Princess Haylley's Diary - Volume III escrita por Haylley Ashiz


Capítulo 9
Back To Equestria




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Segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ariana me falou que eu tenho orelhas de lobo.

A princípio, eu não entendi foi nada, mas depois que passei a mão (melhor, pata) na minha cabeça pra arrumar o cabelo...

— Gente... o que é isso...!? — gritei.

— Eu falei! — exclamou Ariana.

— Ah, então foi isso que você quis dizer? Eu literalmente tenho orelhas de lobo?

— O que mais eu poderia estar querendo dizer?

— Sei lá! Eu sou lerda também, esqueceu?

Estávamos na aula de História da Magia, a única matéria que o professor é um fantasma, e é a mais chata do mundo. Elen e Ariana estavam tentando decifrar minhas anotações dos ingredientes do antídoto e eu estava quase dormindo quando o sinal tocou para a hora do almoço.

— Finalmente! — bocejei.

Fomos todas para o salão principal.

— Haylley, eu acho que se a gente não arrumar o antídoto logo, você vai virar um lobo totalmente — disse Elen.

— Por quê? — perguntei.

— Primeiro foram essas patas e esses bigodinhos, que eu particularmente acho muito fofos — explicou Ariana. — Depois as orelhas, e eu acho que esse pelo cinza está tomando conta da sua cauda.

— Quê!? Ah, não! Cinza não!

Minha cauda sempre foi da mesma cor do meu cabelo. Preta e vermelha na ponta.

— Haylley, sua letra é assim mesmo ou é por causa das patas? — indagou Elen. — Meu Deus, não consigo entender nada! O que é isso? L... lei... leite de... man... Ariana, ajuda aqui?

— Acho que é manticora — disse Ariana.

— Acho que é isso mesmo. Obrigada, amor.

— De nada, docinho.

Acho que essas duas devem ter se casado assim que se viram não contaram pra gente ainda.

Pelo menos é o meu palpite.

— Mas manticora! — exclamou Elen, já passando a informação para outro pedaço de pergaminho. — Onde a gente vai arrumar isso!?

— Olha, tem uma manticora na floresta da liberdade, lá em Equestria — eu disse.

— Aff, naquele lugar cheio de pôneis? — resmungou Ariana.

— É fêmea? — quis saber Elen. — Se não, vai ser perda de tempo.

— Sei lá! — repliquei. — Nem sei se o bicho tá vivo...

— Vamos ver... —  disse Ariana — ab... abe...

— Abelha — completei. — Esse eu lembro.

— E isso aqui? — perguntou Elen. — É ectoplasma?

— Deve ser — respondi.

— Ectoplasma não é aquela coisa de fantasma? — questionou Demi.

— Médium, na verdade — replicou Ariana.

— Eu tenho ectoblasma! — exclamou Gabita.

— É plasma — corrigiu Elen.

— Você sabe o que é, pelo menos? — eu quis saber.

— Não é Dolly Citrus? — falou Gabita.

— Claro que não! — riu Elen.

— Mas tem gosto de Dolly Citrus... — disse Gabita.

— Você já bebeu ectoplasma? — idaguei.

— Claro! Eu tenho um monte no meu malão! — replicou Gabita — Eba! Chocolate!

Antes que pudéssemos perceber, o almoço saiu da mesa e a sobremesa apareceu. Peguei um pedaço de bolo de chocolate e disse:

— A gente tem que arrumar um jeito de abrir o portal para Equestria. De novo.

Depois da sobremesa, nós fomos para a aula de Herbologia, do lado de fora do castelo. Passamos pelo jardim e me lembrei que ali é cheio de abelhas.

— Ariana... — chamei.

— Hm? — ela respondeu.

— Pega uma abelha pra mim, please? — pedi.

— Por que eu? — retrucou Ariana.

— A gente precisa de abelha, lembra? E não sou eu quem vai pegar uma.

— Tá bom. Immobilus!

As abelhas pararam de voar e caíram dentro dum pote de vidro que Ariana tirou não sei de onde.

— Abelhinhas bonitinhas! — disse Gabita, tentando pegar as abelhas.

— Tira a mão disso! — mandou Ariana, colocando o pote no alto (óbvio que ela estava de salto).

— Mas eu quero ver...!

— Isso não é pra criança.

— Mas eu não sou criança...

— Isso é pra curar sua irmã, sabia?

— Curar a Haylley? De quê?

— Pra ela não virar um lobo e matar todo mundo!

— Ah... olha, a Princesa Luna!

Era mesmo a Princesa Luna, voando na nossa direção. Quando ela pousou na nossa frente, percebemos que ela estava chorando. Gabita, indignada, perguntou:

— Que foi, Luna?

— Pinkie... Tia... — ela soluçou.

— Huh? — disse Ariana. — Pinkie Pie matou sua tia?

— Não! — exclamei. — Pinkie matou a irmã da Luna!

— Tia é o apelido dela — explicou Gabita. — O nome dela é Celestia.

— Mas o que aconteceu, Luna? — questionei.

— Pinkie apareceu lá e... disse para Celestia ajudar ela... Tia lutou muito, mas... — replicou Luna, voltando a chorar.

— E o que... nós podemos fazer pra ajudar...? — perguntou Elen.

— Use sua magia! Por favor! — falou Luna.

— E se a gente não conseguir? — indagou Gabita. — Quem vai fazer o Sol nascer?!

— Eu acredito em vocês! — exclamou Luna.

— Okay, Luna, nós prometemos que nós vamos... mas a gente tem que ir, senão a gente se atrasa — disse Ariana.

— Oh, desculpa! Me desculpa mesmo! — desculpou-se Luna. — Eu não queria atrapalhar vocês!

Resumindo, Luna foi com a gente para a aula e a professora Sprout disse que não podia levar mascotes pra lá e Luna ficou no dormitório até o resto do dia. Assim que as aulas acabaram, entramos no portal e aparecemos em Canterlot, no castelo de Luna e Celestia. Era noite e o castelo estava totalmente escuro e sem vida.

— Eu tô com medo, maninhas! — exclamou Gabita, abraçando Demi e eu.

— É só um castelo! — retrucou Ariana.

— De que vocês precisam para usar sua magia? — perguntou Luna.

— Primeiramente, livros — replicou Elen.

— A biblioteca fica por aqui — disse Luna.

Ela guiou o caminho pelos corredores altos, largos e cheios de janelas do castelo, até que paramos na frente de duas enormes portas de madeira. Luna abriu o portão com magia e vimos a biblioteca. Estantes altas e compridas, cheias de livros e sei lá mais o quê.

Havia lá dentro também uma mesinha, iluminada por uma única vela, e cinco pôneis sentadas em banquinhos, lendo livros.

— Ah, Twilight, para de chorar! — disse a voz de Rainbow Dash. — Parece que você tá sofrendo mais que a própria Luna!

— Dash tem razão — concordou Rarity. — Se não parar de chorar, não vai ajudar em nada.

— Pôneis!! — gritou Gabita, correndo até a mesinha.

— Humanos em Equestria? — indagou Applejack.

— Só pode ser coisa da Princesa Luna — disse Dash.

— Vocês são tão pequenininhas e fofinhas! — exclamou Gabita, abraçando (ou pelo menos tentando) todas elas.

Fomos até a mesa e Twilight parou imediatamente de chorar, foi até Luna e disse:

— Oh, Princesa Luna, você sabe como ajudar Celestia? E Pinkie Pie, onde está?

— Aquela psicopata? — respondeu Ariana. — Ela era do grupo de vocês, né? Ela tá atrás da gente já faz dois anos, tá casada e tem filho!

— O quê!? — exclamou Twilight. — Ela só tem 17 anos!

— O filho dela tem uns 10 — comentei.

— Eu sempre achei ela meio maluca, mesmo — disse Applejack.

— Meio? — disse Elen.

— Haylley, eu quero dormir aqui, junto com os pôneis! — pediu Gabita. — Por favorzinho!

— Só se a gente achar uma poção pra reviver a Princesa Celestia — eu disse.

As prateleiras das estantes não tinham etiquetas para indicar os temas dos livros, então tinha que ter muita paciência pra ver qual era o tema dos livros daquela prateleira e achar o que a gente precisava. Estava quase desistindo de procurar quando escutei Elen gritando:

— Achei!

E pra achar o caminho de volta? Precisei de Luna para me guiar até as outras.

— Até eu achei o caminho! — riu Gabita.

— Ah, cala a boca! — mandei.

— Não! — disse Gabita.

— Pelo menos eu vou ficar na casa da Fluttershy — mesmo isso sendo a maior mentira, "ativei" meu modo pegasister só pra implicar, mesmo (porque eu sabia que eu ia virar a noite no castelo, fazendo essa poção).

— Mas aí você fica perto da floresta!

— E daí? Pelo menos eu não vou dormir num monte de feno.

— Quem disse?

— Ora, eu disse!

— Cala a boca!

— Cala a boca você!

— Calem a boca vocês duas — mandou Elen.

— Luna, o que você ficou fazendo na Lua durante mil anos? — perguntei.

— Você acha que eu lembro? — respondeu Luna.

— E o que você comeu lá? — questionou Gabita.

— Queijo da Lua, oras!

— Ah, que da hora! Eu quero! — exclamou Gabita.

— A gente vai precisar — disse Elen, lendo o livro que achou.

— Haylley, tem um negocinho na sua cara — disse Ariana.

— O que, esses bigodinhos? Eu já sei.

— Não é isso...

— É onde, então?

— No seu nariz... quer dizer, focinho.

— Ah, tá. Espera, focinho?

Coloquei as patas onde antes estava meu nariz, e senti que ele estava... digamos... mais comprido.

— Ai...

— Eu já vi isso antes — comentou Fluttershy, depois de ficar esse tempo todo calada. — Mordida de lobisomem, não foi?

— Foi... — respondi num tom triste, ainda com as patas no meu mais novo focinho.

— Eu conheço uma poção que pode atrasar a transformação.

— Muito obrigada, mas já estamos trabalhando no antídoto — disse Elen.

— Mas aqui em Equestria o tempo vai passar mais rápido, ou seja... se demorarem muito, ela vai virar totalmente um lobo e matar todas nós.

— Então arruma logo essa poção, que eu não quero morrer — disse Gabita.

Fluttershy saiu trotando da biblioteca. Elen continuou lendo o livro.

— Qual é o seu nome? — perguntou-me Twilight.

— Haylley — repliquei.

— Eu me chamo Twilight Sparkle — apresentou-se ela (como se eu não a conhecesse), vindo na minha direção. — Você foi mordida por um lobisomem, certo?

— É, fui.

— Mas não existe antídoto pra isso.

— Eu sei, mas aparentemente o lobo tinha DNA de humano.

— E você tem DNA de lobo?

— Você já é a segunda pessoa que me pergunta isso.

— Sabe, sempre me interessei por essa parte da magia. Transformação. Principalmente lobisomens. Já tentei estudar sobre o assunto mas aqui em Equestria os pôneis têm tanto medo deles que só sabem fugir e os lobos se isolaram.

— Bem, no mundo real é mais ou menos assim, também. Deve existir um livro ou outro sobre lobisomens mas eu nunca vi.

— Você aceitaria ser minha cobaia?

Nossa, ela foi direta.

— B-Bem, a gente pode ver isso depois... — gaguejei.

— Pense sobre isso.

Twilight sorriu.

— É bem complicada de fazer — disse Elen.

— Quanto tempo? — quis saber Luna.

— Uns cinco dias — replicou Elen.

— A gente vai ficar cinco dias aqui?! — indagou Ariana. — Com esse monte de pônei?!

— Se você quiser que amanheça... — disse Gabita.

— Mas esse filho da Pinkie... é adotado, né? — perguntou Applejack.

— Acho que sim, porque o marido dela é um demônio que não tem cara e o filho é um menino humano muito esquisito — explicou Ariana.

— Elen, nesse livro tem as instruções pra fazer o meu antídoto? — inquiri.

— Deve ter... — falou Elen. — Mas vamos focar na poção da ressurreição. Sangue de alicórnio, doce de piñata, pó de estrela, queijo da Lua, canela ártica, olho de cobra, ectoplasma, chá de lótus sensato... onde a gente vai arrumar isso?! Manjericão da tristeza, suor de ninja do fogo... quê! Aipo de rubi e o DNA do morto...

— Só eu que acho que é uma causa perdida? — disse Ariana.

— Temos que tentar, não é? — disse Elen.

Nesse momento, Fluttershy voltou, trazendo consigo um frasquinho com um líquido azul.

— Funciona com pôneis, mas acho que deve ter o mesmo efeito — disse.

Peguei o frasco e bebi a poção. Tinha gosto de sei lá o quê, misturado com chiclete e presunto.

— Pode ter alguns efeitos colaterais — avisou Fluttershy.

— Ah, e só agora você diz isso? — disse Ariana.

— Pode dar dores de cabeça, náusea, febre, olhos vermelhos e explosão dos olhos.

— Ah não! — exclamei.

— Essa última foi brincadeira — riu Fluttershy.

— Quanto tempo pra arrumar os ingredientes? — perguntou Luna.

— Sei lá, tem tanta coisa! — respondeu Elen. — Acho que uma semana, mais ou menos.

— Até lá a Luna já morreu de desgosto e o corpo da Celestia já se decompôs — eu disse.

— Só se a gente arrumar alguém que tenha todos os ingredientes, pelo menos os mais difíceis — falou Elen.

— Zecora! — exclamaram Twilight, Rainbow Dash, Applejack, Rarity e Fluttershy, todas numa só voz.

— Ze- quem? — indagou Elen.

— É uma zebra que mora no meio da floresta, e é especialista em poções — explicou Gabita.

— E fala tudo rimando — completei.

— Vejam bem, eu posso fornecer o primeiro ingrediente — disse Luna. — Sangue de alicórnio, não é?

— Certo — confirmou Elen.

— Farei isso por minha irmã. E por Equestria.

— Ai meu Deus! — exclamou Applejack. — Eu esqueci de buscar as meninas no acampamento!

— Você deixou minha irmãzinha lá, sozinha?! — berrou Rarity, fazendo cara de espantada.

— Tecnicamente, ela não está sozinha... — disse Applejack.

— Para, Applejack! — exclamou Fluttershy. — Tá me dando calafrios!

— Ah, vamos logo buscar "as meninas" no acampamento e pegar os ingredientes com a zebra pra gente poder ir embora daqui! — reclamou Ariana.

— Você realmente odeia pôneis, não é, Ariana? — eu disse.

— O problema não são os pôneis... — explicou Ariana. — Eles me irritam, só isso...


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