She's so mean escrita por Safferena


Capítulo 10
Luar


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Jeongguk

Assim que abro os olhos à claridade inunda minha visão, tornando difícil discernir o local onde estava. Pisco repetidas vezes e passo o dorso da minha mão direta em meus olhos. 

— Finalmente você acordou! — ouço a voz de Namjoon antes de o ver.

— Onde estou? — minha voz sai arrastada, sentia a garganta estava seca.

— No hospital. Onde mais estaria?

Aos poucos minha visão vai se estabilizando e o quarto ao meu redor entrava em foco. Era um típico quarto de hospital. As paredes eram brancas e minha maca ficava no centro do quarto junto com alguns aparelhos que me eram estranhos. Havia um sofá de dois lugares encostado à parede, no lado esquerdo da minha cama e uma poltrona no lado direito, onde Namjoon se encontrava sentado.

Alguns lampejos do que aconteceu veem em minha mente. O acidente, a falta de um motorista no carro e os olhos de um fascinante azul-turquesa me espreitando.

Ah, aqueles olhos!

— Você nos deu um baita susto, criança! — sua expressão estava séria, mas eu podia ver claramente sua preocupação.

— Desculpa hyung. — abaixo meus olhos para minhas mãos que estavam juntas em meu colo.

— Não foi sua culpa. — Namjoon suaviza sua expressão. — Você desmaiou devido ao susto, o que é normal.

— Encontraram motorista do carro? — parte de mim torcia para que ele dissesse que sim, que eu tinha visto errado, me enganado. Que tinha sim uma pessoa dirigindo o carro. Mas a outra parte de mim tinha certeza do que eu tinha visto. Eu não havia me enganado. Não tinha ninguém no carro, o que significa que aquele acidente talvez não fosse por acaso.

E sim proposital. Alguém queria me ferir ou pior. Mas por quê?

— Hã, ainda não. — sua voz sai estranha. — A policia não encontrou nada ainda, mas não se preocupe, logo irão encontrar. Não é como se o carro andasse sozinho.

Minha garganta se fecha e sinto uma pressão no estômago.

— Quando posso ir para casa?

— Acho que logo, o médico disse que você estava bem. Só um pouco abalado com a situação. — Namjoon se dirige para a porta. — Vou ir atrás do médico.

— Hyung, será que o acidente foi proposital? — ele para ao me ouvir e se vira. — Quer dizer, pode ser paranoia da minha cabeça, mas é que o carro estava vindo em minha direção. Tinha mais pessoas na calçada, mas o carro atingiria somente a mim. Nem mesmo o Hoseok hyung seria atingido.

E sem contar o fato de não haver motorista. Um fato bastante estranho por si só.

— Não pense nisso, Jeongguk. Foi só um acidente. Você só estava no lugar errado e na hora errada. — ele sorri, mas seu sorriso parecia forçado. — Descanse um pouco enquanto eu vou atrás do médico.

O observo calado sair do quarto, me deixando sozinho com meus pensamentos.

(...)

Jogo-me de costas na minha cama e fito o teto do meu quarto. A luz da lua invadia meu quarto pela porta da varanda que estava aberto e junto vinha uma brisa noturna. De repente me lembro da festa que a Yerin tinha me convidado. Era hoje à noite!

Olho para o relógio em cima do meu criado mudo, os números em vermelho indicavam que já era onze da noite. Dou de ombros, não é como se eu tivesse planejado ir a aquela festa mesmo.

Levanto-me e pego uma muda de roupa e me dirijo para o banheiro. Um tempo depois retorno para o quarto, coloco meu celular a carregar e apago a luz. Bato meu dedo mindinho do pé na cômoda quando estava seguindo para a cama, solto um gemido de dor e me jogo com tudo na cama. Quando já estava embaixo das cobertas e pronto para dormir é que percebo que tinha deixado à porta da varanda aberta.

— Que se dane, não irei me levantar agora. — bufo e me viro de frente para a parede e fecho meus olhos, em poucos minutos acabo me entregando aos braços do sono e do cansaço.

Acordo com um sobressalto. Minha nuca formigava e eu sentia que estava sendo observado. Sento na cama e olho para todos os cantos do quarto, o que não adiantou muito, pois o quarto estava submerso na escuridão. A única claridade vinha dos raios de luz da lua. As cortinas da porta da varanda se mexiam delicadamente com a brisa que entrava. O relógio marcava duas horas da madrugada. Minha pele se arrepia com o ar gelado, de repente noto uma movimentação no canto do quarto.

Quando estava preste a abrir a boca. Uma mão esguia e pálida surge no meu campo de visão e tampa minha boca, logo em seguida sinto o peso de um corpo me empurrar de encontro com o colchão.

— Olá, gatinho. — Yerin ronrona em meu ouvido. Os pelos do meu corpo se eriçam, mas dessa vez não é de frio.

— O que você está fazendo aqui? — solto a pergunta assim que ela retirou sua mão da minha boca. Mas eu estava bem ciente do seu corpo sobre o meu, de cada parte onde nossos corpos se tocavam. E aquilo estava me deixando louco.

— Vim te visitar. — Yerin olhou nos meus olhos e deu um sorriso de medalha de ouro de encrenca. Apenas o sorriso era assustador o suficiente, mas embaixo da fachada, tinha uma nota de desejo. Mais que uma nota na verdade. Uma sinfonia completa de desejo.

— O que quero saber é como você conseguiu entrar no meu quarto há essa hora. — eu tentava controlar meu nervosismo.

Ela sai de cima de mim e se senta confortavelmente na cama. Imediatamente sinto falta do seu contato, mas tento ignorar isso.

— Entrei pela varanda do seu quarto. — ela me lança um olhar travesso. — Deveria manter fechada, você não sabe o que pode entrar.

A encaro abismado. Endireito-me na cama e tento processar os acontecimentos.

— Nós estamos no décimo andar. Não tem como você entrar pela janela.

— Bem, a janela do meu quarto é ao lado da sua varanda. Foi bem fácil pular para a sua varanda.

— Você é louca?! — exclamo horrorizado. — Você podia ter caído!

— Mas não cai. — ela dá de ombros, desinteressada ao assunto de sua segurança.

— Em fim, por que você está no meu quarto?

— Eu soube do acidente. Então quis vir aqui te ver.

— E desde quando você se interessa pelo meu bem estar? — pergunto cético.

— Desde hoje. — ela força um sorriso. Reviro os olhos.

— É melhor você ir embora. Os garotos podem acabar acordando.

Yerin se levanta e caminha até a varanda.

— Está com fome, gatinho? — ela se vira para mim com um sorriso nos lábios.

— O que? Não estou. Só quero que vá embora agora.

— Vamos. Você deve estar com fome. — Yerin ignora minhas palavras.

— Aonde você vai?

— Onde você quiser. Podemos ir para uma pizzaria.

Uma agitação começa a surgir no meu estômago.

— Eu não posso sair a essa hora. — digo com um muxoxo.

— Se você for silencioso o bastante para sair do apartamento já vai ser ótimo. E não iremos demorar muito.

Yerin se aproxima das grades e em um pulo se equilibra em cima delas. Pulo rapidamente da cama e corro em sua direção, sem pensar agarro sua cintura e puxo seu corpo de encontro com o meu, colocando-a na segurança do lado de dentro da varanda.

— Pelo amor de Deus, mulher, use a porta! — meu coração batia desenfreado dentro do peito.

Yerin se vira de frente para mim, meus braços ainda estavam ao redor de sua cintura e um sorriso se insinua em seus fartos lábios vermelhos.

— Você tem namorado? — a pergunta escapa de meus lábios antes que eu possa as segurar. Eu disse a mim mesmo que eu não me importava com aquela resposta. Qualquer coisa estava ótima para mim.

— Não é da sua conta.

— Você tentou me beijar — eu a lembrei. — Isso é da minha conta agora.

A sombra de um sorriso pirata surgiu em sua boca. Tive a impressão que ela estava repassando todo o pequeno detalhe daquele quase beijo, incluindo meu suspiro-gemido-suspiro.

— Ex-namorado — ela disse após um momento.

Meu estômago deu um santo.

— Mas ele não está mais por perto. — ela concluiu.

— O que você quer dizer com isso?

— Ele se foi. E não vai mais voltar.

— Você quer dizer... Que ele está morto? — Perguntei.

Yerin não negou.

Meu estômago de repente ficou pesado e nauseado. Eu não esperava por isso. Yerin teve um namorado, e agora ele estava morto.

Yerin se desvencilha dos meus braços e caminha para a porta do quarto – graças a Deus – e abre a porta.

— Vamos. Estou morrendo de fome. — ela diz e sai do quarto. Rapidamente troco de roupa e vou para o banheiro escovar meus dentes e depois sigo atrás dela.

Yerin

Assim que ele estivesse na parte de trás da minha Harley, poderia finalmente pensar direito novamente. Meus pensamentos ficavam geralmente mais claros e leves na minha moto. As pernas de Jeongguk prendiam meus quadris em um aperto firme, o que era estranhamente relaxante, também. Quase um alívio.

Essa sensação estranha que senti ao seu redor era desorientadora. Não gostei disso, mas então novamente ele me lembrou de que estava por perto, ele era tão reconfortante como era inquietante. Decidi me recompor. Jeongguk podia ser diferente, mas ele era somente um garoto, droga. Não havia necessidade de ficar tão inquieta.

Além disso, havia algo sob a fachada de bom menino. Ele não gostava de mim, porque tinha sido machucado por alguém como eu antes. De jeito nenhum era um babaca, no entanto. Nem mesmo um imbecil reformado. Posso identificá-los de longe. Minha expressão de jogadora lentamente desapareceu. Finalmente encontrei um garoto que era interessante o suficiente para conhecer, e uma versão de mim já tinha o assustado.

Apesar de termos acabado de nos conhecer, o pensamento de alguma idiota ferindo o Jeon me enfureceu. Jeongguk me associando a alguém que iria machucá-lo era ainda pior. Forcei o acelerador quando estacionei na pizzaria. O trajeto não foi longo o suficiente para que pudesse resolver a confusão na minha cabeça.

Sequer estava pensando na minha velocidade, por isso, quando Jeongguk pulou da minha moto e começou a gritar, não pude deixar de rir.

— Estava no limite de velocidade.

— Nem era tão rápido assim. Deixe de ser um chato!

Ele me dá as costas e sai batendo os pés em direção à entrada da pizzaria. Reprimo uma risada e o sigo.

Jeongguk

— Temos que ir embora agora! — digo assim que saímos da pizzaria. Yerin andava calmamente para a moto.

— Quanto drama.

— Se eles descobrirem que eu sai sem permissão, irei ser um cara morto.

Yerin revira os olhos e sobe em cima da moto, rapidamente me acomodo atrás e espero ela sair logo dali. Mas ela simplesmente se vira na moto, de frente para mim, suas pernas ficam em cima das minhas. Minha respiração sai entrecortada e minha pulsação aumenta.

— O que você está fazendo? — pergunto nervoso.

— Relaxe. Você quer isso tanto quanto eu. — ela me dá mais um de seus sorrisos enigmáticos.

Suas mãos deslizaram para o meu pescoço, pelando quente. Pressionando seus dedões gentilmente na minha garganta, ela inclinou minha cabeça para trás. Senti seus lábios virem contra os meus tão calmamente que me fazia ficar irritado com a demora. Suas mãos caíram para os meus ombros, roçaram pelos meus braços, e foram descansar na parte debaixo das minhas costas. Pequenos tremores de prazer me atravessaram. 

Deslizo minhas mãos por suas coxas e puxo seu corpo para mais perto do meu, fazendo-a sentar em meu colo. Ela envolve suas pernas ao redor da minha cintura e inclina seu corpo para mais perto ainda, até não haver mais espaço entre nós. Seu olhar era insondável, me analisava minuciosamente.

A lua estava diretamente acima de nossas cabeças agora, iluminando cada coisa próxima tal como a luz do dia. Quando eu ia abrir a boca para interromper aquele momento e fizer a parte racional do meu cérebro voltar a funcionar, Yerin toca meus lábios com os seus, mandando embora o que sobrou de racionalidade que me restara.  

Seu beijo começou terno e suave, mas rapidamente tornou-se ávido. Suas mãos percorreram meus braços, meus ombros, e então seguraram meu pescoço. Enrolo minhas mãos em seus cabelos, como tinha desejado fazer desde a primeira vez em que a vi. Seus cabelos enrolados em torno dos meus dedos eram sedosos e suaves. Envolvi sua cintura com os braços e me deliciei com o beijo. Quando ela se afastou, meu coração martelava em resposta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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