A Garota Malfoy escrita por Paula Mello


Capítulo 11
Natal em Hogwarts




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No dia seguinte, a neve caia forte, desde os 10 anos Hydra não via uma nevasca como aquela, morrendo de frio, ela desceu para o café da manhã, o castelo estava mais escuro do que o normal, enquanto comia um delicioso sanduíche de carne, as correspondências da manhã chegaram e ela recebeu um envelope junto com as tradicionais guloseimas que sua mãe mandava.

Ela reconheceu a caprichosa letra de Narcisa em um pergaminho.

"Querida Hydra,

Passado o pior, acho melhor lhe informar o que tem acontecido nos últimos meses;

Seu pai não aceitou nada bem a cena no escritório de Dumbledore, ele passou os últimos meses tentando exigir que o ministério intervisse a seu favor e mudasse você de casa, não tendo sucesso, ele decidiu tentar pedir a sua imediata transferência de volta para Beauxbatons, o pedido foi negado pela diretora do local e por Dumbledore, então ele decidiu pedir sua transferência para Durmstrang, o diretor aceitou, mas Dumbledore foi contra sua transferência e argumentou em como isso iria lhe prejudicar, seu pai decidiu pela não transferência para evitar perguntas dos conselheiros sobre os motivos da mesma.

Por enquanto está tudo calmo quanto a isso, seu pai parece ter se conformado, embora não esteja feliz, decidi não contar a ele sobre seu namoro com o rapaz meio-sangue, ou acho que nada iria impedir que ele lhe tirasse de Hogwarts e eu não quero que você vá para tão longe novamente, mandei uma coruja a Draco pedindo que ele também não fale nada sobre isso, mas espero que até o final do Natal esse assunto já esteja concluído.

Ele não é para você, Hydra, não tem nosso sangue, nosso status, você já pensou que ele possa estar te usando? Gente como essa não pode ser confiada nunca.

Como foi dito antes, iremos passar o Natal fora, então estarei enviando seus presentes e de Draco por coruja na manhã de natal.

Com amor,

Mamãe."

O choque inicial da carta demorou para passar, Hydra ficou relendo por alguns minutos até que Fred e Jorge gritassem para ela voltar a realidade, ela decidiu mostrar a carta a seus amigos, não queria que Olívio lesse a parte onde sua mãe falava dele com tanto desprezo, mas ele chegou quando Angelina estava lendo e acabou vendo seu nome e pedindo para ver a carta, Hydra primeiro quis negar, mas ele insistiu em saber o que estavam falando dele e viu o rosto de Olívio entristecer enquanto lia.

— Esquece isso, eu já te disse que eu não ligo para essas coisas... – Hydra tentava consolá-lo.

— Eu sei, isso não é nada – Olívio tentava parecer okay com a situação, mas seus olhos denunciavam outra história.

— Minha mãe é uma idiota quanto a isso, assim como o resto da minha família quando se trata dessas coisas, de jeito nenhum isso reflete como eu me sinto, você sabe disso, não sabe, Olívio? – Perguntou Hydra, ele estava sentado ao seu lado, parecendo miserável.

— Eu sei, Hydra, é só que... eu não gosto que pensem menos de mim porque eu não sou sangue-puro ou porque eu não tenho tanto ouro quanto você... – Afirmou ele com a voz baixa, enquanto os seus amigos fingiam não ouvir nada, o que fez Hydra se sentir agradecida.

— Eu não penso, eu não penso, eu juro! Para mim você é um menino maravilhoso e... – Hydra travou, nunca falou para ninguém o que ia falar para ele agora – bom, eu te amo, Olívio.

Olívio olhou para a namorada, sorriu e acariciou o seu rosto.

— Eu também te amo, Hydra... – Respondeu ele sorrindo, com um sorriso tão largo que pareceu iluminar o local,

— Tá, agora chega, né? – Perguntou Fred, fingindo querer vomitar.

Olívio pareceu bem melhor, na verdade agora parecia muito animado.

Durante o café, só se falava de Harry Potter e como só podia ser ele o herdeiro de Slytherin e que todos os nascidos trouxas deveriam se proteger contra seu ataque, Hydra continuo achando toda história surreal e não acreditou nela, mas não conseguia deixar de achar estranho os acontecimentos no clube do duelo.

A aula de transfiguração corria normalmente, com Minerva brigando com Fred e Jorge por terem tentado transformar a cabeça de Justin Millagroge em uma abobora, quando ouviu berros vindo do lado de fora.

— ATAQUE! ATAQUE! MAIS UM ATAQUE! NEM MORTAL NEM FANTASMA ESTÃO SEGUROS! SALVEM SUAS VIDAS! ATAAAAAQUE!!!

Minerva correu e abriu a porta e todos a seguiram, no meio da multidão de alunos era quase impossível identificar o que aconteceu, Hydra viu Nick-quase-sem-cabeça o fantasma da Grifinória parado no ar, parecia estar congelado, então viu um menino do segundo ano da Lufa-Lufa no chão, petrificado, o mesmo que quase tinha sido atacado pela cobra no clube de duelos e Harry Potter próximo a eles.

Todos começaram a gritar e falar alto, em desespero, mas logo em seguida, a professora Minerva usou a varinha para produzir um alto estampido e restaurar o silêncio, e mandou todos de volta para as salas de aula, Hydra estava obedecendo e indo de volta para a sala quando ouviu Ernie MacMillan, o primo de Jeniffer que estava no segundo ano gritar.

— Apanhado na cena do crime! – Ele tinha o rosto lívido, apontando dramaticamente para Harry.

— Agora já chega, Macmillan! – Disse a professora Minerva rispidamente.

Hydra teve que seguir com o resto dos alunos para a sala e não viu o que acontecera em seguida no corredor.

— Foi o Harry, só pode ter sido! Mas não é possível! – Dizia Rita.

— Não, não foi ele, ele não faria isso, não foi ele, essa ideia é completamente ridícula! – Fred e Jorge defendiam fortemente Harry.

— Não acho que o Harry faria isso, por que ele iria querer matar nascidos trouxas? Sua melhor amiga é uma! – Disse Hydra, que apesar de na hora ter pensado na possibilidade que teria sido ele, pensou melhor no assunto e viu que era uma ideia absurda, isso era mais coisa realmente de seu irmão do que de Harry, mas também, o que sabia sobre Harry, além do que ouvia falar? Não, não, não podia ser ele.... Pensava ela, discutindo consigo mesma dentro de sua mente.

— Eu ouvi dizer que ele odeia os trouxas que moram com ele, vai ver ele criou um ódio de todos os trouxas, sua família também, não é assim? – Perguntava um dos meninos de sua turma.

— Sim, mas se estivessem acusando a minha família eu até entenderia, mas não o Harry! – Disse Hydra.

— Então quem foi, você? É bem coisa dos Malfoys isso mesmo!

Fred e Jorge partiram para cima do menino quando ele terminou de falar, com as varinhas na mão, mas foram separados pelos outros alunos, pouco depois, a professora McGonagall chegou e deu uma advertência aos três, mesmo Hydra tendo argumentado que Fred e Jorge só estavam a defendendo.

O ataque duplo levantou uma maré de pânico entre os alunos, quase todos que tinham colocado seus nomes para passar o natal em Hogwarts correram para reservar lugares no expresso de Hogwarts.

Todos continuavam a ter medo e evitar Harry, o que deixava Hydra indignada e com pena do rapaz, decidiu falar com ele em uma tarde no corredor entra as aulas.

— Harry...

— Ah, oi Hydra – Harry parecia espantado que alguém quisesse chegar perto dele e parou junto com Hermione e Rony, os três olhando espantados para Hydra.

— Eu só quero que você saiba que eu acredito que você não tem nada a ver com esses ataques, as pessoas estão sendo ridículas, eu sei como é ser julgada por algo que você não é... – Harry a olhou e Hydra notou um certo alivio em seus olhos, como se esperasse que as pessoas chegassem também a essa conclusão, mas também parecia sem graça e não muito disposta a conversar.

— Obrigada! – Hydra reparou que Rony a olhava de forma estranha, mas Hydra decidiu ignorar, se despediu deles e seguiu para sua aula, mas logo depois ouviu Jorge e Fred gritarem, ela voltou para ver o que era.

Eles estavam na frente de Harry nos corredores, gritando em tom de brincadeira: "Abram caminho para o herdeiro de Slytherin, um bruxo realmente maligno vai passar..."

Hydra já tinha reclamado com eles sobre esse comportamento, mas os dois achavam muita graça na situação, ela então olhou para o lado e viu Draco parado perto da cena, ela notava que Draco ficava com a cara amarrada toda vez que ouvia os gêmeos brincarem, ela sabia o quanto Draco invejava Harry, será que estava com raiva por estarem levando o crédito dele? Parece algo que ele faria, mas não pode ser o Draco...

O período letivo terminou, Hydra se despediu de Angelina, Katie, Alicia e Lino que foram para casa para as férias de natal, Hydra havia encomendado presentes para todos que seriam entregues em suas casas, o castelo ficou em silêncio, na torre da Grifinória, somente Harry, Hermione, Hydra, Olívio e os Weasleys permaneceram e todos podiam brincar de snap explosivos, por sorte, Percy não passou muito tempo na sala comunal.

— Eu comprei um presente para você – Disse Olívio na noite antes do natal sentado em uma das poltronas perto da lareira com Hydra a seu lado.

— Sério? Não precisava meu amor – Depois de dar um beijo em Olívio, continuou – O que você comprou?

— Espera, vou te entregar. – Olívio levantou da poltrona e foi até o seu quarto, ele voltou pouco tempo depois com uma linda caixinha dourada, ele mostrou para ela e tirou de dentro dela uma pulseira de ouro com uma pequena estrela – Essa pulseira é especial, ela vem com um encantamento, sempre que você sentir ela quente, significa que eu estou pensando muito em você, não se preocupe, não vai esquentar com todo pensamento, é somente se o pensamento for muito forte, é simples, mas achei que fosse gostar.

Hydra nunca recebeu um presente tão lindo em toda sua vida, ela beijou Olívio com muita paixão, não tinha quase ninguém na sala comunal para ver mesmo, então apenas ignorou tudo ao redor, depois de Olívio recuperar o fôlego, ela pediu pra que ele colocasse a pulseira em seu pulso, imediatamente ela sentiu que onde a pequena estrela tocava sua pele, estava quentinho, mas não algo que incomodasse, era confortável, apesar de todas as vezes que Olívio  parecia não pensar em mais nada além de quadribol, ela sabia agora que não era verdade, que ele pensava nela e provavelmente queria que ela soubesse disso.

Depois de agradecer mais muitas vezes, Hydra disse que entregaria o presente de Olívio na manhã de natal e ambos foram dormir.

A manhã de natal veio fria e branca.

Hydra, que estava sozinha em seu quarto, notou algumas embalagens perto de sua cama, levantou imediatamente e começou a abri-las.

Ela ganhou uma vassoura nova de corrida de sua mãe (curiosamente a mesma coisa que comprara para Olívio), Angelina enviou um livro intitulado "Grandes e perigosas poções e como prepará-las" Hydra amou esse presente, Jorge e Fred lhe deram um pacote com algumas de suas invenções e um bilhete (para usar quando achar necessário, talvez na sua casa, com seu irmão, mas é só uma sugestão), Alicia enviara um lindo porta retrato com uma foto dela com Hydra, Angelina, Katie, Fred, Lino, Olívio e Jorge sorrindo e acenando alegremente no pátio do castelo (Fred e Jorge faziam caretas) com um bilhete escrito:

"Agora você pode colocar também do lado da sua cama, todos seus amigos deveriam ficar juntos"

Hydra quase chorou com esse presente e colocou imediatamente ao lado do porta retrato com suas amigas Francesas, seu pai enviou um luxuoso jogo de pena e pergaminho feitos de ouro e suas amigas da Beauxbatons  enviaram diversos doces franceses que elas sabiam que Hydra amava  (as meninas estavam muito mais felizes desde que Hydra voltou a escrever semanalmente) ela notou uma pequena caixinha na sua cama que não tinha visto antes e a abriu era um colar com um medalhão grande e verde com a letra M gravada em dourado, ela abriu o medalhão e notou que em um canto havia uma foto de sua família fazendo uma pose pompuda e séria com Lúcio sentado em uma das luxuosas poltronas verde escura de sua sala, Narcisa estava inclinada no braço da cadeira com as mãos em seu ombro na sua direita, Hydra estava na mesma posição na sua esquerda com Draco a seu lado em pé e firme, eles acenavam levemente e no outro canto do medalhão, tinha uma de Hydra e Draco quando eram crianças se abraçando forte, sorrindo e acenando, dentro do pacote tinha um bilhete

"Para você nunca esquecer de onde vem e quem está sempre do seu lado.
com amor,
Draco"

Hydra ficou alguns segundos olhando o medalhão, que trazia junto uma corrente dourada, certamente de ouro puro, nunca Draco dera um presente tão simbólico, Narcisa geralmente escolhia os presentes que iriam dar um para o outro (como Hydra havia deixado acontecer novamente esse ano) ela se emocionou profundamente, apesar de saber que esse era um medalhão da família Malfoy, era algo que pelo menos parecia que ele tinha escolhido sozinho, ela logo colocou o cordão no pescoço.


Ela foi correndo até o quarto de Olívio, que estava em pé, ainda com o pijama, por sorte, Percy não estava por perto.

— Hydra, o que você está fazendo aqui? O Percy ia fazer um escândalo se estivesse aqui e te visse! – Disse ele, parando assustado para olhar para ela.

— Eu queria te entregar seu presente – Disse Hydra, mostrando o enorme pacote que escondia nas suas costas.

— Hydra, isso é? Isso é uma?? - Olívio ficou sem voz, sem ter o que falar, ele apenas pegou o embrulho e abriu rapidamente.

Era uma nimbus 2001 que comprou em segredo de seus pais (e acabou recebendo uma igual de presente), Olívio demorou uns cinco minutos para se recuperar e quase chorando, agradeceu Hydra e prometeu que com isso ele iria tentar ser o melhor goleiro que ela já viu, ele alisava a vassoura como se fosse uma pedra preciosa, seus olhos brilhavam.

— Eu vou comprar um kit para polir ela todos os dias, você vai ver, acho que essa vai ser a vassoura mais linda que essa escola já viu! – Disse Olívio ainda emocionado, Hydra não conseguia deixar de achar um pouco de graça da situação toda.

— Que bom que você gostou – Disse Hydra, rindo, ao lado da cama dele, enquanto ele acariciava a vassoura.

— Gostei? Foi o melhor presente que eu já ganhei na minha vida, eu não, eu não sei se posso aceitar, é muito, é maravilhoso, é tão caro... – Disse ele ainda muito emocionado e sem jeito.

— Você pode e se não quiser me ofender, você vai aceita sim! – Disse Hydra rindo da cena, ele ainda segurava a vassoura como um bem precioso.

Ele olhou para Hydra e a puxou para junto dele.

— Você tem como ficar melhor? – Perguntou ele, sorrindo, com o rosto perto do de Hydra e com ela em seus braços, os dois sentados na cama do rapaz.

— Na verdade tem, quanto tempo o Percy vai ficar fora? – Perguntou Hydra rindo.

— O suficiente... – Respondeu Olívio a beijando logo depois (não sem antes deixar a vassoura dele cuidadosamente posicionada no chão).

Hydra entregou, um pouco mais tarde, na sala comunal, para Fred e Jorge, seus presentes, um jogo novinho de snap explosivos e um grande kit de fogos de artifício Dr. Filibusteiro, os gêmeos pareciam agradecidos e satisfeita, ela também entregou sua antiga vassoura, a nimbus 2000 para que eles revezassem usando, o que deixou eles extremamente incrédulos e agradecidos.

— Não é só isso. – Disse Hydra, pegando um pequeno vidrinho de suas vestes – Essa poção aqui, se misturada com a sua geleca que estavam me mostrando ontem, consegue fazer ela crescer de um jeito que tomaria uma sala inteira.

— O que!? Isso é genial! – Disse Fred, pegando o vidro animadamente.

— Isso é o que faltava, valeu, Hydra, esse é o presente perfeito! – Disse Jorge, dando um beijo em sua bochecha.

O almoço de natal foi maravilhoso, O Salão Principal estava magnífico.

Não só tinha uma dúzia de árvores de Natal cobertas de cristais de gelo e largas guirlandas de visco e azevinho que cruzavam o teto, como também caía uma neve encantada, morna e seca, Dumbledore puxou o coro de algumas de suas músicas de Natal preferidas. Hagrid cantava cada vez mais alto a cada taça de gemada de vinho quente que consumia. Percy, que não reparou que Fred havia enfeitiçado o seu distintivo de monitor – agora com os dizeres "Cabeça de Alfinete" –, não parava de perguntar por que os garotos ficavam dando risadinhas.

Hydra viu Draco debochando do novo suéter de Harry, dado de presente pela Sra. Weasley, segundo Jorge, que usava um no mesmo estilo, Hydra decidiu ir até a mesa da Sonserina agredecer ao irmão pelo presente que ganhara.

Quando chegou atrás de seu irmão, ele, Crabbe e Goyle e os outros poucos alunos da Sonserina que estavam na mesa pararam de rir e conversar e olharam atentos para ela, então ela pediu licença para Crabbe e se sentou do lado de Draco, os três meninos olhavam assustados e sem ação.

— O que você está fazendo na mesa da Sonserina? – Perguntou Draco ainda parecendo em choque.

— Não se preocupe, não pretendo ficar muito, eu só queria agradecer pelo presente. – Exibiu o colar para Draco sorrindo – Eu gostei muito, foi a mamãe que escolheu?

— Não, na verdade esse colar está na família desde o amo de mil quinhentos e vinte e seis, eu encontrei um dia e perguntei para o papai se podia ficar com ele, ele concordou, desde que eu não desse a ninguém não digno dos Malfoy, então eu pensei, que quem seria mais digna do que uma outra Malfoy? – Draco não conseguiu terminar a frase, Hydra pulou em seu pescoço e o abraçou, os alunos da Sonserina olhavam dando risinhos e os amigos de Hydra estavam com olhares chocados na mesa da Grifinória. – Chega Hydra, chega! – Disse Draco a afastando, ele estava vermelho – Eu já entendi que gostou do presente, agora, vá embora, está me fazendo passar vergonha – Completou ele baixinho.

— Tudo bem. – Nem mesmo a falta de educação de Draco conseguiu deixar Hydra menos feliz, ela saiu sorridente em direção à mesa de sua casa, onde explicou o que aconteceu.

— Achei que você estava atacando ele... – Disse Jorge com voz de triste e parecendo desapontado.

— Não no natal. – Hydra disse rindo, todos estavam de muito bom humor naquele dia e parecia que nada iria estragar isso.

Harry, Hermione e Rony saíram do salão apressados, Hydra, Fred, Jorge e Olívio decidiram voltar para a sala comunal, onde brincaram de snaps explosivos enquanto Olívio passava o tempo quase inteiro polindo sua nova vassoura com um kit que conseguiu emprestado.

— Calma aí Olívio, é uma vassoura, não é a Hydra! - Brincou Fred enquanto Olívio chegava a boca perto da vassoura para lustrá-la com o vapor que saia dela, ele parou sem graça, encostou a vassoura na poltrona e se juntou a eles no jogo.

Rony e Harry chegaram na torre parecendo nervosos depois de algumas horas.

— Oi Harry, onde está a Hermione? – Perguntou Hydra.

— Na ala hospitalar, aconteceu um... um acidente – Disse Harry parecendo um pouco nervoso enquanto sentava em uma poltrona.

— Ela está bem? O que houve? É o herdeiro novamente? – Hydra parou o jogo preocupada, sempre gostou muito de Hermione, apesar de saber bem o tipo de pensamento que sua família teria sobre ela.

— Não, ela está bem, foi um... feitiço, isso, ela estava praticando um feitiço e não deu muito certo, mas ela deve ficar bem logo, não se preocupe, ela não quer visitas, então, pode deixar que eu falo que você perguntou por ela. – Hydra não acreditou em Harry, seu tom de voz era nervoso e seu olhar confuso, estava claro que ele inventara toda a história, mas decidiu fingir que acreditava, já que ele queria muito que claramente ninguém fizesse mais perguntas, porém, não deixou de imaginar, por um segundo pelo menos, se alguém não teria atacado ela...

— Hydra, você sabia que o Ministério da magia fez uma blitz na sua casa? – Perguntou Rony, sentado ao lado de Harry.

— Não! Como você soube? Mamãe nunca me conta nada que está acontecendo e meu pai, bem, meu pai nunca me escreve, ele só falar com o Draco. – Hydra parecia um pouco triste ao falar a última frase.

— Eu ouvi falar, parece que não encontraram nada, mas ele deve ter alguma coisa na sua casa, certo? Escondido talvez? – Harry deu uma cotovelada no braço de Rony, como se pedisse para ele parar de falar, Hydra achou tudo muito suspeito, o tom de voz de Rony era como se esperasse uma confirmação e não uma resposta.

— Provavelmente Rony, mas eu não sei, eu não passo muito tempo em casa desde que fui para a escola, nem as férias, eu passo uma ou duas semanas lá e viajo para casa das minhas amigas na França, sempre que estou na mansão eu geralmente fico trancada no meu quarto. – Hydra olhava atentamente para Rony enquanto falava com um olhar sério e firme. - O papai deve ter coisas escondidas, é claro, lembro de ele falar algo sobre um quarto onde esconde as coisas quando eu era criança, mas eu não faço ideia de onde seja ou o que esteja ali, como eu disse, ele não fala comigo e também não deixa a mamãe me contar as coisas, ele só fala com o Draco, eu sou praticamente invisível dentro daquela casa para ele, mas também, nunca me interessei em saber de nada, mas o porquê da pergunta? O que está acontecendo? – O tom de voz de Hydra era nervoso, ela não estava gostando das perguntas, parecia que Rony desconfiava dela.

— Por nada Hydra, Rony está nervoso porque soube que o Sr. Weasley está sofrendo um inquérito no ministério por causa do carro que nós pegamos... – Disse Harry, sem deixar Rony responder, Hydra não acreditou, mas se solidarizou com os Weasleys que pareciam todos muito nervosos pedindo explicações a Harry e decidiu não fazer mais perguntas, pelo menos por enquanto, para Rony.

— Seu pai está pedindo para que ele seja demitido do Ministério. – Disse Rony para Hydra, com raiva, Hydra se sentiu triste e de alguma forma responsável pelo sofrimento de sua família.

— Eu vou falar com ele, vou mandar uma coruja imediatamente ameaçando falar com seus amigos sobre como ele na verdade os despreza, algumas coisas que me interessam eu ouço naquela casa, eu posso usar isso contra ele, papai odeia escândalos com seu nome. – Hydra falava com a voz angustiada se levantando da poltrona – Vou agora mesmo...

— Não, Hydra, você leu a carta que sua mãe lhe enviou, seu pai quer tirar você da escola, se você fizer algo ele vai ficar com mais raiva! – Disse Fred levantando e segurando Hydra pelo pulso a impedindo de sair da sala – Papai deve dar um jeito, o Ministério não deve demitir ele por bobagem. – Hydra se sentou tentando se acalmar, depois de um tempo, ela e Wood decidiram subir disfarçadamente para o quarto do rapaz, que estava ainda sem o Percy, parece que afinal, algo tirou a alegria que sentiu no resto do dia, cada vez mais a raiva de seu sobrenome crescia nela, no dormitório, Olívio se sentou em frente a ela.

— Você e seu pai não se falam direito mesmo? – Perguntou ele com a voz calma e doce e uma das mãos deslizando no rosto de Hydra.

— Não, desde que ele percebeu que eu não seguia o que ele falava... – Hydra se ajeitou na cama, esse assunto sempre a incomodou muito, mas não queria parecer grossa de alguma forma.

— E quando foi isso? – Perguntou Wood também se ajeitando.

— Bem, acho que quando eu tinha uns sete ou oito anos, alguns anos depois da que de Você-Sabe-Quem caiu, minha tutora já vinha me ensinando escondida sobre o mundo dos trouxas e porque não deveria desprezá-los, por algum motivo, eu a ouvi, ouvi de verdade, aquilo tudo fazia sentido, sabe?

Olívio olhava com muita atenção para tudo que Hydra falava

— Ela me levava em segredo para brincar com crianças em um bairro trouxa, eu comecei a gostar delas – Hydra tinha alegria na sua voz quando contava isso, mas mudou para um tom triste ao continuar a história – Um dia meu pai estava na mesa falando sobre como todos os trouxas deveriam ser eliminados do mundo mágico e de como somente o sangue bruxo puro deveria ser respeitado e dominar sobre tudo o que ele chamava de escória mágica que tomava conta depois da queda de Você-Sabe-Quem... – Olívio parecia agora ainda mais interessado na história, seus olhos estavam muito atentos em cima de Hydra.

— E o que aconteceu? – Perguntou ele curioso.

— Bem, eu disse que isso não era verdade e que os trouxas eram pessoas legais que deveriam ser respeitadas – Olívio soltou um suspiro de surpresa, era como se ele pudesse imaginar a cena, pensou Hydra, e a reação de seus pais.

— Seu pai não deve ter gostado nada disso...

— Não, ele brigou comigo, disse que eu era uma vergonha para família, uma amante de trouxas e que deveria me eliminar junto com eles. – Hydra não conseguia esconder a tristeza em sua voz e seus olhos ficaram molhados, Olívio também parecia triste e chocado.

— Eu, eu sinto muito, ele não devia ter dito isso... – Disse ele sem jeito.

— O pior não é o que ele disse, é o que ele fez...

— E o que ele fez? – O tom de voz de Olívio denunciava a sua imensa preocupação.

Hydra parecia com medo de continuar.

— Ele usou um feitiço em mim, quando eu tinha 7 ou 8 anos, eu não sabia o que era na época, mas todo meu corpo doeu muito, eu fiquei com alguns ferimentos, achei que ia morrer, mamãe empurrou a varinha dele no chão para ele parar, gritou com ele, tentou impedir, então ele me trancou no calabouço do porão por semanas, me alimentando duas ou três vezes por dia. – Olívio estava completamente chocado, seu rosto estava vermelho de raiva e a surpresa era tão grande que ele até se levantou antes de Hydra continuar — Ele demitiu minha tutora amada, mas antes ela cuidou de mim junto com a minha mãe quando eu sai de lá de dentro, daquele lugar horrível, completamente assustada...

— O que? Isso é um crime! – Disse ele com raiva – E sua mãe? Ela não fez nada?

— Fez, acho que por isso que ele me tirou, senão talvez eu estaria lá até hoje, ela chorou e implorou todos os dias para que ele tirasse ela de lá, que ela era só uma criança e não sabia o que falava, ela tentava ir até o porão todos os dias, mas papai impedia... – Algumas lágrimas caiam nos olhos de Hydra e Olívio a abraçou, ainda muito chocado.

— Eu não acredito nisso, seu pai é realmente um monstro, o seu irmão, ele também não tentou te ajudar?

— Ele tinha só cinco anos, não sabia de nada do que estava acontecendo, acho que até hoje não sabe, eu sei que depois de algumas semanas ele me soltou, eu fiquei em pânico, com medo dele por muito tempo, eu por algum motivo ainda o amo, ele é meu pai, mas, não sei...

Hydra se ajeitou novamente na cama e parou de chorar

— Ele prometeu para minha mãe que não faria mais isso e me pediu desculpas, forçadas, mas pediu, então quando eu fiz onze anos quis ir para longe e ele permitiu, só que alguma coisa mudou quando eu sai, eu criei mais coragem, comecei a não ter tanto medo dele e falar o que pensava livremente, todos já sabiam que eu existia, era tarde demais para me matar, mas ainda assim, lá no fundo, eu tenho pavor do meu pai... – Olívio estava deitado ainda em grande choque.

— Então é por isso que ele nunca te conta nada, – Disse Olívio em um tom mais de afirmação do que de pergunta – E essa cicatriz nas suas costas?

Perguntou ele, se referindo a cicatriz que Hydra tinha um pouco acima da parte da lombar, era branca e por ser mágica, jamais sumiria.

— Sim, foi ele quem me deu... ele se apegou ainda mais ao Draco depois disso, como se fosse sua única esperança de continuar a família, sei lá.

— E sua tutora, ela ainda está viva?

— Sim. – Hydra sorriu ao falar – Ela mora em um vilarejo na França e eu a visito todos os anos, também enviamos corujas uma para outra todo mês, ela me ensinou tanta coisa, não só sobre os trouxas, mas sobre respeito e também me ensinou a gostar de ler e aprender.

— Ela parece ser uma pessoa maravilhosa! – Afirmou Olívio passando o braço direito em cima de Hydra.

— Muito, é minha segunda mãe, ela é jovem ainda, casou, teve seus filhos, crianças amáveis, gosto muito de todos eles. – Disse Hydra, agora já sorrindo de verdade.

Depois de encerrar o assunto sobre sua família, Hydra e Olívio ficaram juntos e conversaram sobre seus planos para depois de Hogwarts, Olívio contou que quer entrar para algum time grande de Quadribol e Hydra disse que queria sair de casa e ser mestre de poções, quem sabe usar um novo sobrenome.

— Eu poderia usar o de solteira da minha mãe, mas ela é uma Black e eu não sei qual das duas famílias é pior! – Hydra contou em tom de brincadeira.

— Ou eu posso te levar comigo – Disse Olívio.

— Para onde? – Perguntou Hydra.

— Para onde eu for, ué! Não teria talvez tanta riqueza, mas teria amor! — Brincou ele.

— É, quem sabe, parece um bom futuro... – Disse Hydra, beijando o namorado.


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