Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar escrita por Capitã Nana


Capítulo 16
Barbossa


Notas iniciais do capítulo

Hi piratinhas!!!!

A pergunta que não quer calar: Ainda tem alguém nesse navio? *curiosa*
Peço perdão por demorar tanto pra atualizar a fic #cry

Mas espero que apreciem o novo capitulo que fiz com carinho.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732631/chapter/16

Rodeado de mapas, folhas com alguns rascunhos do que seria um plano e restos de maçãs verdes, Barbossa tinha sua atenção presa no horizonte. A mão calejada e suja acariciava a barba comprida, enquanto seus pensamentos seguiam em círculos, longe de encontrar uma saída para a sua maldita aflição. Foi então que batidas na porta o fez fitar o local.

  — S-senhor, peço perdão por incomodá-lo, mas há alguém que deseja falar com o senhor — Mullroy, ex oficial da marinha britânica, agora pirata, anunciou ao capitão.

  — Diga que vá embora.

  — Mas senhor…

   Seu subordinado até tentou insistir, mas Barbossa pegou sua pistola e atirou centímetros acima do chapéu que o homem usava.

  — Não irei errar da próxima vez — Advertiu — Não tenho tempo para esses malditos.

  — Nem mesmo para um velho amigo? — A voz de Jack adentrou ao cômodo junto a sua presença e sorriso sarcástico que o outro dizia não suportar — Perdão, estava muito entediante esperar do lado de fora.

  — Sparrow.

  — Hector! Há quanto tempo não? Da última vez que o vi estava degustando do doce sabor da vingança — Jack caminhava pelo local repleto de luxo. Observava cada canto  parecendo surpreso.

    — Um tempo pequeno comparado ao que eu tinha em mente, mas o que posso fazer se o destino deu mais uma jogada não é mesmo? — Barbossa sorriu e seguiu para sua mesa sentando em seguida —  vinho?

 — Quem sabe depois de saber o que minha presença representa para o senhor, porque presumo que não estava a minha procura apenas por sentir saudades — Sorriu.

  O outro ainda explorava a sala, vez ou outra mexendo em alguma escultura ou vasos e disfarçadamente, roubando pequenos objetos de valor. Afinal de contas, não sabia se ao fim daquele encontro sairia caminhando ou correndo, Hector era previsível, mas até o momento Jack ainda não sabia qual o interesse do homem naquela audiência.

 — Nisso não há o que discutir. O mundo está mudando Jack, os mapas estão sendo preenchidos por novas descobertas e conquistas, mas essa dádiva pode ser o sonho de uns e o pesadelo de outros. No novo mundo não haverá lugar para gente como nós, piratas não passarão de histórias assustadoras para crianças, há menos que com nossas forças, o suor de nossas testas, lutemos para garantir o nosso lugar — O pirata de perna de pau pausou, na esperança que o outro lhe dissesse algo ou ao menos mostrasse que estava prestando  atenção, porém este resultado não veio. Então continuou — Quando vi nosso povo morrer miseravelmente em Del Noble, tudo em que pensava era em destruir a estimada marinha de vossa majestade, e agora, anos depois tenho essa oportunidade…

   — Nós já vivemos essa história amigo, Beckett perdeu, continuamos com nossa vida pirata de antes, e Del Noble nem era uma ilha tão proveitosa. — Retrucou indiferente.

   — E Nassau?

 Sparrow parou de mexer nos objetos fazendo uma expressão pensativa, então virou-se para Hector.

     — A Inglaterra pretende tomar Nassau? — O pirata franziu o cenho.

     — Você deve saber do perdão oferecido pelo rei a todo homem que abdicar a vida pirata. Essa foi a primeira parte do plano, com isso vários malditos desertaram enfraquecendo o nosso poder nos mares e em terra, Nassau está frágil Jack, temos que nos unir ou mais uma vez eles irão triunfar sobre nós — O tom de voz de Barbossa mostrava seu ódio e indignação com os antigos e recentes acontecimentos.

  — Sinto muito capitão, mas Nassau nunca foi um lugar do meu apreço, tente outros capitães, quem sabe não lhe trarão mais sorte. — Jack girou os calcanhares para ir embora, não precisava ouvir o resto do plano do velho pirata para saber que infortúnios lhes aguardavam.

 — Não finja não ser importante Sparrow! — Hector exclamou batendo as mãos sobre a mesa e se levantando. — Nassau pode não significar nada para você, mas e Tortuga? Não espera que a Inglaterra irá se contentar apenas com esse pedaço de terra em Nova Providência. Tortuga um dia será revelada Jack, então para onde irá quando precisar descansar, uma nova tripulação, mulheres e rum a vontade?...

 Aqueles argumentos ainda não convenciam Sparrow a  reconsiderar, nunca foi um homem de pensar no futuro, vivia o presente e até aquele instante estava bem como daquela maneira. Mas em um pensar ágil, encontrou a deixa para virar o jogo a seu favor.

  — Sabe Hector, é preciso muito mais do que discursos dramáticos para a minha possível revisão de critérios, savy?. — Ele caminhou até a mesa, sentando-se na cadeira a frente e apoiando seus pés no alto do móvel.

  — Isto não é uma barganha capitão, por mais que negue, sabe que uma guerra como essa irá afetar a todo homem que se intitula pirata.

    — Estou de acordo, mas ainda prefiro correr o risco — Sorriu.

     O pirata mais velho revirou os olhos, até tentaria força-lo a se juntar ele, mas a chances de traição seriam ainda maiores.

   — Diga o que quer — Disse por fim.

   — O colar. Aquele cujo nos levou a uma certa Baia submersa pela noite, o encontro com a outra face da filha do mar…

    Barbossa semicerrou os olhos e depois se deleitou com o som estrondoso da sua própria gargalhada.

  —Jack, Jack… “já vivemos essa história, amigo”. O poder se desfez e a jóia seguiu para Port Royal com a menina.

   — Teria sido um fim esplendoroso se ela não confiasse tanto em piratas — Sparrow sorriu ao se recordar do momento em que discretamente roubou o colar do pescoço de Moira — Então a menos que  esteja em posse desse pequeno item que estava no meu navio quando o levou de mim, o assunto em questão continuará desfavorável ao senhor eu diria.

   Hector franziu o cenho, estava claro que se Jack queria o colar, ele ainda teria algum valor, mas para o velho homem, era impossível deduzir os planos do pirata.

   — E por que esse interesse repentino na jóia do mar sem valor algum?

    — Ela é muito importante para mim — Sparrow respondeu prontamente.

       Um barulho começou a adentrar ao ambiente, parecia que os subordinados de Hector estavam em uma discussão, no entanto, ele não parecia nem um pouco interessado ao que acontecia fora de seu campo de visão.

    — E só veio reclamá-la  dois anos depois? — Barbossa semicerrou os olhos.

     — Nem tão importante assim. — Jack sorriu largo, sentindo o quão a percepção do outro estava aguçada. — Existem outras prioridades na vida de um pirata como… — Ele parou o que estava dizendo quando notou o som que vinha do outro lado da porta, fitou a passagem rapidamente e voltou a fitar o pirata — Precisa disciplinar melhor os sua tripulação.

   — Diga a verdade Sparrow, é a única chance de talvez consegui-lo novamente — Hector ignorou a provocação e continuou com o assunto que lhe interessava.

    O capitão de dreads fez algumas expressões sem sentido como de costume e então resolveu abrir o jogo.

 — Valor sentimental, ela resolveu partir com aquele aprendiz de pirata, e não me sobrou muita coisa além da doce lembrança de seus belos olhos azuis e o Coração que tecnicamente o senhor me roubou. Se Moira estivesse aqui...

Nesse instante um baque estrondoso assustou os capitães que tão pouco tiveram tempo de se mover, apenas presenciaram a porta da sala onde estavam vir a baixo junto a um dos homens de Hector que fora arremessado contra a passagem. Mal puseram os olhos no pirata no chão, e já voltaram sua atenção a quem havia entrado em seguida, com duas espadas em mãos.

  — Jack! — Exclamou Moira.

  Barbossa virou-se para Sparrow com um sorriso sarcástico.

  — Creio que seu problema esteja resolvido capitão.

 — Coincidências, não é lindo quando elas acontecem — Respondeu Jack, com um sorriso frustrado.

  —Barbossa? — A garota se surpreendeu ao finalmente encontrar o homem que deu origem aquela aventura.

  Antes de dizer qualquer outra coisa, baixou a guarda e assim foi rendida pelos piratas rivais. Eles a desarmaram e colocaram suas mãos para trás, na sequência Gibbs e Graham também foram capturados.

  — Senhorita Brodbeck! É mesmo uma surpresa vê-la aqui em Nassau e sob essas circunstâncias — Indagou Jack.

  A moça revirou os olhos, pois entendeu que seja lá o que ele estivesse fazendo, mais uma vez usara da ocultação de fatos em benefício próprio.

  — Circunstâncias aos quais o senhor nos colocou? Não deveria estar surpreso — Retrucou irritada — Me soltem seus malditos!

 — Capitão, esses infames invadiram para resgatar o Sparrow, sinto muito pelo incômodo meu senhor, os faremos pagar por isso — Disse um dos homens que segurava o braço esquerdo de Gibbs.

   Hector fitou a garota impertinente que lhe trouxe tantos infortúnios há dois anos e agora estava ali, pronta para fazê-lo novamente. No entanto, se soubesse como controlá-la teria mais uma aliada em seus planos, e por sorte tinha uma carta na manga.

  — Não será necessário, estou certo Jones? — O pirata mais velho expressou.

 — Não tenho intenção de causar outro confronto — Disse, ainda mostrando um olhar superior — Embora o senhor mereça — Sussurrou para si mesma.

  Com isso, Barbossa deu ordens para que seus subordinados soltasse Moira, Gibbs e Graham. Já libertos se aproximaram dos capitães, o olhar de Sparrow para a garota suplicava para que ela não fizesse nada imprudente, embora tal feito fosse esperado de si próprio.

 — E então? Qual a verdadeira história? — Hector direcionou sua atenção a Brodbeck.

  — O coração de Nirina, eu o quero de volta essa é a história. Está com ele capitão? — O olhar rijo da moça sobressaiu entre os demais.

  Quando o velho pirata abriu um sorriso a mente nublada de Jack clareou, e tudo que queria naquele momento era fugir dali com Moira, pois certamente já previa onde aquela conversa iria dar.

  — É possível, mas me diga senhorita, o quão vale aquela jóia para você?

  — Eu não quero interromper esse reencontro memorável e caloroso, mas se me permite fazer uma observação senhorita Brodbeck, este homem tentou matá-la, apropiarse dos seus poderes e sem mencionar a colaboração dele para a loucura do garoto Danny. — Jack tentou trazer a tona todos os motivos pelos quais Barbossa não era um homem confiável, antes que as coisas tomassem um caminho sem volta.

 — Tagashi, sr. Rudolf, levem o Sparrow e os outros dois, e se eles tentarem fugir atirem em suas pernas — Ordenou o homem da perna de pau.

   Moira não se opôs à decisão do mais velho mesmo com Jack tagarelando em sua defesa, apenas o fitou e o capitão inexplicavelmente entendeu que estava tudo bem em deixá-la a sós com o outro. Foi então que ele percebeu que não importava a barganha, sua verdadeira preocupação era Moira, apenas ela e isso o fez calar e ir com os homens de Hector sem relutância. Jack Sparrow estava cada vez mais se tornando aquilo que sempre temeu; Um homem preso, preso por sentimentos que segundo ele, eram desnecessários em sua vida.

Após ficarem a sós, Moira suspirou e logo deu andamento a conversa.

 — Minha vida, é isso que o coração significa para mim.

 — Neste caso creio que esteja aberta a uma barganha…

  — Prossiga.

  Barbossa contou a moça sobre a ameaça que caira sob Nassau e de seu desejo por justiça, mas não especificou quais seus planos para a jovem, fazendo-a questionar onde ela se encaixaria naquela luta pela liberdade.

  — Sinto muito pelo momento crítico na pirataria capitão Barbossa, mas devo lembrá-lo que não possuo mais qualquer influência sob os mares e nem um contato com Calipso, sendo assim de nada seria útil minha presença nessa batalha se é o'que pretende.

  — Não é a sua influência nos mares que me interessa senhorita, mas sim a sua sob o Sparrow. Convença ele a se juntar a nós contra a marinha real na batalha que está por vir e então o colar voltará para suas mãos.

 — Se está me pedindo isso significa que ele recusou “a oferta”, o que de fato acho justo. Uma guerra como essa será duas vezes mais mortal do que Del Noble, fugir é uma decisão sábia.

 — Davy Jones não fugiria, Teague, pai do Sparrow não fugirá, mas seus filhos preferem  fechar os olhos e ver muito dos seus sendo mortos enquanto buscam honrar suas bandeiras.

 — Davy Jones poderia até lutar, mas puxei a minha mãe e como certamente deve se lembrar, quando libertada abandonou os senhores em plena batalha — Brodbeck sorriu de canto.

— É uma pena menina que sua determinação em obter o coração não seja tão fervorosa quanto a de negar sua origem, o sangue que corre em suas veias — Hector provocou.

  — Posso obrigá-lo a dizer onde estar o meu colar.— Arriscou

  — Mate-me mas por Deus como levarei comigo esse segredo.  A decisão é sua Brodbeck — Riu.

     A semideusa por fim suspirou em falso cansaço, não era como se realmente não pudesse tentar arrancar a informação de Hector, mas via nos olhos do capitão que ele não estava blefando, e pelo pouco que o conhecia tinha certeza que uma atitude mais agressiva seria em vão.

   — Mas me diga Hector Barbossa, por que o Sparrow? O senhor está em um porto pirata, e pelo que notei, opções de notórios capitães não lhe faltam, não consigo compreender.

  — Mas nenhum deles é um lorde pirata  — O pirata respondeu como se fosse algo óbvio

   — Espera um momento, isso não faz sentido porque a corte da irmandade não existe mais já que o que os unia era o aprisionamento da minha mãe, que agora está... — Brodbeck se interrompeu por um instante como se tivesse se lembrado de algo ruim, ato que não passou despercebido pelo outro.  — E-em todo caso isso só me leva a uma conclusão...

O homem de uma perna só abriu um sorriso quando notou os olhos surpresos da garota a sua frente.

 — E então, temos um acordo?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita... e agora?

Obrigada a vocês que me deram mais uma chance e leram até aqui.

Até a próxima

Bjkas!!!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.