— Sempre foi você, Maria, sempre foi!

Ela chorava no chão cheia de dor e Estevão a pegou no colo a tirando dali enquanto ouvia a voz de Bernardo gritar que ela era culpa de tudo aquilo e antes que ela saísse por completo da sala ela o olhou e sorriu e aquela porta foi fechada...

[...]

Estevão colocou Maria sentada na cama e ela o olhou precisava conversar com ele e aquela conversa definiria sua relação com ele ela não queria mais mentiras entre os dois, mas ao mesmo tempo tinha tanto medo que ele a deixasse mais ela não tinha escolha ela precisava contar ou não conseguiria viver em paz com seu amor.

— Você está bem? - sentou ao lado dela.

— Com um pouco de dor pela queda, mas nada que não passe... - sorriu de leve. - Amor, preciso te contar uma coisa...

Estevão suspirou e disse antes dela continuar.

— Nunca imaginei que seu marido poderia estar vivo, isso significa que nosso casamento não vale nada! - falou chateado e com pesar.

Maria o olhou nos olhos e tocou seu rosto.

— Nosso casamento é valido, meu amor, eu não quero que pense assim! - beijou a mão dele. - Eu vou pedir o divorcio e o juiz vai me dar são anos com ele "morto" não vou me negar! - ele suspirou e ela o abraçou. - Eu te amo e quero você, só você!

Estevão a abraçou forte em seus braços e ficou ali por alguns minutos e a soltou beijando seus lábios apenas com um selinho.

— O que quer me dizer?

Maria tomou ar e se arrumou melhor na cama sentindo dor, mas não permitiu que ele visse.

— Eu preciso te contar uma coisa que talvez faça com que nosso relacionamento acabe de uma vez! - ele nada entendeu. - Eu preciso que me ouça sem me interromper e depois que terminar você pode fazer o que quiser comigo e com a informação que eu vou lhe confessar.

— Você está me preocupando, Maria, o que está acontecendo?

Maria tomou ar e olhando nos olhos dele e começou.

— Eu quem armei o atentado de Bernardo! - falou logo de uma vez.

Estevão não pode acreditar naquelas palavras e no mesmo momento se levantou e caminhou no quarto a olhando.

— Você o que?

— Eu descobri que ele estava com a minha irmã e que planejava me matar, eu não sabia de toda a historia dos dois até a própria Estrela me esfregar na cara o que tinha feito! - os lábios tremeram. - Eu não sou má, não pense isso, mas eu estava com tanto ódio com tanta raiva e decepção que no mesmo dia em que ele tramava a minha morte eu contratei uns homens e o emboscamos na estrada até que o carro dele capotou e o jogamos no rio, ninguém nunca soube e eu achei que o desgraçado estava morto, mas não estava e a prova está aqui. - bateu em suas próprias pernas que voltavam a funcionar agora.

— Você me deixou preso mesmo sabendo dele? - ela negou com a cabeça e tentou levantar mais caiu sentada novamente.

— Não, pelo amor de Deus, amor, eu nunca faria isso com você! - ela respirou com dificuldade pelo nervoso. - Eu desconfiava dele, mas eu não podia me delatar, eu estava esperando nossos filhos uma gravidez de risco. - passou as mãos no cabelo. - Não estou me justificando porque eu errei, eu mandei matar um homem, mas era eu ou ele e eu escolhi ficar viva!

Era um pensamento mesquinho, pois Maria não era Deus para decidir quem iria ou não viver e ela escolheu um caminho sem volta escolheu tirar a vida de um homem e estava ali diante de seu marido e delegado, estava nas mãos dele o futuro dela.

— Se quiser pode me prender, eu mereço pagar pelo que fiz! - abaixou o olhar deixando as lágrimas correr por seu rosto.

Estevão a olhou ali sentada sem poder levantar ou se aproximar dele para implorar algo a ele e ele sentiu seu coração acelerar era sua mulher o seu amor a mulher que ele sempre amou e desejou ao seu lado era a sua Maria a sua Maria que estava ali confessando algo monstruoso e ele ficou entre ser o homem delegado e ser o amor dela e ele se aproximou ajoelhando frente a ela.

— Você se arrepende do que fez? - tocou o rosto dela e ela o olhou.

— Todos os dias, eu sou uma juíza e escolhi o caminho errado para resolver os meus problemas, mas eu sabia que se ele fosse julgado sairia livre e ai sim me mataria a qualquer momento como tentou todos esses anos e quase conseguiu da ultima vez, eu me arrependo de não ter levado ele a policia, mas eu escolhi um caminho e não tem mais volta. - fungou contendo as lágrimas o olhando nos olhos.

Estevão a amava e podia ver a verdade em seus olhos e naquele momento ali diante dela ele decidiu que não podia entregá-la.

— Esse vai ser o nosso segredo!

Ela tocou o rosto dele.

— Tem certeza? Eu não quero que se arrependa depois... Eu não sou má e nunca pensei que ele chegaria ao extremo de matar o meu pai! - ela chorou mais.

— Meu amor, fique calma ele nunca mais vai chegar perto de você! Isso eu garanto e o que fez não foi certo, mas era ele ou você e eu vou guardar esse segredo aquele lugar não é pra você e sim para bandidos de verdade.

Maria o puxou e o abraçou forte agradecendo ao seu amor por não denunciá-la sabia que agora ele se tornaria cúmplice dela por não contar e ela o olhou e o beijou na boca com todo seu amor e ele a correspondeu como sempre fazia e ela o puxou mais para ele deitando na cama e ele a acariciou estava morto de saudades e queria o corpo de seu amor e cessou o beijo a olhando nos olhos.

— Eu te quero, Maria. - sentiu o cheiro dela.

— Me faça sua meu amor! - respirou alto fazendo os seus seios subir e descer.

— Você caiu, está sentindo dor? - ela o acariciou.

— Estou com um pouco de dor, mas eu posso suportar se for para fazer amor com você! - sorriu e ele junto.

Os dois se beijaram com gosto com saudades e ele levantou ficando nu e a ajudou a ficar também, deitou novamente sobre ela e ao abrir um pouco mais ela sentiu dor e gemeu Estevão percebeu que naquela posição não daria certo e tentou parar, mas ela pediu para continuar e ele a virou de costas para ele ficando de lado e a acariciou muito entre as pernas distribuindo beijos por suas costas até que a sentiu pronta para ele e a penetrou de leve elevando pouco a perna dela para que não sentisse dor.

Maria sentiu que era novamente rasgada era muitos meses sem o contato de seu amor e com a gravidez ficou ainda mais aperta e ela o apertou na mão gemendo baixinho com o leve mover de seu corpo de encontro ao dela era tão maravilhoso sentir que estava completa agora e que não tinha mais nenhum segredo entre os dois que ela sorriu virando um pouco a cabeça para receber os lábios dele nos seus e eles foram um do outro ali naquela cama como sempre tinha que ser, mas o destino as vezes faz uma curva e apenas podemos encontrar a felicidade na próxima rua....

[...]

ALGUNS MESES DEPOIS...

Maria estava bem melhor das pernas, mas ainda assim precisava de sua bengala para se mover melhor, ela estava sentada embaixo de uma arvore com os gêmeos deitados na tolha enquanto brincavam com seu mordedor ela admirava Estevão correr atrás de Eloá e Bernardo brincando as gargalhadas ele era um homem perfeito e um pai ainda mais perfeito ele era tudo para ela e os filhos e ela dava graças a Deus que por fim estava livre de atentados e podia viver a plenitude de seu amor.

Bernardo pegou muitos anos de cadeia e Estevão se encarregou de fazer a vida dele um inferno lá dentro, Estrela ficou mais que desesperada depois que soube que ele foi preso sabia que agora ela nunca mais sairia daquele lugar e pela primeira vez se arrependeu do que fez, mas já era tarde para ela e não tinha mais como voltar atrás tentou falar com Maria, mas a mesma não a quis ouvir era o seu castigo e ela passaria por aquilo sozinha, pois nem Marta a visitava mais.

Marta e Ana sabiam que os filhos estavam bem e resolveram curtir a vida depois que o luto de Marta passou e elas passaram a viajar para conhecer o mundo e sempre que conseguiam mandavam fotos dos lugares mais lindos por onde passavam e assim a vida seguia seu curso com erros e acertos, mas o mais importante para todos era o perdão e o amor que os uniam e isso ninguém poderia tirar daquela família.

Estevão parou por um momento e olhou o seu amor sentada com seus dois filhos e sorriu ela era tudo para ele e por ela ele era capaz de tudo até mesmo esconder aquele crime que ela tinha cometido Estevão não era ninguém para julgá-la afinal também tinha feito escolhas erradas em sua vida, mas o que importava era o arrependimento e a certeza de que nunca mais cometeriam o mesmo erro e isso bastava para ele.

Ele se aproximou dela ofegante e todo suado mais mesmo assim a beijou na boca com ela rindo e logo os filhos vieram e pularam neles fazendo Maria deitar no chão a gargalhadas era uma mulher completa e só tinha a agradecer Estevão a beijou e eles sorriram segurando os filhos que os encheram de beijos e logo beijaram Linda e Heitor que gritavam pedindo atenção que eles deram por alguns minutos e logo voltaram a correr feliz brincando de bola. Estevão olhou o seu amor sorrindo e disse.

— Sempre foi você! - ela sorriu se arrumando debaixo do corpo dele.

— Sempre foi e sempre será você meu amor! - eles sorriram e um beijo foi trocado selando aquele momento de amor e paz que eles sempre teriam juntos...

FIM... FIM... FIM... FIM... FIM... FIM... FIM...