Harry Potter não queria acordar, estava tão confortável, tão quentinho, para ser honesto ele nem se lembrava sobre o que estava dormindo, mas estava tão maravilhosamente bom. Depois de meses caçando Horcrux com Ron e Hermione, dormindo em barracas frias no meio da floresta, ele merecia uma cama bem quentinha... mas espera devia ter alguma coisa errada, aquilo não fazia sentido a última coisa que Harry se lembrava era de um raio de luz verde na sua direção, semelhante a maldição da morte e de repente ele estava debaixo de um lençol.

O moreno realmente não queria pensar naquilo agora, ele estava sonolento e seus pensamentos estavam muito confusos no momento, era melhor voltar a dormir. Uma pena que ele não iria conseguir.

Se Harry Potter tivesse aberto os olhos somente por um segundo, ia perceber que não estava em uma barraca e nem em um colchão duro, mas sim em um quarto infantil de tamanho bem grande para um menino, com o Sol batendo na janela da casa família Potter em Godric´s hollow. Talvez se tivesse acordado ele se lembraria da conversa com a Morte na noite passada, do acordo que fizera, dos termos que tinha aceitado, mas Harry era simplesmente preguiçoso demais

Se não tivesse voltado a dormir, talvez percebesse o grande cachorro preto, para os íntimos, ele era conhecido como Sirius Black e que tinha acabado de entrar naquele mesmo quarto desconhecido para desejar feliz aniversário para seu afilhado que acabara de completar 11 anos. Sirius Black, porém, não era um padrinho comum.

Que graça teria simplesmente acordar o menino de cabelos bagunçados simplesmente cantando parabéns, isso era chato e por esse motivo ele tinha uma tradição. Não era muito higiênica, mas não se pode ter tudo na vida

Harry estava tendo um sonho estranho, não fazia muito sentido, estava relacionado com motocicletas voadoras, mas de repente tudo mudou e do nada ele começou a sentir que estava se afogando. Harry acordou com o susto e começou a tossir desesperado aquilo não era um sonho seu rosto estava encharcado

— Hahahaha, pequeno pontas você já devia estar acostumado – Sirius Black tinha voltado a ser humano, depois de lamber desesperadamente o pequeno rosto de seu afilhado para que o mesmo acordasse. Tradição de aniversario – Feliz aniversário Harry, 11 anos em, já esta virando um homenzinho – disse Sirius, fingindo enxugar uma lagrima enquanto  estava olhando para o menino

Harry não queria chorar, ele não queria de verdade, mas aquilo não podia ser real. Seu padrinho, vivo e rindo, agora que parou para pensar tinha sido poucas vezes que viu o padrinho rindo, mas aquilo não era importante agora, no momento ele so queria saber, se estava doido ou se tinha enlouquecido. Como aquilo era possível

Então como se uma lâmpada acendesse na sua cabeça, Harry se lembrou, aquilo não foi um sonho, Harry sabia que era real, talvez a coisa mais esquisita que já tinha se acontecido, mas foi real, Harry escolhera voltar no tempo, onde as pessoas que amava estariam vivas, e bem, tinha realmente 11 anos.

— Almofadinhas – Harry disse devagar, encarando o padrinho, que ainda encarava o menino meio preocupado, Harry estava muito estranho – Por que você me lambeu?! – Harry disse rindo e correu na direção do padrinho que o abraçou e o levantou no ar, Harry não se lembrava como era ser pequeno, que sensação esquisita pensava ele.

— Oras pequeno Pontas – disse Sirius colocando o afilhado no chão – Não é como se não estivesse acostumado. Eu faço isso todo ano

— Qual o problema de acordar alguém dizendo “Bom Dia” – disse Harry rindo, parecia um sonho seu padrinho ali com ele e Harry não queria acordar

— Harry Tiago Potter!!! – disse Sirius indignado, como seu afilhado podia pensar numa coisa tão tediosa dessas – Onde está o seu espirito maroto?! Qual seria a graça nisso?

— Então da próxima vez me acorde com um caminhão de presentes – disse Harry – eu não iria me importar – ele continuou a fala e começou a rir

— Moleque abusado, eu fazendo meus adoráveis carinhos caninos para te acordar e você só pensa nos presentes – disse Sirius fingindo estar entristecido e enxugando uma falsa lagrima e Harry apenas riu – Seu presente esta lá embaixo com os outros

— Outros? – disse Harry surpreso

— Sim – disse Sirius confuso, seu afilhado estava meio estranho hoje – O meu presente, o de seus pais e o do Remo

Harry travou. Seus pais. Era verdade, o acordo com a Morte envolvia trazer seus pais, seu padrinho e Remo de volta. Sem pensar mais nada, Harry correu porta a fora. Só tinha um pequeno problema, ele não sabia onde estava e nem para onde ir. Aquela casa era desconhecida. Ele estava num corredor largo de paredes claras e pinturas na parede e no chão um tapete vermelho com as cores da Grifinoria

— O que foi pequeno Pontas? – Disse Sirius – Se perdeu na própria casa

— Não padrinho – Harry desconversou meio nervoso – É que eu estava admirando as lindas cores da minha futura casa em Hogwarts – Pelas barbas de Merlim aquela desculpa era horrível, mas seu padrinho parecia ter acreditado já que abriu um sorriso

— Ai que orgulho do meu pequeno Grifinorio – disse Sirius – agora vamos comer antes que o Aluado acabe com o bolo – Black disse e seguiu pelo corredor Harry o acompanhou e chegou no topo de uma escada, onde os dois desceram e se depararam com uma sala enorme. Aquela casa era muito bonita pensava Harry.

A mobília se assemelhava ao salão comunal da Grifinoria, possuía dois sofás, para três pessoas, com as cores vinho, e mais três poltronas da mesma cor, estavam virados para uma enorme lareira de pedra mas o que mais surpreendeu Harry é que acima da lareira se encontrava uma enorme TV de tela plana. As paredes eram claras, semelhantes a do corredor no andar de cima, nas paredes encontravam-se fotos dele, dos pais nos lugares mais variados. Numa foto em especial Harry estava sentado no chão de areia com um sorvete de chocolate na mão e a cara lambuzada de chocolate, ele devia ter uns 7 anos, mas o que chamava mais a atenção do moreno era um homem sentado ao seu lado, seu pai e eles estavam iguais já que Tiago Potter também se encontrava com um sorvete e cara suja do doce.

— Harry!!! – o moreno virou rapidamente e sentiu que estava abrindo um sorriso, saindo de uma porta estava Remo que por incrível que parece Harry nunca o tinha visto tão bem, ele não parecia aquele professor meio acabado que conheceu em seu terceiro ano, mas sim um jovem bruxo com um pouco mais de 30 anos e o mais impressionante, ele usava vestes de Auror!!! – Feliz Aniversário – exclamou o lobisomem

— Aluado!! – gritou Harry e correu para lhe dar um abraço, antes de caminhar para a floresta proibida ele tinha visto o corpo de Lupin estirado no chão, morto ao lado de seu esposa, Harry tinha ficado muito mal, Remo era o último elo com seus pais.

Em falar em pais... Harry olhou para a porta que o Lobisomem tinha saído e naquele momento se controlou em não chorar.

Seu pai, parado o encarando com um sorriso lindo no rosto, agora Harry finalmente concordava, quando crescesse ia ser uma cópia de seu pai.

— Deixe me adivinhar – disse seu pai rindo – Sirius mais uma vez decidiu te acordar te dando um banho? – falou o maroto enquanto sorria para o filho e para o herdeiro da família Black que se deu ao trabalho de responder

— Temos uma tradição aqui – disse Sirius – eu e o pequeno Pontas e a culpa não é minha que você se transforma num Veado deselegante e eu num lindo cachorro encantador.

— Heey minha forma animada é muito mais charmosa – disse Tiago fazendo biquinho e Harry riu do gesto infantil do pai – Não concorda filho?

— Não sei não... pai – começou Harry, era tão bom dizer essa palavra  - Almofadinhas consegue ser um cachorro muito elegante quando quer – Harry terminou a frase e os dois marotos riram da cara indignada que o pai fazia para o filho

— Seu moleque – disse o patriarca Potter – Vou lhe mostrar o quanto Cervos são encantadores – e antes que Harry pudesse digerir a frase, seu pai não estava mais la e no lugar estava um enorme cervo, o mesmo que aparecia em sua figura animada.

Seu rosto estava na altura do de Harry e sua galhada subia no mínimo mais meio metro, se espalhando em volta da sua cabeça. Harry abriu e fechou a boca maravilhado, ele hesitou um pouco, mas com passos calmos caminhou na direção do pai, esticando a mão para toca-lo, mas Tiago inclinou a cabeça em convite e Harry sorriu antes de acariciar seu pescoço

— Não cai nisso pequeno Pontas –  disse Sirius com um bico no rosto e Harry virou o rosto para encara-lo – Lembre-se que você prefere cachorros

— Não seja mal perdedor Sirius – disse Aluado rindo

— So aceite almofadinhas que o meu filho prefere cervos – disse Tiago e Sirius se contentou em bufar em sinal de indignação lançando um olhar bravo a Remo que só sabia rir, esses dois nunca ia crescer pensava o lobisomem

— Feliz aniversário filho -disse Tiago voltando a olhar para Harry e o abraçou com a maior força que conseguia, Harry o abraçou de volta, sentindo a segurança que o abraço do pai podia oferecer, é claro antes de ser derrubado

— Não... hahaha... para... pai... Aluado... Almofadinhas.... SOCORRO – Harry gritou rindo seu pai o tinha derrubado no chão e agora o enchia de cocegas

— ATACAR!!!! – gritou Sirius seguindo o amigo enchendo o afilhado de cocegas

— Me ajuda tio Remo!!! – Harry já não conseguia respirar direito, aquilo doía, mas para ser honesto o moreno caído no chão não estava se importando

— Desculpe pequeno – disse Remo abrindo um sorriso muito maroto para o opinião do menino – Travessuras em primeiro lugar e junto com os melhores amigos continuou as cocegas no aniversariante

— HAHAHAH.... PAREM... POR FAVOR EU ME RENDO – disse Harry com dificuldade

— Viram isso meus caros amigos, desde quando marotos se rendem? – disse Sirius

— Nunca almofadinhas! – Disse Tiago nunca parando com as cocegas – Acho que devemos aumentar a intensidade não acha Aluado

— Com toda a certeza Tiago

— NÃO... HAHA.... PAREM POR FAVOR – dizia Harry sendo ignorado

— Será que as três crianças poderiam deixar eu abraçar o meu filho antes de sua morte prematura? – Lilian Potter fazia o papel de mãe e esposa durona com uma facilidade incrível, foi só ela terminar a frase e os três marotos soltaram Harry, porem suas risadas nunca parara.

Harry simplesmente não tinha palavras para descrever a mãe, ela era incrivelmente linda

— Meu lírio, não é um aniversario sem cócegas – disse Thiago olhando para a esposa

— Vocês podiam deixar ele tomar o café da manhã primeiro não acham? – disse a ruiva levantando uma das sobrancelhas – ou eu trabalhei que nem um elfo doméstico, para fazer o café da manhã de aniversario para esse aniversariante a toa?

— Não existe desperdício de comida quando Sirius Black está presente, isso eu te garanto Senhora Potter – disse Sirius fazendo uma referência exagerada na qual fez todos rirem

— Por isso que nunca mais o convidamos para o jantar – disse a ruiva rindo da cara de indignação do maroto

— Poxa Lily assim magoa o meu coração – disse o Black com uma falsa tristeza

— Vão logo para cozinha seus esfomeados – disse a ruiva, sinceramente onde a comia ia para esses três, eles comiam que nem cavalo – E Remo Lupin se você atacar o bolo de chocolate antes que Harry possa comer, não faço o mousse de morango por um mês!! – disse a ruiva e pelo menos o maroto se contentou em sorrir tímido

Tiago entrou na cozinha, depois de dar um beijo na bochecha da esposa, e deixar mãe e filho sozinhos na sala.

—Ai meu querido!!! – disse a ruiva abraçando seu filhinho, que correspondeu ao abraço com carinho – 11 anos!! Já está tão mocinho e daqui um mês você entra em Hogwarts, ai estou ficando velha

— Você não está velha mamãe – disse o menino, dizer mamãe também era uma sensação maravilhosa – Está na flor da idade – disse o menino rindo sendo acompanhado pela ruiva

— Ai meu lindinho, tão educado... Eu te criei bem – disse a ruiva jogando o cabelo ruiva para trás numa falsa modéstia – Agora vamos antes que seu pai e seus padrinhos devorem o bolo – disse ela revirando os olhos e caminhando em direção a cozinha e alegremente o moreno concordou.

— REMO!!! – Gritou a ruiva ao entrar na cozinha e ver seu lindo bolo com um pedaço faltando – Eu mandei você não comer esse bolo -  a ruiva sabia que o lobisomem tinha um fraco por chocolate

— Não fui eu!! – disse Aluado

— SIRIUS BLACK!!! – gritou a ruiva e o maroto chamado se contentou em sorrir tímido com a cara cheia de glacê de chocolate

...

Harry Potter descobriu que aniversários podiam ser bons, quando se estava junto da família, e aquela era sua família. O moreno nunca esteve tão feliz. Aquele estava sendo o melhor café da manhã de sua vida. Depois que sua mãe havia brigado com Sirius por causa do bolo os cinco se reuniram na mesa de jantar e cantaram-lhe parabéns um pequeno rubor se tinha se instalado na bochecha do menor, mas ele se contentou em sorrir.

O café da manhã seguiu repleto de brincadeiras e histórias que nunca tinha ouvido e principalmente presentes!! De seus pais o moreno havia ganhado um vídeo game trouxa, Duda sempre tivera um, mas Harry nunca pode mexer nele antes que o primo tivesse estragado e Harry estava curioso para saber como aquilo funcionava. De seu padrinho, sem sombras de dúvida havia ganhado uma nova vassoura, a nova Nimbus 2000. Harry sorriu e abraçou o padrinho, ele tinha sentido falta da sua primeira vassoura e por último, mas não menos importante, de Remus ele havia ganhado um livro, Hogwarts: uma historia. Finalmente leria o livro que Hermione sempre havia mandado

Seus amigos, Harry percebeu só no momento, onde será que estavam seus amigos, mas antes que pudesse desenvolver seus pensamentos sua mãe havia o chamado.

— Harry, querido já escolheu a roupa para a sua festa?

— Festa? – perguntou o moreno confuso – Que festa?

— Como assim que festa? – disse Tiago levantando as sobrancelhas – Sua festa de aniversário, pelas barbas de Merlin, a idade já estava fazendo você esquecer a coisas pequeno – disse Tiago brincando com o filho

— Quando é essa festa – Harry disse rindo do pai, mas perguntando para a mãe

— Oras não sei – respondeu Sirius irônico – Me diga, Aluado, quando é o aniversario desse menino mesmo?

— Não sei não Almofadinhas – disse Remo entrando na brincadeira de Sirius – Acho que é mês que vem

— Parem vocês três – disse Lily reprendendo os marotos – Como parece que tem muita baba de Sirius no seu cérebro ainda querido – foi ouvido um “HEY” de Sirius, mas sua mãe decidiu ignorar – Hoje, 19h da noite, ok? Entendeu tudo bonitinho? Nenhuma dúvida?

—Mamãe!! – disse o moreno indignado mas com um sorriso no rosto, enquanto todos riam dele – E quem vem? – ele perguntou

— Papai Noel – disse Tiago rindo – Tentamos chamar o Coelhinho da Pascoa, mas infelizmente ele tinha outro compromisso – O maroto fingiu enxugar uma lagrima – Seus amigos né pequeno  

Harry sorriu, acho que uma festa de aniversário não seria um coisa ruim no final das contas