Rightful - Interativa escrita por GMon


Capítulo 7
Tempestuoso


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Primeiramente àqueles que já mandaram a ficha: eu estava escrevendo o roteiro da fic e dando uma olhada nas fichas, e percebi que esqueci três itens muito importantes. Eu vou coloca-los na ficha, e se não for incomodo, vocês poderiam me manda-los por MP?
Bem, estou esperando a resposta de vocês!
Outra coisa: eu adicionei mais um POV no capítulo anterior, vocês podem lá dar uma olhada, já que ele explica qual é a dessa Ysha de Myr.



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A chuva batia violentamente contra os vitrais coloridos da sala, as gotículas escorrendo lentamente, até que se perdiam na imensidão abaixo do parapeito da janela; caindo em direção ao solo da capital dos Sete Reinos.

Verona as observava atentamente, desejando ser como elas.

Ela queria apenas estar com elas, queria correr pelos campos de Ponta Tempestade, queria poder rir o quanto quisesse e não ser repreendida por isso, queria que seu vestido não fosse tão apertado e que seu penteado não machucasse sua cabeça, montar seu cavalo e competir em um torneio. Pelos Sete, queria sair daquele maldito quarto.

Sabia que sua irmã deveria estar desfilando pelos corredores da Fortaleza Vermelha, ao lado da mãe e que o irmão estava do outro lado do mar, lutando as guerras que quisesse. Mas ela estava ali, atirada em um banco ao lado da janela, presa em um quarto que não era o seu, em uma cidade que não era a sua.

—Você só poderá sair quando prometer que irá se comportar.- Dissera sua mãe, com o cenho franzido.

Ela prometera. Prometera quando estava deixando Ponta Tempestade; prometera quando avistaram a cidade; prometera quando estavam indo conhecer a família de sua mãe; prometera quando haviam lhe apresentado seu quarto. Mas aquela não era ela; era Rhaenys e as outras senhoras das Terras da Tempestade.

Verona usava os vestidos que lhe ordenava, fazia as aulas que lhe ordenava, mas sua mãe não era capaz de deixá-la sair sozinha por Ponta Tempestade, de treinar um pouco, de permitir que ficasse livre dentro da Fortaleza Vermelha.

A Baratheon amava a mãe, não havia dúvida disso, todavia, naqueles momentos, pensava seriamente se a loucura Targaryen não estava tomando conta dela.

Suspirou, levantando-se e indo em direção a cama. Pelos ossos de Balerion, foi apenas uma vez!, pensou, lembrando de sua mais recente aventura, nas catacumbas da Fortaleza de Maegor, explorando o subsolo junto com Ben Storm.

Corou, sem perceber, ao lembrar de Ben. Não seja estúpida, Verona.

Sentou-se na cama. Pelo menos é macia, pensou, ouvindo uma batida delicada na porta. Levantou-se imediatamente, e, sem se preocupar em desamassar o vestido, foi em sua direção. Abriu-a vagarosamente, para encarar um guarda com um manto dourado e uma expressão cansada.

—Senhora Verona?- Ele questionou. Verona assentiu rapidamente.- A princesa Saera aguarda, neste momento, sua presença no Jardim de Rhaenys, senhora.

—Claro.- A Baratheon saiu do quarto, feliz por respirar ar puro, para então perceber que não estava nem um pouco apresentável para a princesa e que não sabia o caminho.- Uhn, sor?- Ele olhou para ela, irritado.- Onde fica o Jardim de Rhaenys?

A princesa Saera a esperava sentada na cabeceira de uma mesa de vidro longa, disposta em uma varanda ao lado de um jardim que começava a florir; poucas gotas da chuva respigavam à seu lado esquerdo, mas as únicas senhoras sentadas ali- uma garota ruiva sorridente e uma garota de cachos castanhos-escuros - não pareciam se importar. Na ponta oposta da mesa, sentava-se a mãe de Verona, Aenna Targaryen, e ao seu lado sua irmã  mais velha, Alexandria.

—Verona! Posso chamá-la assim, sobrinha?- Exclamou Saera, levantando-se, fazendo que todos os olhos se voltassem para ela. Ela não esperou que a Baratheon respondesse.- Por favor, sente-se. Estávamos à sua espera.

A pequena borboleta tomou o lugar indicado pela princesa, entre Alexandria e Rhaenys. A última lhe dirigiu um sorriso delicado.

—Eu não a vi desde que chegamos, senhora Verona.- Declarou sua tia.- Estava preocupada.

—Ela estava doente, Rhaenys.- Disse Aenna, antes que Verona pudesse fazer qualquer coisa. Esta franziu o cenho, mas se manteve quieta; não era uma boa ideia desafiar a mãe, principalmente na presença de sua inimiga jurada: sua tia, a princesa Saera.

—Como foi sua viagem, senhora Verona?- Questionou a ruiva sorridente.- Oh, me desculpe, não me apresentei. Sou Alysanne Tully.

—É um prazer.- Respondeu Verona. Alysanne tinha uma aparência adorável, mas seu sorriso era esperto e, de certa forma, quente.

Seus olhos travaram na garota ao lado de Alysanne; uma menina de pele escura, cabelos cacheados e olhos esverdeados. Obella Allyrion, pensou. Sabia quem era a refém dornesa em Porto Real, e ela não parecia notar que Verona a encarava, ou qualquer coisa que estivesse acontecendo. Parecia mais absorta em seus próprios pensamentos.

—Alguém mais está para chegar, tia?- Questionou Alexandria.

—Apenas uma pessoa.- Respondeu Saera.-Ela acaba de chegar do outro lado do mar, seria falta de educação deixá-la sozinha.

—Fala da garota de Myr?- Riu sua mãe, se manifestando pela primeira vez.- Tenho certeza que ela irá encontrar companhia facilmente.

—Não falo deste tipo de companhia, Aenna. - A voz de Saera era ácida.

Pela primeira vez, Obella parecia prestar atenção na conversa, observando alternadamente as duas irmãs Targaryen; os olhos verdes atentos e brilhantes.

—Desculpem meu atraso, Altezas.- Uma voz desconhecida e feminina soou, atrás de Verona. Não conseguiu reconhecer seu sotaque.- Houveram alguns imprevistos no caminho.

Virou-se para fitar uma mulher certamente exuberante, um pouco parecida com Obella, suada e com as bochechas coradas e sorridente. Viu, pelo canto do olho, uma pequena careta passar pelo rosto da maioria das presentes, e os olhos da garota dornesa se arregalarem.

—Tudo bem, senhora Ysha.- Rhaenys foi a única a se manifestar.- Sente-se, por favor.

—É muito amável, princesa Rhaenys.- A mulher, Ysha, acomodou-se ao lado de Obella, está fitando a mulher confusamente.- Pelos Sete, quando irá parar de chover?

Verona ergueu as sobrancelhas Aquela mulher não tinha um sotaque myranes, e não era normal que uma estrangeira usasse expressões como “pelos Sete”. Quem é essa garota?

*********

Arfou, observando a caravana se aproximar de seu acampamento.

Não conseguia acreditar no que via; no estandarte que via, serpenteando acima de todos os outros. Não era desconhecido. Era, na verdade, conhecido demais, principalmente nos Sete Reinos de Westeros. Piscou mais uma vez, esperando que as cores se invertessem, mas ele não mudava.

Se aproximando de seu acampamento, estava o estandarte do dragão de três cabeças, negro sobre o vermelho. Se aproximando de seu acampamento estava a caravana dos Blackfyre.

Basil Baratheon voltou-se, furioso, para o homem que o obrigara a estar ali. Nizar Nahar, um mercenário tyroshi e amigo de longa data de Basil, lutaram com ele em diversas batalhas, nem sempre do mesmo lado. Basil era um amante da guerra, e lutava ao lado de companhias mercenárias em Essos, mesmo nunca tendo se juramentado a uma específica.

—Nahar, o que fez?- Questionou, em valiriano.-Você sabe que sou westerosi. Filho de uma Targaryen.

—Eu não fiz mais do que me foi pedido, Basil.- Respondeu Nahar.- Magíster Lysander ordenou que estivesse presente durante a negociação.

—Negociação?- Basil avançou, irado.- Vocês lutarão pelos Blackfyre?

—Lutaremos por quem nos pagar mais. Pensei que soubesse.- O tyroshi riu.- Se quiser, pode mandar uma carta para sua mãe, veja se ela pode nos pagar mais do que os príncipes mercadores de Lys.

—Eu não vou participar disso.- Declarou.

—Não esperava que o fizesse, nem Lysander.- Nahar deu de ombros.- Magíster Lysander apenas queria que estivesse presente durante a negociação.

—Ele pensa que pode me convencer a trair a família de minha mãe?

—Você é um lorde em nome, Baratheon, mas um mercenário no coração. Espero que se lembre disso quando os negociadores entrarem.

—Eu não... - Começou, mas foi interrompido pela porta da tenda se abrindo.

—Nazir Nahar?- Disse um dos homens loiros que entrava pela porta. Nahar assentiu.- Ótimo. Temos pressa. Diga-nos seu preço.

—Cada um dos homens pede cem peças de prata, se for apenas para proteger. O mesmo valor de ouro de formos para a batalha.- Nahar sorriu, mostrando os dentes podres e acinzentados.

—E quantos homens tem?- O enviado Blackfyre sentou-se, olhando de lado para Basil, que se mantinha calado.

—Dez mil, magíster.- Basil engasgou. Dez mil soldados a mais para os dragões negros. Que os Sete protegessem sua mãe.- Creio que será um número em tanto.

—Vossa Graça já possui trinta mil mercenários em suas mãos.- A voz do lyseno era ácida. Que os Deuses sejam bons. — E tem navios para transportá-los. Sua oferta será levada a Vossa Graça.

—Diga para que ele pense nela com carinho.- Nahar parecia ainda mais feliz, quando gesticulou em direção ao Baratheon.- Não queriam Basil aqui?

—Então este é Basil Baratheon?- Era a voz de uma mulher que dizia. Basil finalmente notou a garota alta junto aos outros homens. Ela tinha as características de uma lysena, e falava como uma. Era bela, mesmo com a enorme cicatriz que saia do lado esquerdo de seu rosto e se perdia debaixo de sua túnica.- Não creio que Shiera vá gostar dele.

—A princesa Shiera fará o que for preciso para ajudar sua família a tomar o que é seu por direito, Mysaria.- Disse o magíster, ríspido.

—Então você não conhece Shiera.- Respondeu a mulher.- De qualquer forma, temo que esse Baratheon não vá aceitar nossa proposta. É filho de uma vermelha, não se esqueça.

—A maldita que apoiou o bastardo que se senta no trono era sobrinha de Viserys.- O lyseno se ergueu, indo em direção a Basil, erguendo a mão.- Sou o magíster Lysander Rogare, lorde Basil, é uma honra lhe conhecer.- Ele indicou a mulher com a mão.- E esta é minha sobrinha, Mysaria.

—E?- Basil ergueu uma das sobrancelhas, ignorando o nervosismo.

—Nós viemos em nome do verdadeiro rei dos Sete Reinos de Westeros, meu senhor.- Ele sorriu.- Vossa Graça oferece-lhe a mão de sua irmã, a princesa Shiera, em troca de sua lealdade.

—Tentador, não?- Ouviu Nahar dizer.

Basil manteve-se calado, pensando em quão ridícula era aquela proposta. Sua mãe era uma Targaryen, ele havia sido criado vendo os Blackfyre como os maiores vilões, como monstros debaixo da cama. Por que mudaria de opinião agora?

Mas sua mãe nunca foi exatamente uma pessoa sã, e os Targaryen não são os melhores governantes. pensou, considerando se os Blackfyre não seriam a melhor opção para Westeros.

Que os Sete me perdoem.


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Notas finais do capítulo

Criticas construtivas, opiniões e elogios serão sempre bem-vindos. Uma pergunta: O que vocês estão achando do ritmo da fic? (muito lento, muito rápido, etc)
Enfim, espero que tenham gostado!
Beijos ♥



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