Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar escrita por Capitã Nana


Capítulo 18
Jones


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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  O tilintar das lâminas quase ecoavam naquele vasto silêncio na região, apenas o som das ondas  unia-se aquele confronto inesperado e curioso. Órion já não era mais uma serpente, mas em seu lugar uma humana convicta de seus ideais, habilidosa e com raiva talvez. Ela conseguia prever os movimentos de Sparrow e os ataques frustrante de Brodbeck com tanta facilidade que começou a deixá-los irritados.

  Com tantos marujos inconscientes pelo convés, ficava ainda mais complicado lutar e desviar deles, isso no caso de Moira e Jack, já que para Rivera, pisar naqueles homens não era nada inconveniente. No entanto, havia algo que a incomodava, e que precisava ser eliminado. Ao notar que as escotilhas estavam abertas, estrategicamente afastou Sparrow e a moça, e no calor da batalha ela o chutou e ele perdeu o equilíbrio, caindo  pela passagem até o baixo convés, ficando inconsciente na sequência.

  — Ahora somos sólo tú y yo — Disse a mulher com um sorriso.

  — Jack! — Exclamou — Órion por que está fazendo isso?! — A garota questionou enquanto investiu golpes cruzados.

   — Usted no me da otra opción Nirina! Yo sé por qué está aquí, lo que planea y crea, no voy a permitirlo! — Rivera golpeou Moira com o punho e a derrubou — Después de lo que hizo con ella pasé a tener el control bajo la maldición, y no voy a perder eso...

Desista y tal vez sea-

 — Sinto muito, mas ela é minha mãe! — A garota se levantou e seu semblante havia mudado, um olhar pesado e ameaçador, tornando as orbes azuis mais intensas.— Para me impedir teria que me matar e nós duas sabemos que isso não pode fazer.

  Rivera abriu um sorriso ao notar que a garota a sua frente estava mostrando sua essência, e tinha que concordar que não poderia matá-la, mas Madeline havia arquitetado bem seus planos antes de se revelar para a semideusa.

    — Está certa princesa, no entanto, devo lembrá-la que a única maneira de não ser derrotada por mim, é usando seus poderes, e ao fazer isso causará grande dano a vida  do seu amado Daniel. Eu a conheço Nirina, e sei do que é capaz para proteger quem ama… — Rivera finalmente havia trocado o idioma, como se quisesse ter certeza de que a garota entenderia claramente aquela situação.

   Moira recuou, voltando a sua expressão anterior, havia passado por tantas coisas sem utilizar seus poderes, não poderia agora perder o controle.

  — Se sua intenção é me interceptar, por que nos ajudou na batalha contra o Capitão Gancho?

   — Simples, queria dar a você uma chance de voltar atrás, mas me parece que foi um erro… — Ela se afastou da garota e subiu na amurada — Então terá que ser do jeito mais difícil, para você é claro.

  — Madeline, há que se refere?

  — Sólo quiero que se acuerda de una cosa chica, cuando yo era capitán del Pantera, no era conocida por ser una sanguinaria pirata. — Rivera sorriu e então pulou no mar.

  Brodbeck correu para a amurada e fitou as águas, mas nenhum sinal da pirata amaldiçoada. Não havia compreendido as últimas palavras dela, e nem tão pouco teve tempo para pensar nisso, pois precisava ajudar a tripulação que começava a acordar.

  — — —

  Nenhum dos homens sabiam dizer como haviam sido abordados, nem se quer sabiam por quem, estavam confusos e alguns feridos, seja lá o que Órion houvesse feito a eles, não tinha intenção de tirar suas vidas. Brodbeck pediu a Gibbs que estava bem, para ajudar nos cuidados da tripulação, e logo voltou para a cabine.

   Ao entrar notou que as velas dos castiçais estavam chegando ao fim, então silenciosamente caminhou pelo ambiente para repor novas velas. Quando acabou e finalmente o ambiente estava bem iluminado, fitou Sparrow deitado em uma rede, com seu chapéu sobre o rosto enquanto balançava levemente. Moira suspirou.

 — Fingiu ter perdido a consciência quando caiu no baixo convés, por que será que isso não me surpreende? — Ela pegou um jarro com água e bebeu um generoso gole.

— Se eu tivesse continuado você daria um jeito de manter obscura a verdadeira razão de tudo isso. Para alguém que sempre exige a verdade, aprendeu bem rápido a arte do ludibriar. — Sparrow continuou a ignorar a visão da outra.

 — Não sei até onde teria vindo comigo se soubesse a verdade —  De repente sua visão ficou turva e uma tontura inesperada fez a jovem cambalear e deixar escapar o jarro com água de suas mãos. Sentiu seu corpo pender para trás, mas antes que viesse a cair sentiu as mãos fortes segurar sua cintura por trás.

  — Aconselho tirar um cochilo — O som da voz de Jack acalmou o coração da moça.

  Ela se virou de frente para ele, e ainda sentiu o mundo girar, então logo apoiou seu corpo na mesa repleta de coisas.

  — Obrigada, mas estou bem, só um pouco cansada — Ela colocou algumas mechas de cabelo atrás da orelha e assim revelando um pequeno corte a sangrar um pouco acima da temporada.

    — Está horrível. Espere tenho um antídoto muito bom para esse ferimento.

   Enquanto Sparrow procurava algo na cabine a garota se sentou sobre a mesa, estava tão preocupada que nem se deu conta que também estava machucada. Os problemas estavam se tornando um bolo de feno pelo deserto, e a cada instante se via mais longe de qualquer solução. Hook provavelmente estava a sua procura, Kidd a de Jack, Barbossa e sua guerra contra a marinha e então Rivera e seu plano para manter o controle sob a maldição…

 — Calipso, é por ela que estou em busca do Coração. Quando meus poderes voltaram eu estava com tanta raiva, todos os perigos, mortes e maldições que foram causados por ela… Eu só queria garantir que ela pagasse por seus erros e nunca mais ousasse a intervir no destino de alguém… — Ela olhou para o homem que continuava a procurar algo. — Então fui capaz de traí-la assim como Davy Jones, eu a aprisionei naquele maldito colar no momento em que a vi mais vulnerável…

Ainda de costas para ela, Sparrow parou sua procura e ficou pensativo, claro que Moira sabia o que o capitão se perguntava e então continuou.

  —Eu nunca contei a ninguém Jack, mas quando fui levada ao baú da morte por Órion, estive com meu pai. Ele não se revelou para mim, mas contou sobre as pedras Nêmesis e seu poder. Somente quando me tornei Nirina, que entendi que o coração era uma das jóias... Então naquela manhã você o levou, eu não me importava com o destino dele, até ver minha mãe Katherine chorar todos os dias em agradecimento por ter seus filhos de volta. Ver o brilho nos olhos daquela mulher me fez entender as razões de Calipso, e esse foi o início do meu maior fardo...Quando o vi na janela do meu quarto percebi que era um sinal, uma segunda chance, uma redenção… — O rosto da garota aos poucos era umedecido por suas lágrimas — Eu preciso trazê-la de volta Jack, ela é minha mãe, tudo que fez foi por amor  e mesmo assim eu a traí, a segunda Jones que falhou em amar a Deusa…

   A semideusa fechou os olhos quando sua dor sentimental lhe pareceu quase palpável.

  — Achei! — Comentou o pirata animado.

    Ela não viu o homem se aproximar até sentir uma intensa ardência em seu ferimento que a fez gritar.

  — Sparrow!! Está tentando me matar?! — Exclamou — O que é isso que jogou no meu rosto?! Me pergunto se está mesmo do meu lado ou contra mim.

  — Rum. E não seja rude querida, só estou evitando que sangre como uma foca. Se estiver morta como irá trazer Calipso de volta? — Ele pegou um pedaço de pano que julgava estar limpo e então começou a limpar o local do machucado dela.

   Em silêncio Brodbeck observava os cuidados do homem para com ela,sentia dor ao toque do outro com o pano embebido em Rum, mas não queria protestar. Ele não parecia surpreso com a revelação mesmo ela tendo certeza de que ele não sabia de nada do que contou, e nem tão pouco havia dito nada a respeito, tornando aquele momento uma grande tortura psicológica. Sparrow havia sido arrastado por ela todos aqueles dias sob uma farsa, não que não tivesse justiça naquele feito, fora ele quem roubou o colar há dois anos, nada mais justo que ajudar a moça a recuperar a preciosa jóia. Mas não queria dizer a ele seu propósito, afinal de contas, Sparrow era um pirata, por que faria algo sem obter lucro algum? E depois de tudo que aconteceu até aquela noite, um caminho que poderia o levar a morte?

  — Jack me perdoe,tudo isso é culpa minha…Então vou entender se não quiser mais ficar, a essa altura creio que partir seja sua melhor opção. Estou onde deveria estar, entre meu povo, o mais perto que já estive de libertar a minha mãe e aceitar seja qual for o meu destino depois disso… — Suas orbes mantinham-se atentas ao semblante concentrado do capitão que terminava de ajudar Moira com o ferimento ainda em silêncio — Sparrow diga alguma coisa!

   O pirata amarrou uma espécie lenço vermelho na testa da garota para segurar um menor que ajudaria a proteger o ferimento até cicatrizar. Então finalmente fitou aqueles olhos cheios de lágrimas e tão brilhosos quanto as noites mais estreladas.

   — É realmente  uma ótima ocasião para assumir seus erros. Nós vamos morrer senhorita, só nos resta escolher quem vai nos matar primeiro, a marinha britânica, Daniel, Kidd, Barbossa ou Calipso. Eu escolho a sua mãe — Respondeu junto a uma expressão desajustada costumeira.

  Moira deu um leve sorriso.

  — Obrigada capitão Sparrow, mas quando chegará a  hora de me dizer a sua verdade? Por que veio e por que ficar?

   — Sabe Mô, palavras são ditas a todo instante, com várias interpretações e muitas vezes sem muito significado. Na vida o homem descobre que há maneiras bem mais interessante de fazer-se entender. Cabe a você a decisão — O sorriso cheio de charme do pirata deixou o estômago da garota formigando. e uma leve mordida no canto dos lábios foi vista por ele.

  — Mostre-me… — O fio de voz em sussurro de Brodbeck foi o suficiente para o capitão juntar seus lábios aos dela.

   Tão macios e delicados, entregues a si, desta vez não fora roubado ou graças às influências de uma noite de bebedeira, ela apenas correspondia a seu toque. Jack envolveu seus braços pela cintura da jovem, diminuindo a pouca distância entre eles. Sentiu seu pescoço ser adornado pelos braços dela, indicando que aquele momento estava sendo apreciado.

  Sutilmente os finos dedos dela se aninharam aos cabelos emaranhados de Jack, já o homem percorria a extensão daquele belo pescoço a mostra, com carícias leves, tirando um pequeno suspiro da moça.

   Então novamente seus lábios se encontraram para um beijo mais intenso. Uma corrente de energia envolveu o capitão, fazendo-o tensionar, era forte, abundante, árduo, impetuoso, era o mar…

  Aquele poder que acercava-o fez com que a atmosfera criada por ambos se dispensasse e Sparrow partiu o beijo, fitando a moça que aos poucos abria os olhos, acordando de seu transe.

    — Jack…

    — Boa noite Jones… — Ele se afastou e logo deu as costas e seguiu para a saída da cabine, deixando uma Moira completamente atônita.

   Ela não o seguiu, não poderia. Pela primeira vez em sua vida desconhecia o que estava sentindo após aqueles instantes nos braços do pirata. Soltou  todo o ar em seus pulmões e os buscou novamente a fim de relaxar, acalmar aqueles batimentos cardíacos descompassados. Colocou as mãos entre os cabelos então fitou o chão amadeirado, assim que as lembranças da noite em tortuga finalmente apareceram.

 — Minha bússola interior… — Disse, então fitou a porta que minutos antes Jack havia atravessado, e um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

   Do lado de fora Sparrow estava prestes a bater na porta da cabine em arrependimento por tê-la deixado, mas novamente a incerteza assolou sua mente e ele então desistiu, voltando sua atenção aos tripulantes do Ursula.
 

  — — —


    Lentamente Moira abria os olhos, a claridade mostrava-lhe que ainda era dia,  atônita erguia seu corpo da areia clara e fria, correu os olhos pelo local a fim de identificar onde estaria desta vez, porém tudo que via era uma tenda feita com velas de navios e pedaços de madeira que a protegia do sol e um grande espaço vazio, sem água, vegetação ou brisa, nada além do silêncio. Ela procurou suas espadas na bainha e logo se deu conta que não estavam lá, então olhou para trás e as viu vincadas na areia um pouco distante de onde estava.

     — As deixei lá por precaução — A voz grave chamou a atenção da jovem, rapidamente ela virou-se para o homem de barba branca, comprida e com vestimentas pirata e uma perna de pau.

      — Não iria usá-las caso não pretendesse me atacar — Moira respondeu firme, estava com medo, porém tentava camufla-lo.

      — Não fiz para proteger-me — O homem deu alguns passos na direção da jovem, mas antes de chegar tocá-la, ela ficou de pé e recuou alguns passos –  Não sabe onde está não é mesmo? — Ele passou por ela caminhando em direção às espadas, curiosa ela o seguia — Este lugar é destinado aos mortos,mas não é um lugar de morte, todos trazidos para cá se deparam com a eternidade...sozinhos.

     — Mas estamos nós dois aqui... — Moira retrucou. Com cautela ela colocava a mão em sua pistola que pegou rapidamente antes de segui-lo, não sabia quais a intenção do homem à sua frente.

     — Mas até quando senhorita? — O misterioso parou de caminhar sem olhar para trás, deixando-a surpresa pois era como se ele soubesse seus planos. Ela retirou a mão da pistola e novamente voltaram a caminhar.


      — As almas são trazidas para enfrentarem seus maiores medos, tudo que evitou ao menos devaneia em vida, enlouquecendo dia após dia... O início o meio e o fim unidos em um único lugar...

       — Por favor seja mais claro a respeito da nossa localização e como podemos sair daqui... Se for isso que tem em mente — Arriscou.

     Eles chegaram frente as espadas, o senhor de barba grisalha puxou as lâminas da areia e voltou sua atenção para Moira.

     — Poderia ter ferido a si mesma acreditando está enfrentando aquilo que mais teme — Ele entregou a ela suas espadas. Logo notou que ela parecia se lembrar de algo — É isso que acontece no Baú, Alec, Daniel, o maldito Sparrow... Meras ilusões — Ele voltou a caminhar.


     — Q-quais garantias tenho de que o senhor é real ? — Moira disse, vendo ele fitá-la  em seguida.


    — Não conhece-me, logo não poderia fazer parte de seu maior temor…

    Ela não sabia o que estava acontecendo e tinha medo de descobrir, tudo que se lembrava era de sangue em suas mãos e o som delicado de uma caixinha de música.

 — Eu preciso encontrar uma maneira de sair daqui e encontrar os meus amigos — Novamente atentou-se ao local totalmente vazio.

Enquanto isso o velho homem observava a leveza de seus traços, o semblante inocente e olhos marcantes. Imaginava o quão cruel havia sido o mundo, para lhe dar tal presente quando não havia mais destino para si a não ser sucumbir a eternidade sozinho.

 — Escapar do baú é um feito para poucos, mas seu lugar não é aqui criança. O destino te reservou uma grande jornada, onde a ascensão daqueles que ousaram te fazer mau um dia será inevitável. O mar jamais verá uma criatura igual…  


      — Mas senhor, segundo suas próprias palavras, esse é um lugar de punição ao qual são trazidos aqueles que ganham tal sentença, estou aqui, como não poderia ser meu lugar? Talvez o que eu tenha feito possa ser um pequeno ato para mim, mas não para os meus julgadores — A voz da garota mostrava uma profunda tristeza. Culpando-se por sua ideia ousada de se aventurar nos mares e abandonar sua estimada família.

 Comovido, o desconhecido ergueu sua mão para acariciar o rosto de Moira, mas assustada ela recuou alguns passos.

   — Não tenha medo pequena criatura, eu jamais lhe faria mal algum… Meu único desejo é vê-la por fim a todos que a impedem de gozar tamanha liberdade — Os olhos cansados do velho tomavam um brilho de admiração.

   — E-eu… — Moira sentia suas pernas trêmulas, assim como suas mãos e voz. Aquele homem a sua frente não parecia mais ter sua saúde mental preservada e estar sozinha com ele não era nada confortável — Não compreendo a que se refere senhor, sinto muito...      

  Ele olhou para a imensidão de areia fina e branca em que se  encontravam como se estivesse, vendo ou ouvindo algo.

   — Ouça-me,o tempo está  acabando, Há muito tempo atrás a terra foi presenteada por um tesouro capaz de trazer  justiça aos condenados pela injustiça humana ou divina, esse era o único propósito das cinco jóias, Polaris, Mihaia, Anthy, Karmina e Sirius, mas tudo tornou-se incerto quando uma de cinco foi tomada para um novo dever, o seu azul agora guarda dentro de si um imensurável poder, algo jamais visto, capaz de mudar tudo que já conheceu em sua vida…

   — É por esse tesouro que acabou se tornando parte deste lugar?  — A garota não sabia se acreditaria nas palavras ouvidas, mas se via presa a acontecimentos que jamais imaginou vivenciar. Sendo assim, talvez o velho homem não estivesse tentando ludibriá-la.

    — Talvez… de repente vê-la fez tudo criar um sentido — O senhor sorriu para ela. — Tudo isso por esse momento… Pegue — Ele segurou a mão da garota e depositou em sua palma um pequeno objeto de metal, com um formato de coração — Encontre a pedra e as outras encontrarão você…

  Moira observou a caixinha em sua mão e ao abri-la pode ouvir a melodia doce que vinha dela, seus lábios se curvaram em um meigo sorriso para o objeto. Então ela fitou o homem novamente.

   — P-por que eu? — Brodbeck não sabia explicar, mas seus olhos estavam marejados.

   — Um dia entenderá minha menina… mas até lá, viva sem medo, entrega-se aos seus anseios e então lute, como a mais sublime criatura dos mares… — Os olhos do homem sucumbiram as lágrimas que rolavam em seu rosto. Ele parecia tão feliz e orgulhoso que por um instante a garota pensou estar em um sonho.

   — Venha comigo, senhor, venha comigo… — Moira o chamou firme, mesmo quando as primeiras lágrimas escaparam de seus grandes e belos olhos azuis.

    — O meu destino chegou ao fim senhorita, perdoa-me… foi uma honra conhecê-la — Ele sorriu como se estivesse em plena paz.

 Instintivamente Brodbeck o abraçou, sendo correspondida prontamente.  

  — O senhor não é mal, voltarei para buscá-lo um dia…

  — Estarei a sua espera minha bela filha…

  Os olhos de Moira criaram uma cor intensa e então ela se afastou para fitar o velho novamente.

   — Não me disse como se chama.

  Naquele instante uma voz masculina surgia ao longe chamando pela moça perdida, ela  olhou para trás e não pode ver o dono do timbre, mas ouviu seu nome novamente. Voltou sua atenção ao velho pirata que sorria sutilmente para ela.

    — Jones… — Respondeu. E essa foi a última coisa que ouviu até perder a consciência naquele baú.

                                                                                               //

 — Pai! — Moira gritou ofegante assim que se sentou em um sobressalto.

     Olhou ao redor de onde se encontrava, e as paredes de madeiras e o balanço da nau a fez lembrar-se que estava no Úrsula, mais precisamente na cabine do capitão. Piscou algumas vezes assim que fitou a luz do dia adentrando ao ambiente pelas vidraças, e então jogou seu corpo contra seu aconchego outra vez. Novamente havia sonhado com o encontro que teve com Davy Jones há dois anos atrás, sempre que acontecia era como se fosse a primeira vez, e tudo que sentiu desde medo à empatia surgia em seu ser. Aquela foi a única vez que esteve com ele, queria ter tido mais tempo para conhecer aquele homem que em nada se assemelhava a tudo que ouviu sobre o cruel capitão do Holandês Voador, no entanto, agora entendia que o momento vivenciado se tratava apenas de um toque do destino, que aquele era só o começo de sua jornada para se tornar a grande mulher, guerreira e destemida que seus pais tanto desejavam.

  Depois de um tempo, se pôs de pé e se arrumou na maneira do possível, o dia já havia começado e ela não poderia se dar ao luxo de ignorar seu compromisso com Barbossa, afinal de contas, precisava do seu colar.


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Notas finais do capítulo

* Pra quem ficou confuso, o sonho da Moira foi a continuação da primeira parte do capítulo 11 da fic anterior. Quem quiser ler... kkkk


Bjkas!



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