Embriagues escrita por LucianaQuero
Eu já pretendia voltar para casa. As crianças já haviam ido embora, Michael devia estar cansado e eu não queria mais incomoda-lo.
— Nada disso! Que ir embora o que!?
— Adorei ficar aqui, mas minha mãe reclamará da minha ausência, já está ficando escuro e eu não quero incomodar mais.
— Primeiro que você não é incômodo algum. Segundo que é exatamente por estar ficando escuro, que peço para que fiquei aqui essa noite. E a sua mãe... ela é boba.
Eu ri.
— Mike, a minha casa é quase aqui do lado.
— Johana, — me ignorou — dá uma conferida naquele quarto de hóspedes, por favor.
— Ah, não! Eu não tenho roupas!
— Isso não é desculpa.
— E a minha mãe?
— Ta-dám! — disse ele apontando para o telefone — Liga pra ela!
— Eu não tenho escolha, não é? — ainda bem, porque estava gostando daquilo.
— Não.
Liguei para a coroa, que ficou desconfiada, mas acabou cedendo. Acabei falando mais que o devido e quando desliguei percebi que Michael tinha sumido.
Andei pelos corredores da casa e finalmente o achei diante de um lindo piano branco de cauda.
— Wow! — enlouqueci internamente — É lindo!
— Você toca?
— Sim, sim. Quer dizer... faz um bom tempo que não encosto em um.
— Toque alguma coisa! — Ele deu um espaço para mim no banco e eu me sentei junto a ele, lado a lado.
— Sabe, eu tinha um piano. Não era com cauda, claro. Tive que vendê-lo. Na época eu fiquei muito triste, tinha uns quinze anos...
— É uma pena.
Comecei a tocar a primeira canção que me lembrei. Talvez a única que ainda lembrava desde meus quinze anos.
*
Passamos divertidos momentos tocando piano até que ficou tarde e então decidimos nos deitar. Michael me levou até o quarto que eu iria ficar, talvez fosse o mesmo em que fiquei da outra vez, não reparei.
— Sue...
— Diga.
— Eu me orgulho de você.
— Como? — simplesmente não entendi.
— Esqueça aquela noite, eu já esqueci! Você teve seus motivos e eu não quero nem saber... Mas te ver com as crianças hoje, brincando, pegando-as no colo... Para alguém que temia tanto passar a tarde com elas.
— Então deu pra perceber o meu pavor?
— Se deu?! Estava nos seus olhos! — respondeu rindo.
— Ah! Também subi na roda gigante!
— É! — respondeu sorrindo.
Ficamos em silêncio por alguns instantes, apoiados de lado na parede.
— Eu vi você chorar no cinema. — Michael quebrou o silêncio suavemente.
— Viu? Não era pra ver.
— Quer falar sobre?
— Eu nunca tinha visto uma cena como aquela. Qualquer pessoa não daria nada para um menino como Joel. Um menino como Joel nunca tem o que ele teve hoje. Nunca iria ao cinema, nunca receberia tanta atenção e carinho por uma pessoa desconhecida... Ou melhor, muito conhecida. Eu só me emocionei, Michael. Só isso...
— Você me entende agora.
Alí, na porta do quarto de hóspedes, nos abraçamos. Apertava-o contra mim com força. Ele acariciava meus cabelos e eu podia sentir seu perfume acariciando minhas narinas.
— Você é especial. — eu disse.
Michael então me encarou e umideceu os lábios. Eu não aguentava mais. Puxei-o pela nuca e o beijei. Ele retribuiu o beijo com intensidade e me pegou com força pela cintura.
Adentramos o quarto e eu chutei a porta, fechando-a bruscamente.
— Shiiiuuu...
Rimos juntos.
O joguei na cama. Ele me puxou junto e tornou a me beijar. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, por baixo da minha blusa. Sorri para ele e arranquei a mesma blusa, jogando-a longe.
Com um sorriso safado no rosto, ele me puxou de novo e, por cima dele, comecei a desabotoar a sua camisa. Bruscamente, ele pegou minhas mãos e parou.
Olhei em seus olhos sem entender.
— Não posso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Aaaaaaaaaaaaah, matei todo mundo com esse final? hahaha *~*