Minha garganta estava seca. Eu estava suando frio. Não era um de meus assuntos preferidos, mas agora percebi quantas vezes perdi a oportunidade de dizes isso.

“Annabeth... ahn... aconteça o que acontecer, que quero que você saiba, que eu...”

“VIVA A REPÚBLICA!” um grito de garota acima de nós interrompeu minha frase. A primeira coisa que pensei foi: “detesto ser interrompido!”. A segunda: “quem gritou?”. A terceira: “o que a republica tem a ver com a historia?”. Olhei para cima.

         Blackjack estava voando em círculos acima de nós. Rachel em cima dele, tirando pequenas bolinhas douradas do bolso de sua calça e jogando nas Dracaenae. Ao tocar o chão, as bolinhas explodiram, lançando estilhaças de cobre celestial para todos os lados. Corri o mais rápido que pude e empurrei Annabeth para trás de uma mesa. Batemos com força no chão. Caí sobre ela, nossos rostos a centímetros um do outro. Nos separamos desajeitadamente, e eu me senti como um tomate logo antes de virar molho. Ficamos ali, abaixados, ouvindo os silvos das Dracaenae conforme as bolinhas explodiam.

         Quando o barulho parou, nos levantamos e Blackjack deu um vôo rasante sobre nossas cabeças antes de pousar. Nenhum sinal de dracaenae. Apenas muito pó espalhado pelo ginásio. Ou melhor, o que costumava ser o ginásio. Os estilhaços das bolinhas atômicas quebraram todas as janelas. As faixas, balões e toda a decoração já não existia mais. Mesas estavam viradas e havia ponche jogado no chão. Mas o sistema de som ainda estava inteiro.

         Rachel tinha um enorme roxo na testa, e Annabeth além do corte no braço, estava com pequenos arranhões no rosto, e cabelo bagunçado.

“Rachel.” Annabeth murmurou olhando em volta “o que era aquilo?”

“As bolinhas? Não faço ideia.” Ela balançou os ombros. “peguei no chalé de Hefesto antes de sair.”

“E outra.” Estreitei meus olhos para Rachel. “O que a Republica tinha a ver com tudo isso?”

“Também não sei!” ela riu. “foi a primeira coisa que pensei. E, bem, eu queria falar algo chocante!”

Todos nós rimos.

“Como está seu braço?” perguntei para Annabeth. Ela franziu os lábios e deu de ombros.

“Ardendo um pouco, mas ok”

“Hey, eu tenho um pouco de ambrósia aqui.” Rachel tirou da bolsa um pequeno frasquinho dourado,e aplicou algumas gotas no braço de Annabeth. Era bom ver as duas se entendendo. Quer dizer, Rachel é uma grande amiga e Annabeth... bem, é Annabeth.

“Acho melhor eu ir.” Rachel falou, subindo em Blackjack. “ainda tenho que explicar aos filhos de Hefesto o desaparecimento de algumas bolinhas... vejo vocês no acamapamento!” Ela e Blackjack desapareceram pela janela do ginásio.

         Demorei um tempo para perceber que só sobrara eu e Annabeth no ginásio, onde antes estava acontecendo um baile de formatura/luta contra dracaenae/ descurso á favor da república (?). annabeth foi até o sistema de som, que era a única coisa inteira no ginásio (sim, mais um ginásio na lista de “Locais destruídos: tudo-culpa-do-Percy”). Ela ligou o sim, e tocava alguma música lenta, não reconheci qual era, mas tambérm não importava.

“Você me deve uma dança pela segunda vez.” Annabeth cruzou os braços.

“Uh, claro. Porque sempre somos interrompidos quando dançamos?” Arqueei uma sombrancelha. Ok, não era somente enquanto dançávamos. Mas eu não queria pareceu um ‘catchup’ naquele momento, mesmo sabendo que ficaria de qualquer maneira.

“Bem, talvez as dracaenae tenham ciúmes de você.” Ela segurou um riso, e passou seus braços pelo meu pescoço. Eu a segurei pela cintura, e começamos a dançar. Me surpreendi pois desta vez estávamos no ritmo da música.

“Ah, talvez. Acho que elas sabem que não são o bastante para mim.” Me gabei.

“Você é tão irritante.” Ela virou o rosto, e eu sorri.

“Ahn, Annabeth, eu estava pensando... acho que precisarei de sorte no terceiro ano.” Ela era a única que sabia como me desejar sorte.

“Eeeeeeee?” ela provocou.

‘Bem, que tal aquele nosso ritual de boa sorte? Eu posso morrer neste meio tempo.” Arrisquei.

“Boa sorte no mundo inferior. Continue sonhando Cabeça de Alga!” ela revirou os olhos cinzentos e sorriu. Depois disto, fiquei sem assunto, e senti meu rosto queimar. Disse a primeira coisa estúpida que me veio á cabeça.

“Então, sobre o carro de Paul...”

“Ah, cale a boca!”

         O tempo pareceu congelar. A única coisa que percebi foram os lábios de Annabeth sobre os meus. Me senti meio envergonhado por não ter tomado esta atitude antes. Mas por outro lado, Annabeth era orgulhosa e adorava ser imprevisível (e eu adorava isso nela!). nem me importei com a destruição ao nosso redor, minha atenção estava totalmente voltada nela. E daí se eu destruí o ginásio, lutei com dracaenaes, vi Blackjack e Rachel chegarem voando pela janela, e todo mundo colocando a culpa em mim? Foi a noite mais perfeita de todas.