O Primo perdido escrita por Paula Mello


Capítulo 7
O Bicho Papão e o Hipogrifo




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O próximo tempo era de Defesa contras as artes das trevas, O Prof. Lupin não estava em sala quando Hydra chegou.  Hydra encontrou um lugar na frente e se sentou com Alícia e Angelina. Os demais alunos também se sentaram, tiraram das mochilas, os livros, penas e pergaminho e estavam conversando quando o professor finalmente apareceu.

Lupin sorriu vagamente e colocou a velha maleta surrada na escrivaninha. Estava malvestido como sempre mas parecia mais saudável do que no dia do trem, como se tivesse comido umas refeições reforçadas

— Boa-tarde – cumprimentou ele. – Por favor guardem todos os livros de volta nas mochilas. Hoje teremos uma aula prática. Os senhores só vão precisar das varinhas.

Alguns alunos se entreolharam, curiosos, enquanto guardavam os livros. Nunca tinham tido uma aula prática de Defesa Contra as Artes das Trevas antes, a não ser que você conte uma encenação de um dos livros de Lockhart como aula prática.

— Certo, então – disse o Prof. Lupin, quando todos estavam prontos. – Queiram me seguir.

Intrigados, mas interessados, os alunos se levantaram e o seguiram para fora da sala. Ele levou os alunos por um corredor deserto e virou num canto

— Entrem, por favor – disse ele, abrindo a porta e se afastando para os alunos passarem. A sala dos professores, uma sala comprida, revestida com painéis de madeira e mobiliada com cadeiras velhas e desaparelhadas, estava vazia.

— Agora, então – disse o Prof. Lupin, chamando, com um gesto, a turma para o fundo da sala, onde não havia nada exceto um velho armário em que os professores guardavam mudas limpas de vestes. Quando o professor se postou a um lado, o armário subitamente se sacudiu, batendo na parede.

"Não se preocupem", disse ele calmamente porque alguns alunos tinham pulado para trás, assustados. "Há um bicho-papão aí dentro."

Muitas pessoas olharam espantadas para o professor, Jeniffer soltou um gritinho de terror e Alícia pareceu extremecer toda.

— Bichos-papões gostam de lugares escuros e fechados – informou Lupin. – Guarda roupas, o vão embaixo das camas, os armários sob as pias... eu já encontrei um alojado dentro de um relógio de parede antigo. Este aí se mudou para cá ontem à tarde e perguntei ao diretor se os professores poderiam deixá-lo para eu dar uma aula prática aos meus alunos dos terceiro ano e uma revisão para os alunos doquinto ano.

Acho que já devem ter aprendido no terceiro ano sobre Bicho papão, certo? Alguém pode relembrar para a turma o que é um bicho papão?

Hydra levantou a mão, ela sabia muito bem o que era um bicho papão, seu primeiro e único encontro com um não foi nada agradável.

— É um transformista – respondeu Hydra. – É capaz de assumir a forma do que achar que pode nos assustar mais.

— Excelente, Senhorita?– Disse Lupin entusiasmado

— Malfoy – Informou Hydra.

— Ok, excelente, Senhorita Malfoy! – disse ele, sorrindo - Então como vocês sabem, o bicho-papão que está sentado no escuro aí dentro ainda não assumiu forma alguma. Ele ainda não sabe o que pode assustar a pessoa que está do lado de fora. Ninguém sabe qual é a aparência de um bicho-papão quando está sozinho, mas quando eu o deixar sair, ele imediatamente se transformará naquilo que cada um de nós mais teme. "Isto significa", continuou o Prof. Lupin, , "que temos uma enorme vantagem sobre o bicho-papão para começar." E como esse ano iremos revisar esse assunto do terceiro ano, resolvi que vocês deveriam também ter uma chance de ter essa aula prática – Alguém pode lembrar a turma o feitiço que repele um bicho papão?

Hydra levantou novamente a mão.

— Senhorita Malfoy?

— Riddikulus – Para o feitiço funcionar, você precisa dizer o feitiço e pensar em algo que faria a coisa que você tem medo se tornar cômica, a risada é o que acaba com ele – Disse Hydra muito séria, ainda lembrando da sua última experiência com o bicho papão.

— Muito bem senhorita Malfoy! – Exclamou o Professor – Gostaria de ser nossa primeira a tentar o feitiço na prática? – Hydra demorou para responder, não queria que todos soubessem que seu maior medo era seu pai, mas decidiu aceitar.

— Antes de mais nada – Disse Lupin – Quero que todos repitam comigo – Riddikulus

— Riddikulus – repetiu os alunos.

— Excelente!

O armário mexia fortemente e Lupin colocou Hydra de frentre para ele.

— Quando o bicho-papão irromper daquele guarda-roupa, e vir você, ele vai assumir a forma do seu maior medo. E você vai erguer a varinha... assim... e gritar "Riddikulus"... e se concentrar com todas as suas forças no que faria seu maior medo se tornar cõmico, pense um pouco e me diga quando estiver pronta.

Hydra pensou em seu pai usando roupas femininas de trouxa e soltou uma risadinha.

— Acho que está pronta, certo? – Disse Lupin ansioso e Hydra confirmou com a cabeça que sim.

— Se ela acertar, o bicho-papão provavelmente vai voltar a atenção para cada um de nós individualmente. Eu gostaria que todos gastassem algum tempo, agora, para pensar na coisa de que têm mais medo e imaginar como poderia fazê-la parecer cômica...

A sala ficou silenciosa e Hydra se concentrava mais ainda no que deveria fazer a seguir.

— Todos prontos? – perguntou o Prof. Lupin.

— Hydra, nós vamos recuar – disse o professor. – Assim você fica livre, está bem? Vou chamar o próximo a vir para a frente...

Hydra ficou sozinha, ao lado do guardaroupa segurando a varinha em posição.

— Quando eu contar três– avisou Lupin, que apontava a própria varinha para o puxador do armário. – Um... dois... três... agora!

Um jorro de faíscas saltou da ponta da varinha do professor e bateu no puxador. O guarda roupa se abriu com violência. Lúcio saiu do armário, com seus cabelos loiros branco e olhos cinzas, ele parecia mais furioso do que nunca, como se fosse atacar Hydra a qualquer momento, seus olhos brilhavam como uma chama de tanto ódio, que Hydra sentiu seu coração bater forte, mas respirou fundo e se encheu de coragem.

— Riddikulus - Ouviu-se um ruído que lembrava o estalido de um chicote. Lúcio estava usando um vestido vermelho abaixo do joelho e casaco de lã lilás, a mesma roupa que Hydra usava no dia anterior.

Houve uma explosão de risos; o bicho-papão parou, confuso, e o Prof. Lupin gritou:

— Jorge! Vai!

Lúcio avançou para ele. Ouviu-se outro estalo e onde o bicho-papão estivera e agora Lúcio virara um outro gêmeo de Jorge, mas com os cabelos, jeito de Percy e o distintivo de monitor chefe em seu peito. Hydra ria muito só com essa visão, mas Fred parecia enojado.

— Riddikulus! – exclamou Jorge e seu novo gêmeo parecia levar um choque e ficar com cabelos em pé e língua de fora.

— Jeniffer – Disse Lupin.

Craque! E onde estivera antes o gêmeo certinho de Fred e Jorge, apareceu uma grande aranha negra.

  – Riddikulus! – Com outro clique a aranha teve todas as suas patas enroladas umas nas outras.

A aula continuou com cada aluno enfrentando o Bicho papão e muitas risadas. Hydra pensava que foi a melhor aula que ela já teve na vida.

— Excelente! – exclamou o Prof. Lupin enquanto a classe aplaudia com entusiasmo. – Excelente. Muito bem, pessoal... 5 pontos para a Grifinória para cada pessoa que enfrentou o bicho-papão... 25 para Hydra por ter respondido duas perguntas corretamente além de enfrentar o bicho papão – Dever de casa: por favor leiam o capítulo que revisa os bichos papões e façam um resumo para a próxima aula, isso é tudo pessoal!

Todos saíram entusiasmados em direção ao salão principal para o almoço.

— Ele é genial!

— Você viu eu enfrentando aquela cobra gigante?

Os alunos todos cochichavam entusiasmados entre outros cochichos que vai agradaram tanto a Hydra.

— Você viu que o bicho-papão dela é o pai? Quem tem medo do pai? O que ele fazia com ela afinal?

Ela ouviu alguns alunos comentando baixinho.

— Você quer conversar com a gente do porquê seu pai ser seu maior medo? – Perguntou Fred e Jorge estava logo a seu lado.

— Você sabem o porquê... – Hydra disse triste e seguiu em silêncio para o salão.

— Ainda é assim? – Perguntou Fred.

— Eu não quero falar sobre isso...

Os gêmeos respeitaram a vontade de Hydra, apenas colocaram cada um o braço em um de seus ombros e sairam os três abraçados e rindo em direção à torre da Grifinória.

Depois das aulas da tarde, Hydra decidiu dar um pulo na biblioteca, a quantidade de dever de casa que tinha para um primeiro dia de aula era absurda e queria separar alguns livros.

— Então, está de volta ao nosso corredor –Peter estava vindo em direção a Hydra com uma pilha de livros na mão.

— Primeiro dia difícil também? – Perguntou ela observando os livros.

— Os professores estão pegando pesado, eu entendo que os N.I.E.M.s são esse ano e que devemos nos preparar, mas pelo amor de Deus... – Disse o rapaz desacreditado, apontando com os olhos para os livros nas mãos dele.

— É seu último ano de escola, não é excitante? – Perguntou Hydra sorrindo, imaginando como seria estar no último ano.

— Muito e assustador também, ano que vem eu não tenho mais escola para me preocupar, tenho trabalho! – Peter parecia realmente assustado.

— Como foi o estágio de verão?

— Maravilhoso! – Disse orgulhoso – Eu aprendi tanta coisa e o curandeiro principal já prometeu que eu tenho uma vaga garantida no St. Mungo's no ano que vem.

— Que maravilha! Ano que vem então você já vai ser um curandeiro!? – Disse Hydra genuinamente feliz pelo rapaz.

— Um curandeiro em treinamento... Corrigiu Peter – São alguns anos de treinamento até que você seja um curandeiro de verdade, mas já é um começo.

— Eu mal posso esperar para poder trabalhar e sair de casa! – Seu tom de voz mudou para um mais sombrio.

— Quais são os seus planos para depois da escola? – Perguntou Peter, parecendo muito interessado.

— Conseguir um emprego com Poções e sair de casa, se eu pudesse, mudar de sobrenome. – Riu Hydra.

— Quem sabe, se você casa você muda de sobrenome. – Brincou Peter.

— Mas isso eu não pretendo fazer assim que sair da escola, alguns anos depois, quem sabe... – Os dois riram da brincadeira.

— Hydra, eu não queria falar nada... – Disse Peter ficando sério – Mas aquele beijo na sua casa, eu não consigo parar de pensar nele! – Os olhos azuis de Peter prendiam Hydra de uma forma inexplicável, mas ela tentou ser firme.

— Eu quero que ele se repita, quero de verdade, eu também não consigo parar de pensar nele e de em como foi bom, mas, eu ainda preciso de mais algum tempo, você entende?

— Claro que sim! — lá estava o sorriso branco novamente... – Eu espero o tempo que você quiser.

— Obrigada, você é a pessoa mais paciente que eu conheço! – Disse Hydra, retribuindo o sorriso do rapaz.

— Você nem imagina o quanto! É bom para ser curandeiro eu acho! – Disse Peter, rindo.

Depois de se despedirem, Hydra seguiu para biblioteca e Peter para a sala comunal da Corvinal.

No jantar, Hydra soube que um dos animais de Hagrid mordera Draco que estava na ala hospital, então decidiu ir correndo para lá atrás do irmão.

Chegando lá, encontrou Draco deitado em uma das camas com uma atadura em seu braço.

— O que aconteceu, Draco?

— Aquele idiota do Hagrid e seu bicho nojento! – Gritava Draco nervoso – Ele me mordeu, o bicho me mordeu!

— O que você fez para que isso acontecesse Draco? – Disse Hydra séria, conhecia bem o irmão para saber que não era inocente nesse história, mas ele a olhava chocado.

— NADA! EU NÃO FIZ NADA! – Gritou ele tão alto que a Madame Pomfrey saiu de sua sala para reclamar.

— Tudo bem, tudo bem, eu acredito em você... – Mentiu Hydra que estava sentada ao lado da cama de Draco – Mas foi só um acidente Draco, não precisa fazer um caso disso.

— Acidente? Aquele imbecil vai pagar pelo que fez! Eu vou enviar uma coruja para o papai assim que sair daqui e ele será despedido se depender de mim e do papai também, aposto que ele vai me ajudar nisso! – Draco estava com o rosto vermelho de tanta raiva ao falar.

— Não faça isso Draco, o Hagrid não merece ser despedido, foi um acidente, por favor não faça isso! – Implorou Hydra nervosa, não queria que Hagrid perdesse o emprego que imaginava que amassse tanto.

— O BICHO DELE MORDEU O MEU BRAÇO! AQUELA MALDITA GALINHA GIGANTE MORDEU O MEU BRAÇO!– Gritava alto novamente e a Madame Pomfrey pediu por favor que Hydra se retirasse.

Chegando na sala comunal, Hydra sentou em uma poltrona e começou a fazer a pilha de deveres de casa que tinha, até mesmo Jorge e Fred pareciam concentrados fazendo o dever, Harry, Hermione e Rony a deixaram a par da história verdadeira de Draco e Hagrid.

— Ele ofendeu o Hipogrífo mesmo depois do Hagrid deixar bem claro que não podia! – Disse Hermione que também fazia o dever.

— É bem a cara dele fazer isso, eu vou tentar falar com ele novamente para que não fale nada com o papai, prometo – Disse Hydra sem graça.

— Ele já deve saber – Interrompeu Fred- Dumbledore deve ter tido que avisar para ele sobre o acidente de Draco.

— Você acha? – Perguntou Hydra desanimada – De qualquer maneira vou tentar ajudar o máximo que eu puder.

— Seu irmão não deve deixar isso barato, Hydra, eu duvido muito, apesar de ter sido tudo culpa dele! – Disse Harry.

Draco ficou alguns dias na enfermaria, Hydra procurava visitá-lo todos os dias, mas suas constantes ameaças e reclamações sobre Hagrid a aborreciam profundamente.

— E papai deve dar um jeito de expulsar esse imbecil do castelo, você vai ver... - Dizia ele Draco.

Outra coisa que aborrecia Hydra era Pansy Parkison, a menina da Sonserina que visitava Draco todos os dias também, ela conseguia ser mais insuportável do que ele era às vezes com os outros e parecia odiar Hydra.

— Eu não sei como alguém tão nobre quanto o Draco consegue ter uma irmã que nem você! – Disse ela uma tarde olhando Hydra com desprezo enquanto deixavam a ala hospitalar– Andando com sangue ruins e traidores do sangue.

— Menina, você já viu o seu tamanho e o meu? Se enxerga! – Respondeu Hydra ignorando Pansy.

— Eu não vejo tanta diferença assim... – Retrucou Pansy, estufando o peito.

— Então claramente tem mais problemas do que eu pensava! – Disse Hydra, voltando a ignorar a menina.

As aulas estavam cada vez mais difíceis, realmente se mostrava um ano mais complicado que o anterior, com matérias muito mais puxadas.

— O que vocês precisam lembrar – disse o pequeno Prof. Flitwick,durante uma aula de feitiços com sua voz de ratinho, encarrapitado como sempre em uma pilha de livros para poder ver por cima do tampo da mesa – é que esses exames podem influenciar o seu futuro durante muitos anos! Se vocês ainda não pensaram seriamente em suas carreiras, agora é o momento de o fazerem. Entrementes, receio que iremos trabalhar com mais afinco que nunca, para garantir que vocês possam provar o que valem!

Depois dessa introdução, eles passaram mais de uma hora recordando os Feitiços Convocatórios, que, segundo o Prof. Flitwick, cairiam com certeza nos exames, e ele arrematou a aula passando a maior quantidade de deveres de Feitiços que seus alunos já haviam recebido.

As aulas de Transfiguração talvez tivessem sido ainda mais pesadas.

— Vocês não podem passar nos exames – disse a Prof a McGonagall muito séria – sem se aplicarem seriamente ao estudo e à prática. Não vejo razão alguma para alguém nesta classe deixar de passar no N.O.M. de Transfiguração, se trabalhar como deve. – hoje vamos começar a estudar os Feitiços de Desaparição. São mais fáceis do que os Conjuratórios, que normalmente vocês não experimentariam até os N.I.E.M.s, mas estão incluídos entre as mágicas mais difíceis que serão exigidas nos N.O.M.s.

E realmente foi, Hydra teve dificuldade em conseguir realizar o feitiço, com certeza era um dos mais difíceis que já vira, depois da quinta tentativa, finalmente conseguiu fazer com que a lesma que estava praticando o feitiço desaparecesse.

Mas sua maior decepção foram as aulas de Trato de Criaturas Mágicas, depois dos acontecimentos com o terceiro ano, Hagrid dava aulas extremamente monótonas.

Chegando sábado, Hydra estava com uma grande pilha de deveres de casa para fazer e estava sentada sozinha na sala comunal tentanto terminar todos.

— Hydra, eu posso falar com você? – Olívio Wood perguntava, se sentando na poltrona ao lado.

— Pode! – Disse Hydra curiosa, deixando seu pergaminho e sua pena de lado.

— Você está me evitando? – Perguntou Olívio sério a olhando fixamente.

— Não Olívio, nós só estamos na escola a tem alguns poucos dias e eu tenho uma pilha enorme de dever de casa para fazer, só por isso ainda não falei com você, além disso, a última vez que você falou comigo parecia um pouco furioso... – Hydra percebeu que acabando sendo mais seca que de costume.

— Eu sei, eu fui um idiota, de novo... Você não está com raiva de mim então? – Perguntou Olívio, com os olhos tristes.

— Não Olívio, por quê eu estaria? Você quis terminar comigo, isso acontece... – Respondeu Hydra, tentando parecer um pouco mais simpática.

— Eu às vezes penso que cometi um erro! – disse Olívio baixinho olhando para Hydra que ficou paralizada sem saber o que falar e o coração batendo forte - Um grande erro idiota, eu fui um idiota...

— Não Olívio, – Hydra, decidiu dizer – não foi um erro, você estava certo, a sua prioridade era o quadribol e eu sei que continua sendo, é nisso que você tem que focar sua atenção agora. – Disse tentando não mostrar o nervosismo que sentia.Olívio abaixou os olhos.

— O Macmilan –Disse ele ainda de olhos baixos –, vocês estão namorando?

Hydra levou um susto tão grande com a pergunta que demorou a responder

— Não! – Disse quase gritando – Eu e ele somos amigos.

— Tem certeza?  Eu vejo o jeito como vocês se olham... – Olívio tinha raiva no olhar e evitava os olhos de Hydra.

— Eu não vou mentir, existe uma possibilidade de isso acontecer, não agora, porque eu... bem, não agora, mas o Peter é um cara gentil e ele gosta de mim. – Olívio ficou em um semi choque e seu rosto ficou vermelho – Olívio, foi você que terminou comigo e eu sofri, eu sei que nada mudou, que você ainda quer ser o campeão do quadribol e que quer se dedicar a isso, você acha mesmo que agora poderia ser diferente do ano passado? Você também é um cara maravilhoso, não esqueça disso, é claro...

Olívio parecia respirar fundo e pensar, processando tudo o que Hydra disse, antes de continuar.

— Vocês já tinham algo enquanto a gente namorava? – Ele parecia ter lágrimas nos olhos e a pergunta ofendeu profundamente Hydra.

— Não Olívio! É isso que você pensa de mim?  - Disse, mordendo os lábios de tanta raiva.

— Não! – Disse ele nervoso – Me desculpe... – Depois de uma pausa continuou – Você tem razão Hydra, eu estou sendo egoista, eu não sei, eu só... Eu sinto algo por você, eu sempre senti, eu nunca deixei de sentir na verdade e passar as férias sem você só me fez ver isso mais claramente, mas, você tem razão, nada poderia ser diferente, eu continuou focado no quadribol e você continua focada nos estudos, acho que não teria como dar certo... apesar de eu querer, não vou mentir, você de volta, mas nao acho que iria dar certo, realmente... - Novamente seus olhos estavam baixos e tristes.

— Você sempre vai ter um lugar especial no meu coração Olívio, você foi meu primeiro, meu primeiro namorado de verdade e eu te amei muito, acho que nunca amei ninguém assim. – Disse Hydra, acariciando os cabelos de Olívio que fechou os olhos sorriu com o gesto por um momento, como se estivesse absorvendo ele e aproveitando.

— E você a minha, nunca senti nada igual por ninguém antes... - Olivio seguiu para fora da sala comunal, parecendo um pouco chateado, porém, compreendendo melhor do que antes o que Hydra e ele sentiam.

Não era possível aquilo agora, depois de tudo, Olívo queria voltar? Um lado de Hydra gritava que ela deveria voltar sim, mas outro, um muito mais racional, sabia que ela provavelmente só sofreria se fizesse isso e além disso, realmente sentia algo por Peter que vinha crescendo com o tempo, só não sabia o que fazer com isso. Decidiu então, voltar para o dever de casa, a noite ainda teria uma aula com Snape.

O jantar de sábado foi apressado, Hydra sabia que não poderia de jeito nenhum se atrasar para aula.

— Me lembra de novo por quê você voluntariamente vai passar o sua noite de sábado tendo aula com o Snape? – Disse Jorge irônico sentado ao seu lado na mesa da Grifinória e comendo um outro pedaço de pudim.

— Porque eu quero... – Hydra pensou melhor e corrigiu – Eu preciso – dando ênfase na palavra preciso –, ir bem em poções, eu quero aprender coisas novas e gostando ou não, vocês tem que admitir que o Prof. Snape é um gênio em Poções. – Hydra notou que Fred e Jorge faziam gestos imitando vômito.


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