Amor sem Identidade. escrita por Hideki4500


Capítulo 28
Encontros e Despedidas


Notas iniciais do capítulo

E finalmente chegamos ao final, obrigado mesmo por terem lido até aqui S2



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Ladybug
Colégio Françouise Dupont, as 9 Horas e 45 Minutos

Já se passou uma semana e eu ainda não acredito que o Adrien e eu estamos namorando, meu braço está até dolorido e roxo de tanto que eu belisquei pra ver se não era sonho, e acredite, NÃO É, é tudo real, ai meu deus, o que eu faço? Calma Marinette, vocês são um casal agora, então você pode por em ação todas as suas fantasias, segurar a mão, abraçar, beijar, KYAAAAH!!!

Ah é, como eu estou avoada, finalmente a escola reabriu, houveram alguns professores que infelizmente faleceram durante o incidente, e por mais que o poder do Miraculous da Criação seja grande, até pra mim é impossivel reviver os que já se foram, então algumas turmas ainda não tem aulas até o diretor encontrar quem possa ensinar, mas esse não foi o caso da minha própria classe, a professora está firme e forte, e é claro, eu levei bronca por me atrasar, mas eu não tenho culpa, meu sonho com o Adrien estava tãããããão booooom!!

Quando a aula já estava acabando, Adrien acenou pra mim, nem consegui conter um sorriso andar até ele então foi como flutuar, ficou ainda mais inacreditavel quando ele pegou na minha mão, sorrindo pra mim.

— Quer ir dar uma volta comigo? - Ele perguntou, brilhando tanto que eu bem que queria ter oculos de sol, acho que estou ficando cega. - Sabe, como em um encontro.

— Co-comigo? Tem certeza? - Sério, eu ainda não consigo acreditar.

— Você é minha namorada... né? Ou será que não? - Ele riu um pouco.

— Ah sim, tem razão. - Rio um pouco tambem, me sentindo um pouco tonta. Me preparo pra sair junto com ele, mas ele não se move e aponta para a bolsa que eu estava prestes a esquecer na sala. - Ah, pois é né.

— Não tem problema, eu tambem esqueço um monte de coisas, deve ser a carga de levar uma vida dupla. - Nossa, é tão estranho ouvir abertamente isso de alguem que me entende, quero dizer, não é esse o motivo, eu esqueceria a bolsa mesmo sem ser a Ladybug, mas é legal ter alguem que me entende.

— Aaah, sim, é por isso mesmo. - Claro que ele não precisa saber de nada do que eu pensei.

Nós acabamos não decidindo nenhum lugar especifico pra ir, andamos um pouco, visitamos algumas lojas, tomamos chá em um café bem pequeno mas que tinha um cheiro bem doce, e então fomos a uma praça, sentamos em um banco e mais uma vez Adrien segurou minha mão, acho que não tinha como ficar mais perfeito, mas ele tinha uma expressão um pouco diferente da habitual, parecia mais sério ou sombrio, mas se esforçava pra tentar manter o humor de sempre.

Me encosto um pouco mais nele e descanso a cabeça em seu ombro, ele olha pra mim, um pouco surpreso, eu mesma estava bem corada, não acreditando no que eu estava fazendo, mas eu senti que era algo que eu tinha que fazer.

— Está tudo bem? - Ele perguntou, acho que ele realmente não esperava que eu tomasse uma atitude como aquela.

— Está sim, eu só fiquei com medo que se não me aproximasse de você agora... Eu não sei... Você poderia sumir ou algo assim. - Ele olhou pra frente, eu tambem, mas ainda sem tirar a cabeça de seu ombro, pelo contrario, me encostei ainda mais nele.

Ficamos em silencio por um tempo, o suficiente pra vermos alguns de nossos amigos em seus próprios encontros, Peter e Juleka, Alya e Nino, e alguns outros colegas de classe, mas eu não me importava, mesmo que ficasse corada quando me vissem assim com o garoto Agreste, ou mesmo quando Chloe passou emburrada nos encarando, eu ainda permaneci daquele jeito.

— Eu te amo. - Ele disse depois de um bom tempo só com os barulhos do vento e das outras pessoas conversando na praça.

— Eu tambem te amo. - Respondi. - Como Marinette e como Ladybug, eu te amo, tanto Adrien quanto Catnoir, eu só... Não tinha percebido ainda.

Ficamos daquele jeito por horas, vezes conversando, vezes apenas aproveitando a companhia do outro em silencio, só nos levantamos para ir embora quando as luzes dos postes começaram a se acender e o sol já havia baixado completamente, depois disso, nós fomos embora, e eu só conseguia pensar em acordar mais um dia pra ter certeza de que não foi sonho, pra poder ver o Adrien mais uma vez, e repetir essa rotina de novo, de novo e de novo...

Spiderman
Quarto do Nino, 15 Horas e 15 Minutos

Adivinhem quem eu vi na pracinha ontem? Isso mesmo, o casal mais badalado de Paris - França, Marinette e Adrien, e não conta pra ninguem não, tá rolando um boato de que eles estão namorandinho, e cá um segredo entre nós, eles são Catnoir e Ladybug, então olha só, amor no pessoal e no profissional (não que a gente receba qualquer coisa por sermos super-heróis), e um Gato com uma Joaninha? Me é até nostalgico, da época onde a Felicia, quer dizer, a Gata Negra não sabia da minha idade real, foi bem desconsertante quando ela descobriu, não importa, eu tenho a Juleka agora, e mais importante, EU TENHO QUE IMPORTUNAR O ADRIEN SOBRE O NOVO NAMORO.

— Entãããão, Adrien, eu vi um certo par de pombinhos na praça ontem, não acha que eu mereço explicação? Eu, o seu amigo do peito, Peter Parker? - Disse, Nino riu da minha cara quando eu terminei a frase.

— Na real Peter, você era o unico que não sabia mano. - Nino disse e logo a seguir tomou um gole de seu refrigerante. - Já faz uma semana que os dois estão de namorico.

— Pera, o que? Por que? - EU IA ZOAR O MOLEQUE E FUI ZOADO DE LERDO? É ISSO MESMO PRODUÇÃO?

— Foi mal Pete, mas eu meio que sabia que você ia tentar tirar uma com a minha cara, então eu pedi pra todo mundo esconder de você. - ORA ORA, Então é assim....

— Não, de boa, os de verdade eu sei quem são, pelo menos eu não demorei um ano letivo inteiro pra ficar com a Juleka, diferente do Nino que mal conseguia falar perto da Alya de tão nervoso e do SENHOR PRINCIPE AGRESTE que só se tocou dos próprios sentimentos agora.

— OOOH, Que negócio é esse de jogar as coisas na cara? - Nino reclamou quase morrendo afogado em coquinha gelada, hmmm. - Mas de qualquer forma... Um ano... Logo vamos mudar de série.

— Adrien, pro Peter foi o que? Uns seis meses com a gente? - Acho que sim, eu não lembro, só sei que caí de paraquedas na turma.

— Tanta coisa aconteceu... - Digo pensativo, me lembrando de tudo que rolou até agora.

Ser atacado por um Akuma em Nova Iorque, vir pra Paris, conhecer a Ladybug e Catnoir, ficar a fim da Rose, me apaixonar pela Juleka, revelar minha identidade secreta pros meus amigos, lutar contra vários akumas diferentes, ser akumatizado... CARAMBA É VERDADE, O HARRY... Apesar de termos sido inimigos nos ultimos momentos dele, eu ainda lembro da época em que eramos quase inseparaveis, espero que agora ele esteja em paz... Até o caos de alguns dias atrás já está me dando saudades... Espero continuar com essa turma por um bom tempo ain...

— Por falar em mudar de série e tal... - Disse Nino. - Eu vou ir embora de Paris por um tempo.

—COMO ASSIM? - Foi um grito praticamente unissono entre eu e o Adrien. Dessa vez foi o Adrien que quase morreu com o refrigerante.

— Surgiu um... Intercambio... Vou ir pra Nova Iorque, ficar lá por um ano, talvez mais, eu não sei... - Ah não, e lá se vai toda a minha nostalgia e vontade de passar meu tempo com os amigos.

— Isso é uma... Uma... BLASFEMIA, O QUE NOVA IORQUE OU OS EUA TEM DEMAIS AFINAL? - Completamente indgnante, apesar que acho que vez ou outra eu devia pelo menos ir vistar a Tia May.

— Caramba cara, eu não sei nem como reagir. - Adrien diz, parecendo um pouco mais sombrio. - Mas se é isso o que quer, vá em frente. Quando vai?

— Essa segunda agora... Daqui a três dias... - Espera, isso é quando os Vingadores voltam pra lá, não me diga que.... Ah não, desculpa pessoal, falha minha, acho que eu posso ser o culpado por isso. - Dois amigos me indicaram pra esse curso, então a escola entrou em contato comigo e eu aceitei. - Nino disse se levantando para ir ao banheiro, agora, se eu ligar os pontos, "curso" é o treino nos states, né? Então "escola" é o Capitão, se um dos amigos sou eu... Quem é o outro? Quem mais poderia ter linkado o Nino com Steve Rogers?

— Tudo bem então, pelo menos a farra de Paris fica toda por nossa conta, né Adrien? - Eu disse enquanto Nino saia do quarto pro banheiro.

— Na verdade Peter. - Adrien começou quando já estavamos a sós no quarto. - Eu estou pensando em ir pros Estados Unidos tambem, talvez depois de o Nino ir. Vou ir pra Gotham.

— Espera, que? Por que? - AH NÃO VÉIO, OS MEUS AMIGOS QUEREM TODOS ME ABANDONAR.

— O Batman, no dia da batalha, ele conversou comigo a sós, tem algo que... Que eu quero confirmar por mim mesmo, vou ficar alguns meses lá, um ano no máximo, então acho que não vamos mais nos reunir assim durante um bom tempo. - MALDITO MUGUERÇO, POR QUE ESSAS REVELAÇÕES DRAMATICAS SÃO SEMPRE PERTO DO FINAL FELIZ?

— Mas e a Marinette? Vocês acabaram de descobrir um do outro! Acabaram de começar a namorar.

— Eu... Não tenho coragem de contar pra ela... Não conte você tambem, talvez seja pior se ela souber por outra pessoa. - Gato medroso, covarde, ai que vontade de fofocar...

Nino volta depois de um tempo com mais uma rodada de refrigerante pra gente.

— Nino, como você vai fazer com a Alya? - Adrien perguntou assim que o garoto voltou a se sentar em seu lugar.

— Relaxa mano, eu já conversei com ela, estamos na era da comunicação, vamos dar um jeito, celular, chamada de video, sinal de fumaça, eu só sei que não pretendo parar de falar com ela, e ela já disse que vai me esperar.

Adrien e eu nos entreolhamos, infelizmente, aquele dia conversando com os amigos tambem acabou, e a vida tem que continuar...

Aeroporto Internacional de Paris, as 10 Horas em Ponto.

Segunda feira infelizmente chegou mais rápido do que eu gostaria, e por fim, era hora de nos despedirmos de Nino, um suposto professor veio busca-lo mas eu o identifiquei como Steve Rogers de boné, óculos e bigode, claramente o MELHOR disfarce possivel, notem um tom de sarcasmo em meus pensamentos, mas ainda assim, de forma muito conveniente, ninguem alem de mim percebeu.

Estavamos todos lá no Aeroporto, a turma toda, Juleka e eu permaneciamos perto de uma Alya sorridente mas que tremia sempre que Nino se distanciava um pouco mais, achamos que seria melhor não nos afastarmos muito pra caso, sei lá, ela tenha um treco, Adrien e Marinette devem ter tido a mesma ideia, por que Marinette abraçava o ombro da amiga como se quisesse evitar que ela se jogasse no chão aos prantos e soluços de repente.

Mas enfim, havia chegado a hora de partir.

— Então galera, é isso aí... Nos veremos em um ano, tenho certeza que vai passar mais rápido do que imaginam. - Ele disse sorridente, mas dava pra notar um pouco de tristeza em sua voz, era claro que ele não queria deixar tudo pra trás, acho que talvez esteja até com medo, afinal, durante um ano ele vai ter que viver em um lugar que nunca nem sequer visitou, com pessoas que ele nunca viu antes.

—Se cuida cara. - Disse Adrien, os dois apertaram as mãos, e logo em sequencia todos da sala fizeram o mesmo.

— Seja o que for que te acontecer lá mano, lembra que a gente ta te esperando aqui, mas eu não vou esperar muito não, se 365 virar 366 ou 367 eu arrumo um novo melhor amigo DJ no mesmo segundo - Eu disse dando um aperto de mão em Nino, depois virou um abraço, Adrien e Marinette tambem se juntaram.

— Se cuida Nino. - Disse Marinette.

—Relaxem, eu ainda vou tocar nos aniversários e casamentos de todos vocês. - Ele falou rindo depois do abraço.

Alya foi a ultima, eles se olharam por um tempo, e então se deram as mãos, de frentes um para o outro, encaravam o fundo dos olhos um do outro.

— Então... - Começou Nino. - Eu te amo.

— Sério? Só isso? Idiota. - Ela disse puxando ele pra um beijo, as mãos se soltaram e logo eles se abraçavam sem desgrudar os labios e por fim, apenas um abraço silencioso. - Eu tambem te amo.

— Eu não quero soltar. - Ele falou, não dava pra ver seus olhos por causa do boné, mas algumas gotas escaparam pela haste do oculos, Nino estava chorando. - Eu amo todos vocês...

— Você vai perder o voo. - Alya disse, se afastando, interrompendo o abraço. - Nós não vamos a lugar nenhum. - A ruiva sorriu e então nós vimos nosso amigo ir e sumir depois do portão de embarque.

Quando Nino já estava fora de vista, Alya finalmente "derreteu", em menos de dez segundos depois do namorado passar do portão de embarque nós ouvimos os joelhos dela baterem no chão e um choro que começou com um soluço gradualmente aumentar. Marinette, Juleka e algumas das outras meninas foram ajudar ela, enquanto esporadicamente dava pra ouvir palavras como "Nino" ou "Não queria", basicamente o mesmo que todos pensavamos, mas ninguem quis falar pra não atrapalhar o Nino "Não queriamos que o Nino fosse". Adrien estava mais sombrio ainda, ao perceber os efeitos que uma partida teria, acho que agora ele tem menos coragem ainda de contar pra Marinette.

O Capitão antes de ir embarcar tambem me chamou em um canto, discretamente eu o segui.

— Não se preocupe, eu vou cuidar bem dele, alem disso se você e o Sr Wang o indicaram, então eu acho que ele deve ser duro na queda. - Disse o Capitão Rogers, ou eu deveria dizer Rodriguez, sei lá, aquele bigode falso deixa ele muito com cara de Rodriguez.

— Ele é, é meu amigo afinal de contas, só devolve ele inteiro tá? Tem gente que vai sofrer muito caso alguma coisa aconteça. - Eu disse olhando pra Alya e o grupo de colegas em volta dela.

— Relaxa, ele vai voltar mais triunfante do que foi.

Depois que ele foi embora, nós fomos tambem, Juleka e eu nos separamos do resto do grupo, fomos a mesma praça no qual encontramos Marinette e Adrien no outro dia, compramos sorvete e então nos sentamos para toma-los.

— Eu fico triste pelo Nino e pela Alya, mas eu fico feliz de não ter sido nós dois. - Juleka disse depois de um tempo. - Você está bem? Ele é seu amigo.

— Eu estou bem... Ju... Eu vou ficar com você enquanto você me suportar. - Eu disse e então dei uma dentada no meu sorvete que congelou meu cérebro. - Ai...

Ela riu e beijo minha testa, os labios dela estavam gelados por causa do sorvete.

— Então vai estar sempre comigo. - Ela sorriu.

Catnoir
Mansão Agreste, 12 Horas e 10 Minutos

Marinette havia ido pra minha casa depois de sairmos do aeroporto, acho que essa pode ser a minha melhor chance de contar pra ela sobre a minha viagem, isso é, se eu conseguir tomar coragem, eu vi como a Alya ficou depois que o Nino se foi, será que eu consigo fazer o mesmo com ela agora? Não quero que ela sofra de maneira nenhuma, mas eu tambem sinto que estou apenas me protegendo, estou sendo egoista, eu tenho que falar...

— Marinette. - Ela olhou pra mim, esperando o que eu ia dizer. - Está com fome?

— Ah não... - Bem, eu poderia acreditar se o estomago dela não roncasse.- Um pouco...

Nós rimos enquanto eu a pegava pela mão e a guiava até a cozinha, deixamos os Kwamis no quarto, acho que era a primeira vez que eles podiam interagir abertamente desde que eu e a Marinette nos tornamos portadores. Marinette mexia na geladeira, enquanto isso eu a observava, eu queria poder só ficar com ela assim pra sempre, sem Miraculous, sem luta contra o mal... Bem, isso é impossivel agora, mas quem sabe no futuro? Quando o mundo não precisar mais da Ladybug e do Catnoir.

— Tem alguma coisa te preocupando? - Ela disse depois de terminar de pegar tudo o que queria para fazer um sanduiche. - Se quiser pode me contar.

— Ah, é que... - Eu vou até ela e começo a ajuda-la, montando os lanches em um prato, evitando olhar em seus olhos. - Eu estava pensando... Não seria tão mal, se passassemos a vida assim.

— Assim como?

—Juntos, comendo sanduiche, saindo em encontros, dando rolê com os amigos, Adrien e Marinette, o casal, vivendo tranquilamente em Paris. - Logo que eu terminei de falar, notei que ela tambem não respondeu imediatamente, não queria olhar pra ela por medo de ela estar me encarando ou mandar eu "parar de ser frouxo" ou algo assim.

— Que fofura Adrien, mas eventualmente as coisas vão mudar. - Ela ri quando finalmente a olho um pouco assustado. - Nós vamos ficar adultos, aí não vamos ter mais tempo de ficar passeando, mas acho que "Adrien e Marinette, o Casal, vivendo tranquilamente em Paris" é uma boa ideia. Vamos aproveitar o maximo de encontros que pudermos, sim?

— Claro... - Acho que não vou conseguir contar no fim das contas...

O tempo passou e eu sofri calado, não deu pra tirar ela do pensamento, eu ia dizer que ia partir, mas não consegui afinal de contas, já passavam das 14 horas quando ela resolveu ir pra casa, se despediu com um "Nos vemos na escola amanhã, certo?" eu só consegui sorrir e concordar, mas eu sabia que não era verdade, por que eu sou um covarde quando as coisas importantes deveriam ser ditas? Enfrentar vilões e quase morrer? GG Easy, falar sobre coisas que importam pro meu relacionamento? Get Good, mas eu não consigo.

O dia seguinte chegou no que pareceram minutos, o carro que me levaria ao aeroporto já me esperava do lado de fora da Mansão, eram 5 da manhã, ainda nem tinha clareado, mas era melhor assim, sem ninguem ver, Nathalie se aproximou da janela do passageiro.

— Te vejo em Gotham, Nathalie? - Eu perguntei, ela agora estava cuidando da maioria das coisas por mim... Mais ou menos como era quando meu pai estava aqui, só que agora por meus proprios pedidos.

—Naturalmente, eu só vou terminar de instruir os novos empregados que vão cuidar da casa em sua ausencia. Deve levar... Uma semana. - Ela disse consultando sua prancheta.

— Legal, até lá então. - Depois disso ela foi falar com o motorista e acenou pra mim quando o carro começou a se mover. - É, pode levantar o vitrô por favor? Eu acho que quero um pouco de privacidade aqui atrás.

O motorista o fez, eu não queria que ele ouvisse caso eu precisasse falar com o Plag, ou caso eu tomasse coragem de ligar pra Marinette na ultima hora, enfim, eu só queria me sentir o mais sozinho possivel, pra pensar se tudo que eu estava fazendo valia mesmo a pena. Suspiro, eu vou sentir falta de Paris, dos meus amigos, da minha Lady.

— Tem certeza de que não vai deixar nem um bilhetinho? - Perguntou Plag saindo de minha mochila, em um angulo que não dava pra ver pelo retrovisor.

— Eu deixei, o que acha que eu estava fazendo a noite toda?

— Eu sei lá, você só se transformou do nada e saiu, eu não sei o que se passa na sua cabeça. - Mas eu sei o que se passa na sua, e é fedorento.

— Bem Plag, acho que por um tempo seremos só nós dois... Vamos lá...

Para Gotham...

Ladybug

Mansão Agreste, as 18 Horas em ponto

Eu não entendi, a Nathalie me ligou e disse que tinha haver com o Adrien, quero dizer, já era bem estranho o fato de ele não dar sinal de vida algum desde ontem, mas quando finalmente dá, nem é pessoalmente? O que está acontecendo Adrien... É o que estava de preocupando ontem?

Ela me guia até o quarto dele, está tudo apagado e os lençóis cobrem os móveis, como se fosse ficar desabitado por muito tempo, juntando poeira, em cima da mesinha de centro em frente ao sofá tinha uma pequena caixinha de joalheria e um bilhete por baixo, eu olhei para Nathalie e ela acenou positivamente com a cabeça.

Peguei a caixinha e o bilhete: "Para minha Joaninha, Olhe para a torre."

A torre? Obedeço, lá estava ela, brilhante, imponente mesmo vista através da janela do quarto do Adrien, mas havia algo a mais, letras em Neon brilhavam em um angulo que parecia planejado pra ser visto dessa janela: Por favor me espere... Do seu Gato favorito.

— Ele tambem pediu pra eu te entregar isso. - Disse Nathalie me entregando uma carta, ela então saiu e encostou a porta do quarto, como se quisesse me dar privacidade para ler.

"Oi Marinette, eu sei que está confusa, provavelmente brava tambem... Bem... Tem uma coisa que eu tenho que fazer, e só eu posso fazer, eu espero que você possa me perdoar por partir de repente e sem avisar, se possivel, peça desculpas ao Peter por mim tambem e não fica bravo com ele, eu pedi para que ele não te contasse.

Acontece que durante a batalha, eu soube de algo relativo a mim e eu simplesmente tenho que descobrir se é verdade, não sei quanto tempo vai demorar, então eu estou te dando isso, na caixinha tem um anel de noivado, eu sei, é bem precipitado, ainda mais na nossa idade, mas... Não tem outra pessoa pra quem eu gostaria de dar algo assim... Então...

Me espere, se possivel, é claro. Use o anel se aceitar e ainda quiser esperar até eu voltar, se não, bem, pode jogar fora, eu vou entender, afinal eu sei que deve estar bem decepcionada comigo agora. No entanto, meus sentimentos por você são reais, eu te amo, muito, então quando eu voltar, se tiver aceitado estaremos noivos, e então só precisaremos esperar ter a idade certa pra firmarmos nossos compromissos um com o outro, mas se você quiser simplesmente fugir e casar escondido por mim tudo bem tambem.

Desculpe... Eu te amo.

Com amor: Adrien Agreste"

Eu abro a caixa e lá está, o anel com um bonito diamante, discreto mas elegante, eu não sei bem o que fazer, eu quero aceitar, simplesmente pegar o anel e colocar no dedo, mas... Eu estou um pouco assustada.

— Vamos Marinette. Você não ama ele? - Tikki saiu de minha bolsa, flutuando em entre meu rosto e o anel.

— Amo... Eu amo mas... - Tikki ri, e em seguida flutua até perto do anel.

— Faça o que seu coração mandar. - Ela diz. - Eu tenho certeza que vai dar tudo certo.

Eu aceno com a cabeça, e então, coloco a aliança no dedo... Então... Por favor Adrien.... Volte, nós estamos todos esperando...

E eu fiquei, ali, sentada no sofá dele, sozinha.

Narração
Alguns dias Atrás em um Parque de Paris, as 10 Horas e 10 Minutos

—Muito bem pessoal, se juntem. - Dizia um garoto magro de camisa social e cabelos castanhos enquanto esticava o braço o máximo possivel para sua camera enquadrar a todos os amigos.

— Calma aí Peter, deixa eu só... Alcançar ali o meu boné. - Um garoto de pele morena óculos pedia, afinal, dificilmente ele era visto sem usa-lo.

— Nino, sossega. - A ruiva tentava controlar o namorado, todos queriam que a foto saisse perfeita.

— Relaxa cara, seu cabelo não está ruim. - O loiro tentava tranquilizar o amigo. - Não é pessoal?

— Pete, e a maldição da foto? - A menina de mechas lilazes perguntava receosa ao namorado.

— Ju... Não existe maldição da foto, e você está linda, então vem cá, cola mais em mim.

— É Juleka, não se preocupe, alem disso nós já quebramos essa maldição, não é? - Por fim a menina asiatica de marias chiquinhas marcava presença. - Vai ficar tudo bem.

— TÁ, Todo mundo pronto então? Digam xis. - E então a foto foi tirada.

Nela, seis amigos sorridentes reunidos, prontos para encararem o futuro por que tinham certeza de que não importava onde estivessem o destino sempre os colariam próximos uns aos outros. Na foto eles pareciam mais vivos que nunca, da esquerda pra direita: Peter Benjamin Parker segurando a camera e sua namorada Juleka, Nino e Alya o alegre casal que dava cor ao grupo e então, mais a esquerda no fundo, os timidos Marinette e Adrien cujo o qual o namoro havia acabado de começar.

Seis amigos, cada um com seu destino, mas essas são outras histórias, essa é sobre amor e amizade e por trás de mascaras, mas agora que elas caíram, só nos resta nos despedirmos e esperarmos até o dia em que voltaremos a ve-los.

Como disse Alya: Nós não vamos a lugar nenhum.

Obrigado por ler S2


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Notas finais do capítulo

Nos vemos na sequencia S2



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