Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 62
Minhas escolhas


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amigos!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732391/chapter/62

Os dois grupos se encaravam sem saber absolutamente o que fazer ou dizer naquele momento. Parecia que analisavam tudo parecendo esperar um ataque a qualquer instante, mas temendo o que viria a seguir.

Sakura pareceu a única a analisar ao redor, tentando entender o que acontecia ao redor. Foi somente quando reparou na jovem que mais atrás do outro grupo e que parecia tentar curar alguém. Seus instintos falaram mais alto naquele momento e ela tentou passar pelo grupo, mas o homem mais velho interceptou-a lançando um ataque. No entanto, a jovem bloqueou-o.

— Olha, eu só quero ajudar. Também sou médica.

O homem ficou em silêncio por longos momentos, indeciso no que fazer, mas acabou baixando a guarda. Alguma coisa naquela menina dizia-lhe que podia confiar nela.

— Quem são vocês? – perguntou o homem mais velho, analisando um a um e finalmente parando sob o rosto do primeiro que encontraram.

— Minato Namikaze, certo? – perguntou uma das jovens, uma Hyuuga a julgar pelos olhos característicos do Clã, e ele apenas assentiu. – Como vieram parar aqui?

— Aqui? – perguntou um dos meninos, olhando de um para o outro.

— Sim, porque supõe-se que Namikaze, ou Relâmpago Amarelo de Konoha, morreu há quase vinte anos – revelou o primeiro que encontraram, fazendo com que Minato e seu grupo se assustassem. Morto, como assim?

— Isso é alguma piada?

— Não, não é piada – disse, saindo das sombras enfim e fazendo com que todos ficassem ainda mais assustados. Os dois garotos olharam de um para o outro sem entender absolutamente nada. – Você acha que eu não saberia que fim levou o meu pai?

— Delicado como sempre, Naruto – resmungou o outro rapaz, suspirando.

— Sem querer interromper a interação aí… – resmungou a jovem de cabelos rosados, chamando a atenção do grupo. – Temos um problema muito maior em mãos.

Namikaze imediatamente se pôs ao lado das duas mulheres.

— Temos de leva-la até a Hokage – disse, olhando para os companheiros que pareciam indecisos no que fazer.

O jovem que haviam chamado de Naruto se aproximou lentamente e se agachou junto a eles. Colocou a mão sobre a barriga dela e lentamente a sensação estranha que tomava o local desapareceu.

— Isso é apenas temporário! Pode nos levar até o hospital? – perguntou ao outro rapaz, mas este balançou a cabeça.

— Chamaria muita atenção… tudo o que Aldeia menos precisa neste momento.

— A casa do Kakashi-sensei não é aqui por perto? – perguntou Sakura, olhando de um lado para o outro, tentando se localizar.

— Podemos tentar – disse Naruto, se inclinando e pegando a mulher nos braços, mas Minato quase instantaneamente colocou uma adaga em seu pescoço.

— Não vai leva-la!

— Eu não sou suicida, tou-san – disse o rapaz, em uma tranquilidade que fez Minato estancar em surpresa. Ele soltou uma pequena quantidade de chakra vermelho, fazendo com que Namikaze pulasse para trás. – Se quiser pode vir conosco, Kakashi-sensei ficará imensamente feliz em revê-los.

O rapaz saiu correndo pelas árvores.

— Hei, espere aí!

Seus companheiros logo foram atrás deles, mas ficaram surpresos quando subitamente o garoto se deteve.

Estavam diante de uma casa antiga escondida entre as árvores. Naruto correu em direção a entrada gritando:

— Kakashi-sensei…

Uma sombra surgiu do interior da residência enfregando os cabelos e com ar cansado. Mas ele se deteve subitamente, piscando várias vezes sem acreditar no que estava vendo.

— Mas, mas… – disse o rapazinho de cabelos negros, olhando de um lado para o outro confuso. – É você…

Ele dizia para o outro menino de máscara e cabelos brancos que parecia tão ou mais surpreso que ele mesmo. Os dois se fitavam em choque absoluto.

— Sensei, foco… Pode nos arrumar uma cama? – disse Sakura, fazendo finalmente acordar do torpor. Ele os guiou para dentro da residência, cuidando de olhar para todos os lados antes de fechar a porta.

Ele os guiou para dentro da casa espaçosa até um quarto onde Naruto depositou a mulher inconsciente. O Kakashi mais velho ficou imediatamente preocupado.

— Como foi que vieram parar aqui?

Minato cruzou os braços, respirando fundo.

— Quer dizer que é verdade o que nos disseram? De alguma forma viemos parar no futuro?

— Certamente! O que ganharíamos mentindo? – questionou Sakura, sentada ao lado da paciente. – Sasuke foi avisar a Hokage que temos alguns viajantes.

— Isso já aconteceu alguma vez?

— Até onde sabemos, é a terceira vez – revelou o Hatake mais velho, surpreendendo os outros. – Pelo menos aqui.

— Estávamos voltando do treinamento – disse Rin, chamando a atenção dos desconhecidos. – Foi quando ouvimos uma explosão e corremos para ajudar. A senhora Kushina estava muito machucada, mas ainda lutava bravamente contra alguns ninjas sem identificação. Fomos ajuda-la, mas nisso fomos atingidos e tudo o que sabemos a seguir é ter acordado aqui.

— E quando exatamente isso aconteceu? – questionou Kakashi mais velho e certamente não esperava pela resposta de seu antigo sensei:

— Você tinha acabado de ser promovido a Jounin e íamos sair em missão amanhã.

O homem voltou-se para Obito instintivamente, mas logo voltou a atenção a Sakura:

— Trate dos ferimentos dela… Vocês podem vir comigo – disse, mas Minato fingiu não ouvi-lo. – Pode confiar nela, essa menina foi treinada por Tsunade-sama em pessoa… além de ser a última Haruno viva.

Por algum motivo, Namikaze se viu inclinado a acreditar nele. Então decidiu deixar as meninas trabalhando e seguiu os outros para a sala da residência.

Em poucos minutos, ouviram uma nova batida na porta e a figura de Tsunade surgiu no portal. Ela teve a mesma reação de Kakashi ao vê-los, muito embora ela não parecesse ter envelhecido um único dia.

— Ai, caramba! E quando penso que as coisas vão se acalmar – resmungou, cruzando os braços. – É bom vê-lo de novo, Minato!

O jovem Namikaze suspirou, coçando a nuca.

— Alguém pode me dizer o que exatamente é isso? Kakashi acabou de me dizer que isso não é exatamente um evento surpresa…

— Na verdade não é não – disse Naruto, voltando a chamar sua atenção. – A primeira visita de “viajantes” ocorreu quando você e minha mãe ainda eram crianças, bebês provavelmente, e outra ocorreu há algumas semanas. Isso sem contar a viagem que eu e meus amigos fizemos.

— E por que alguém se utilizaria de um portal do tempo?

— Alterar o futuro talvez – disse a Hokage, como se fosse lógico. – Tivemos muitos problemas desse tipo desde que tivemos a primeira visita. Acredite, os eventos como originalmente ocorreram levariam a um futuro catastrófico.

— E vocês sabem disso porque…

— O primeiro viajante revelou um pouco sobre seu mundo – revelou Tsunade, fazendo Minato se calar e prestar atenção ao que ela dizia. – E desde então estamos tentando alterar o mínimo possível, apenas o suficiente para impedir o que está por vir.

— Mas nunca saberão se é o suficiente.

Namikaze suspirou, voltando a olhar para o garoto que é a sua própria imagem e semelhança.

— O que aconteceu com a Kushina? Você tem o chakra da Kyuubi, mas ela é a jinchuuricki da minha geração…

— Ela morreu junto com você e eu a sucedi – revelou o rapaz, fazendo-o se calar. O garoto nitidamente não parecia a vontade. – E o nome dela é Kurama.

— Como é?

— O nome da Kyuubi no Yoko é Kurama.

Nesse momento, Sakura e Rin desceram as escadas, chamando a atenção deles.

— Ela está estável, mas somente acordará pela manhã. Estou fazendo uma estimativa tomando por base a rápida recuperação característica dos jinchuurickis – disse a jovem Haruno, fitando todos na sala. – Mas não recomendo movê-la antes disso.

Namikaze assentiu.

— Estamos presos aqui então. E sem saber se teremos como voltar.

— Quanto a isso não se preocupem – disse Kakashi, abrindo os braços. – Já passamos por isso e, quando chegar a hora, estarão em casa sãos e salvos.

— E essa não é a nossa única preocupação – disse a Hokage, voltando-se e quase imediatamente um Ambu se materializou diante dela. – Mande aumentar a guarda na Aldeia, ninguém entra, ninguém sai.

O homem assentiu e se foi.

— Sempre temos de esperar por um ataque quando eles decidem fazer uma visitinha – disse a Hokage, olhando para os novos visitantes. – Acho que estão com fome… Que tal arrumar algo para eles comerem?

— Hanare está viajando e sabe como sou uma perdição na cozinha – disse o Kakashi mais velho, fazendo todos ficarem com gotas na cabeça.

A Hokage balançou a cabeça em negação.

— Arrumem algo para eles comerem – disse aos seus subordinados, fazendo todos suarem frio e correrem para obedecê-la.

— Ela não perdeu o pulso – ironizou Obito, levando uma cotovelada de advertência do pequeno Kakashi. Mas o albino não soube interpretar o estranho olhar que sua versão mais velha lançou ao presenciar a cena.

Logo todos se acomodavam para comer, mesmo desconfiados e, mais tarde, foram se acomodar nos quartos.

Mas Kakashi não estava tranquilo. Zanzava pela casa insone até se deparar com um quarto cuja porta estava apenas encostada. Sem conter a própria curiosidade, entrou, mas foi surpreendido por uma voz grossa:

— Curiosidade mata…

Ele pulou de susto.

— Desculpe, estava entreaberta – disse, olhando ao redor e notando cada detalhe do comodo. Não precisava ninguém dizer que era um quarto de criança recém-decorado.

— Nosso bebê deve chegar em algumas semanas – disse o mais velho, as mãos nos bolsos da calça. – Estou pensando em chama-lo de Obito, o que acha?

O mais novo balançou a cabeça fortemente.

— Sem chance, ele não vai parar de te perturbar por isso – disse, mas novamente reparou em seu olhar estranho. – O que foi?

— Amigos verdadeiros são raros… muito mais do que deveriam, mas possuem um valor inestimável. Pena que os meus agora desfrutam do merecido descanso daqueles que cumpriram sua missão no mundo.

O mais jovem não soube o que dizer. O mais velho apoiou as mãos em seus ombros e disse:

— Obito me disse para não me arrepender de minhas escolhas… Eu adoraria poder fazer diferente, mas a única coisa que me consola é que estão juntos agora esperando por mim. Só não faça besteira.

O mais jovem ficou pensativo por longos momentos antes de dizer com ar superior:

— Eu escolheria Sakumo, dois Obitos no mundo ninguém merece.

O mais velho riu alto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Outra Dimensão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.