P.O.V. Catherine.

Não acredito! Como ela sabia? Como ela desenterrou esse segredo?

—Mãe? É mentira não é? Mãe?

—Como? O que é você?

—O sol, a lua, a verdade. As três coisas que não se mantém escondidas por muito tempo.

—Olá mamãe. A quanto tempo.

—Clarissa...

—E você? Nostradamus? Você é o verdadeiro monstro. Vocês dois são os verdadeiros monstros.

Ela bateu na minha cara.

—Por todos os anos que eu passei presa naquela maldita gaiola!

—Gaiola?

—O fantasma não era um fantasma.

—Mary?

—Você é Clarissa, você me ajudou, me salvou. Me salvou de Catherine.

Mary foi até Clarissa e lhe abraçou.

—Obrigado. Peça, o que quiser, o que quiser será seu.

—Eu quero vestidos bonitos e jóias brilhantes e um quarto só pra mim.

—Você sabia da existência dessa menina?

—Pensei que ela era um fantasma.

—Pode confirmar a acusação de Lady Alexandra?

—Posso. Catherine me contou que foi feita prisioneira e que abusaram dela, foi disso que Clarissa veio não foi? Da violência terrível que lhe fizeram sofrer.

—Você! Devia ter nascido morta!

Eu avancei sob Clarissa, mas a Lady colocou-se entre nós.

—Pare. A menina não tem culpa, nunca teve. 

—Guardas! Arrumem um quarto para a minha irmã.

—Francis!

—Devia ter contado. Essa menina passou por fantasma a vida inteira.

—Eu posso ficar num quarto perto da Alex? Por favor.

—Alex?

—Eu. Ela quer um quarto ao lado do meu.

—Então são tão íntimas assim?

—Ela não é como os outros. É gentil.

—Claro. Como quiser.

—Francis, acha mesmo que vou permitir que essa bastarda fique em meu palácio?

—Permite que Bash viva aqui e Bash é tão meu irmão quanto Clarissa.

—Se Vossa Majestade se ofende tanto, eu levarei Clarissa e irei viver com ela.

—Faria isso? Por mim?

—Claro que faria.

—Abriria mão de viver no palácio por essa menina?

—Não, abriria mão de viver no seu palácio por ela. Querido, eu sou descendente de Amara Abramerin, as Abramerin sempre sobrevivem.

—Tudo bem, que assim seja. A bastarda fica.

—Clarissa. Não bastarda, Clarissa. Eu vou ficar responsável por ela, vou cuidar dela.

—Tudo bem então.

P.O.V. Francis.

Elas estavam saindo... então minha mãe perguntou para si mesma:

—Como ela descobriu?

E Clarissa respondeu:

—Ela é um anjo.

E então saiu. Lady Alexandra pagou tutores para Clarissa, aulas de dança, aulas de etiqueta, ensinou-a a ler, escrever, falar adequadamente e a falar diversas línguas. Lhe ensinou esgrima, arco e flecha e várias outras artes marciais.

—Presta atenção. Nenhum homem tem o direito de forçar uma mulher a ficar com ele se ela não quiser. Nenhum ouviu?

Clarissa virou uma máquina de matar. Eu lhe dei um título.