Royalty escrita por Bella Aurora


Capítulo 17
O baile


Notas iniciais do capítulo

Oi gente maravilhosa.

Então, eu sei que eu demorei a postar (desculpa blueandpink), mas eu tenho uma das melhores desculpas já inventadas pelo homem.

Eu fiquei presa numa nevasca. Por 3 dias.

É, isso aí mesmo. Eu fiquei presa no meio de uma nevasca em Edimburgo, na Escócia, por causa de duas tempestades de neve, apelidadas carinhosamente pelos meteorologistas como The Beast From The East e a Storm Emma.

Foi maravilhoso. (ironia) Eu e as minhas peripécias.

Eu acabei perdendo 2 voôs, 3 trens, não consegui ir pra um dos países, MAS, não é isso que interessa. É o capítulo.

E HOJE É O DIA DO BAILE.

Bom, esperamos muito pra esse dia chegar e, depois de tantas confusões tá aí!

É HOJE QUE A GENTE DESCOBRE O FUTURO DO PAÍS MINHA GENTE.

(só que ainda não acabou *risos*)

Espero que gostem, desculpe qualquer erro (espero que entendam) e nos vemos no próximo capítulo!!

Beijos,
ArU.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732690/chapter/17

O baile com certeza não estava exatamente como eu havia imaginado.

Claro, estava tudo ótimo. A comida, graças a Martha, estava uma maravilha. A decoração então, superava toda e qualquer expectativa. Como os italianos gostavam de dizer, mazzafiato*. Com uma mistura delicada e elegante de dourado e branco, com alguns toques de cor em algumas predarias, na minha cor favorita, azul. Todos tinham se esforçado ao máximo para realizar todos os pedidos de uma mãe e rainha bem exigente, e todos haviam conseguido conquistar a simpatia dela com isso.

Estava tudo simplesmente perfeito.

Nada fora do lugar, as pessoas bebiam (claro, que fazia uns dois dias que elas estavam bebendo e só percebi isso quando uma das duquesas veio me perguntar por onde eu andava esse tempo todo: De cama, por ordens médicas, muito obrigado; e eu perceber que ninguém dos nobres havia realmente notado a minha ausência)

POR DOIS DIAS.

Eu não devia estar muito chocada, já que eles começaram a beber no minuto em que chegaram aqui no início da semana e desde então não haviam parado.

Sabe o que dizem: Pra evitar a ressaca, continue bebendo.

Pelo visto isto estava funcionando até agora.

Mas mesmo com toda aquela pompa (palavras usadas pela minha própria mãe), eu não estava conseguindo realmente aproveitar a festa.

Eu sei, eu sei, pobre de mim, a garota rica que não consegue se divertir direito por ser uma herdeira. Desastroso, não?

Mas, na verdade, a minha falta de diversão não tinha nada a ver com o baile em si, ou com o fato de Richard estar me seguindo desde o início da noite pronta pra ter uma resposta minha quando ela acabar.

Por que ele realmente acha que eu não estou vendo ele me seguir com os olhos a cada passo.

Não, não mesmo. Meu desconforto na verdade tem, nome, sobrenome, um sorriso que beirava a malícia e um título idiota.

Ah, é verdade, e um deslumbrante morena a tiracolo, que também tem um título idiota, mas estou tentando com todas as minhas forças não prestar atenção nela.

Não, eu não estou olhando. É só impressão.

Eu não tinha nada a ver com isso afinal. Eu não podia mandar nas pessoas e dizer com quem elas podem andar. Mesmo sendo a princesa, e a festa sendo minha, eu não podia. Podia?

Andei pelo salão tentando não olhar para elas enquanto um arquiduque da Holanda me contava histórias aleatórias sobre parques, lagos congelados e temperaturas absurdamente negativas. Pelo visto, isso é algo incomum na Holanda, pois todos a nossa volta pareciam prestar bastante atenção sobre o assunto.

Foi realmente difícil não prestar atenção nele enquanto os dois andavam pelo salão com uma intimidade que me deixava até nervosa. E em como ela parecia deslumbrada com tudo a volta sorrindo sem parar enquanto deixava ele a guiar segurando seu braço.

Meu aniversário, minhas regras, certo?

Sem ao menos querer, eu mantive meus olhos nele enquanto Richard me tirava pra dançar uma valsa.

— Distraída. - ele murmurou baixinho no meu ouvido

Olhei para ele e franzi as sobrancelhas.

— O que? - perguntei pedindo para ele repetir

— Você está distraída. - ele comentou enquanto me girava

Voltei meu olhos para Justin e ele agora me observava também.

Me senti estúpida por implicar com uma garota que nem ao menos conhecia só por me sentir insegura por um cara que que eu nem sabia explicar o que sentia.

Quando voltei ao braços de Richard, ele sorriu para mim.

— Bella - ele passou uma mão pelos meus cabelos e olhou por cima do meu ombro - Eu sempre vou querer que você seja feliz. Não importa como.

Sorri para ele e o abracei.

— Eu sei. E eu sempre vou te amar por isso.

Ele me abraçou de volta, me apertando contra o seu corpo.

— Eu sei. - ele riu em meu ouvido - E é por isso que eu te peço que vá atrás dele.

Ele me soltou e eu o olhei atordoada.

— O que? - perguntei enquanto ele se afastava de mim

Ele sorriu e piscou para mim.

— Vá atrás dele Bella. Busque a sua felicidade.

Ele apontou para porta a tempo de eu me virar e ver Justin deixar o salão. Deixando uma garota sozinha e  confusa por não entender o que acontecia.

Somos duas.

Voltei meu olhar para Richard e ele me entendeu como o melhor amigo que eu sempre havia tido entenderia.

Ele andou em direção a garota enquanto eu andava em direção as portas do salão.

Eu não me daria ao luxo de uma possível desavença com a Grécia, não quando eu poderia acabar ocasionando uma possível guerra contra o Canadá.

Eu andava pelos corredores correndo, sem me importar muito se alguém poderia me ver ao esbarrar em mim no caminho, com as bordas da minha visão meio embaçada, eu tentava controlar minha própria respiração torcendo pra que esse não fosse o momento em que eu tivesse uma crise de asma.

Andei até a última porta do corredor em que estava e pedi para que essa fosse a certa.

Entrei no salão e lentamente fechei a porta atrás de mim.

Eu sorri antes mesmo de vê-lo, só por estar naquele lugar. Só por ele ter escolhido aquele lugar.

— Sabe - eu disse chamando sua atenção, vi sua postura se enrijecer mas ele não se virou para me encarar - esse é um dos meus lugares favoritos do castelo.

— Ah, é? - ele perguntou com um aparente descaso - Porque?

Eu dei passos em direção a parede e passei minha mão pelas barras de ferro pintadas de dourado.

— Eu não podia sair muito quando criança. - falei sem olhar pra ele, evitar o contato era mais fácil pra contar essa história - Eu tinha, tenho, um problema respiratório, asma, pra ser mais exata.

"Minha mãe tinha medo que eu corresse e brincasse na rua como uma criança normal. Todo cuidado comigo era pouco, afinal, eu era a herdeira. Sei que é estranho pensar assim, mais eu tinha que 'durar' tempo suficiente para ter um herdeiro, para colocar alguém no controle do país. E, quando Jonathan nasceu... Bom, ele foi uma benção. Meu primeiro pensamento quando me contaram que eu teria um irmão, foi rezar para ele nascer saudável, para ele poder ocupar meu lugar; pra que eu pudesse... Abdicar do trono. Eu só queria ser trada como uma criança normal, correr, pular, brincar. O nascimento de Jonathan pra mim era essa oportunidade. Colocaria mais alguém na linha de sucessão caso algo acontecesse comigo. Mas mesmo assim, eu não podia simplesmente largar tudo, então meu pai construiu essa sala. Com os espelhos e as barras, ele deixou que eu praticasse alguém esporte, mesmo que fosse balé. E eu adorava, quer dizer, ainda adoro. Aqui eu consigo me sentir mais normal."

— E mesmo doente você decidiu sair na chuva? - ele perguntou agora virado pra mim

Levantei meu olhar e o observei através do espelho a minha frente.

— Eu não estou mais doente. - respondi apertando a barra em minhas mãos - E eu não sabia que choveria, se não, não teria saído.

— O quão irresponsável Bella.. - ele levantou o tom de voz para me responder

— Não grite comigo! - eu gritei de volta - Você não é o rei para mandar em mim!

— Eu vou ser, do meu país. - ele respondeu se aproximando por trás de mim sem abaixar o tom

Eu conhecia aquele tom. Era o mesmo tom que eu usava quando queria mandar em alguém. Era o tom que monarcas aprendiam a usar ainda quando crianças. A voz de comando.

— E isso não me diz respeito. - respondi enquanto ele chegava perto o suficiente para conseguir me tocar sem precisar o menos esticar o braço

Seus olhos castanhos pareceram suavizar e independente de por qual teste eu havia acabado de ser exposta, eu havia passado com louvor porque o próximo movimento de Justin foi colocar um mão em meu ombro, e lentamente deixá-la escorrer por meu braço até para em meu cotovelo, onde ele segurou como se a qualquer momento eu fosse cair.

Sua outra mão parou na barra a minha frente, e se colocou em cima da minha, apertando meus dedos com força contra a barra.

Sua boca passou pelo meus pescoço, deixando leves beijos e subiu em uma trilha parando perto do meu ouvido, onde ele mordei e puxou meu lóbulo.

Suspirei e joguei a cabeça para trás, encostando ela em seu ombro, abrindo mais espaço para seja lá o que ele quisesse fazer.

Um pensamento indevido passou rapidamente pela minha cabeça: Se fosse para cair em seus braços, eu ficaria bem.

Tremi ao ouvi-lo murmurar com voz rouca pra mim.

— Case-se comigo Bella.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Mazafiatto - expressão italiana para a frase 'de tirar o fôlego'

No próximo capítulo...

Caí na cama e minha saia subiu levemente, deixando parte das minhas coxas expostas, e eu não estava nem um pouco inclinada a me preocupar com o frio que estava fazendo. Eu, na verdade, estava me sentindo bem quente, quase febril.

De alguma forma, nós estávamos juntos. Num emaranhado sem fim, com as respirações curtas e ofegantes, com o suor escorrendo e com o coração acelerado.

E eu não saberia dizer onde eu terminava e ele começava.

No final, éramos apenas ele e eu.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Royalty" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.