Embriagues escrita por LucianaQuero


Capítulo 8
Insônia




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Eu já pretendia voltar para casa. As crianças já haviam ido embora, Michael devia estar cansado e eu não queria mais incomoda-lo.

— Nada disso! Que ir embora o que!?

— Adorei ficar aqui, mas minha mãe reclamará da minha ausência, já está ficando escuro e eu não quero incomodar mais.

— Primeiro que você não é incômodo algum. Segundo que é exatamente por estar ficando escuro, que peço para que fiquei aqui essa noite. E a sua mãe... ela é boba.

Eu ri.

— Mike, a minha casa é quase aqui do lado.

— Johana, — me ignorou — dá uma conferida naquele quarto de hóspedes, por favor.

— Ah, não! Eu não tenho roupas!

— Isso não é desculpa.

— E a minha mãe?

— Ta-dám! — disse ele apontando para o telefone — Liga pra ela!

— Eu não tenho escolha, não é? — ainda bem, porque estava gostando daquilo.

— Não.

Liguei para a coroa, que ficou desconfiada, mas acabou cedendo. Acabei falando mais que o devido e quando desliguei percebi que Michael tinha sumido.

Andei pelos corredores da casa e finalmente o achei diante de um lindo piano branco de cauda.

— Wow! — enlouqueci internamente — É lindo!

— Você toca?

— Sim, sim. Quer dizer... faz um bom tempo que não encosto em um.

— Toque alguma coisa! — Ele deu um espaço para mim no banco e eu me sentei junto a ele, lado a lado.

— Sabe, eu tinha um piano. Não era com cauda, claro. Tive que vendê-lo. Na época eu fiquei muito triste, tinha uns quinze anos...

— É uma pena.

Comecei a tocar a primeira canção que me lembrei. Talvez a única que ainda lembrava desde meus quinze anos. 

 

*

 

Passamos divertidos momentos tocando piano até que ficou tarde e então decidimos nos deitar. Michael me levou até o quarto que eu iria ficar, talvez fosse o mesmo em que fiquei da outra vez, não reparei.

— Sue...

— Diga.

— Eu me orgulho de você.

— Como? — simplesmente não entendi.

— Esqueça aquela noite, eu já esqueci! Você teve seus motivos e eu não quero nem saber... Mas te ver com as crianças hoje, brincando, pegando-as no colo... Para alguém que temia tanto passar a tarde com elas.

— Então deu pra perceber o meu pavor?

— Se deu?! Estava nos seus olhos! — respondeu rindo.

— Ah! Também subi na roda gigante!

— É! — respondeu sorrindo.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, apoiados de lado na parede.

— Eu vi você chorar no cinema. — Michael quebrou o silêncio suavemente.

— Viu? Não era pra ver.

— Quer falar sobre?

— Eu nunca tinha visto uma cena como aquela. Qualquer pessoa não daria nada para um menino como Joel. Um menino como Joel nunca tem o que ele teve hoje. Nunca iria ao cinema, nunca receberia tanta atenção e carinho por uma pessoa desconhecida... Ou melhor, muito conhecida. Eu só me emocionei, Michael. Só isso...

— Você me entende agora.

Alí, na porta do quarto de hóspedes, nos abraçamos. Apertava-o contra mim com força. Ele acariciava meus cabelos e eu podia sentir seu perfume acariciando minhas narinas.

— Você é especial. — eu disse.

Michael então me encarou e umideceu os lábios. Eu não aguentava mais. Puxei-o pela nuca e o beijei. Ele retribuiu o beijo com intensidade e me pegou com força pela cintura.

Adentramos o quarto e eu chutei a porta, fechando-a bruscamente.

— Shiiiuuu...

Rimos juntos.

O joguei na cama. Ele me puxou junto e tornou a me beijar. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, por baixo da minha blusa. Sorri para ele e arranquei a mesma blusa, jogando-a longe.

Com um sorriso safado no rosto, ele me puxou de novo e, por cima dele, comecei a desabotoar a sua camisa. Bruscamente, ele pegou minhas mãos e parou.

Olhei em seus olhos sem entender.

— Não posso.

 


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaaah, matei todo mundo com esse final? hahaha *~*



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