Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 72
Meus filhos


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gente!!!
Estou postando agora porque só agora consegui terminar e como prometi a mim mesmo não mais atrasar...



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Totalmente entediado sem ter o que fazer, naquela manhã, Boruto foi logo procurar o que fazer. Depois do café, foi procurar pelos jovens que tinham saído mais cedo de casa.

Foi encontrá-los em um campo de treinamento mais afastado perto da Floresta da Morte, tipo do lugar onde quase ninguém ia. Mas só entendeu o porquê de treinarem tão longe dos outros ninjas quando se aproximou o suficiente para ver o treinamento de perto.

Era um treinamento de altíssimo nível, ele imediatamente percebeu parando a uma distância segura. Enquanto a menina mantinha-se em posição de meditação, o rapaz mantinha uma intensa rotina de treinamento que incluía jutsus que ele já conhecia de alto rank e outros que ele não soube reconhecer. Ele não era um grande estudioso, achava tedioso demais, mas sabia o suficiente para saber que eles estavam bem acima do seu próprio nível e não pareciam muito mais velhos do que ele. Mas foi só quando o menino invocou seu Susano’o que ele percebeu o quão poderoso ele realmente era.

— É impressionante, não? - questionou Sarada, parada ao seu lado, fazendo-o quase engasgar pelo susto. Seu sorriso era do mais puro orgulho e pela primeira vez ele percebeu que sua companheira não fazia questão de mascarar suas emoções.

— Isso não te incomoda?

— O quê?

Ele simplesmente olhou para os dois.

— Sou da opinião de que o que tiver de ser será - respondeu, os braços cruzados, acompanhando seu olhar. - O que estamos vendo é apenas uma das muitas versões de nosso próprio futuro. Se ele se tornará ou não o nosso presente, vai depender de nossas escolhas em nossa própria realidade.

— Em outras palavras, isso tudo é quase como uma ilusão.

— É uma forma de ver, mas não se esqueça de que, para eles, tudo isso é muito real. É o seu mundo, mas não necessariamente o nosso.

Boruto bufou, cruzando os braços. Embora fosse bem mais inteligente do que seu pai e conseguisse absorver mais rápido as informações, também tinha o problema de rapidamente perder a paciência com coisas que exigiam demais ou fossem muito filosóficas. Isso definitivamente não era o seu forte.

— Pelo menos, você conseguiu se tornar Hokage...

— E você chefe da Anbu. Acho que nossos pais estariam orgulhosos de nós se pudessem nos ver agora.

Ao ouvir aquilo, o rapaz ficou triste ao se lembrar que seu pai já não estava mais lá.

— Acho que definitivamente não foi uma boa ideia descobrir o que nos espera. Foi uma ideia definitivamente idiota.

— Só você é que acha?

Isso o fez bufar mais uma vez. Odiava quando ela tirava o dia para tirar sarro dele, mas no geral os dois eram grandes amigos. Olhou para ela pelo canto do olho e tentou imaginar sua vida ao lado dela. De certa forma, não lhe pareceu uma coisa absurda, Sarada é uma pessoa fácil de se conviver quando conseguia sua confiança, mas não era algo que devia se pensar com treze anos de idade.

Eles permaneceram ali por mais alguns minutos antes de alguém se juntar a plateia. A princípio eles não perceberam que havia chegado mais gente até ouvirem um grito estridente e voltarem-se com espanto.

Um rapaz, uma cópia quase perfeita de Boruto, estava a alguns poucos metros da onde eles estavam, um sorriso imenso curvava-lhe o rosto, aumentando ainda mais a semelhança, mas os olhos acusavam sua identidade. Sarada só pode pensar que era informação demais para apenas dois dias.

— Ora, ora, ora... parece que nosso avô falastrão aprontou de novo.

— Como é? EU NÃO SOU MEU PAI NÃO - gritou Boruto, fazendo Sarada dar um tapa na própria testa.

O grito tirou a concentração Aiko que não ficou surpresa ao se deparar com seu irmão mais novo. Pronto, seu dia estava completo...

— Yuri, menos - disse uma garota, um tantinho mais baixa do que ele, fazendo com que os dois recém-chegados se espantassem. Apesar das fotos que haviam visto, se depararem com quatro filhos era demais.

Boruto caiu que nem uma pedra.

 

Presente

Naruto estava sentado em sua mesa de trabalho balançando a cabeça de um lado para o outro. Por que será que não estava surpreso com o que acontecera? Tinha esperança de que o que contara satisfaria a curiosidade do filho, mas devia saber que isso ia acabar acontecendo.

— Podemos fazer alguma ideia de onde eles estão? Ou melhor quando...

— Difícil dizer com certeza - disse Sasuke, bufando de contrariedade. Esperaria algo assim do garoto, mas não esperava que ele arrastasse junto a sua menina em uma de suas aventuras irresponsáveis. - Só o que podemos especular é que foram por livre e espontânea vontade.

— Na verdade dá sim - disse Sakura, chamando a atenção deles. - Esse pergaminho abre apenas o portal, não há qualquer especificação nele sobre se é o passado ou o futuro. O que nos leva a crer que quem o abre é que define o ponto o qual quer ir.

Os outros dois apenas concordam, esperando que ela continue.

— O que o Boruto queria descobrir ao procurar por esse pergaminho?

— O que estávamos escondendo dele... Isso não é bom - declarou o Hokage, lembrando-se de quando vira seus netos pela última vez. Temia que seu filho não reagiria bem ao descobrir os pormenores do que o futuro lhe reservava. Ele com certeza não reagiria.

— Temos que ir buscá-los - disse Sakura, olhando para o marido.

— Por que isso sempre sobra para mim? Eu vou dar uma surra no seu moleque quando o encontrar.

— Tem a minha bênção - declarou o Hokage, mas recebeu um olhar de advertência da antiga companheira de equipe. Embora concordasse que Boruto precisava de uma boa lição de maturidade, achava que partir para uma punição física não era o melhor caminho. Tinha horas que achava que era a única madura ali.

— Leve Daisuke pelo menos - sugeriu, impaciente. Seu filho era amigo de Boruto e extremamente protetor com relação a irmã e pelo menos evitaria que o pai matasse o garoto.

Mas o marido negou.

— Levarei Sakumo comigo. O que menos precisamos agora é ficar desfalcado na proteção da Vila.

Sakura bufou, mas tinha de admitir que ele tinha razão no que dizia.

— Sasuke, temos de trazê-los de volta o mais rápido possível. Antes que sejamos atacados novamente.

O homem simplesmente assentiu antes de partir.

 

Futuro

O vento gelado tomava a Aldeia enquanto a velha Anciã deixava o quarto. Um sorriso iluminava o rosto enrugado pela idade. Há muito não tinha tanta agitação. Por causa de sua idade, seus filhos e netos achavam que tinha de passar seus dias em casa sem ter o que fazer. Mas era altamente entediante para alguém que passara a vida treinando e trabalhando.

Todos conversavam na sala e ela se deteve observando a interação. Como o esperado, Sarada conseguiu lidar com a avalanche de revelações que fora exposta desde que chegara e se distraía conversando com Aiko. Na verdade, as duas sempre foram bastante próximas pela garota ser a única dos quatro filhos que tinha uma personalidade semelhante a da mãe.

— Ele só desmaiou por causa da surpresa - disse, quando todos se aperceberam de sua presença. Pegou seu grosso manto sobre o suporte na entrada e passou-o pelos ombros. - Em algumas horas, vai estar novo em folha.

Todos assentiram, mas logo se preocuparam ao vê-la se encolher dentro do agasalho. Por ser a única avó ainda viva, todos se preocupavam demais com ela e a filha logo se aproximou da mãe esfregando os braços finos.

— Passe a noite aqui! Está muito frio lá fora.

Ela apenas riu da preocupação exagerada. Já vivera mais do que a maioria de seus amigos. Ino, Hinata, Temari, TenTen... Às vezes pensava se não era uma maldição ser um dos poucos de sua geração que ainda vivia. Odiava ser chamada de Anciã, lembrava-lhe aqueles malditos conselheiros que certa vez quase destruíram sua vida, mas ainda tinha muito o que viver. Os deuses decidiriam quando seria a sua vez.

— Eu ainda tenho energia para caminhar por uns poucos quarteirões até a minha casa e o aquecimento está em dia - disse, vivaz, tentando não deixar transparecer que a idade já lhe provocava certas limitações.

Alguns anos antes atingira a idade que sua Mestra tinha ao morrer e seu filho não perdera tempo ao lembrá-la disso. Desde então ele mesmo passara a monitorá-la insistindo em fazer semestralmente checkups. O que se tornara muito pior quando descobrira que seus pulmões estavam seriamente danificados. Insistira que ele não dissesse nada a irmã e Daisuke só concordara depois de muita insistência.

Uma tosse seca a contradisse quase imediatamente depois de sua declaração.

— Sem discussão - disse a filha, ajeitando melhor o manto sobre os seus ombros.

A jovem Sarada sorria ao ver a cena. Sua mãe até que estava bem para a sua idade, mas certas nuances e a aparência frágil contradizia. Era triste ver a mulher enérgica e geniosa que a criara terminar a vida daquele jeito.

De repente, lembrou-se da história que ouvira sobre o velho Kazekage que cometera suicídio por não suportar a ideia de morrer em cima de uma cama de hospital dependendo de aparelhos até mesmo para respirar. Isso só a deixou ainda mais triste.

Percebendo sua inquietação, sua mãe pousou a mão enrugada sobre a sua.

— Não fique assim, criança! Você ainda me verá te perturbando por muitos anos mais. Hinata e eu te deixamos louca durante a primeira gravidez, lembra, querida?

A Sarada mais velha revirou os olhos. Nunca em toda a sua vida desejara tanto matar sua sogra e sua mãe do que naquele período. As duas não a deixaram em paz principalmente depois de descobrir que seriam gêmeos. E no único minuto de paz, quando as convencera a fazer compras, entrara em trabalho de parto sozinha em casa. E as duas nunca a deixaram se esquecer disso.

Pelo menos na segunda vez tivera Himawari e Emi, a esposa de Daisuke, para dividir as atenções.

— Espero que esteja aqui para trazer seus bisnetos ao mundo - disse Sayuri, pegando a mão esquerda da avó.

Sakura sorriu. Sabia que era improvável que acontecesse, mas adorava o sorriso no rosto de seus netinhos. Eles eram seu maior orgulho e toda a sua alegria desde que seu amado se fora.

— Então, cadê o jantar? Estou...

De repente, ela se deteve o rosto subitamente pálido, fazendo a filha apoiar suas costas e os netos gritarem. Mas um mínimo sorriso curvava-lhe os lábios.


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