Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 69
A verdade




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Os Kages deram um salto de suas cadeiras olhando para todos os lados certamente esperando visualizar algum inimigo. Mas mal tiveram tempo de reagir quando um ninja mascarado surgiu e atacou acertando Sasuke em cheio.

— Está ficando lento e previsível demais, Drake! – ironizou o ninja, parecendo flutuar em pleno ar.

Uchiha retirou a máscara destruída, rosnando. Ele lançou uma rajada de energia juntamente com os kages conseguindo acertá-lo, incinerando o ninja. No entanto, ele sabia que era apenas parte do problema.

— Fiquem aqui! – ordenou, desaparecendo em um piscar de olhos.

Naruto preferiu não ouvir o amigo e foi ver o que estava acontecendo na Aldeia usando seus clones. E certamente não esperava pelo que viu. Definitivamente, precisava ter uma conversa com Sasuke e Sakura, pensou ao ver o caos e os corpos espalhados pelas ruas da Vila.

 

O Exame foi encerrado por motivos de segurança, para desgosto dos jovens ninjas, mas os superiores não quiseram ouvir os lamentos. Os resultados seriam apresentados assim que todos regressassem a suas Vilas, o que ocorreria logo após a reunião emergencial do Conselho.

Os cinco se mantiveram em silêncio esperando pela chegada do casal Uchiha. Depois de tantos anos de silencio e agora esse ataque repentino, definitivamente não era um bom sinal. Estavam tensos e expectantes, mas logo se recompuseram em suas cadeiras quando ouviram passos no corredor.

Os dois adentraram o recinto parecendo conformados em enfrentar o interrogatório que certamente os esperava.

Sasuke cruzou os braços e manteve os olhos fechados. Pelo menos, com relação aos Elos, parecia que Sakura era a parte dominante enquanto Sasuke permanecia na retaguarda protegendo sua líder.

— Suponho que tenham perguntas…

— Supõe? Você supõe? – questionou Darui, suspirando parecendo agastado. Parecia que tinha herdado grande parte da personalidade de A, mas durante a maior parte do tempo tinha a personalidade mais calma. – Parece lógico isso, não é?

— Quem eram aqueles ninjas? – questionou Kurotsuchi, antes que acabassem enveredando por uma discussão totalmente inútil. – Mais viajantes do tempo?

Lilith suspirou.

— Faz muito tempo que convivemos e por todos esses anos vocês nos questionaram sobre nossos motivos e razões, dizendo que sentiam que escondíamos. E, na verdade, não contamos tudo – disse, meio hesitante, fazendo com que todos começassem a cochichar entre si. – É verdade que comecei a vislumbrar seu mundo na intenção de trazer benefícios para o meu mundo, coisas que faltavam a nós a tanto tempo que nem mais nos dávamos conta. No entanto, quando enfim estávamos integrados aqui, nossos anciões nos revelaram a verdade.

De súbito, ela ergueu seu chakra, assustando os kages, fazendo-os institivamente erguer os braços protegendo as faces, mas nada ocorreu. Quando enfim decidiram baixar os braços, perceberam que não estavam mais no salão.

Estavam em um local desolado, como se uma bomba ou um meteoro tivesse se chocado com o terreno. Uma espessa camada de poeira preenchia o ar, mas, quando olharam ao redor, viram chocados inúmeros corpos espalhados ao redor.

— Não se preocupem! Não estamos aqui realmente – disse Lilith, interrompendo Naruto que já corria na direção de explosões.

— É uma ilusão? – questionou Kurotsuchi, surpresa. Tinha a ligeira impressão de que reconhecia a paisagem, mas não havia com ter certeza.

— Sim! Essa é a sua realidade original, sem as alterações provocadas pelos viajantes. Aconteceria dentro de cinco anos, mais ou menos – disse Lilith, o olhar pesaroso. Novamente, a paisagem se alterou e o local ficou claro para todos.

Naruto não podia acredita no que via. Estavam bem acima do Monte Hokage completamente destruído, ao longe poderia se ver Konoha completamente destruída, e logo abaixo deles dois ninjas lutando.

— Basicamente, aconteceu exatamente como em sua história, Uzumaki, mas aqui ninguém sabia do que estava por acontecer. O que ocasionou a destruição do Clã Uchiha, a morte dos órfãos de Ame e a ressurreição de Kaguya e da Juubi. Mas tudo acabou bem, o fim da guerra possibilitou a união das Aldeias – disse Lilith, apontando para os dois que lutavam. – Até ele aparecer…

De onde estavam, tinham uma visão clara apenas de um dos meninos. Com aproximadamente dezoito anos de idade, era alto, cabelos dourados curtos, usava uma capa preta e empunhava uma katana que Naruto imediatamente reconheceu. Quando seu rosto ficou completamente visível, o Hokage empalideceu:

— Boruto?

— Sim, é o seu filho – respondeu Sasuke, fazendo-o olhá-lo em choque. – Esse garoto com quem ele luta acabou de derrotar a nós dois.

De repente, Boruto conseguiu acertar o inimigo, mas o garoto, de súbito, fez uma série de selos e espalmou sua mão direita no chão, abrindo um selo. Com um riso diabólico, ele gritou:

— Está luta está longe de acabar – disse, antes de ser engolido pelo portal que ele mesmo abriu deixando para trás apenas o riso diabólico ecoando pela campina.

— Foi quando tudo começou – disse Lilith, ao mesmo tempo em que o garoto desapareceu e toda a paisagem se alterou.

A Aldeia estava agora completamente vazia, as casas semi-destruídas, mas claramente não estavam no mesmo lugar. Muitos corpos estavam espalhados, não parecia haver uma viva-alma na Aldeia.

— Quando Kawaki abriu aquele portal, ele voltou para o momento em que Itachi e Sasuke batalhavam. Depois do mais velho morrer, ele prendeu o mais jovem em um poderoso genjutsu que alterou toda a sua percepção de realidade. Foi ele que promoveu esse massacre – disse Lilith, apontando para um corpo mais adiante totalmente ensanguentado. Os cabelos cor-de-rosa esvoaçavam e parecia não haver mais vida no corpo alquebrado. – Mas o que os dois não sabiam é que a única forma segura de matar um Haruno é destruir por completo seu corpo; restava ainda uma réstia de chakra no corpo de Sakura, o suficiente para ativar o Rosário e regenerar seu organismo, reiniciando assim o seu coração. O mesmo pode se dizer do jinchuuriki.

De repente, dois ninjas se ajoelharam ao lado do corpo e o sustentaram. Quando ficaram de pé, lutando para manter a companheira em pé, puderam ter um vislumbre de quem eram.

— Não é mais seguro permanecermos em Konoha – disse o rapaz, com pesar, olhando os muitos companheiros caídos.

— Mas para onde iremos? – questionou a jovem, lutando contra as lágrimas que teimavam em querer cair. Toda sua Aldeia, toda a sua história, destruída.

— Suna… Mandarei um falcão para Gaara, contando o que aconteceu, e vamos rezar para que nos acolham.

A jovem apenas assentiu e logo os dois desapareceram.

Os joelhos de Naruto falharam e ele foi ao chão. Não podia acreditar no que estava vendo e seus companheiros não pareciam em estado melhor.

— Apesar dos pesares, nessa versão da sua realidade, Boruto, Daisuke e Sarada nasceram em Suna – continuou Lilith, decidida a não esconder mais nada. A visão novamente mudou, revelando os três, já adolescentes quase adultos, encurralados, usando do mesmo selo para fugir, surpreendentemente no mesmo lugar da luta final de Itachi e Sasuke.

O brilho intenso interrompeu a luta que seguia acirrada e os dois guerreiros olharam surpreendidos para os três jovens que surgiram como que do nada. Sarada, em um movimento instintivo, atacou Sasuke, mas Itachi interceptou o ataque e a atacou. De repente, ele desabou, guspindo sangue, surpreendendo todos. Daisuke correu para ajuda-lo, não se importando com a própria segurança.

O garoto logo percebeu que não havia muito o que fazer por ele. Seu estado era grave, não somente por causa dos ferimentos da batalha, esses eram até leves, mas uma doença auto-imune não-tratada estava destruindo seus pulmões. Ele encostou-o na rocha atrás de si e fez o melhor que pode, mas tinha consciência que estava apenas adiando o inevitável.

Os quatro permaneceram ali por longos momentos velando o moribundo, o rapaz que anteriormente estava tentando mata-lo chorava enquanto conversavam. Foi assim que o mais velho deu seu ultimo suspiro. Momentos depois, Daisuke pousou a mão sobre os ombros do mais jovem:

— Volte para casa! Tem pessoas esperando por você lá – disse, antes de se afastar com os outros e desaparecer.

O ambiente novamente se alterou e parecia que estavam novamente em Konoha, mas uma Aldeia diferente. No Monte, mais um rosto enfeitava e o festival fervilhava com todos rindo felizes. Podiam ver os gêmeos e Boruto rindo e comemorando despreocupados até uma série de explosões sacudirem a Aldeia e um enorme Susano’o surgir no meio da Aldeia, destruindo e matando tudo e todos. Um outro Susano’o surgiu do lado oposto, mas, quando eles se tocaram, em uma descarga de energia, os dois desapareceram.

— O problema de se viajar no tempo é que a mesma pessoa não pode coexistir no mesmo tempo e espaço. O Sasuke alterado por Kawaki se refugiou em outra dimensão depois do massacre, mas, quando saiu, se viu em uma realidade totalmente diversa e enlouqueceu. O encontro dos dois não deu muito certo – explicou Lilith, ao mesmo tempo em que os jovens novamente abriram o pergaminho e abriram um novo portal, mas, mal se localizaram, foram atacados em traição. Eram muitos inimigos e, ao final, apenas o rapaz de olhos verdes se manteve arrastando-se na paisagem arrasada pela guerra.

— Os inimigos que enfrentamos vem de uma das muitas versões de nosso futuro, aquela em que Boruto conseguiu impedir Kawaki de viajar no tempo – revelou Drake, enquanto que voltavam ao topo do Monte Hokage em uma época indeterminada. O grupo se mantinha em um pesado silêncio. – E eles querem impedir isso, colhendo informações para trazê-lo de volta já que em nossa realidade ele não existe.

— Não existe? – questionou Gaara, surpreso.

— Kawaki era um humano sintético, seu DNA foi minunciosamente criado para ser a arma final por um Renegado que, em nossa realidade, nunca escolheu as trevas – disse Lilith, olhando para o horizonte. – E hoje seria o ataque dos remanescentes do Clã Otsutsuki e a melhor oportunidade para colher essas informações.

— Um ataque que nunca aconteceu desde da primeira alteração – revelou Drake, deixando-os surpresos com a revelação.

— Então vocês estavam a postos esperando um ataque e acabaram recebendo outro – supôs Darui, balançando a cabeça. – E agora, o que podemos esperar?

— Essa é a questão – disse Lilith, olhando um a um. – Não fazemos a menor ideia e precisamos da ajuda de vocês para descobrir.


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