Corações Invencíveis escrita por alineesoaares


Capítulo 8
Pedido


Notas iniciais do capítulo

Dizem que quem é vivo sempre aparece não é mesmo?? Pois é, to vivissima. da silva!

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732784/chapter/8

 


— Desculpe... hã... a porta estava aberta – gaguejou Henry diante do eco de seu nome que se soltou dos lábios dela.
— Não devia ter feito isso! – contestou bruscamente, arrependendo-se em seguida – Como me encontrou?


O olhar dele parecia perdido. Jamais imaginou que o simples ato de falar se tornaria tão difícil.
— Você não sabe? – ele questionou ainda sem saber como começar aquela conversa.
— Do que está falando? – seu coração sobressaltou. Por um momento imaginou que seu antigo e ainda verdadeiro amor havia descoberto seu grande e mais penoso segredo “Regina...”
— Sua filha esta matriculada na instituição onde eu trabalho.... – ele continuou. – Zelena, é esse seu nome não é?
— Sim... o que aconteceu com a minha filha? – o sobressalto de seu coração antes por imaginar mil coisas equivocadas, agora imaginava outras mil, porem com sua outra filha.
— Está tudo na mais perfeita ordem com ela – Henry apressou-se em estender os braços diante do passo largo que Cora deu por impulso em sua direção – Vim falar com você... – ele suspirou, a voz ainda entrecortada – Eu preciso de sua ajuda.

A conversa não se estendia a um assunto que Cora pudesse entender por completo. Henry parecia aflito em resolver sua situação. Mas não era somente sua situação que estava em pauta naquele momento.
— Confio apenas em você para me ajudar – ele confidenciou – Cora... não sei por quais motivos você me deixou, nesse momento nem me interessa mais eu só...
— Espere! Eu te deixei? – indignada, a mulher cortou a fala do homem a sua frente que parecia suar frio.
Henry emudeceu perante a mulher. Juntou os fatos do passado na mente. Pareceu ponderar antes de dizer
— A carta... sua despedida... você disse que não poderia ficar comigo... – ele encontrou seu olhar enfurecido que num instante mudou para um semblante de surpresa.
— Eu jamais te mandei carta alguma! Você sim me mandou, você sim me magoou profundamente! E agora quer me acusar de ter abandonado você?! Saia já daqui! – bradou altiva, levantando a mão em direção a porta.

A confusão se instaurara na mente dos dois.

— Me mostre essa carta! – ele pediu num rompante – Mostre-a e poderei te provar que jamais te mandei carta alguma!
Ela parou diante dele a apenas alguns passos de distancia. Cogitou mandá-lo embora mesmo assim. Mas a duvida de tantos anos poderia finalmente ser esclarecida. E o afeto que palpitava em seu coração não permitiu que ela o fizesse sair. Afastou-se porem, indo buscar a dita carta em seu escritório. Henry a abriu e de imediato ficou com raiva. Quando terminou de ler, soltou um profundo suspiro.
— Esta caligrafia não é minha! – afirmou.
— Ah Henry, por Deus! Quem mais poderia me mandar uma carta como esta? Não tente fugir de sua culpa. Não depois de tanto tempo.
Ele virou-se de costas contemplando a noite fria.
— Essa caligrafia é de Robert..... – e calou-se diante do silencio de Cora.
O jogo do destino parecia então fazer sentido. E Henry retirou do bolso de seu casaco a carta que ele também suspeitava agora, Cora jamais havia escrito. O mesmo ela confirmou, sentando-se em uma enorme poltrona vermelha da sala.
— Alguém deve tê-lo ajudado a escrever passando-se por mim. – murmurou sem jeito.

Ainda de costas para ela, Henry parecia haver perdido o chão sob seus pés. Se a situação de perder o cargo na Julliard já era difícil, descobrir que fora enganado por dezesseis anos por alguém que considerara seu amigo era ainda mais doloroso.

Então a temida pergunta ecoou pela sala, a questão a qual Cora não queria responder.
— O que aconteceu com você, todos esses anos? – ele engoliu em seco tentando em vão segurar a emoção que o dominava.

Cora parou diante da figura do homem que tanto amava e num segundo desistiu de falar a verdade. Como explicaria ter perdido a filha no meio da rua? Como explicaria tamanha imprudência? Ainda que tivesse sido um acidente ela se culpava terminantemente. E sentia que ele também a culparia se contasse.

— Muitas coisas... foi sua mãe quem me deu esta carta, quando te procurei – comentou, ocultando os fatos – me mudei e segui com minha vida.
Outro suspiro partia do homem.
— Você realmente foi para Londres? – inquiriu ela.
—Fui. Por que quando recebi esta carta fiquei desolado... e então para esquecer – ele riu, um riso triste e penoso – Como se isso fosse possível... eu fui morar lá.

A lenha crepitava na lareira, como música de fundo a conversa dos dois.
— Robert conseguiu nos surpreender mais uma vez... – Cora comentou quebrando o silencio – O que vamos fazer quanto a isso?
— Minha real vontade é matá-lo com minhas próprias mãos – murmurou espantando-a -- mas tenho assuntos a resolver e não posso me indispor com a justiça... não agora.

Ele se voltou para ela, sentando-se frente a seu grande amor.
— Estou sendo afastado da Julliard porque suspendi um aluno que tentou abusar de uma aluna – explicou – O pai dele, o advogado Colter provavelmente não gostou muito da minha ideia.
— Está brincando! Está sendo suspendo por abuso de autoridade? – ela parecia atônita.
Ele concordou. Mais um minuto de silêncio se fez enquanto se encaravam.

— Preciso que assuma meu lugar enquanto correm os trâmites – ele explicou sem devaneios e Cora pôs-se mais ereta – Você é a única pessoa em quem confio pra ficar no meu lugar.
— Henry, eu não....
— Pode! – ele cortou suas desculpas colocando suas mãos sobre as dela. Foi inevitável o choque provocado pelo contato. – Por favor... você sabe que eu não viria aqui se não fosse realmente importante! Cora eu... eu te amei. Ainda te amo. E preciso de você. Se esta é uma maneira de me redimir perante ao meu erro de não ter lutado por você, eu o farei. Por favor, aceite! E mais tarde, faremos com que o responsável por tudo isso pague. Mas agora meus alunos precisam de você. Eu preciso de você.

Diante de argumentos incontestáveis ela sorriu. Talvez tenha sido a primeira vez que sorrira desde que Zelena também a deixara para estudar. A primeira vez que sorrira inteiramente por... felicidade. Sem culpas, sem traumas.
— Eu aceito – assentiu.


Robin voltou para Julliard sorridente e confiante. Pedir ao pai para ajuda-lo havia sido mais fácil do que imaginara. Mal podia esperar para contar a novidade a Regina. Porém ao burlar as regras e ir encontrá-la em seu quarto ela já dormia profundamente. Admirou a imagem da menina encolhida entre cobertores. Parecia mesmo um anjo... o loiro suspirou. Mal podia esperar pelo dia que se seguiria. Mal podia esperar para fazer um pedido...


A notícia do afastamento de Henry era assunto em todos os corredores da escola. Todos comentavam atônitos o fato. Ninguém sabia exatamente o por quê o diretor havia sido afastado. E boatos como o dele estar doente, ou velho demais também ecoavam. Nada disso se confirmou, e os alunos reuniram-se no pátio para dar as boas vindas a nova diretora.
Zelena sequer sabia da decisão da mãe até vê-la cruzando os portões da Julliard. Incrédula, a ruiva se juntou aos outros de braços dados a sua fiel escudeira Belle. Ao juntar as peças, a moça ficou eufórica. Seria ela a filha da nova diretora, e esta era uma vantagem considerável a ela. Pelo menos, isto ela pensava.
Daniel estava de volta ao colégio, e triunfador esperava o pronunciamento do diretor. Henry o observava com certa pena. Um garoto com pensamentos tão mesquinhos e atitudes erradas acobertadas pelo pai.


Cora sentia-se nervosa. Subiu ao pequeno palco instalado no pátio e juntou-se a Henry. Ele confiante sorriu quando a viu. Ainda era sublime a sensação de te-la por perto. Ele desejava sentir aquilo todos os dias.


Robin juntou-se aos presentes colocando-se ao lado de Regina e abraçando-a pela cintura. Era instintivo que se tratassem daquela forma. Ela sorriu ao vê-lo cumprimentando-o com um beijo. Robin percebeu que ela constantemente passava a mão no pulso esquerdo, como se o massageasse.
— Você se machucou? – perguntou preocupado.
— Não – ela sorriu com seu gesto – é que esqueci de colocar minha pulseira. Do pingente de rosa, lembra? Fico sentindo falta dela, estou tão acostumada!
— Ela fica linda em você! – elogiou ele.

Dito isto Henry se fazia presente diante do microfone. Apreensivo, recebia olhares de extrema curiosidade.


— Bom dia alunos! É com profunda tristeza que comunico o meu afastamento da diretoria da Julliard School, por motivos de força maior – Não pode evitar olhar furtivamente para Daniel, que divertia-se com a situação – Para isto, me foi incumbida a missão de entregar meu cargo, e espero que, temporariamente para outra pessoa. Pois meu desejo é voltar a estar com vocês assim que meus problemas pessoais forem resolvidos. Apresento a vocês, minha amiga de longa data, Cora Mills.

Os alunos explodiram em aplausos e Zelena dava pequenos pulinhos, atirando beijos a mãe que do palco sorriu com sua manifestação. O silencio permitiu que dissesse suas primeiras palavras como diretora.
— Bom dia, queridos! Gostaria de dizer que estou muito feliz em ser sua diretora. E também assegura-los de que o afastamento de Henry não afetará o calendário escolar e tão pouco é um adeus definitivo. Estou segura que nosso diretor em breve assumirá seu posto. Muito obrigada pelas boas vindas!

O discurso formal e cordial em nada transparecia o sentimento que brotava dos olhares dos dois. Quase imperceptíveis porem claros para ambos.

De todos os alunos somente Regina parecia séria diante da mulher. Sentia-se intrigada. Tinha a impressão de que já a conhecia.

As atividades se seguiram normalmente na Julliard após o pronunciamento de Cora. Todos os alunos concentravam-se na produção do musical, que valeria como sua nota integral no final do ano. Os testes para o elenco principal já haviam começado, mas a preparação antes deles ainda seria intensa. Regina colocou-se diante do enorme mural para se inscrever no teste. Não estava nem um pouco segura, ao contrário de Zelena, que chegou no mesmo instante com a caneta em punho, colocando seu nome no lugar onde Regina ainda muito pensativa imaginara colocar o seu.

— Você é mesmo bem corajosa, não é? – Zelena a provocava. Regina espichou os olhos.
— Qual é a sua, ruivinha? Que eu saiba todas as meninas interessadas no papel podem se inscrever... eu sou uma delas! – concluiu escrevendo seu nome abaixo do de Zelena.
— Ah podem sim, mas não se esqueça que o melhor sempre vence minha querida – ela rebateu sarcástica – Ainda mais quando se é filha da diretora!
Regina pareceu perplexa ao saber que a tão gentil senhora era mãe da criatura que punha os brilhantes olhos verdes sobre ela com tamanho desdém. Pobre mãe, pensava ela.

A noticia de que a tão renomada escola de musica enfrentava uma troca de diretores logo estampou as paginas dos jornais locais. Robert folheava um deles no intervalo entre uma consulta e outra em seu luxuoso escritório, até se deparar com a manchete.

“Julliard School enfrenta crise: A professora de música Cora Mills assume a diretoria da instituição”

A incredulidade pela noticia deu lugar a um sorriso de satisfação no rosto do cirurgião, que se deliciava com seus próprios pensamentos maldosos.
— Então o poeta foi pedir colinho a musicista... – murmurou sozinho.


Robin corria pela Julliard a procura de Regina, e a encontrou na biblioteca, folheando um exemplar de Romeu e Julieta, muito compenetrada em seus estudos.
— Huuum, futura Julieta! – murmurou Robin pegando-a de surpresa – Assim não há Romeu que resista...
— Robin! – ela corou de imediato – não seja bobo! – pediu num sussurro.
O garoto sorriu diante das bochechas rosadas dela.
— Escute... eu vim te fazer um convite – ele ajeitou-se melhor em seu assento, colocando a mão na nuca, seu gesto habitual de nervosismo.
— Diga... – ela se pôs mais perto de seu rosto, o que o fez ficar tímido.
— Você gostaria de ir jantar na minha casa? – soltou a frase rápido como se fosse difícil falar devagar
— Na sua casa! – a voz dela soou mais alta do que gostaria – Mas... por que... esse convite agora?
— Bem eu... pedi ajuda para o meu pai. Sobre sua mãe – os olhos deles brilhavam. Regina emudeceu. – E ele disse que quer conhecer você e bem acho que isso é um bom sinal não é?
— Robin, eu não... – quase negando, Regina reparou em sua tristeza. – Sei que fez isso com boas intenções mas eu não posso aceitar...
— Regina, você precisa... sua mãe precisa – sua voz ganhou notas tristes – Você me ajudou tanto com a minha mãe... deixe-me ajudar com a sua.

De mãos atadas diante de um gesto tão bonito a morena não recusou, e prometeu ir ao jantar que aconteceria naquela mesma noite.

Henry apresentara-se as autoridades para apresentar depoimento diante da declaração de Daniel de que, tudo não passava de um mal entendido, e de que na verdade ele jamais tentara abusar de Regina. As falas do garoto eram tão mentirosas que Henry se negava a acreditar no que ouvia. Mesmo assim, diante do delegado afirmou que viu a atitude de Colter e que, como diretor, não poderia deixar de punir Daniel pelo ocorrido.

No caminho para casa, pensou em procurar Robert. Pois não se conformava com o fato do homem ter-lhe tirado Cora de seus braços... do mesmo modo como não se conformou a ser afastado da Julliard por uma injustiça.

Mas naquele momento, indispor-se com as autoridades era a última atitude que poderia tomar. Pois sua vontade era sim, esbofetear Robert até que contasse a verdade, não ganharia nada com isso, era verdade, mas a raiva brotava em seu peito sem que pudesse impedir. O bom senso falou mais alto, e ele voltou para casa, disposto a reverter a situação que vivia e principalmente, reconquistar seu grande amor.


A noite caiu após aquele longo dia de novidades. Regina arrumava-se em seu quarto. As roupas de estudante deram lugar a um vestido cor-de-rosa que ia até os joelhos, meia-calça e um casaco grande que conseguira emprestado com Emma. Enquanto se olhava no espelho, se perguntava se aquela era a atitude certa a tomar, mas recordar as doces palavras de Robin a fazia ter coragem. Valeria a pena.


Robert apreciava um copo de uísque quando a campainha ressoou pela casa. Julie foi receber os ilustres convidados, animadíssima com a visita.
— Entrem queridos, venha Regina, é um prazer conhecê-la – a morena timidamente a cumprimentou e em seguida dirigiu-se ao pai de Robin.

O homem estava calmo, e foi bastante simpático com ambos, que sentaram-se lado a lado no sofá. Regina observava a enorme mansão com certa curiosidade, tudo era muito bem decorado, o que despertou seu fascínio. A estante era repleta de fotos de família, a maioria de Robin quando criança, o que não passou despercebido por ela.
— Então você é a famosa Regina – murmurou Robert de súbito, deixando a morena surpresa.
— Bem, famosa eu não sabia que era – ela sorriu delicada, arrancando sorrisos dos demais – Mas sim sou eu.
— Ouvimos falar muito de você, querida – completou Julie e Robin estreitou os olhos em sinal de desespero.
— Soubemos também que sua mãe não esta bem de saúde, querida – Robert voltou a atenção de todos para ele. Foi direto ao ponto -- Me diga, o que ela tem?
— Mamãe sofre de pressão alta há anos. E agora seu coração está fraco... – ela murmurou triste – E por não se cuidar muito as coisas saíram do controle.

O homem assentiu mas antes de perguntar mais alguma coisa foram chamados para a mesa de jantar. Robin e Regina colocaram-se lado a lado. A conversa parecia amistosa, Regina outra vez massageava o pulso esquerdo.
— Esqueceu dela outra vez, não é? – Robin sorria enquanto servia um copo de suco a sua amada. Ela sorriu largamente.
— Sim, em cima do criado-mudo, acredita? Queria tê-la usado esta noite. – sussurrou.
Os dois se olhavam cúmplices, mas foram interrompidos outra vez pelas questões do pai do Robin.

— Bem querida, para operar sua mãe, primeiro de tudo eu precisaria examina-la minuciosamente – ele começou sem devaneios, o que pegou Robin de surpresa. Não esperava que o pai fosse tão direto ao ponto – E acredite, eu farei o que estão me pedindo. Tenho consciência de que vocês não possuem condições de pagar por uma cirurgia cara...

Robin congelou diante da clara intenção do pai de impor algum acordo. O conhecia bem demais. E acertara em cheio.
— Mas para isto, eu imponho uma condição.
Regina engoliu em seco. Mas ao contrario do que imaginou, a condição não se tratava dela. E sim de Robin.
— Para que eu opere a mãe dela, quero que você saia da Julliard School – completou solene olhando nos olhos do garoto.

Regina piscou duas vezes tentando decifrar se realmente havia ouvido o que ouviu. E num rompante se levantou da mesa.
— Não! O senhor não pode fazer isso! – havia perdido o controle de seus atos. Atordoada.
— Bem esta é a minha condição, se aceitarem estarei de acordo em operar sua mãe sem que paguem. Se não, nada poderei fazer. – e assim retirou-se da sala sem dizer mais nada.

Robin processava o golpe enquanto Regina outra vez se sentava. Os dois se encararam. Ela observou uma faísca de concordância em seus olhos.
— Robin, nem pense nisso! – ela protestou – É seu sonho...
O rapaz levou a mão ate o rosto da morena, que começava a chorar de raiva.
— É a vida da sua mãe... – a estas alturas, Julie havia corrido atrás do pai de Robin. Os dois estavam sozinhos. Mergulhados num silencio carregado de mágoa – Me desculpe te fazer passar por isso... e vir até aqui... pra você ouvir isso, me desculpe.
— A culpa não é sua! Sei das suas intenções, mas não é justo, Robin, eu não vou deixar, prometa que não vai fazer isso!
— Mas eu te prometi... prometi que ajudaria...

Seus olhos sumiram do campo de visão de Regina. Sentindo que teria que convence-lo de alguma maneira, ela agarrou seu rosto com as duas mãos e o levantou, levando seus lábios aos dele.
— Não vou deixar que se sacrifique por mim – ela confessou, o coração palpitante – Quem ama não faz isso...
A expressão de tristeza deu lugar ao espanto. A íris azul iluminou-se.
— Está dizendo que... você me ama? – ele parecia não acreditar.
Ela sorriu, apaixonada. E concordou em silencio.
Ele a tomou nos braços ainda sentado, agarrando-a fervorosamente num abraço apertado.
— Então quer dizer que você aceita ser...
— Aceito! – ela não deixou completar.
— Ei! Mas eu nem terminei de falar! – agora de pé ele enxugava as propias lágrimas. Ria como uma criança. – Aceita ser minha namorada?
— Meu coração já te aceitou. Faz tempo – confessou ficando outra vez com as bochechas rosadas.
— Vamos dar o fora daqui – ele convidou mas antes de chegarem a porta, foi a vez dele segurar seu rosto com ambas as mãos e proferir – Prometo que vou te ajudar!
— Eu sei que irá Robin, e agora você já esta fazendo muito por mim – ele estreitou os olhos – Ficando do meu lado. – e os dois sorriram em sincronia.


Mais tarde, Robin pensava na real intenção do pai ao propor a ele que se afastasse de seus estudos. Tinha convicção agora de que o pai não mudara em nada seus pensamentos. O que Robin não sabia é que seu pai queria atingir na verdade a sua benfeitora, Cora, que certamente ficaria arrasada ao perder o aluno a quem pagava as mensalidades e por quem possuía profundo carinho. Esta era sua maneira de atingi-la, e vingar-se pelo fato de Henry tê-la reencontrado.

O que Robert não imaginava era que finalmente o destino o faria pagar por jogar maldosamente com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corações Invencíveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.