, ficou pensativa. Ela disse que realmente havia notado uma mudança nele depois que eu apareci, mas ele é Voldemort, e Voldemort pode ser e enganar quem ele quiser.

Nos dias seguintes, Tom continuou a tentar falar comigo, mas dessa vez eu não pude mais ignorá-lo porque o professor pediu que colhêssemos relatórios sobre as plantas que estávamos estudando. Teríamos que fazer isso em duplas e Tom jurou que o único tempo que ele tinha pra fazer isso era à noite por conta dos compromissos dele de monitor.

Combinamos que o primeiro encontro seria naquela noite mesmo e eu confesso que eu estava muito nervosa, e não só por vê-lo, mas porque o meu viratempo havia sumido. Certamente, na correria, eu acabei esquecendo-o no quarto, mas ainda sim, eu me preocupava. Às sete em ponto da noite, eu entrava na estufa e ele já estava lá com as luzes do lugar aceso. O distintivo de monitor brilhava no peito dele e Tom nunca pareceu tão lindo me olhando sério naquele lugar.

Nos encaramos por alguns momentos, mas então eu fechei a porta do local e comecei a tirar as minhas anotações, mas ele ainda me olhava estático. Tentei ignorá-lo, mas então ele quebrou o silêncio.

— Até quando vamos ficar assim? Hermione, a gente se gosta... – ele falou essa última parte baixo. Então eu me virei para olhá-lo e o vi ruborizado.

— A gente se gosta? Não, Tom. Você gosta de machucar pessoas e de mentir pra mim, eu é que sou uma boba porque pensava que podia tirar estas coisas ruins de você, mas você é um manipulador, você só pensa em você e... – quando eu ia continuar, ele se aproximou de mim, segurou em minha cintura e me olhou nos olhos.

— Nunca me senti assim com nenhuma outra pessoa, Hermione. Eu sinto muito a sua falta, mas você deveria me aceitar como eu sou porque eu também aceito as suas mentiras e não as questiono. – ele falou essa última parte meio com raiva e apertou a minha cintura sem a delicadeza de sempre. Nesse momento eu pude ver uma faísca vermelha passar pelos olhos dele. Eu fiquei estática. Eu estava aterrorizada – por que não me disse antes que não é desse tempo? Você sabe como eu sou conhecido, está sempre em todos os lugares prevendo os meus passos e planos. Qual é o seu nome verdadeiro? Diga, Hermione, se você quer sinceridade, comece a ser sincera também.

— Tom, você está me machucando... – eu falei calmamente e ele afrouxou o aperto – Você está delirando! Está inventando coisas para se justificar... – eu comecei a dizer e ele enfiou a mão no bolso e tirou o meu viratempo. Eu tentei manter a calma, mas então ele ergueu as sobrancelhas e deu as costas pra mim.

— Já que são tudo mentiras, você não vai se importar se eu quebrar isso aqui, não é? – Ele se virou pra mim e começou a balançar o vira tempo perigosamente, então eu não aguentei e fui para cima dele para tentar tomar dele, mas ele ergueu a mão e como ele era bem mais alto que eu, nem na ponta dos pés, eu conseguia alcançá-lo – por que se importa, Hermione, não estou mentindo?

— Me dá isso, Tom! – eu tentei dizer, mas então ele riu, abaixou a minha mão com a mão livre dele e me beijou à força, me abraçando forte , deixando os meus braços presos entre nós para eu não fugir.

No início, eu até tentei me livrar dele, mas o meu amor falou mais alto e eu o beijei com fúria, com desejo, de uma forma diferente de todas as outras. Senti uma das mãos dele descer pelas minhas costas, indo em direção à minha bunda, apertando-a levemente, o que fez com que ele afrouxasse o aperto que me dava, então eu tentei empurrá-lo, mas ele voltou a me prender nos braços dele, encerrando o nosso beijo e nos deixando completamente sem fôlego.

— Hermione, eu não me importo de onde você seja, inclusive você pode me ser útil, você pode prever o futuro pra mim. Então eu serei mesmo conhecido como Voldemort? Eu conseguirei atingir os meus objetivos? Hermione, seja a minha namorada, me ajude a conquistar tudo o que eu mais desejo. Acabe com aquele seu grupinho idiota que atrapalha os planos dos meus amigos, venha aprender magia das trevas comigo, seja minha por completa. – ele pediu me olhando intimidadoramente. Neste momento, ele era Voldemort.

— Nunca irei compactuar com isso, agora me dê o meu cordão, Tom! Isso é só uma réplica, um presente dos meus pais – eu tentei mentir, mas ele gargalhou. Eu fiquei tão nervosa que comecei a chorar. Então ele se aproximou e acariciou o meu rosto.

— Eu não quero te fazer chorar, Hermione, mas não minta pra mim. Seus pais são trouxas, como comprariam uma réplica de viratempo? Eu não sou idiota. – ele falou ameaçadoramente – você terá tempo pra pensar na minha proposta, mas isso aqui fica comigo. – ele guardou o viratempo no bolso – eu gosto de você, Hermione, e gosto muito, mas você vai ter que cooperar para tudo ficar bem, tá? – ele acrescentou e me beijou mais uma vez, rapidamente, nos lábios. – continuamos o trabalho amanhã.

Tom Riddle havia me surpreendido e saiu daquela estufa me deixando completamente desesperada.  Agora ele me tinha nas mãos dele e se ele destruísse o meu vira tempo, talvez eu nunca mais conseguisse voltar para o meu tempo. Eu nunca mais veria Harry, Ron ou os meus pais.  Eu queria destruir Tom Riddle, mas era ele quem estava me destruindo. O pior era saber que eu continuava completamente apaixonada por ele.


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Notas finais do capítulo

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