Here Isnt Alice escrita por Airi


Capítulo 6
The third side


Notas iniciais do capítulo

AEEE! O sexto capitulo on ; UAHSUAHSUAHS, éé... esse ficou meio curtinho porque num deu muito tempo E tambem porque eu preciso fazer alguns suspenses de vez enquando néé :P ; Enfim, leiam e o de sempre povo!
Boa leituura! Beeijos!



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O chapeleiro ainda estava andando floresta adentro quando Annie acordou. Já era de noite e tudo parecia muito medonho para ela que morria de medo de lugares escuros e quase sem luz. Ela levantou sua cabeça do ombro dele e apertou um pouco os braços em volta de seu pescoço.

- Acordou? – Ele perguntou calmamente parando de andar.

- É... sim né... – ela respondeu o obvio pulando no colo dele - ...obrigada por me carregar... parece que dormi muito tempo...

- 3 horas seguidas...

Ele se virou para encará-la. Dava para perceber que ele estava muito cansado e Annie acabou se sentindo muito culpada por ter feito ele carregá-la esse tempo todo.

- Vamos parar por aqui o que acha?

- Está sugerindo a coisa mais perigosa do mundo... aqui nessa floresta não estamos seguros... alias... – ele fez uma pausa olhando para cima - ...estamos em perigo ainda...

- Então porque viemos pra cá seu idiota? – Ela perguntou irritada – Estamos em vários problemas e você ainda me traz para um lugar como esse?

- Eu tinha outra opção? Olha... os meus problemas começaram quando eu conheci você! Então escuta sua... pirralha! – ele começou a se aproximar de Annie apontando o dedo para ela – Você é a causa de tudo isso, essas encarnações dessa sua ancestral são o maior problema para Underland desde antes de eu nascer, ou seja, a única pessoa que tem que calar a boca e escutar aqui é você!

- Como se atreve...

- Não reclame! – ele tapou a boca dele e continuou falando – você quase morreu e me levou junto! Eu não sei o que me deu quando eu quis proteger você! Acho até que você deveria ter mesmo morrido! Assim os problemas de todo mundo acabavam! E principalmente os meus!

Annie ficou sem reação com a irritação do Chapeleiro, não era comum ela escutar aquele tipo de sermão, mas como era cabeça dura não deixou ele ser o ultimo a falar. Não por enquanto.

- Então porque me protegeu? Não existe essa de “quis te proteger na hora”. E se é assim então me mata agora! O que está esperando? Você está me ajudando a escapar se não percebeu!

- É! O meu plano era te levar de volta para que ficássemos salvos!

- Como? – ela parou na mesma hora um pouco surpresa.

- É... – ele falou voltando a ficar normal -... eu vou voltar com você, para o seu mundo... aqui não tem como ficar, é impossível sobreviver se você é caçado pelos dois lados...

- Então me deixou viva só para ter um lugar seguro para fugir?

- E porque mais seria? Admito que na hora junto com tudo veio o impulso de te ajudar, mas não faço as coisas pelos outros de graça... ou ainda acha que estamos vivendo a 150 anos atrás Annie? Estou te protegendo porque estamos juntos nessa... somos como um... terceiro lado, se é que se pode chamar assim...

- Então fiz bem em não confiar totalmente em você... – ela falou começando a andar - ... preferia ter morrido lá a estar aqui com você... sendo o Chapeleiro ou não, você é um cretino...

- Ei, a onde vai? – O chapeleiro perguntou confuso seguindo Annie.

- Não é obvio?Eu vou continuar o meu caminho sozinha... não preciso de um explorador para me guiar nesse lugar! Vocês são todos esquisitos, estranhos, estressados, irritantes, malvados, com segundas intenções! Não acredito que um dia na minha vida sonhei em estar aqui e conhecer vocês...

- Não... você jamais sonhou eu conhecer a gente... você sonhou em conhecer os outros, os que Alice tanto falava... - ele disse meio desapontado.

- Exatamente! E foi isso que eu não encontrei por aqui! – Annie reclamou alterada.

- Pretende mesmo ir sozinha a partir daqui? Não quero ser chato, mas... vai mesmo precisar de mim, não tem como evitar...

- Ah é, e para que eu vou precisar de você?

Annie se virou o encarando, mas ele estava muito perto, então ela deu de cara com ele e olhou para cima, determinada a saber o porque. Os olhos do Chapeleiro se mantinham firmes porém seriamente magoados, dava para ver que ele não gostava de ser passado para trás.

- Já lhe disso, isso se tornou um lugar muito perigoso... e você está doente, lembra que me disse? Se ficar sozinha pode piorar e isso não será bom...

- Não... eu vou ficar bem assim que achar John e dar o fora daqui... você pode voltar e fazer o que quiser, eu vou sozinha a partir daqui...

- Não, você não vai sua teimosa!

- Quem é você pra me chamar de teimosa?Você está agindo do jeito mais egoísta que eu conheço! Como consegue ser assim? Eu odeio pessoas como você! ODEIO!

- Otimo... – ele falou se virando, irritadíssimo com ela - ... vá sozinha!Eu desisto! Ache o caminho de casa sozinha e tudo bem, vai se perder antes que perceba e nunca mais vai sair daqui...

- Veremos...

- Chegarei antes de você no portal e não vou voltar para busca-la, está me entendendo?

- Mais é claro que você vai chegar antes, eu vou pegar o John primeiro..

- Vai sozinha até a rainha de Copas? É... só pode ter mesmo ficado louca! Ela é maluca! Se te pegar vai te matar!

- Ah... isso é uma boa ideia não acha? Assim tudo acaba! Mais que saco, vê se me deixa e vai seguir o se caminhozinho feliz!

- Porque tem que pegar esse tal de John? Quando a situação é critica as vezes temos que deixar as pessoas... é serio, não queria que você ficasse perambulando por ai sozinha...

- Ele é meu amigo, está doente e... – Annie parou de falar e se sentou perto de uma arvore.

- E? – O Chapeleiro se aproximou dela se sentando ali também a olhando curioso.

- Eu... gosto dele...

- O que? Então era isso o tempo todo, você veio resgatar o seu namoradinho? Eu arrisquei o MEU pescoço pra VOCÊ salvar o SEU namoradinho?

- Ele não é meu namoradinho... é apenas um amigo que percebi que gosto e... ah! Isso não importa, não é historia sua, enfim, vai me ajudar ou não?

- Não foi você mesma que disse que não precisava de ninguém e ia buscar ele sozinha?

- É... mudei de idéia, talvez você possa ser útil pra mim lá...

- Eu não vou...

O chapeleiro virou o rosto recusando a olhar nos olhos da menina. Ela tinha algo que o incomodava muito, seu olhar independente e cheio de esperança. Era algo que ele não via a muito tempo, nem mesmo nos olhos dele quando raramente se via no espelho, talvez fosse por isso que eles estavam discutindo tanto. Ele tinha se tornado um covarde, interesseiro e nada louco. O que será que o antigo Chapeleiro iria achar dele se o visse daquela forma?Completamente lúcido e cheio de cobiça? Ela estava o fazendo pensar em coisas que jamais tinham se passado por sua cabeça. Ele voltou a olhar para ela, tentando encontrar algo diferente, algo que provasse que ela poderia ser mesmo uma garota especial, mas nada, Annie parecia apenas uma garota normal com seus cachos balançando conforme o vento e perdida em seus pensamentos.

Não dava mesmo para entender o porque ele sentia tanta vontade de protege-la. Ele estava com tanto medo daquele sentimento que omitiu para ela um lado das coisas. Era verdade, ele queria mesmo voltar para o mundo dela e se esconder enquanto as coisas não acabavam por ali, mas ele também queria estar com ela para saber se estava tudo bem, não queria que ninguém a machucasse e esse sentimento tinha despertado com voracidade quando David quase a levou embora, dizendo que a mataria para ter sua alma. Nesse instante lhe veio uma pergunta interessante na cabeça “Quanto será que vale uma alma?Uma alma humana?”. A de Annie era valiosa demais para ser desperdiçada. O engraçado era que quando ele imaginava Annie morrendo ele se sentia mal e era com se seu mundo fosse cair a baixo.

Mas ela era apenas uma menina que tinha acabado de chegar e eles mal se davam bem? Então... porque esse sentimento protetor?

Ele também queria respostas, entender porque não tinham contado a ele a historia toda, mas algo em Annie chamava a atenção dele, transformando seus pensamentos egoístas em bons e até meio... loucos.

Quando ele desistiu de pensar nos pros e contras de ajudar Annie ele voltou para a realidade e olhou para Annie, que já estava dormindo e empurrou seu braço levemente. Ela acordou um pouco assustada.

- O que foi? – Annie perguntou esfregando os olhos.

- Vou ajudar você a achar esse seu amigo...

Annie ficou surpresa e não entendeu o porque seu coração tinha começado a bater tão forte a ponto de quere sair pela boca quando ele disse aquilo. Mas ela estava feliz de começar a se entender com ele depois da suposta briga que eles tinham tido. Um sorriso bobo e ingênuo surgiu nos lábios dela, enquanto ela pulava em cima dela passando seus braços pela cintura dele lhe dando um forte abraço.

- Obrigada... obrigada mesmo!

O gesto assustou o Chapeleiro, que diga-se de passagem nunca tinha sido abraço por uma mulher, apenas sua mãe, mas ele tinha gostado. Ele estava feliz de poder ajudar Annie e sentiu a derrota pesar em suas costas, não tinha mesmo muito o que fazer, aquilo o deixava feliz e satisfeito. Mas algo não estava certo. Ele sentia uma pontadinha estranha no coração quando pensou no motivo. “Ajuda ela a ir procurar aquele menino”. É, ela estava feliz porque iria logo logo encontrar alguém que ela gostava. O que seria gostar na verdade? Ele tinha se esquecido disso a algum tempo.

Quando Annie iria solta-lo, ele retribuiu o abraço rápido e logo a soltando, se sentindo um tanto quanto encabulado.

- Não fique tão feliz assim, isso não será fácil.. você vai precisar estar em boa forma e...

- Qualquer coisa que precisar! Qualquer coisa!

A felicidade dela estava começando a deixar o Chapeleiro irritado, então, para evitar brigas ele se encostou na arvore puxando seu chapéu para cima do rosto e falando suas ultimas palavras, meio aborrecido.

- Vamos dormir aqui mesmo... não me incomode...

Por mais que aquilo pudesse irritar Annie ela não queria discutir com ele agora, estava cansada daquilo. Então se afastou um pouco e encostou novamente na arvore olhando para o céu. Estava todo estrelado e alguns pássaros voavam por ali. A quanto tempo ela não via aquilo... Começou a se lembrar da família e o quanto eles deveriam ter ficado preocupados com ela por ter sumido. E ela só tinha percebido agora que a letra das cartas não eram nada parecidas com a de seu pai ou sua mãe. Algumas lagrimas começaram a escorrer por seus olhos enquanto ela segurava o soluço para não acordar o Chapeleiro.

- Eu prometo John... vou te salvar e derrubar as coisas ruins deste lugar...

Ela falou baixo enquanto fechava os olhos tentando dormir. Por mais baixo que ela tinha dito, o Chapeleiro escutou e sentiu novamente aquela pontadinha voltando a cutucar seu coração e agora sua mente, lhe fazendo mais questionamentos.

Vendo que Annie estava de olhos fechados, ele se aproximou um pouco encostando os ombros dela com os dele, esperando uma reação. Mas ela não fez nada. Assim ele sorriu aliviado, sentindo aquelas palpitações estranhas em seu coração novamente e finalmente tentando dormir.

O outro dia, seria ruim... para os dois.

 

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Naquela mesma noite, vamos passar para o outro lado de Underland. Uma casa feita de cartas e enorme como um palacio, contendo uma... rainha louca e compulsiva.

- ONDE ESTÃO TODOS?QUERO MEUS ESCRAVOS AQUI! – A rainha gritava andando pelo corredor.

- Sim Senhora, do que precisa? – um dos escravos veio correndo e andando ao lado dela.

- QUERO SABER PORQUE NÃO POSSO VER MEU FILHO!

- Não grite... – Elizabeth apareceu, saindo de um quarto - ... ele está dormindo, precisa descansar... foi um dia e tanto para ele...

- oh... – ela disse mais calma - ... entendo... e os remédios, ele tomou?

- Como se você se preocupasse...

- Como se ATREVE a falar assim com a rainha! Ele é o MEU filho...

- Só não tenho medo de você porque se não fosse por mim você jamais teria a menina em suas mãos...

- O meu filho então foi util? Ela está aqui?

- Está.. eu trouxe a menina para cá e ela deve estar por ai em algum lugar Senhora.

- Como assim em algum lugar? O plano era trazer a garota até nós sua imprestavel!

- Mas a resistência interrompeu o processo...

O desapontamento da Rainha era grande, mas já era um começo. Ela ficou olhando para Elizabeth e lhe deu um sorriso falso antes de empurra-la e abrir a porta do quarto.

- O que está fazendo! Ele não pode...

- Calada! Ele precisa falar com a mamãe... não é John?

Ele estava ainda de olhos abertos e se sentou na cama olhando friamente para a Rainha.

- Olá mamãe... é bom vê-la também... – ele disse ironicamente.

 


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Notas finais do capítulo

E ai, como foi? UASUASHAUHS, beeijos :*



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