O Primo perdido escrita por Paula Mello


Capítulo 20
O Fim do Campeonato de Quadribol




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Enquanto conversavam no jantar, Angelina tentou falar com Hydra.

— Hydra, eu preciso te contar algo, é muito importante. – Disse Angelina baixinho parecendo preocupada.

— O que houve? É algo sério?

— Não, é só... – Ela olhou e viu as pessoas ao redor e disse – A gente se fala mais tarde. – Então saiu em direção a sala comunal.

— O que deu nela? – Perguntou Jorge que estava contando animado para Peter sobre os novos jogos que acharam na Zonko's.

— Eu sinceramente não sei.

Hydra seguiu com os amigos para a torre da Grifinória, onde encontrou Angelina sentada sozinha perto da lareira, antes que os outros pudessem a seguir, ela foi em sua direção e sentou ao seu lado.

— O que diabos houve com você? – Perguntou Hydra, Angelina parecia congelada na mesma posição e um pouco pálida.

— Eu beijei o Fred... – Disse ela séria e ainda imobilizada.

Hydra soltou um grito de felicidade tão alto que toda sala comunal olhou em sua direção e Angelina ficou vermelha e com raiva.

— HYDRA!

— Desculpa, desculpa, eu não queria, mas como isso aconteceu? – Hydra estava realmente animada.

— No três vassouras, estávamos sozinhos e aconteceu, ele me beijou do nada... ("Por que os Weasleys tem mania de fazer isso?" Pensou Hydra) Mas vai ser só isso, ele pediu desculpas por ter me beijado sem pedir e disse que a gente se falava depois... – Angelina parecia agora desanimada.

— Calma, isso já é um progesso, é sinal de que ele sente algo por você.

— Você acha? – Disse a menina, se sentindo um pouco mais animada.

— Acho! – Logo depois, seus amigos chegaram querendo saber o que aconteceu, Hydra deu uma desculpa sobre Angelina finalmente ter falado que gosta do Peter e ela concordou.

Hydra passou a semana de seu castigo ensinando todas as noites alguns grupos de alunos do primeiro ano na biblioteca lições de feitiços, transfiguração e poções.

— É só apontar três vezes a varinha e dizer "vera verto" – Dizia ela ensinando o grupo a transformar um pequeno camundongo em um cálice de água.

O castigo foi realmente chato no começo devido a falta de paciência de Hydra para ensinar os outros, mas depois de alguns dias, até se tornou divertido, porém atrasou muito seus deveres de casa.

— Eu não acredito que a McGonagall te fez virar babá. – Disse Alicia, enquanto Hydra olhava de pergaminho em pergaminho, tentando fazer suas lições atrasadas.

— Foi até divertido, no final pelo menos, mas eu não sei como vou conseguir colocar tudo isso em dia...

Alguns dias depois, Hydra estava no jantar lendo um dos seus livros de poções (a aula com Snape no próximo sábado prometia ser especialmente puxada) enquanto seus amigos comiam e conversavam (Peter estava na mesa da Corvinal dessa vez) quando Hermione, Rony e Harry entraram ofegantes.

— Hydra, a gente pode conversar com você? – Disse Hermione parecendo nervosa parando na sua frente.

— Claro, todo bem. – Hydra guardou o livro e saiu em direção ao saguão de entrada com os três.

— Hydra, o que você pode fazer para que seu pai desista de algo? – Disse Hermione indo direto ao ponto quando chegaram ao saguão de entrada.

— Não muito Hermione, ele não me ouve, eu posso tentar ameaçar ele com algumas coisas, mas ele também pode me ameaçar com outras então não sei se daria muito certo. – Hydra estava em pé em frente ao trio que pareciam decepcionados.

— Não adianta, ela não pode ajudar... – Disse Rony olhando para o chão.

— Ajudar em que? Se vocês não falarem eu realmente não posso fazer nada!

— É seu pai, ele denunciou o bicuço, o Hipogrifo que mordeu seu irmão, o Hagrid tentou fazer com que impedissem mas... Mas seu pai insistiu, intimidou toda a comissão, eles vão executar o Bicuço e o Hagrid está arrasado! – Disse Harry com a voz chorosa.

— Eu não acredito, isso é algo que papai faria com certeza, pobre Hagrid! – Hydra sentia uma tristeza muito grande e mal conseguia olhar para o trio, por que Lúcio e Draco faziam sempre questão de fazer a vida de todos miserável?

— Não tem nada que você possa fazer? – Perguntou Hermione esperançosa, os quatro falavam baixo para que os estudante que passavam pelo saguão não ouvissem.

— Eu vou tentar, eu vou enviar uma coruja pra ele agora mesmo.

Hydra saiu correndo sem se despedir e foi em direção a sala comunal e depois a seu quarto lá, pegou pena e pergaminho e começou a escrever.

"Papai,

Eu soube da sua ridícula acusação contra o pobre Hagrid e seu Hipogrífo, você mais do que eu sabe que o Draco estava apenas fazendo drama e não ficou tão machucado quanto ele diz, provavelmente você realmente sabe já que eu aposto que ele lhe contou, por favor, peço que tire as acusações, eu prometo fazer tudo que o senhor mandar, sem questionar, lembre-se que tem muita coisa sua que eu sei e seria horrível se vazassem.

Sua filha,
Hydra Malfoy"

Hydra queria ir até o corujal, mas com toda segurança depois do incidente com Sirius Black, foi impossível.

— Percy, por favor, é urgente! – Disse Hydra enquanto ele a barrava no saguão de entrada.

— Não, sem exceções, você já causou problemas demais para a Grifinória!

— Então vá você, manda para o meu pai para mim. – Percy pareceu surpreso com o pedido.

— Sinto muito, isso também não é possível. – Disse ele irredutível ainda barrando sua passagem.

— Eu vou! – A voz de Peter surgiu atrás de Hydra.

— Macmillan, você como monitor chefe sabe...

— Eu sei que eu posso ir até o corujal se eu quiser, Weasley! – Interrompeu Peter e Percy ficou vermelho de raiva.

— Vou ter uma conversa com Penélope sobre que tipo de monitor a Corvinal tem... – E saiu pisando forte em direção ao salão principal onde ainda acontecia o jantar.

— O que é isso Hydra? – Perguntou Peter apontando para o pergaminho.

Hydra explicou toda a história para Peter.

— Eu não conheço o Hagrid direito, as aulas dele realmente não são muito boas... – Disse ele sem graça – Mas é injusto que um animal seja sacrificado pelos caprichos do seu pai e irmão, eu vou enviar a coruja.

Peter se despediu e foi em direção ao corujal, Hydra decidiu voltar ao salão e contar aos meninos o que fez.

— Espero que seja o suficiente. – Disse Hermione esperançosa.

— Isso foi legal da sua parte. – Sorriu Rony sem graça.

A resposta de sua carta chegou por coruja na manhã seguinte com apenas uma frase:

"Ouse fazer mais alguma ameaça e eu lhe inteiro no St. Mungo's imediatamente.

Lúcio Malfoy"

— Seu pai e meus tios deviam se conhecer, eles tem muito em comum...
— Disse Harry ao ler a carta – Se bem que provavelmente não seria uma boa ideia, já que meus tios odeiam bruxos e seu pai odeia trouxas.

— Assim pelo menos eles podiam acabar um com o outro. – Brincou Rony.

— Eu vou enviar uma resposta, isso não pode ficar assim, eu vou continuar tentando... – Disse Hydra se sentindo revoltada.

— Não Hydra, você já fez o suficiente, você pelo menos tentou, vai acabar tendo mais problemas do que soluções se continuar assim... – Disse Hermione triste.

— Eu posso ameaçar o Draco, ele pode falar com o papai!

— Draco iria contar para o seu pai o que você fez e ia ser pior, a Hermione tem razão. – Harry parecia devastado.

— Eu sinto muito, eu vou falar com o Hagrid no final da aula dele, desde o ano passado não conversamos muito, eu vou tentar ajudar no que puder.

Hydra teve uma aula pesada de Artimância, com os N.O.M.s chegando, as aulas estavam cada vez mais difíceis e cheia de dever de casa, logo depois seguiu para a aula de Trato de Criaturas Mágicas.

Foi difícil falar com Hagrid ao fim da aula, ele parecia tão triste que foi difícil arrancar palavras dele.

— Eu me atrapalhei, foi tudo culpa minha... – Chorava Hagrid.

— Foi culpa do meu pai, ele acha que pode fazer qualquer coisa porque tem ouro, a culpa não é sua Hagrid.

— A comissão fez tudo que ele queria, tudo... – Hagrid parecia que iria chorar a qualquer momento.

— Eu vou tentar fazer algo... – Hydra falava sem muito certeza se poderia fazer algo de fato.

— Tudo bem Hydra, eu sei que a culpa não é sua... – Disse Hagrid parecendo ler a sua mente.

Depois da aula, Hydra voltou para dentro do castelo se sentindo miserável, como pode sua família ser tão cruel e insensível?

Na hora do almoço, marchou com ira até a mesa da Sonserina atrás de Draco.

— Draco, mande o papai parar com essa história de matar o Hipogrífo agora! – Gritou ela, sem se importar com as muitas cabeças na mesa da Sonserina que a olharam.

— Eu não vou fazer nada e você nao pode me obrigar! – Apesar de querer parecer decidido, tinha uma falha de medo em sua voz

— Você quer me testar Draco? – Hydra e Draco estavam em pé em frente um ao outro e toda Sonserina e algumas pessoas de outras mesas olhavam para eles. Draco ficou pálido e de olhos arregalados.

— Hydra, eu não posso, o papai não iria deixar, você sabe. – Disse ele baixinho em seu ouvido.

— TENTA! – Disse ela dando as costas e saindo para a sua mesa, ela se sentou entre Jorge e Peter que a olhavam chocados.

— Você é melhor do que uma radionovela, é sério, a gente já disse isso, mas é verdade... – Disse Jorge brincando.

— Mais um pouco e você vai ter brigado com a escola inteira, faltam quantos para a sua lista? – Completou Fred em tom de brincadeira e todos riram.

— Dois a menos se vocês continuarem com essas piadinhas... – Disse Hydra, deixando os gêmeos assustados, mas logo depois caindo na risada, sendo acompanhada pelos amigos.

As férias de Páscoa finalmente chegaram, Hydra não recebera nenhuma notícia sobre o caso do Bicuço e estava tão atolada de dever de casa e preparações para as aulas com Snape que não conseguiu tempo para fazer mais nada.

— Eu te ajudou e você me ajuda, que tal? – Disse Peter sentado na sua frente na biblioteca, talvez a única pessoa com mais dever que ela fosse ele.

— E como eu vou te ajudar se você está fazendo os N.I.E.M.s e eu os N.O.M.s?

— Em Poções, você sabe poções do nível N.I.E.M.s e eu preciso de ajuda com elas. – Uma grande pilha de livros separavam os dois que estavam trabalhando há horas.

— Ok, eu te ajudo com isso e você me ajuda com História da Magia, fechado?

— Fechado!

Hydra passou a maior parte das férias trancada na biblioteca com Peter ou estudando com os amigos na sala comunal, Angelina parecia que iria ter um ataque de nervos a qualquer momento e Alicia chorara pelo menos umas duas vezes, somente Fred e Jorge pareciam não ligar muito para o que aconteceria.

— Para que conseguir N.O.M.s? Nada do que queremos fazer está nas matérias da escola. – Disse Fred depois de voltar frustrado de tentar convencer um menino do primeiro ano a testar sua nova poção de vômito.

— E o que vocês querem fazer afinal? – Perguntou Angelina levantando os olhos da pilha de livros que tinha na sua frente.

— Inventores, inventores de jogos e brincadeiras. – Sorriu Jorge – Quem sabe até mesmo abrir nossa própria loja, nós já lhe falamos isso...

— É uma boa ambição, eu vou ter desconto lá? – Brincou Hydra.

— Dois sicles para cada dez itens. – Respondeu Fred.

— Isso que é desconto! – Brincou Hydra, fazendo todos rirem.

A partida da Grifinória contra a Sonserina que decidiria o título foi marcada para o sábado depois das férias e Hydra se recusou a tomar parte nos treinos por conta dos trabalhos.

— Quase todo o time está no mesmo ano que você Hydra, por favor, por favor... – Pedia Olívio em uma manhã – Eu preciso ter uma visão externa e eu queria que você ficasse no gol só por alguns minutos.

— Uma vez por semana durante no máximo duas horas, ok?

— Ok, Obrigado! – Disse ele a abraçando na empolgação, o que não foi bem visto já que Hydra estava sentada na mesa da Corvinal com Peter e seus amigos e todos ficaram encarando Olívio quando ele saiu alegremente.

— Ele só está animado. – Justificou Hydra.

— Ser amigo de ex, isso parece ser legal. – Disse Jenono, rindo.

Como se quisessem enfatizar a importância dos exames, agora próximos, um pacote de panfletos, folhetos e avisos, abordando as várias carreiras para bruxos, apareceu nas mesas da Torre da Grifinória pouco antes do término das férias, ao mesmo tempo que um aviso no quadro dizia o seguinte:

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

Todos os quintanistas deverão ter uma breve reunião com a diretora de sua Casa durante a primeira semana do trimestre de verão para discutir suas futuras carreiras. Os horários das consultas individuais estão listados abaixo.

Hydra correu os olhos pela lista e descobriu que era esperado na sala da Professora McGonagall às duas e meia da tarde de Terça-Feira.

— Você já sabe o que quer fazer, não sei porque fazer essa avaliação. – Disse Angelina sentada na poltrona ao lado da sua.

— É sempre bom ter opções. – Disse ela.

Hydra passou os olhos e notou todas as diferentes profissões que poderia seguir, não deixou de sorrir ao ver o anúncio para curandeiro. Um folheto que tinha na capa um osso e uma varinha cruzados, o emblema do St. Mungo's. – Dizia que preciso no mínimo de um "E" nos N.O.M.s de Poções, Herbologia, Transfiguração, Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas. Realmente Peter tinha que se esforçar mais do que ela imaginava, se bem que os requisitos de um outro folheto do St. Mungus para preparador de poções não eram muito diferentes, só não exigir E em Trato de Criaturas Mágicas, só pedia E  para o nível ordinário, não era necessário nos N.I.E.Ms.

— Olha esse aqui... – Disse Angelina passando um folheto para Hydra.

Você está procurando uma carreira estimulante que oferece viagens, aventuras e substanciais abonos do tesouro para compensar os riscos? Então pense em trabalhar para o Banco Bruxo Gringotes, que no momento está recrutando desfazedores de feitiços para emocionantes cargos no exterior.

— Você quer trabalhar com isso? – Perguntou Hydra

— Não sei, é uma opção...

— Você precisa de Aritmância.

— É, deixa para lá então... - Disse Angelina jogando o panfleto de lado.

Hydra pegou um livreto sobre carreiras no Ministério da Magia quando Jeniffer a interrompeu:

— Você está pensando em seguir a carreira no ministério? – Disse ela sentando na poltrona ao lado com um panfleto do profeta diário nas mãos.

— É uma possibilidade, para trabalhar no departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas eu preciso de "E" em Poções, Transfiguração, Feitiços, Defesa Contra as Artes das Trevas, as mesmas que para ser curandeiro quase.

— Eu acho que seria bom para você...

— Quem sabe, tudo é possível, certo? – Sorriu Hydra.

Toda a Grifinória estava falando sobre a próxima partida de quadribol que se aproximava. A casa não ganhava a Taça de quadribol desde que o lendário Carlinhos Weasley (o segundo irmão mais velho de Fred e Jorge) jogara como apanhador.

Na Terça de tarde, Hydra esqueceu um pouco sobre o jogo e foi ao encontro da Professora Minerva para sua orientação vocacional.

Hydra chegou na porta da sala da Professora Minerva e bateu.

— Pode entrar Senhorita Malfoy. – Dizia a voz da Professora.

Hydra entrou e encontrou a professora sentada em sua mesa

— Sente-se, Malfoy. – Disse a Prof a McGonagall secamente apontando para a cadeira do lado oposto da mesa, de frente para ela enquanto rearrumava os muitos panfletos que se amontoavam em sua mesa.

— Bom, Malfoy, esta reunião é para discutirmos as ideias sobre carreiras que você já tenha, e ajudá-la a decidir que disciplinas você deve fazer no sexto e sétimo anos. – começou McGonagall. – Você já pensou no que gostaria de fazer quando terminasse Hogwarts?

— Sim, Professora, eu quero ser Mestre em Poções. – Disse Hydra decidida e McGonagall pareceu surpresa.

— Bem, o Professor Snape realmente falou do seu talento para o preparado de poções, só não sabia que pretendia fazer disso uma carreira, é uma ótima escolha, pretende estudá-las ou prepará-las? – Completou ela.

— Os dois, pretendo preparar no St. Mungo's enquanto estudo para inventar uma poção, ainda não sei de que, só sei que quero. – Disse Hydra decidida.

— Muito bem, é uma ambição grande. – Disse McGonagall ainda parecendo surpresa – Não recebo muitos alunos com esse tipo de ambição, especialmente em minha casa, mas é algo maravilhoso... – Ela fez uma pausa procurando um folheto no meio dos muitos que estavam em sua mesa.

— Você precisaria de notas excelentes para isso. – disse a Prof a McGonagall, puxando uma folhinha escura de baixo dos papéis em sua mesa e abrindo-a. – Exige-se um mínimo de quatro N.I.E.M.s, e nenhuma nota abaixo de "Excepcional", pelo que vejo, mas não acredito que seja um problema para a senhorita, certo? – Disse ela a fitando atrás de seus óculos.

— Espero que não Professora, vou me esforçar ao máximo.

— O St.Mungos é muito seletivo com seus candidatos, você precisará de excelente recomendação de seu professor de Poções também.

Essa parte deixou Hydra preocupada, mas Snape afinal aceitou treiná-la, ele não iria impedir que ela trabalhasse com isso, iria?

— Aconselho que continue com Transfiguração, Defesa-Contra-As-Artes das trevas, Herbologia, poções naturalmente, feitiços e se possível, Alquimia. Devo dizer, Srta. Malfoy, que não aceito alunos nas minhas turmas de N.I.E.M que não tenham obtido "Excede as Expectativas" ou notas mais altas no N.O.M, mas não vejo problemas já que essa já é a sua avaliação na maioria das matérias ou uma maior, só continue o bom trabalho e não vejo o porquê de não realizar seu sonho. – Minerva parecia satisfeita e Hydra também – Isso é tudo Srta. Malfoy, pode se retirar.

Hydra saiu da sala se sentindo mais confiante do que nunca na carreira que havia escolhido e de que era muito possível de ela acontecer.

Com a proximidade maior do jogo final de quadribol, a atmosfera ficou cada vez mais pesada, as casas que já não se davam bem agora pouco se suportavam.

— Nós estamos torcendo por vocês. – Declarou Marilee uma manhã no café – Eu não gosto muito da Sonserina.

— Acho que toda escola está torcendo por vocês, menos a Sonserina. – Afirmou Jenono.

— A Sonserina pode ser uma casa legal, tem bruxos legais lá, mas que bom que vocês estão torcendo para nós. – Disse Hydra sorrindo um pouco nervosamente para eles.

Hydra queria muito a vitória para sua casa, ela sabia o quanto isso significava para seus companheiros e a alegria que isso traria, mas se sentia um pouco mal por torcer contra o próprio irmão (o que sua mãe fazia claro em todas as cartas que enviava).

Todas as atividades normais na sala comunal foram abandonadas na véspera do jogo.

Havia uma grande algazarra. Fred e Jorge Weasley enfrentavam a pressão agindo com mais barulho e exuberância que nunca. Olívio estava a um canto debruçado sobre a maquete de um campo de quadribol, empurrando bonequinhos com a varinha e resmungando. Angelina, Hydra, Alícia e Katie riam das piadas de Fred e Jorge.

Depois de um tempo, Hydra decidiu ir até o canto aonde Olívio estava.

— O que exatamente você está tentando fazer? – Perguntou ela se sentando ao seu lado.

— Descobrir todos os possíveis movimentos que a Sonserina pode fazer contra nós. – Disse ele sem tirar os olhos da maquete que se mexia sozinha.

— Eu tenho fé em você Olívio, eu tenho fé no time. – Disse Hydra sorrindo e Olívio finalmente colocou os bonequinhos em cima da mesa e olhara para ela.

— Obrigado, isso significa muito, você ajudou o time, você me ajudou durante todo esse ano e ano passado, se ganharmos, a vitória será tanto sua quanto nossa. – Disse ele em um estranho bom humor, sorrindo para Hydra.

— Vamos, me mostre as suas táticas, eu sei que você quer. – Olívio se alegrou na hora e começou a motrar com os bonecos na maquete tudo que planejava fazer no dia seguinte durante o jogo.

Hydra entrou com o time da Grifinória no Salão Principal, no dia seguinte, sob uma tempestade de aplausos. As mesas da Corvinal e Lufa-Lufa os aplaudiam também. A mesa da Sonserina vaiou alto. Hydra aplaudia ao time com mais força que todos.

Olívio passou o café da manhã inteiro insistindo para que o time comesse, sem, contudo, se servir de nada e Hydra forçou algumas torradas Par ele, como já fizera antes, ele deu pequenas mordidas sem muita vontade, depois apressou-os a se dirigirem ao campo antes que os outros tivessem terminado, para terem uma ideia das condições de jogo.

— Boa sorte pessoal, a Corvinal está torcendo em peso para vocês. – Disse Peter, sentando ao lado de Hydra um pouco antes do time e ela saírem.

— Obrigada Peter, tomara que dê tudo certo. – Sorriu Angelina.

Hydra depois se despediu de Peter e desceu para o campo com o time, como tradicionalmente fazia, quando saíram do Salão Principal, receberam novos aplausos.

Olívio andou pelo campo examinando tudo, com o time atrás. Finalmente, eles viram as portas do castelo se abrirem ao longe e o restante da escola se espalhar pelos gramados.

— Vestiário – disse ele tenso.

Todos ficaram quietos enquanto trocavam para o uniforme vermelho de quadribol.

Um pouco antes dos jogadores saírem, Hydra abraçou cada um deles.

— Tenho fé em vocês, tenho fé em você. – Disse para Olivio com quem falou por último. Então saiu em direção a arquibancada, não achou Peter, então se sentou ao lado de Jeniffer e Rita.

— Eu estou tão nervosa que não consegui comer nada. – Disse Jeniffer segurando uma faixa escrita "Para sempre Grifinória"

— Oi, estava te procurando. – Peter chegara e sentara ao lado de Hydra.

— Estava no vestiário com o time, é meio que nossa tradição...

O time da Grifinória entrou em campo sob uma onda gigantesca de aplausos. Três quartos da torcida usavam rosetas vermelhas, agitavam bandeiras vermelhas com o leão da Grifinória ou faixas com palavras de ordem: "PRA FRENTE GRIFINÓRIA!" e "A COPA É DOS LEÕES!". Atrás das balizas da Sonserina, porém, duzentos torcedores se cobriam de verde; a serpente prateada da casa refulgia em suas bandeiras e o Prof. Snape estava sentado na primeira fila, vestindo verde como os demais.

"E aí vem o time da Grifinória!", bradou Lino Jordan, que, como sempre, fazia a irradiação. "Potter, Bell, Johnson, Spinnet, Weasley, Weasley e Wood. Considerado por todos o melhor time que Hogwarts já viu em muitos anos..."

Hydra teve lágrimas nos olhos só de ouvir o nome dos amigos.

Os comentários de Lino foram abafados por uma onda de vaias da torcida da Sonserina. "E aí vem o time da Sonserina, liderado pelo capitão Flint. Ele fez algumas alterações no esquema tático e parece ter preferido o peso à qualidade..." Mais vaias da torcida da Sonserina.

No meio do campo, Flint e Olívio se aproximaram e se apertaram as mãos com força; davam a impressão de que estavam querendo quebrar os dedos um do outro.

O som do seu apito se perdeu no estrondo das torcidas na hora em que as catorze vassouras levantaram voo

O coração de Hydra estava batendo forte, ela, como toda torcida da Grifinória praticamente, vestia vermelho e agora dividia com Jeniffer a faixa "para sempre Grifinória", até Peter parecia nervoso.

E Grifinória com a posse da bola, Alícia Spinnet da Grifinória com a goles, voando direto para as balizas da Sonserina, em boa forma, Alicia! Arre, não – a goles foi interceptada por Warrington, Warrington da Sonserina partindo em velocidade pelo campo – PAM! – uma boa rebatida de um balaço por Jorge Weasley, Warrington deixa cair a goles, que é apanhada por... Johnson, Grifinória com a posse da bola outra vez, aí Angelina – bom desvio de Montague – se abaixa Angelina, aí vem um balaço! – ELA MARCA! DEZ A ZERO PARA GRIFINÓRIA!"

Se Hydra sentiu que seu coração poderia um dia explodir, aquela era a hora.

Angelina deu um soco no ar ao sobrevoar o extremo do campo; o mar vermelho nas arquibancadas berrou de felicidade...

Do nada Angelina quase foi derrubada da vassoura por Marcos Flint ao colidir em cheio com ela.

— IDIOTA, IMBECIL! – Gritava Hydra com tanta raiva que Peter, Jeniffer e Rita a olhavam espantados.

Não demorou muito, Fred Weasley atirou o bastão contra a cabeça de Flint, cujo nariz bateu com força no cabo da vassoura e começou a sangrar.

— BEM FEITO!!! – Gritava Jeniffer, também "descontrolada".

— Chega! – gritou Madame Hooch, mergulhando entre os dois. – Pênalti contra Grifinória pelo ataque gratuito ao artilheiro do seu adversário! Pênalti contra Sonserina por prejuízo intencional ao artilheiro do seu adversá rio!

Madame Hooch apitou e Alícia se adiantou para cobrar o pênalti.

"Aí, Alicia!", gritou Lino no silêncio que se abatera sobre as arquibancadas. "SIM, SENHORES! ELA FUROU O GOLEIRO! VINTE A ZERO PARA GRIFINÓRIA!"

Hydra berrou tanto que sentiu que ficará vermelha e sem fôlego.

Estava na vez de Flint cobrar o pênalti da Sonserina. Olívio sobrevoava as balizas da Grifinória, os maxilares contraídos.

"É claro que Wood é um esplêndido goleiro!", comentou Lino Jordan para os ouvintes enquanto Flint aguardava o apito de Madame Hooch. "Esplêndido! Difícil de vazar – muito difícil mesmo – SIM SENHORES! EU NÃO ACREDITO! ELE AGARROU A BOLA!"

— ISSO OLÍVIO, ISSO! – Berrava Hydra descontroladamente, Peter parecia não gostar muito, ainda mais depois de ver que Olívio parecia procurar por alguém na multidão e que podia ser por ela (ou não), mas não falou nada, continuou comemorando o pênalti defendido discretamente.

"Grifinória com a posse, não, Sonserina com a posse – não! – Grifinória retoma a posse e é Katie Bell, Katie Bell da Grifinória com a goles, a jogadora corta o campo – FOI INTENCIONAL!"

Montague, um artilheiro da Sonserina, cortou a frente de Katie e em vez de agarrar a goles, agarrou a cabeça da jogadora. Katie deu uma cambalhota no ar, conseguiu continuar montada, mas deixou cair a goles.

— NÃO! ISSO NÃO VALE! – Gritavam vários torcedores.

O apito de Madame Hooch soou mais uma vez ao sobrevoar Montague e começar a gritar com ele. Um minuto depois, Katie tinha marcado mais um pênalti contra a defesa da Sonserina.

"TRINTA A ZERO! TOMA, SEU SUJO, SEU COVARDE..."

— Jordan, se você não consegue irradiar imparcialmente...

— Estou irradiando o que acontece, professora!

Harry correu em direção ao campo da Sonserina com Draco atrás dele, "seria o pomo? Não, ainda estav muito cedo, a Grifinória precisava de uma vantagem de 50 pontos e ele sabia disso, ou será que esqueceu" pensava Hydra.

Hydra notou que vários balaços eram lançados na direção do apanhador. Bole e Derrick da Sonserina vinham voando na direção de Harry, com os bastões erguidos... Então ele virou a Firebolt para o alto no último segundo e os dois batedores colidiram com um baque de provocar náuseas.

"Ha, haaa!", bradou Lino Jordan quando os batedores da Sonserina se separaram, levando as mãos à cabeça

Hydra, Jennifer, Rita e Peter gargalhavam na arquibancada.

— É bem feito, só sabem jogar sujo! – Disse Rita.

"Mau jeito, rapazes! Vão ter que acordar mais cedo para vencer uma Firebolt! E Grifinória fica com a posse da bola mais uma vez, quando Johnson toma a goles – Flint emparelhado com ela – mete o dedo no olho dele, Angelina! – foi só uma brincadeira, professora, só uma brincadeira – ah não – Flint toma a bola, Flint voa para as balizas da Grifinória, agora é com você Wood, agarra...!"

Mas Flint marcou; houve uma erupção de vivas do lado da Sonserina e Lino xingou tanto que a Prof a Minerva McGonagall tentou arrancar o megafone mágico das mãos dele.

— Desculpe, professora, desculpe! Não vai acontecer de novo! "Então, Grifinória está à frente, trinta a dez, e Grifinória tem a posse..."

O jogo estava deteriorando no mais sujo de que Hydra já vira, ali ou em Beauxbatons. Enraivecidos porque Grifinória tomara a dianteira desde o início, os adversários estavam rapidamente recorrendo a todos os meios para roubar a goles. Bole atingiu Alícia com o bastão e tentou alegar que pensara que era um balaço. Jorge Weasley foi à forra dando uma cotovelada na cara de Bole. Madame Hooch puniu os dois times é Olívio fez mais uma defesa espetacular, elevando o placar para quarenta a dez para Grifinória.

Katie marcou. Cinquenta a dez. Fred e Jorge Weasley mergulharam cercando a garota, os bastões erguidos, caso os jogadores da Sonserina pensassem em se vingar. Bole e Derrick aproveitaram a ausência de Fred e Jorge para arremessar os dois balaços em Olívio; eles o atingiram no estômago, um após o outro, e o goleiro virou de cabeça para baixo no ar, agarrando-se à vassoura, completamente sem ar.

— AI MEU DEUS, OLÍVIO! – Hydra estava tão preocupada que queria ir até o campo, mas Peter a segurou e disse que ele provavelmente ficaria bem, Hydra sabia que não devia ser fácil para Peter ver Hydra se preocupar com Olívio desse jeito, mas Olívio ainda era um de seus melhores amigos e ele sabia disso.

Madame Hooch ficou fora de si. – Não se ataca o goleiro a não ser que a goles esteja na área do gol! – gritou ela para Bole e Derrick. – Pênalti a favor da Grifinória!

Angelina marcou. Sessenta a dez. Instantes depois Fred Weasley arremessou um balaço contra Warrington, derrubando a goles de suas mãos; Alícia apanhou a bola e enterrou-a no gol da Sonserina – setenta a dez.

A torcida da Grifinória lá embaixo estava rouca de tanto gritar – a casa passara sessenta pontos à frente e se Harry apanhasse o pomo naquele momento, a Taça seria dela. Harry corria sempre com Draco atrás dele, Hydra apertava a mão de Peter de nervoso com tanta força que ele já reclamara duas vezes.

Harry viu algo, ele saiu em disparada, só podia ser o pomo, ele estava estendendo a mão e Hydra notou que Draco se atirara para a frente, agarrara a cauda da Firebolt e procurava atrasá-la.

— QUE DIABOS O SEU IRMÃO ESTÁ FAZENDO? – Perguntou Jeniffer irada, gritando.

— Eu não sei! Ai meu Deus!!

— Pênalti! Pênalti a favor da Grifinória! Nunca vi uma tática igual! – Madame Hooch guinchava, enquanto velozmente se dirigia até o ponto em que Malfoy deslizava de volta à sua Nimbus 2001.

"SEU SAFADO NOJENTO!", urrava Lino Jordan no megafone, saltando fora do alcance da Prof a McGonagall. "SEU SAFADO NOJENTO, FILHO..."

Naquele momento Hydra tinha tanta raiva do irmão que não ligava para que quase todos ao seu redor gritassem a mesma coisa (menos Peter, que parecia querer muito).

A professora nem se deu o trabalho de ralhar com Lino. Na verdade ela sacudia o dedo na direção de Draco, seu chapéu caíra da cabeça, e ela também berrava furiosamente.

Alicia cobrou o pênalti para Grifinória, mas estava tão zangada que errou por mais de meio metro. O time da Grifinória começou a perder a concentração e os jogadores da Sonserina, encantados com a falta de Draco em cima de Harry, se sentiam estimulados a tentar voos mais altos. "Sonserina com a posse, Sonserina corre para o gol... Montague marca...", gemeu Lino. "Setenta a vinte para Grifinória..."

Harry agora estava marcando Draco tão de perto que os joelhos dos dois se batiam o tempo todo, notou Hydra.

Todos os jogadores da Sonserina, à exceção de Draco, estavam correndo pelo campo em direção a Angelina, inclusive o goleiro do time – todos iam bloqueá- la...

— Não, Angelina, isso não é justo! – Gritava Hydra, amparada por Peter que a acalmava.

Então ela viu que Harry deu meia-volta na Firebolt, curvou-se até deitar o corpo sobre seu cabo, e impeliu-a para a frente. Como uma bala, ele se precipitou em alta velocidade contra os jogadores da Sonserina.

— AAAAAAARRRRRRRE! Os jogadores se dispersaram quando viram a Firebolt vindo; o caminho de Angelina ficou desimpedido. "ELA MARCOU! ELA MARCOU! Grifinória lidera por oitenta a vinte!"

Harry, que quase mergulhara de cabeça nas arquibancadas, parou derrapando no ar, inverteu a direção da vassoura e voltou a toda para o meio do campo.

— Essa partida precisa terminar logo ou eu não sei se vou aguentar! – Disse Hydra para Peter.

— Nem minhas mãos! – Disse ele tirando a mão da de Hydra que esmagava seus dedos com força.

Hydra viu que Draco estava mergulhando atrás de algo "Não, não o pomo" pensava Hydra, Harry apontou a Firebolt para baixo em direção a Draco, cada vez mais rápido, Harry deitou-se no cabo da vassoura quando viu Bole arremessar um balaço contra ele, já encostara nos calcanhares de Draco, emparelhou... Harry se atirou à frente, tirou as mãos da vassoura. Afastou o braço de Draco do caminho com um empurrão e... "PEGOU!"

O coração de Hydra se agitou e tudo ao seu redor ficou paralizado, Harry pegou o pomo, a Grifinória ganhara a taça, era tão maravilhoso que não parecia real.

O estádio explodiu. Harry sobrevoou as arquibancadas. Hydra chorava como um bebê, mal conseguia ver nada por causa das lágrimas, saiu em direção ao gramado tão rápido quanto pode, deixando todos que estavam ao seu lado para trás.

Onda sobre onda de torcedores vermelhos saltou as barreiras do campo. Choveram mãos nas costas dos jogadores. Hydra abraçou e chorou com cada um dos seus amigos.

— Nós conseguimos, nós conseguimos!

Lá estava Percy, pulando que nem maluco, toda a dignidade esquecida. A Prof a Minerva soluçava mais até que Olívio, enxugando os olhos com uma enorme bandeira da Grifinória

O mar de gente era tanto que ela se perdia, ela encontrou Olívio, chorando ainda mais que ela, Hydra sorrira ainda com lágrimas nos olhos e correra para seu abraço, mas ao invés disso, ele deu um grande beijo em sua boca de forma intensa, Hydra não sabia como agir, estava totalmente tomada pela emoção, o beijou de volta, segurando em sua nuca enquanto ele segurava em seu quadril, até que finalmente pensou no que estava fazendo alguns segundos depois e se separou de Olívio, ela olhou ao redor, ninguém parecia ter notado aquela cena, todos estavam emocionados e gritando demais, Hydra ficou paralizada, não chorava mais, não falava nada, um sentimento de culpa corria por todo seu corpo.

— Hydra! – Gritou Olívio enquanto ela se afastava, mas Fred a segurou e ergou no ar junto a Jorge, mais uma vez ela se deixou levar pela emoção da vitória por mais alguns momentos, porém imaginava que a culpa viria logo depois.


 


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