24/06/2017

.

Hoje, não fui ao GAPAD. Ao invés disso, passei o dia inteiro diante do computador, trabalhando, ou brincando com Vicchan quando a minha inspiração não mostrava sinais de vida.

Estranhamente, o grupo fez-me uma falta que não pensei que faria, mas acho que isso era inevitável. Sempre fui uma pessoa que gostou de rotinas, de seguir um padrão dia a dia, semana a semana, mês a mês. E, apesar de não fazer tanto tempo assim que comecei a frequentar o GAPAD, o local já havia se tornado um ponto fixo em minha semana. Por isso, vi-me com dificuldade para me concentrar nas palavras que eu devia transpor de minha mente para a tela, compondo linhas e parágrafos para meu mais novo livro que já estava atrasado no planejamento. Para minha sorte, o material das palestras de hoje seriam enviados por e-mail entre hoje a noite e amanhã de manhã, pela psiquiatra responsável, doutora Minako Okukawa. Além disso, eu certamente receberia updates de Guang e Leo no nosso grupo, ou ao menos foi o que eles me prometeram quando os avisei de que não poderia comparecer hoje.

Inclusive, tem sido legal trocar mensagens com eles. Não pensei que uma simples conversa banal, sem um assunto específico, fosse suficiente para quebrar o ritmo estressante de minha rotina.

Outra coisa que acho que devo comentar é sobre como eu não consegui tirar Victor da cabeça a semana inteira; na verdade, mais especificamente, a foto dele que vi em seu telefone. Entre minhas tentativas frustrantes de por para fora as palavras certas para narrar o enredo de meu livro, vi-me durante minhas pausas com uma vontade doentia de cometer uma loucura, ou melhor, uma estupidez: procurar pelo nome dele na internet; ou ao menos eu pensei em fazer isso, mas então percebi que eu desconhecia o seu sobrenome e que “Victor” era um nome comum demais para dar resultados frutíferos. Talvez eu devesse investigar mais um pouco, olhar a lista de participantes do GAPAD… Okay, pensando melhor, é melhor não, afinal para isso eu teria que explicar meu motivo para Minako e… É. Não, obrigado. Não que seja algo muito significante, afinal o que eu sinto em relação a Victor é nada além de curiosidade, afinal ele é todo misterioso e eu nunca sei o que se passa em sua cabeça. Mas certamente não estou interessado romanticamente nele, como um certo Phichit insiste em afirmar.

Falando no Pichit, depois de muito tempo finalmente tivemos a chance de nos encontrar para tomar um café e conversar. No final, nenhum de nós tinha algum assunto muito interessante ou  relevante, então falamos basicamente sobre o GAPAD e de como minha próxima consulta com Celestino se aproximava. Ainda assim, foi bom vê-lo novamente.

Quanto ao Celestino, tenho muito a agradecê-lo. Eu não teria conhecido o grupo, os meus novos amigos ou mesmo Victor se não fosse por ele. E, mais que isso, sua sugestão de eu fazer relatórios semanais das reuniões se mostrou uma ótima ideia. Graça a isso, posso colocar para fora sentimentos que me pesam na mente diariamente mas que nunca dei conta de estarem ali. É relaxante.