Eles por ela e ela por gatos escrita por Airi


Capítulo 7
Rir é o melhor remédio nessas horas


Notas iniciais do capítulo

O que eu disse? Que não ia demorar a postar, bati meu recorde nessa fic heim? hahahaha, mas eu sinto lhes dizer que não vou termina-la tão cedo, porque é mais comprida que eu tenho 'o', sem brincar! hahaha, esse foi o meu segundo projeto de historia, antes mesmo de conhecer o Nyah! :*
Bom, boa leitura ai e até o proximo capitulo que sairá rapidinho tambem *-*



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Minha avó me forçou a sentar junto com meus amigos e saiu da cozinha, para nos deixar mais a vontade, mas eu estava quase surtando! Aquelas olhadas suspeitas, os risinhos e o meu silencio constrangedor me mostravam que isso não ia prestar, não com Serafim ainda em forma humana!

– Então Amélia – Thais começou – Porque veio para cá? É um pouco longe da nossa casa, sabe o duro que demos para chegar até aqui?

Após terminar a frase Thais olhou de canto para Vinicius que parecia desconfortável com a situação, como se não quisesse estar ali, mas foi essa pergunta que não me saiu da cabeça ainda, o que ele esta fazendo na casa da minha avó junto com as meninas? Elas sabem muito bem que ele é o ultimo ser na face da Terra que eu queria ver e vim pra cá justamente para ficar bem longe e elas me aprontam essa?

Sem muito o que fazer, tentei voltar ao normal enquanto pegava um pão.

– Thais, minha avó mora aqui longe, não posso ficar um pouco com a minha família? Afinal, são férias amiga! – comentei animada

– São férias, por isso mesmo – Amanda interrompeu – Você deveria estar com a gente, saindo e fazendo varias coisas. Amélia, você já tem 16 anos – brigou

– Ah, qual é o problema de querer ficar com a família? Eu só tenho 16 anos Amanda, nem vêm – tornei a responder, normalmente, rindo um pouco

– Achei que era porque você queria esquecer o Vinicius – Angelina disse ingênua

– Angelina! – Fernanda rosnou, tampando a boca dela – Isso é coisa que se fale tão explicitamente!

– Só estou falando a verdade – ela disse baixo, tirando a mão de Fernanda – Não precisamos esconder os fatos que todos sabem

– Isso é vergonha alheia menina! – Fernanda continuou

– E não é problema meu

Na verdade Angelina tinha razão, mesmo sendo rude esse era o seu jeito. Ela dizia a verdade doesse a quem doer, seu jeito rude já tinha me acordado de todos os sonhos possíveis e impossíveis, mas se eu viessem com um sonho de “gatos, outras dimensões e magia” ela provavelmente diria que além de louca eu sou retardada. Mas dessa vez não é sonho não é mesmo?

O silencio rodou a mesa enquanto eu pensava e só depois de um tempo Thais voltou a tagarelar, mudando de assunto completamente, falando de uns 4 meninos que queriam ficar com ela, típico. Amanda e seus olhos enormes de tanta curiosidade ainda não queriam admitir que ela estava louca para saber como era e mal esperava a próxima palavra de Thais, as vezes até cortava com uma pergunta discreta, mas nós sabemos que o primeiro beijo dela está guardado a sete chaves e nem o príncipe encantando poderia roubar, se ele não atinge as expectativas dessa menina seria, nada feito.

Angelina continuou com seu mau humor, apenas escutando as palavras de Thais sem muito interesse, daqui a pouco ela estaria olhando para o teto, com a boca um pouco aberta e entraria em estado “Alfa”, onde nem mesmo o sermão do papa a traria de volta e Fernanda como sempre estava procurando uma brecha na conversa para entrar e comentar do menino que ela tem um rolo a mais de 3 anos.

Alias, não sei o que é pior, eu gostando do Vinicius e não ser correspondida ou ela, que está com um menino há três anos no “vai não vai” e ter se apaixonado por ele. Acabou que só eu comi enquanto todos caiam na gargalhada com os micos de Thais, nada mudou. E isso é bom. Apesar de estar um pouco incomodada com a presença de Vinicius não falei nada, um lado meu está muito feliz por vê-lo, mesmo querendo sair por ai que nem um Japonês louco matando todo mundo.

E era assim, minha vida escolar, em grupo, sempre fora assim. Uma seria, a outra avulsa, uma pegadora, a outra metida a popular, um menino meio neutro e eu, a que não se encaixa em nada, mas achou eles.

Me levantei da mesa e os chamei para ir até a sala, não antes de passar por um mar de gatos, onde cada um pegou um no colo e Missy veio atrás de mim, miando, um pouco mais animada que nos outros dias.

– Hey! Você apareceu – disse meiga, me abaixando

– Quem é essa ai?

Escutei a voz de Vinicius.

– Ah – disse um pouco tímida – Essa é a Missy, a minha favorita, está sempre comigo quando venha pra cá

– Olá Missy – ele disse um pouco nervoso estendendo a mão para ela

Missy pareceu ter gostado dele, já que foi pedir carinho.

– Vendida – disse baixo

– Como?

– A Missy, adora um carinho

Quando dei por mim estávamos os dois rindo no corredor, e detalhe, sozinhos. Missy saiu depois que recebeu o carinho e entrou na sala, que estava com a porta aberta. Segui os mesmos passos, me levantei e fui até a sala, chamando Vinicius.

As meninas já estavam lá, que nem crianças olhando todas as antiguidades que minha tia tem, de telefone a brinquedos de 1900 de bolinha.

– Amélia! – Thais gritou do outro lado – Isso aqui é um vestido?

– E isso? – Amanda falou animada – É um livro de historia de 1965?

– Meu deus! – Fernanda disse – Achei um LP!

– E eu! – Angelina complementou – Achei uma balinha

– Nossa, parabéns Angelina – comentei, rindo – Meninas, parem de mexer nessas coisas velhas, vai levantar poeira

– Não seja chata, eu vivo no mundo moderno – Amanda retrucou – Essas antiguidades são maravilhosas, porque nunca me trouxe aqui?

– Porque eu não fico trazendo amigos pra casa da minha avó! – conclui

– Mentira! Eu vim uma vez – Angelina disse em súbito, saindo debaixo da mesa – Quando a gente foi para a praia, lembra?

Amanda colocou as mãos na cintura e ficou me olhando com seu olhar fulminante, mas Angelina tinha se esquecido de um pequenino detalhe que comentei enquanto me sentava no sofá.

– Mas foi porque tínhamos que passar aqui pra pegar a chave do apartamento, lembra? – rebati

– Ah, é mesmo – ela lembrou – Tudo bem, então formalmente você nunca trouxe ninguém

O olhar de Amanda mudou no mesmo instante e ela voltou a olhar as outras coisas antigas, se animando.

– Assim está melhor, alias, bem melhor – concluiu

Depois de alguns minutos Thais desistiu por conta de sua alergia e se sentou ao meu lado, olhando novamente para Vinicius que estava junto com Amanda a ajudando a procurar algo.

– E então? – ela começou

– O que? Nem vem Thais, o que eu disse pra você no telefone? – rosnei – Que eu estava tentando esquecê-lo e queria ficar sozinha e você vem com todo mundo e trás ele junto? Tá querendo me matar do coração menina!

– Calma Mê – rebateu manhosa – Se trouxe ele é por um bom motivo

– Ah, então me avisa, porque estou prestes a cometer suicídio

– Não é pra tanto vai

Fiquei quieta a olhando e fechando a cara, mas Thais pareceu não se abalar, o que significava que ai tinha coisa e das grandes, ela sempre foi fã de nós dois juntos, até mesmo quando eu não gostava dele.

– Ele queria falar com você – ela disse um pouco mais seria – Só não me pergunte o que Amélia, ele me ligou a uns dias perguntando de você e me pediu ajuda para encontrá-la

– To falando que to parecendo uma foragida da policia – comentei

– Não é nada disso, estávamos preocupadas também, por isso quando soube onde você estava, graças a sua mãe, vim logo te ver e trazer as meninas junto.

– O Vinicius podia ter me ligado, sei lá, essa parte de aparecer de surpresa foi horrível

– Se tivéssemos ligado não demorava muito pra você sair ou inventar uma desculpa, te conheço...

É verdade. Eu ia mesmo fazer isso. Mas...

– AHHHHHHHHHHHHH

Escutamos um grito vindo de longe, fora da sala.

– O que? O que aconteceu? – perguntei assustada, olhando para Thais

– É a Fernanda – Angelina disse aparecendo novamente

– A onde ela está? – perguntei

– Ela saiu da sala, disse que ia te fazer uma surpresa

– Essa não...

Quem aposta comigo que ela subiu? E que viu Serafim? E que estou ferrada? Ah, se ele fez alguma coisa para a Fernanda, eu juro que...

– Vai ficar ai parada? – elas perguntaram – A casa é sua, vai lá

– Cadê a minha avó? – perguntei por segurança

– Ela disse que ia fazer algumas coisas com a sua tia no banco, não sei direito

– Ótimo, fiquem aqui, eu já volto

– Precisa de ajuda? – Vinicius perguntou indo atrás de mim

– Não, fique aqui – disse seria – nenhum de vocês suba, entendeu?

O medo era tanto que todos eles concordaram e eu sai de lá, fechando a porta e subi correndo as escadas, vendo a porta do meu quarto aberta e Fernanda deitada no chão. Me aproximei, vendo que ela estava dormindo, parecia não ter nenhum tipo de marca no pescoço ou qualquer outra evidencia de machucado.

Olhei para dentro do quarto onde vi o meu suspeito. Serafim estava sentado, com rosto de anjinho e a cabeça um pouco inclinada, mexendo as orelhinhas umas duas ou três vezes e com a cauda bem agitada. Os olhos arregalados dizia que ele tinha se assustado.

– O que foi que você fez seu gato safado? – disse o acusando

– Nem olhe pra mim – ele disse calmo levantando os braços – Sou inocente juíza – ele terminou meio irônico

– Não venha com piadinhas – continuei – Porque Fernanda está aqui, caída no chão?

– Você me disse para não fazer nada, então fiquei aqui esperando meu café da manhã que não apareceu...

Ah, eu tinha me esquecido disso.

– ...então a porta se abriu e eu pensei que era você, mas ao invés disso apareceu essa menina que me olhou por um longo tempo e começou a gritar, eu me assustei e então fiz ela dormir para não levantar suspeitas

– AHÁ! – apontei para ele, o acusando – Você fez algo então...

– Nada que fosse para machucá-la, então não vem me acusando Amélia – ele disse se virando

– Não quero nem saber, você fez e pronto.

– Estou com fome, irritado e entediado. O que está acontecendo? – ele perguntou confuso

– Meus amigos apareceram de surpresa e...

– MEUS DEUS, o que é ISSO!

Fui interrompida por um grito agudo e feliz de Thais que estava atrás de mim.

– Thais? – me virei falando assustada – Eu não mandei você ficarem lá embaixo

– Você estava demorando e vim ver o que tinha acontecido, meninaa, quem é esse ai? – perguntou curiosa

– Serafim - ele respondeu calmo, acenando

– Cala a boca – disse baixo, me virando – Thais, desce, por favor

– E deixar você sozinha com esse pedaço de gente? Mas nem morta! Era por isso que não queria ninguém incomodando? Estava tentando esquecer o Vini do jeito certo amiga! – completou feliz

– Como? Não perai Thais – tentei explicar, enquanto ela entrava no quarto – Ele não é.. perai, você não se assustou com as orelhas dele?

– Ah, Amélia, sabe que eu amo tanto essas coisas japonesas quando você, é obvio que o seu amigo também né? Eu amei essas orelhinhas, eles faz cosplay? Serio, muito show! – ela continuou – Olha, eu sou a Thais, muito prazer.

Como Thais estava de costas para mim pude dizer a única frase que serviria de aviso para Serafim “Você esta morto, gato imbecil”, enquanto ele olhava confuso para Thais que estava com a mão estendida para ele. Fiz um gesto para ele fazer o mesmo que ela e foi o que ele fez.

– São amigos há quanto tempo? – perguntou curiosa

– Alguns dias – ele disse incerto

– A onde se conheceram?

– Aqui mesmo – ele respondeu sincero

– No bairro?

– Não no quintal

Thais riu.

– Amélia, seu amigo é muito engraçado, mas... – ela fez uma pausa, olhando para as orelhas dele - ...eu quero experimentá-las também!

Ela disse animada, pulando em cima dele, tentando pegar as orelhinhas, mas após algum tempo as puxando e vendo o desespero de Serafim que gritava por socorro, Thais começou a cair em si e parou, um pouco confusa.

– São...de verdade?

– Claro que são! – ele disse irritado – Achou que fossem de brinquedo?

– É...e não era pra ser? – ela voltou a perguntar, curiosa – Amélia, o que tá acontecendo aqui?

– Serafim – falei alto, brava – Faça ela dormir, agora!

Thais parecia não entender muito bem o que eu pedia a ele, mas em um movimento rápido e eficiente Serafim se aproximou de Thais a puxando para perto dele e colocando as mãos nos olhos dela e logo depois ela adormeceu nos braços dele.

– Quantas pessoas estão aqui? – ele perguntou preocupado

– Ainda tem mais três, minha avó e minha tia não estão. Por acaso você sabe... apagar memórias

– Sei...mas não estou gostando do seu olhar Amélia – ele disse ainda preocupado – No que está pensando?

– No mesmo que você, venha! – disse rápido, o puxado

Conclusão, fiz todos dormirem! Isso mesmo, coloquei todos deitados no sofá e pedi para serafim apagar a memória deles, que não tiveram uma boa reação quando o viram, principalmente Angelina que ainda disse “Mas que droga é essa?”, apontando para ele. Com a memória de todos eles apagada o trabalho estava finalmente completo.

Me sentei no chão e Serafim ficou no braço da poltrona, me olhando, cansado.

– Me deve uma...

– Eu sempre devo, que diferença faz?

– Que amigos mais curiosos que você tem. Mas até que essa Thais não é feia... – ele disse meio pensativo

Cortei o barato dele na hora com um pisão bem dado no pé dele.

– Longe das minhas amigas, entendeu? – disse irritada

– Se não parar de me machucar eu vou ficar roxo – ele rebateu com outra coisa

– Não foge do assunto

Nesse momento eu estava de pé, bem próximo a ele com o dedo no nariz dele. Serafim respirou fundo, tirou o meu dedo e me afastou, passando a mão nos meus cabelos como se eu fosse uma criança.

– Até que você fica engraçadinha brava – comentou rapidamente

E começou a rir, como eu nunca tinha o visto rir antes. Parecia estar mesmo se divertido com tudo aquilo. Mas logo ele se afastou, me lembrando que a distancia entre nos era boa e foi só eu me virar que escutei alguém me chamar.

– Amélia?

Uma voz sonolenta disse.

– Acordou? – perguntei preocupada, olhando Vinicius

– Nossa – ele disse se levantando – Que gatinho branco bonito

Me virei e vi Serafim atrás de mim, em forma de gato, lambendo sua pata. A transformação aconteceu bem depois do esperado, mas veio em boa hora

– Vocês dormiram heim! – disse calma, me sentando no sofá novamente

– Estranho, não me lembro de estar com sono – ele disse meio confuso

– É né? Mas o tempo voa...

Nos olhamos por um longo tempo. Fazia tempo que eu não ficava assim com ele, quieta, sem preocupações. Mas ultimamente ele tinha sido a maior deles, tirando Serafim é claro. Sem perceber senti a mão de Vinicius pegar a minha e olhei para a cena, um pouco assustada.

– Preciso te contar uma coisa – ele disse mais serio – Por isso vim aqui...

– Ah, o que é? – perguntei curiosa

O silencio dele estava fazendo meu coração bater tão forte que eu achei que era possível escutá-lo da distancia que ele estava de mim. Começou aquela tremedeira, as borboletas no estomago e tudo isso porque ele disse que queria me contar uma coisa. Mas o que seria? Eu não fazia a mínima idéia e isso está me matando!

Mas antes que ele abrisse a boca, Thais e Fernanda acordaram e nos olharam meio atordoadas, fazendo Vinicius desistir completamente de falar o que queria e começar a falar com elas. Chateada, não o forcei na frente das meninas a falar o que queria, apenas comecei a falar com as meninas também e inventar uma desculpa.

Eles ficaram lá até a hora do almoço, almoçamos no shopping e finalmente tinha chegado a hora de eles irem embora, já que iam de metro e ônibus e não podiam voltar quando estava a noite.

Nunca pensei que eles me cansariam tanto em um dia. É, amigos tão trabalho sim.

– Bom, apesar da soneca, foi divertido ter visto vocês – disse sincera

– É amiga, vê se volta logo! – Thais disse meio triste, me abraçando

– Por favor, não nos deixe sem noticias sua bobona – Fernanda veio, também me abraçando

– É, vê se aparece ou liga, sei lá – Angelina disse com seu típico tom, me abraçando

– Tchau – Vinicius disse de longe, acenando para mim

Que fiz o mesmo em resposta.

– Amélia – Amanda se aproximou, preocupada – Estou preocupada com você, o que você está escondendo?

– O que? Nada Amanda, o que está falando? – disse meio nervosa, sorrindo falsamente

– Eu sei..eu sei... – ela disse calma me abraçando – Até mais...

E assim eles foram embora e o resto da tarde. Bom, dessa vez fiz diferente, fui andar de bicicleta, para pensar um pouco nas coisas que eu tinha que fazer ou pensar e agora eu precisava pensar em Vinicius, urgentemente.


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