Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar escrita por Capitã Nana


Capítulo 5
Olá Tortuga


Notas iniciais do capítulo

Opa! Moira em Tortuga depois de 2 anos, o que será que vai acontecer dessa vez ???

Obs: Nesse capítulo temos a presença de um pirata famoso na grande Era Dourada Pirata que aconteceu no século XVIII.
John Rackham/Jack Rackham - Calico Jack (26 de dezembro de 1682 - Jamaica, 18 de novembro de 1720)


Boa Leitura!



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   Tortuga, ah tortuga. Malditos sejam aqueles que colonizaram está ilha. Esse era o pensamento por traz de um rosto fechado e olhos atentos. Sua mão segurava firme a bainha de sua espada, ninguém mais ousaria a tocá-la sem sua permissão.

  Sozinha, a mais nova partiu em sua busca. No porto havia vários navios interessantes porém não estavam disponíveis para negociações, o que de fato a frustrava. Já pouco esperançosa,  parou frente a um que chamou sua atenção. A nau era enorme, suas velas eram vermelhas, portava canhões triplos e mais quarenta comuns e frente a proa um guerreiro com espada e escudo, esculpido. E na lateral seu nome.

— Úrsula… — Sussurrou.

Desapontada, ela já pensava em desistir quando ouviu rumores que um capitão pretendia vender uns dos navios de sua frota. Assim que ouviu o nome da embarcação ficou animada pois ela era exatamente o que precisavam. Moira foi a procura do homem o mais rápido possível para que outro estressado não tomasse sua frente.

     Por fim chegou a taberna Rainha Magda onde supostamente poderia estar o pirata.  Vários homens bebiam, conversavam e riam bastante. Imaginou quem entre eles  seria seu alvo, quando ouviu um marujo chamá-lo, e assim pode vê-lo.

     — Capitão Rackham? — Moira se aproximou da mesa em que se encontrava seis homens.

     — Capitã…? — Ele semicerrou os olhos na tentativa de que o rosto ali presente fosse conhecido.

     — Oh não, não sou capitã, me chamo…. — Moira se interrompeu ao lembrar-se que não poderia revelar seu nome —  Connor, Moira Connor— Todos se mostraram pouco interessados, exceto o capitão do Ursula.

      — E em que posso ser útil? — Calico tomou um longo gole de sua bebida.

       — Soube que está vendendo um de seus navios, estou interessada em comprá-lo — Moira tentava agir o mais naturalmente possível, para que ele não notasse seu nervosismo diante da barganha.

        Rackham fez sinal para um de seus homens ceder seu lugar a mesa para a “pirata” para que pudessem conversar adequadamente. Os homens não gostaram muito da ideia, mas todos sabiam o quanto o capitão valorizava uma presença feminina, prova disso era o fato de que seu primeiro imediato era nada mais nada menos, do que uma mulher, chamada Anne Bonny. Moira logo se sentou frente a ele.

      — Disse que não é capitã, e com todo respeito senhorita, suas mãos trêmulas me dizem que lhe falta experiência para navegar — Os homens riram. A garota envergonhada recolheu seus braços que estavam apoiado sobre a mesa.

         Estava claro para ela que Jack a deixou com aquela missão como uma pequena vingança pela posse do Pérola Negra, sendo assim, era fundamental para a moça mostrar ao pirata que se sairia bem.

      —  De fato, mas o senhor deve saber que experiência se conquista com prática — Ela sorriu de canto e foi retribuída no mesmo gesto.

       Na segunda entrada da taberna Jack e Gibbs sorrateiramente espionavam Moira junto aos piratas, pois assim que ela saiu, o subordinado retornou até seu capitão como estava claro que deveria fazer.

      — Jack, por que confiamos a ela a barganha e por que ela está aqui? Pensei que apenas iria pedir a ajuda dela em Port Royal — Comenta Gibbs.

        — Ela está com o Pérola — Com uma expressão amarga Jack fitou Gibbs.

      — Com o Pérola Negra?

       — Sim, ela o tomou e não vai devolver até que consiga o maldito colar de volta, e não é só isso... — Ele voltou sua atenção para a mesa onde Moira estava — Sinto uma extrema necessidade de ficarmos de olho nela.

      — Do que desconfia? — Joshamme franziu o celho.

       Nesse instante um alvoroço se fez presente dentro do local, Moira havia se levantado e derrubado um dos homens do capitão Rackham sobre a mesa, colocando sua espada sobre o pescoço dele. Sparrow apenas fitou o imediato tendo as ações da garota como sua resposta.

       — Quem é mesmo vadia seu porco imundo? — Moira perguntou, deixando a lâmina de sua espada ainda mais próximo ao pescoço do homem.

    O marujo contrariado com a ideia de barganha com uma mulher, disse que o capitão não deveria fazer negócios com uma vadia. Moira ficou furiosa e então agiu no mesmo instante, ela nem ao menos percebeu seus movimentos, quando deu por si já havia o rendido.

       — Está tudo bem senhorita Connor, libere meu homem, garanto que ele não quis ofendê-la — Calico Jack calmamente argumentava. Notou que ela não pretendia ceder e que os outros marujos de sua tripulação apenas esperavam ordens para confrontar a moça — Então, você me perguntou por que estou vendendo um navio tão bom quanto aquele... — Ela o fitou,soltou o pirata e guardou sua espada.

     — Peço que me desculpe capitão, não ando de bom humor ultimamente — Ela encarou o pirata que rendeu e em seguida se sentou novamente frente a Rackham.

      Desde o fim de sua última aventura nos mares, Moira podia sentir que não era mais a mesma, no entanto, a vida pacata que levava não deixava com que seu  instinto herdado de Davy Jones e Calipso após o retorno de seus poderes, viesse a influência algo em sua vida, mas agora que estava de volta aos mares e cercada de perigos, já não tinha tanto controle sobre quem realmente era.

     — Eu entendo, deve ser difícil lidar com a indiferença de alguns homens. Bem, a Inglaterra. Desde que o perdão real foi oferecido aos piratas, vários marujos tem cedido a essa absolvição ridícula, perdi uma tripulação de quarenta e cinco homens para aqueles desgraçados. Que revelaram minha posição e os navios da minha frota — Calico chamou a atendente para lhe servir mais vinho.

       —  Se esconder não será a solução capitão.

   — Não, mas até que algo seja feito por cada pirata que honra o código, a melhor estratégia é ficar o menos notável possível, não pretendo perder meus saques por conta de marujos covardes.

     Sem mais palavras a serem ditas, a garota colocou o saquinho com os pesos em ouro sobre a mesa. Calico averiguou a quantia que era muito vezes mais do que pretendia pedir e apenas meneou a cabeça, afirmando que o negócio estava concluído.

     — Escolheu um péssimo momento para aventurar-se pelos mares senhorita — Ele ergueu a caneca e bebeu todo o líquido, e assim se levantou para partir.

      — Foi bom negociar com o senhor — Brodbeck sorriu pra ele. Quando eles se foram ela  debruçou-se sobre a mesa e ficou ali até retomar ao controle de seu emocional. Não poderia ter se excedido, por mais que aquele maldito marujo merecesse a morte.

    — — —

      Com a lua no centro do céu escuro, Tortuga estava agitada, era difícil caminhar pelas ruas sem esbarrar em pessoas bêbadas e exageradamente felizes. Quando Moira chegou a taverna em que haviam marcado, avistou os companheiros e seguiu até eles.

    — E então? Como fomos ? — Jack estava sentado em um canto qualquer remexendo em sua bússola.

   — Não sei se a palavra “fomos” se encaixa nessa situação, vocês me deixaram sozinha nessa cidade horrível e dissimulada — A garota se sentou ao lado do capitão — Consegui o navio de um pirata chamado Jonh Rackham, parece que o rei George está conseguindo o que quer — Sparrow parou de fitar a bússola e voltou sua atenção a moça como se houvesse algo errado em suas palavras — E como estão com a tripulação?

    — Com esse que acabei de contratar temos um — O velho imediato parecia desanimado — Os marujos não se sentem confortáveis em navegar sob o comando de Jack mas não a bordo do famoso Pérola, não temos uma viagem que nos traga uma boa pilhagem e por último não menos importante, eles estão com medo da tripulação do demônio.

      — Tripulação do que? — perguntou Jack.

      —  Bem, uns dizem que nunca viram, outros dizem que os viram e mentem  e outros-

     — Por favor Gibbs, seja mais direto — Moira o interrompeu curiosa.

       — Uma tripulação cruel e sanguinária que  ataca todas as naus em que se depara, não perdoam mulheres ou crianças, dizem que seu capitão se assemelha ao demônio e  que tem como diversão não deixar sobreviventes e se por um acaso alguém escapar, o infeliz é casado e morto seja em terra ou mar. Ninguém sabe seus nomes, ou a identificação da nau, a única  coisa que deixam como marca é uma interrogação feita a sangue em alguma parte do navio abordado. — A história contada por Gibbs parecia fantasiosa demais, porém Moira não o questionou, pois tinha conhecimento da marca de sangue que sempre deixavam.

        — Sem sobreviventes? Então que conta as histórias? —  Jack se levantou e em seguida ergueu a mão para ajudar a moça a levantar. — Se teem medo do desconhecido então não merecem ser chamados de piratas.

      — Onde vamos? — Perguntou aceitando a ajuda.

       — Nos divertir — Sparrow sorriu.

      — Está louco? Estamos no meio de um problema, sem contar que até agora não sabemos nada sobre Barbossa! — A mais nova replicou.

       — Ah! Já estava esquecendo, nosso velho amigo foi visto em Kingston a dois dias, se dermos sorte até a aurora do segundo dia se por, teremos sua desprezível companhia. — Sorriu.

  — Ei pessoal, vou navegar com Sparrow! — Gritou Graham, sobre uma mesa.

       Assim alguns homens começaram a tocar e cantar alegremente. As atendentes começaram a dançar, balançando seus vestidos e rodopiando entre a plateia. Moira observava tudo maravilhada, talvez Tortuga não fosse de todo ruim.

     — Ainda dança tão bem quanto da última vez? — Jack roubou a atenção da jovem.

      — Da última vez eu estava ébria — Ela respondeu sorrindo.

       — Não por isso amor — O pirata ergueu uma garrafa de vinho do porto.

      A moça olhou a garrafa com o líquido e logo fitou o sorridente capitão. Não costumava beber, e sabia exatamente como acordaria indisposta no dia seguinte, mas algo em seu ser lhe dizia que ela precisava daquilo, mesmo que fosse apenas um gole. Ela sorriu, pegou a garrafa e degustou daquela bebida tão deliciosa e sugestiva, em seguida piscou para Jack. E por fim, resolveu entrar na dança junto às atendentes, alguns minutos longe dos problemas parecia ser algo bom.

       E assim a noite seguia, com muita cantoria, danças, bebidas,brigas e luxúrias, tudo exatamente dentro do cotidiano pirata. Moira competia queda de braço com um marujo que mal conseguia manter equilíbrio em suas pálpebras, enquanto Jack jogava seu charme a todas as mulheres que ali estavam. O capitão do Pérola já estava  ébrio, mas sempre mantinha a mais nova sob cuidados, de alguma forma ele se preocupava com o bem estar dela, que á aquela altura já esquecera até onde estava.

— — —

    Na manhã seguinte pouco antes do meio dia, Brodbeck arriscou abrir os olhos, a luz do dia a cegou por alguns instantes,junto as pontadas que sentia em sua cabeça, novamente se via arrependida. Tentou reconhecer o ambiente onde estava, mas sem sucesso. Tudo que sabia era que estava em um quarto pouco organizado e sem suas botas. Cambaleando se levantou e seguiu até a janela, puxou as cortinas mal colocadas e avistou uma cidade completamente diferente da noite anterior, presumiu que todos estivessem descansando ou parte deles já tivessem zarpado da ilha.

     Foi então que sua mente lhe trouxe naquele momento a realidade. A jovem correu pelo quarto procurando sua bolsa onde havia guardado o navio engarrafado. Se Jack o tivesse pego de volta, nada o impediria de largá-la na cidade. A bolsa logo foi encontrada atrás de uma poltrona, ela suspirou aliviada, entretanto, sua paz durou pouco pois seu estômago começou a revirar, mostrando a ela as consequências de suas ações imprudentes.

     Algum tempo depois Moira saiu da pensão onde estava, segundo uma funcionária do local, ela havia chegado acompanhada de um pirata muito galanteador, mas a mesma o expulsou assim que ele a guiou até o quarto. Brodbeck sorriu satisfeita por saber que mesmo ébria ainda mantinha o foco; manter Jack o mais distante de si possível. Por mais que possuísse sentimentos pelo capitão, não pretendia envolver-se com ele, ainda que fosse um único beijo.

     Rapidamente ela partiu para o porto, onde provavelmente Sparrow e Joshamme estariam, a menos que estivessem nos braços de mulheres de pouco respeito, algo que havia aos montes na cidade. Ao chegar, viu vários homens abastecendo o navio com tudo que precisariam para a viagem, ela era cumprimentada animadamente por todos que a via com um “ Bom dia capitã Connor”.  Confusa ela procurou pelos companheiros, afim de esclarecer suas dúvidas.

     — Bom dia capitã, veio se juntar a sua mais nova e indomável tripulação? — Jack caminhava pelo convés com um largo sorriso.

   — O que? — Brodbeck parecia ainda mais atônita.

   — Espero que a madrugada na pensão tenha sido agradável, não foi fácil subornar a Daiane — Sparrow comentou pensativo  lembrando-se que havia pagado apenas a metade do valor pela estadia de Moira no local.

      — Você não estava ao meu lado, isso já é o suficiente. Como conseguiram tantos homens ? — Ela fitava toda a movimentação, deixando de lado qualquer chance que o pirata tivesse para uma nova indaga.

    — Mérito seu querida, digamos que com o seu carisma e a sua promessa de tornar essa tripulação a mais rica que esses mares já viram, ajudou Gibbs a ganhar câimbras nos dedos. Bom trabalho — Jack finalizou.

      — O-o que mais aconteceu noite na passada? — Ela  ainda estava surpresa pelas informações.

     — Capitão estamos prontos para zarpar! — Joshamme gritou frente ao leme.

      — Hora de ir amor — Jack a deixou e seguiu para a popa do Ursula.

        Por fim, partiram do porto pirata rumo a Kingston, onde acreditavam que Barbossa estaria.


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Notas finais do capítulo

Eai, alguém pra me dizer oque achou do capitúlo? :)



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