Zero escrita por Asunyan


Capítulo 3
Remembering


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu enrolei um pouco porque gosto de ter um capítulo sobrando antes de postar o anterior. Mas taí, não me matem!!
Hoho, agora que a história começa a ser contada. Mas ainda ficarão muuitos mistérios sobre o nosso(ou pelo menos meu '-') querido protagonista!! D



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     Uma forte chuva caía, o que obrigou Zero a passar a noite no abrigo de Fyra e os outros. Ele estava vagando distraidamente pelo hall da casa, não porque se sentia à vontade estando ali, mas não gostava de ser limitado.

     Parou, próximo à porta de entrada, ouvindo vozes. Zero se espreitou, observando através da pequena abertura na porta semi-serrada, San, um dos outros humanóides que Einz apresentou a Zero, conversar com a humana artificial mais nova deles, cujo nome não lhe fora contado ainda. Apesar de não estarem se encarando, dava para notar a grande afinidade que um tinha pelo outro.

     Graças ao barulho da chuva, Zero nada pôde ouvir.

     Distraindo-se, ele só fora perceber que a garota vinha em sua direção quando sobrava pouco mais de um metro distanciando-os. Por sorte, ela passou direto por ele e pareceu não percebê-lo, os olhos direcionados ao chão não pareciam ver nada. Zero passou o olhar pela garota: ela vestia-se de forma alegre e infantil, com muitas cores chamativas e detalhes amáveis. Apesar disso, seu rosto tristonho e calmo não correspondia a seu modo de vestir. Quando o rapaz virou-se para o outro lado, onde San ainda estava, uma voz lhe chama:

     - Pode sair daí agora. – Era o próprio San. Sentado no degrau da varanda, seu rosto ainda virado para a direção contrária a Zero, talvez observando a chuva.

     Zero aproximou-se.

     - Sabia que eu estava ali? – Perguntou pensativo.

     - Dedução. Sente-se, irmãozinho. Não se acanhe.

     Para variar, Zero não pareceu agradar-se ao ouvir aquelas palavras que lhe fazia parecer íntimo de San e de todos os outros humanóides. De certo modo eles eram sim irmãos, mas o mais velho não queria vê-los dessa forma. Revirou os olhos e deu meia volta, ignorando o comentário e ficou procurando com os olhos a sua “irmã” mais nova.

     - Ela foi dormir. – San falou, mais uma vez adivinhando os pensamentos de Zero.

     - Não estava procurando-a.

     - Acho que estava sim. – E levantou-se, parando ao lado de Zero com um sorrisinho. – Eu teria a mesma reação se visse a irmã que apenas presenciei seu nascimento e nunca mais a vi. Principalmente quando esse nascimento resultou na morte de meus pais.

     - Qual o nome dela?

     - Pet. Simples e carinhoso, combina perfeitamente com ela.

     - O que ela tem?

     - Então você percebeu, não é? – San ficou sério de repente. – Ora, é claro que percebeu! Você foi o único que viu nossos pais criando Pet, no laboratório, e presenciou todo aquele trágico acontecimento. Portanto, acima de todos nós, você deve saber que ela não pôde ser terminada. Quero dizer, antes de criarem Pet por completo, alguma coisa deu errado e tudo explodiu.

     - Aonde quer chegar? – Zero perguntou, relembrando a cena do nascimento de Pet e morte de seus criadores.

     - Pet é cega e tem dificuldade na fala.

     - Isso explica o olhar parado no chão.

     - Não se engane, Pet é um ser muito feliz. Ela pode não demonstrar isso para todos, mas para mim ela se abre. – E voltou com seu sorrisinho gentil.

     - Somente a você?

     - Sim. Digamos que ela me escolheu. Acho que é porque os outros brigam muito entre si. – E deu um risinho abafado.

     - Como ela consegue andar pela casa sozinha?

     - Ela aprendeu. Decorou cada detalhe deste lugar. Mas é só isso. Para todas as outras coisas eu tenho que acompanhá-la.

     Zero pensou um pouco. Ela devia ter uma vida difícil. Mas não chegava a deixá-lo com pena.

     - E os outros? – Perguntou. – Como são? Quero dizer, como são agora?

     Ele já os conhecia quando eram mais novos, mas não o bastante e, além do mais, havia esquecido deles. Nunca foram próximos.

     - Bom, como você sabe, depois do seu nascimento, veio Deux. Ele acha que é o líder, que manda aqui, mas sabe que nada pode com o próximo irmão, o Einz. Fyra, que veio depois de mim, é esperta e sabe muito bem se virar sozinha, apesar de que Deux, que, de certa forma, é namorado dela, achar que ele é seu protetor e que ela não é nada sem ele. O resto você vai acabar descobrindo.

     Depois dessa conversa, San mostrou um quarto onde Zero ia dormir.

     Mas ele não conseguiu dormir tão cedo. O fato é que os outros humanos artificiais lhe pediram para que se unisse a eles, deixasse de matar mulheres e agisse como uma pessoa comum. Obviamente ele não aceitou, mas, depois dessa breve conversa com San, sua opinião havia mudado, apesar de jurar de pés juntos que não fazia isso por eles.

     - Então, o que te fez mudar de idéia? – Fyra lhe perguntou na manhã seguinte, apoiada na bancada ao lado de Zero.

     Ele permaneceu calado, evitando olhar Fyra.

     - Foi o San, não foi? – Concluiu a mesma. Por que estranhamente eles pareciam que liam a sua mente? – Ele lhe contou sobre Pet? – Ela pareceu investigar a expressão de Zero. – Por quê? Por que ela te fez mudar de idéia? Ela matou nossos pais, os seus pais.

     O rapaz virou-se de imediato para a loira, alarmado.

     - Ora, Zero. Não adianta nem mentir. Nós cinco, ou melhor, nós seis sabemos que você era o preferido dos nossos pais. Você foi o primeiro a ser criado e amado, depois de você, todos são meras experiências científicas! Mamãe nunca me abraçou como abraçava você, papai nunca me colocou para dormir.

     Zero virou-se, mais uma vez revirando os olhos como se ouvisse blasfêmias e mentiras.


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Notas finais do capítulo

Entonces, o capítulo foi bom o suficiente para ignorarem a demora? m(_ _)m Vou tentar não demorar tanto mais, sumimasen.
(Bureki-chan, você que deve estar lendo isso e tá boiando por causa das palavras em japonês, são apenas pedidos de desculpa xDD)

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