Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 1
Onde foi parar o amor?


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Tudo bem? Estou de volta com mais uma fic. Espero que vocês gostem! Quem puder deixar um comentário, eu agradeço!



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Rio de Janeiro. Sexta-feira, 20 de janeiro de 2017.

Sakura Haruno estava atualizando o site em que sairia a sua nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) o tempo todo. Seu dedo mal saía de cima do botão F5 do teclado do notebook. Quando a página, finalmente, atualizou com o resultado da prova, Sakura ficou ainda mais tensa. A sua nota não era nem de longe a que ela gostaria. A decepção estava estampada em seu rosto, afinal ela havia se dedicado por meses àquela prova e agora o seu sonho de se tornar médica parecia distante.

Não demorou muito e Sakura ouviu os passos da mãe pelo corredor, em seguida Mebuki bateu na porta e entrou no quarto da filha.

— Acabei de receber um alerta no meu e-mail dizendo que saiu o resultado da prova. E aí? Passou? – Perguntou Mebuki, que logo percebeu que a resposta era negativa.

— Não foi dessa vez. – Disse Sakura, enquanto prendia o cabelo cor de rosa num coque alto e bagunçado.

— Oh, querida! Não desista! – Disse Mebuki, se aproximando da filha e lhe dando um abraço.

— Não vou. – Concordou Sakura.

Elas ficaram naquele abraço por alguns minutos. Apesar de pensar bem diferente dos pais, Sakura sabia que tinha o apoio deles. Principalmente, tinha a amizade de sua mãe. Mebuki sempre dizia a Sakura que elas se pareciam muito e era verdade. Sakura tinha os cabelos loiros e os olhos verdes de sua mãe. O que havia puxado de seu pai, Kizashi? Certamente, o senso de humor ou a falta dele. Formavam uma família feliz, que era capaz de aconchegar Sakura em seu colo e dizer que qualquer coisa ruim passaria.

— Posso contar ao seu pai sobre a nota ou você mesma conta? – Perguntou Mebuki após se afastar da filha.

— Eu conto. Acha que ele vai ficar decepcionado? – Questionou Sakura.

— Bem, ele estava animado, dizendo para todos que teria uma médica na família, mas acho que ele supera. Além disso, você sabe que o seu pai queria muito que você desistisse da medicina e virasse atriz... – Comentou Mebuki

— Eu sei. A senhora também quer isso, não? – Perguntou Sakura.

— É o ramo da nossa família, querida. É claro que queríamos que você continuasse nosso nome, mas, se é a medicina que você quer, eu estou do seu lado para apoiá-la. – Disse Mebuki.

— Obrigada. – Sorriu Sakura.

— Bem, eu preciso ir gravar agora. Te vejo no jantar? – Perguntou Mebuki.

— Sim, ia ter uma festa mais tarde, mas vou ligar pro Kiba e cancelar. Não estou no clima. – Afirmou.

— Seu namorado entenderá. Aliás, ele nem deveria ir numa festa sem você. – Argumentou Mebuki.

— Eu confio no Kiba. Se ele quiser ir na festa, não vou empatar. – Sakura disse.

— Você que sabe... Qualquer coisa, me ligue! – Disse Mebuki e saiu.

— Bom trabalho, mãe! – Disse Sakura e então pegou o celular. Precisava mandar uma mensagem para Kiba.

[...]

Kizashi Haruno estava ensaiando com o elenco da sua peça no teatro, intitulada “Penso em você, logo desisto”. Em breve dariam início a mais uma temporada na cidade, após voltarem de São Paulo, e precisavam ensaiar. O pai de Sakura era um roteirista e diretor muito conhecido, já tinha ganhado muitos prêmios, então todos estariam de olho na nova temporada da peça. Até porque o protagonista havia mudado. Depois de muito insistir com o sogro, Kiba havia conseguido um teste para substituir o ator que fazia seu personagem e que tinha saído da peça para gravar uma série nova da Netflix.

Kizashi e Kiba eram muito próximos, como verdadeiros pai e filho. O diretor fazia muito gosto no namoro do jovem ator com a sua princesinha. Além disso, nada tirava da cabeça de Kizashi que Kiba faria Sakura mudar de ideia e se voltar para as artes cênicas como sempre sonhou. No entanto, a garota havia deixado claro que medicina era o seu caminho. Desde então tanto Kizashi quanto Kiba viviam falando que o plano B de Sakura poderia ser o teatro. Ela, para não decepcionar os dois, concordava, mas sabia que no fundo não era aquilo que queria.

— Kiba, largue esse celular! Estamos ensaiando! – Ordenou Kizashi.

— Desculpe, senhor Haruno. É que a Sakura acabou de me mandar uma mensagem falando da nota dela no Enem. – Justificou Kiba.

— Ata. O que minha filha disse? – Perguntou Kizashi curioso.

— Ela não passou. – Comunicou Kiba e Kizashi vibrou.

— Que ótima notícia! São os deuses do teatro jogando a nosso favor! Sempre soube que estávamos perdendo uma grande atriz! Minha Sakura leva jeito pro ofício da família e ser médica seria um desperdício. – Disse Kizashi sem ligar para a presença do restante do elenco no palco.

— Ela está triste, mas ainda não desistiu. – Ponderou Kiba.

— É uma pena... – Retrucou Kizashi.

— Ela disse que vai se inscrever naquele pré-vestibular comunitário que é famoso por formar vários médicos que é daquele Fugaku Uchiha. – Disse Kiba.

— Por que é tão ruim imaginar a sua filha como médica, Kizashi? Meus pais ficariam muito felizes, se eu optasse pela medicina. – Se intrometeu Temari.

— É o negócio da família! – Respondeu Kizashi.

— Temari, querida, os pais da Sakura são grandes nomes da dramaturgia do nosso país. É meio óbvio porque eles querem tanto que Sakura sigam seus passos... – Comentou Tenten.

— A garota nova tá certa dessa vez, Tenten. Qualquer pai, menos Kizashi Haruno, ficaria feliz se a filha optasse pela medicina ao invés do teatro. Isso aqui não dá dinheiro para a maioria de nós! – Opinou Shikamaru.

— Fale por você! – Rebateu Tenten.

— Claro que eu falo por mim! Não sou que nem você que fica fazendo mil e quinhentos trabalhos publicitários. Eu pago meu aluguel com o que ganho do teatro. Nunca precisei fazer televisão! – Gabou-se Shikamaru.

— Como se isso fosse motivo de orgulho! – Retrucou Tenten.

— Tenten, ele fala isso porque a televisão nunca ia querer dar emprego para um cara como ele! – Insinuou Temari.

— Alguém como eu? – Perguntou Shikamaru indignado.

— Sim, alguém como você que é tão difícil de lidar. Estamos tentando ensaiar e você não ajuda! – Bufou Temari.

— Gente, chega! Bora voltar pro ensaio! – Disse Kiba.

— Kiba tem razão, vamos voltar a ensaiar, pois nossa estreia é dentro de uma semana! – Disse Kizashi e todos voltaram a seus lugares no palco.

[...]

Durante o jantar, Sakura conversou com os pais sobre sua frustração em não passar para a faculdade de Medicina. De novo, a garota ouviu dos pais que estava tudo bem e que ela poderia desistir desse caminho quando quisesse, pois o teatro estaria de portas abertas para ela sempre. Sakura agradeceu o convite dos pais, mas recusou. Ela queria ser médica e não atriz. E nem mesmo a argumentação de seu pai que ela poderia interpretar uma médica a convenceu do contrário.

Após o jantar, ela se trancou no quarto e começou uma maratona de uma série na Netflix. Mas foi interrompida quando Kizashi anunciou a chegada de Kiba a casa da família Haruno. Sakura então apareceu na sala surpresa por ver o namorado todo arrumado.

— Oi, amor. – Disse Kiba após selar os lábios da namorada brevemente.

— Oi. O que você tá fazendo aqui? Eu não disse que não ia a festa? – Disse Sakura sem entender a presença de Kiba.

— Pensei que você podia reconsiderar isso. A gente mal saiu nos últimos meses por causa dos seus estudos e agora que as provas já passaram eu pensei que...

— Pensou errado! – Sakura o interrompeu.

— Não seja grossa com seu namorado, Sakura! – De longe, Kizashi se intrometeu e levou um cutucão da esposa.

— Não se meta! – Disse Mebuki, puxando Kizashi para o escritório.

— Então, eu vou ter que ir sozinho de novo? – Kiba perguntou.

— Kiba, eu pensei que a gente já tinha tido essa conversa. – Disse Sakura impaciente.

— Sim, a gente teve quando você tava estudando que nem louca, mas esse período acabou. Dá pra você voltar a pensar nos estudos só na próxima semana? Hoje é sexta-feira, Sakura! – Reclamou Kiba.

— Eu sei que eu disse que ia na festa, mas isso foi antes de receber o resultado da prova. Eu não to legal. Não vou ser uma boa companhia pra você hoje. – Respondeu Sakura.

— Bem, eu tentei... Se quiser aparecer lá, a festa é na casa da Ino, então é só chegar. – Disse Kiba e então deu um beijo em Sakura, que o correspondeu.

— Desculpa, viu? Eu não queria te decepcionar... – Disse Sakura.

— Tá tudo bem. Vão ter outras festas. Só fica bem ok? E, se precisar de mim, é só ligar que eu venho correndo. – Prometeu Kiba.

— Pode deixar! – Sorriu Sakura.

[...]

Kiba chegou na casa de Ino por volta da meia-noite. A casa estava cheia, tinha um DJ tocando Body Moves, da Dnce. Assim que Ino notou a presença de Kiba na festa ela se aproximou, o cumprimentou com dois beijinhos na bochecha e perguntou por Sakura, o que era muito natural já que as duas eram amigas.

— Ela não vem de novo né? – Perguntou Ino e Kiba assentiu.

— Ela ficou deprê com o resultado do Enem e não quis vir. – Explicou Kiba.

— Eu mandei uma mensagem pra Sakura mais cedo e ela me disse a mesma coisa. Quando ela vai ver que se afundar nos estudos não é saudável? – Questionou Ino.

— Eu espero que ela se dê conta logo... – Respondeu Kiba.

— Bem, vamos esquecer um pouquinho dela. Afinal, você veio aqui pra se divertir, certo? Vem dançar comigo! – Ordenou Ino, já puxando Kiba pela mão e o levando para a pista de dança.

Eles dançaram num clima de total intimidade. Sempre foram muito próximos e já tinham trocado alguns beijos antes de Kiba começar a namorar com Sakura, o que deprimiu Ino por um tempo. Ela sempre foi apaixonada por ele e escondeu essa informação de Sakura a vida toda. Tinha medo de estragar a amizade. No entanto, naquela festa, Ino já tinha bebido bastante. Estava mais solta, mais insinuante e durante a dança ela não se conteve e tascou um beijão em Kiba, que acabou retribuindo. Ele estava carente e se sentido jogado de lado pela namorada.

— A gente não devia ter feito isso. – Disse Kiba após parar o beijo.

— Eu sei. Foi totalmente errado, mas não deixou de ser bom por causa disso. – Admitiu Ino, sendo sincera com seus sentimentos pelo rapaz.

— Ino, você é a melhor amiga da Sakura! – Rebateu Kiba.

— E você o pior namorado! – Riu Ino, completamente bêbada e tentando beijar Kiba mais uma vez, só que ele a segurou pelo braço e a afastou.

— Chega! To falando que foi errado! Não é pra repetir! – Falou sério, nervoso, mas Ino o beijou de novo.

[...]

Em casa, Sakura continuava trancada em seu quarto quando Mebuki chegou e resolveu conversar com a filha.

— Querida, notei que você e o Kiba estavam discutindo... – Começou Mebuki.

— Não foi nada sério. Tá tudo bem. Ele só ficou chateado porque não fui a festa, mas passa. – Disse Sakura.

— Essa não é a primeira festa que você deixa de ir. – Comentou Mebuki.

— Eu queria muito que o Kiba entendesse que eu to em outro momento, tenho outras prioridades. Uma festa na casa da Ino não me interessa mais do que o meu futuro como médica sabe? – Disse Sakura.

— Eu sei que estudar para passar no vestibular é importante pra você, também entendo que você esteja triste com o resultado da prova e eu concordo com você que ficar em casa é a melhor opção nessas horas. Porém, seu pai me pediu pra vir até aqui e te convencer a ir até aquela festa...

— Sabia que tinha o dedo dele nisso...

— Filha, você sabe o quanto seu pai estima o Kiba e ele notou que a relação de vocês não anda legal.

— É só briguinha de casal. Ele não vai terminar comigo porque eu não fui numa festa. – Disse Sakura.

— Mas nessa festa vão ter outras garotas e agora o Kiba está ficando famoso... – Alertou a mãe.

— A senhora tá insinuando que o Kiba poderia me trair numa festa dada pela minha melhor amiga? Ele não seria louco! – Respondeu Sakura.

— Eu sei que você confia nesse rapaz, mas esse é o recado do seu pai. Enfim, eu só vim aqui porque acho que você merece mais do que ficar chorando por causa de uma nota. Vai lá na casa da Ino e se divirta! Não vá pelo Kiba, mas por você! Há muito tempo você não sai. – Aconselhou Mebuki.

— Não sei mãe...

— Você que sabe, mas eu e seu pai pensamos que poderia ser divertido. Que mal tem ir na festa da sua melhor amiga e curtir um pouco da companhia do seu namorado? – Argumentou Mebuki.

— Tudo bem. Vou me arrumar e chegou lá em 10 minutos, afinal a casa dela é aqui na cobertura. – Riu Sakura.

[...]

Sakura colocou um vestido preto de veludo, deixou o cabelo no coque alto e só colocou uns brincos e passou maquiagem. Estava pronta. Então foi caminhando até a casa de Ino e não se surpreendeu ao ver o quanto aquela festa estava cheia.

Ino era conhecida por dar megafestas na ausência de seus pais que viviam viajando. A melhor amiga de Sakura era uma modelo famosa. Ino era linda, tinha cabelo louro, olhos azuis e Sakura vivia tentando apresentar algum garoto para a amiga, mas Ino sempre dizia que não era o tipo dela.

No entanto, parecia que a seca da amiga tinha acabado. Quando Sakura se aproximou viu Ino aos beijos com um rapaz no meio da pista de dança.  E, assim que chegou mais perto, ela notou que a pessoa que Ino beijava era Kiba. O coração de Sakura se partiu bem ali.

Desesperada, ela empurrou os dois e começou a gritar, chamando ambos de traidores.

— Sakura, me deixa explicar! – Pediu Kiba tentando segurar os braços de Sakura que o socavam no peitoral.

— CALA BOCA! NADA EXPLICA A SUA LÍNGUA ENFIADA NA GARGANTA DA INO! ELA ERA MINHA AMIGA, SEU IDIOTA! – Berrava Sakura, totalmente descontrolada.

— Sakura, eu posso explicar... O Kiba me ama. – Disse Ino completamente bêbada, achando graça da cena. Ela estava tão fora de si que mal percebia a besteira que havia feito.

— Amo nada! Eu amo a Sakura! – Rebateu Kiba então Sakura parou de bater nele.

— Você só ama a si mesmo! Quer saber, vocês dois me esqueçam! Já deu! – Sakura saiu correndo da casa de Ino.

— Vê o que você fez, sua doida? – Acusou Kiba e saiu correndo atrás de Sakura.

— Ei, volta aqui Kiba! – Chamou Ino, sendo completamente ignorada pelo rapaz.

[...]

Kiba conseguiu alcançar Sakura no corredor, então ele a abraçou com força e ficou pedindo desculpas suscetivelmente até ela parar de empurrá-lo e se render ao abraço.

— Por que você fez isso comigo? – Questionou Sakura chorando.

— Não chora. Calma, vamos até o meu apartamento. A gente pode conversar lá com mais calma. – Sugeriu Kiba e então Sakura concordou.

Kiba morava sozinho no apartamento do segundo andar do prédio. Os pais dele tinham se mudado no ano anterior para a Irlanda e Kiba optou ficar por causa de Sakura. Então, ele levou a namorada até lá. Deu água para ela e se sentou ao seu lado para conversarem.

— Tá mais calma? – Perguntou Kiba.

— Um pouco. – Disse Sakura, colocando o copo d’água na mesa de centro após beber um gole.

— O que eu fiz não tem explicação, mas eu espero que tenha perdão. – Disse Kiba, sendo sincero.

— Há quanto tempo isso tá rolando? – Perguntou Sakura direta, ainda com os olhos vermelhos e o rosto inchado.

— Não é um caso, Sakura! Eu não tenho nada com a louca da Ino. – Explicou Kiba.

— Então, por que vocês estavam se beijando? – Perguntou e Kiba pareceu desconfortável.

— Sei lá, eu tava chateado com você...

— E aí resolve pegar minha melhor amiga? – Sakura o interrompeu.

— Não, não foi assim. E, por favor, não me interrompa. Eu tava carente e ela me beijou. Então, eu cedi. Não foi planejado. Dá pra acreditar em mim? – Pediu Kiba.

— Não sei. – Respondeu Sakura, sincera.

— Ela não é importante pra mim. Não como você é. – Kiba tentou se defender.

— Parte de você quis aquele beijo também. – Retrucou Sakura.

— Eu queria estar beijando você... – Kiba tenta se aproximar de Sakura, mas ela vira o rosto e o empurra.

— Acabou, Kiba! – Declara Sakura.

— Como assim? – Ele pergunta confuso.

— A gente acabou. Aliás, não tem mais a gente. Eu nunca mais vou voltar a confiar em você ou nela. – Afirma Sakura.

— Você não pode jogar a nossa história fora por tão pouco! – Kiba tentou argumentar.

— Você tava beijando a minha melhor amiga, Kiba! Não tem volta! – Disse Sakura.

— Eu te amo! – Disse Kiba na tentativa desesperada de fazer Sakura voltar atrás.

— Não, não ama. Se amasse não estaria beijando a Ino. Aliás, essa não é a primeira vez que vocês se beijam né? Porque não parecia... – Disse Sakura e Kiba ficou em silêncio. – Quem cala consente...

— Não foi a primeira vez que ela me beijou, mas pode ser a última...

— Não me faça promessas...

— Sakura, por favor, me perdoa!

— Kiba, quantas vezes você me traiu com a Ino?

— Essa foi a segunda vez. Mas, das duas vezes, ela me agarrou a força. – Tentou justificar.

— Você não é inocente nessa história, Kiba. Não joga a culpa na Ino. Ela quis te beijar, mas você permitiu. Pior, você gostou.  – Afirmou Sakura.

— Sakura...

— Acabou, Kiba. Eu to indo pra casa. Por favor, não me acompanhe. – Sakura então enxugou as lágrimas e saiu do apartamento de Kiba, que ficou chorando.

[...]

Quando Sakura chegou em casa, estava tudo escuro, pois seus pais já estavam dormindo. Então, ela tentou não fazer barulho e logo se trancou no quarto. Destroçada pela cena que havia presenciado, Sakura foi até o banheiro, se olhou bem com os olhos vermelhos e inchados, então lavou o rosto e o esfregou com força, repetindo o quanto tinha sido burra. Como não havia enxergado esse tempo todo que Ino era apaixonada por Kiba? Agora, aquilo parecia tão claro!

Mais calma, ela apagou todas as fotos que tinha com Kiba e Ino de suas redes sociais e trocou o status do Facebook. Na mesma hora, vários comentários começaram a surgir sobre o que tinha acontecido. Sakura ignorou todos. Em seguida, desfez a amizade na rede social com Kiba e Ino e em seguida os bloqueou. Para finalizar, excluiu o número de ambos do celular. Não queria ter mais notícias deles. Os três morarem no mesmo prédio já era irritante o suficiente.

Depois de chorar bastante, Sakura adormeceu com o celular na mão. Quando o despertador tocou na manhã seguinte, ela ainda não se sentia bem. Seu namoro com Kiba não estava indo bem, mas ela ainda o amava. Descobrir a traição daquela forma foi terrível. Ainda mais a garota sendo Ino, uma amiga de infância.

Na mesa do café da manhã, os pais estranharam o silêncio de Sakura e também os olhos inchados, fruto do choro compulsivo da noite anterior.

— Filha, o que aconteceu? Você não está se sentindo bem? – Perguntou Mebuki.

— Seu rosto está inchado... – Comentou Kizashi.

— Kiba me traiu. – Disse Sakura sem dar detalhes.

— Como assim? Ele te ama, querida! Todos nós sabemos disso! – Kizashi tentou defender Kiba.

— Bem, parece que ele não ama mais. – Resumiu Sakura.

— Ele te traiu na festa? – Perguntou Mebuki.

— Sim, eu o flagrei aos beijos com a Ino. – Respondeu Sakura.

— Essa garota não era sua amiga? – Perguntou Kizashi.

— Era a melhor amiga dela... – Respondeu Mebuki.

— Acho que não tenho mais melhor amiga. Enfim, vai ficar tudo bem. Eu e Kiba terminamos. – Comunicou Sakura.

— Querida, você não acha meio radical terminar um relacionamento de tantos anos por causa de uma pulada de cerca? Ele é jovem... – Kizashi tentou defender.

— Pai, eu sei que o senhor adora o Kiba, mas acabou. Eu não vou perdoar o que ele fez. Traição é algo horrível e ele foi capaz de me trair com uma amiga minha, ainda por cima. Não tem volta. – Sakura foi dura.

— Está certa querida. Não dê ouvidos ao seu pai. Ele só fala besteiras. – Disse Mebuki.

— Bem, eu vou sair. Devo voltar só de tarde. – Anunciou Sakura, terminando de tomar o café.

— Vai para onde? – Perguntou Kizashi.

— Vou fazer a matricula no pré-vestibular da família Uchiha. Li na internet que eles abrem aos sábados.

— Não é melhor deixar para a segunda? – Perguntou Mebuki preocupada com o estado da filha.

— Não, meu futuro começa agora. – Respondeu Sakura tentando forçar um sorriso.

— Tenha um bom dia, querida. – Disse Mebuki.

— Hoje nós vamos jantar fora. Então, chegue a tempo. – Disse Kizashi.

— Pode deixar. Qualquer coisa, me liguem. O celular vai estar ligado. – Disse Sakura já saindo.

[...]

Quando Sakura ia entrar no elevador, ela deu de cara com Ino. Então, a Haruno resolveu que iria pelas escadas para não ter que dividir o mesmo espaço com sua antiga amiga. Mas Ino, mesmo que de ressaca, se lembrava do que tinha acontecido na noite anterior e queria a oportunidade de falar com Sakura. Então, ela seguiu a garota pelas escadas, abandonando o elevador.

— Sakura, a gente precisa conversar! – Disse Ino parando Sakura entre um andar e outro nas escadas.

— Não, não precisamos não! – Afirmou Sakura.

— Eu te devo desculpas por ter beijado o seu namorado. – Continuou Ino.

— Agora é ex-namorado. Isso é uma boa notícia pra você, não? – Disse Sakura.

— Eu gosto dele sim, tá bom? Eu sou apaixonada pelo Kiba desde muito antes de vocês serem namorados! – Confessou Ino.

— E por que você nunca me disse? – Questionou Sakura.

— Porque eu pensava que um dia ele ia perceber que o amor da vida dele sou eu e não você. Além disso, eu não queria perder a sua amizade. – Justificou Ino.

— Já era. Agora você perdeu a minha amizade. Quanto a ser o amor da vida do Kiba eu já não sei, afinal, vocês estavam agarrados ontem. – Apontou Sakura.

— Ele tá mal, Sakura. Eu liguei pra ele, mas o Kiba não me atende. Bati na porta dele, mas ele não abriu. – Disse Ino.

— É cena. Ele está atuando. Fingindo que está sofrendo, quando não sente nada! Sabe por que? Se ele me amasse NUNCA teria me traído com você! Agora, dá licença que eu tenho mais o que fazer! – Disse Sakura.

— Você não vai perdoar a gente? – Perguntou Ino.

— Não. – Respondeu Sakura.

— Sakura, a gente errou. Eu errei. Fui eu quem beijou ele. Então, se quiser culpar alguém, me culpa. Mas perdoa o Kiba vai? – Pediu Ino.

— É patético ver você pedindo isso em nome dele! Quer saber, vocês se merecem! – Disse Sakura antes de sair pela porta principal do prédio.

[...]

Quando Sakura chegou numa das salas do prédio em que funcionava o pré-vestibular da família Uchiha, ela ficou encantada com o local. Era colorido, jovem, tinha pessoas descoladas. Logo fez a sua inscrição, pois queria muito estudar lá e via ali o caminho para passar com uma excelente pontuação. Estava recomeçando.

— Você vai conseguir alcançar seu objetivo estudando aqui, Sakura. Todo mundo consegue. – Disse Deidara.

— Assim eu espero, Deidara! Você trabalha como recepcionista aqui há muito tempo? – Perguntou Sakura.

— Há três anos. Trabalhar aqui me ajuda a pagar as contas, já que a profissão de modelo e ator não está me rendendo muito. – Confessou Deidara.

— Você é tão bonito! Pensei mesmo que era modelo! – Elogiou Sakura.

— Obrigado! Você também é linda e esse cabelo cor de rosa também é lindo! – Disse sendo simpático.

— Obrigada. Eu pinto meu cabelo desde os 14 anos. Foi uma luta para fazer a minha mãe deixar, mas o meu pai disse que me diferenciava e isso era bom. – Disse com um sorriso.

— Seus pais devem ser legais. E eles estão felizes com a sua escolha pela medicina? – Perguntou Deidara.

— Não muito. Meus pais queriam que eu fosse atriz. É o lance da família. – Disse Sakura.

— Seus pais são atores? – Perguntou Deidara interessado.

— Minha mãe é atriz e meu pai é roteirista e diretor. Você já ouviu falar da peça “Penso em você, logo desisto”? – Perguntou Sakura.

— Você é filha de Kizashi e Mebuki Haruno? - Deidara ficou boquiaberto.

— Sou. – Sakura sorriu.

— Eles são meus ídolos! Adoro o trabalho deles! Inclusive, essa peça é tão incrível! Vai ter uma temporada nova aqui no Rio a partir da próxima semana né? Eu já até comprei meus ingressos. – Falou animado.

— Que bom! Vai ter sim. É um romance muito divertido. – Comentou Sakura.

— Eu assisti a “Penso em você, logo desisto” antes de trocarem parte do elenco e eu amei. O nome é uma brincadeira com a frase “Penso, logo existo”, do filósofo francês René Descartes. Achei genial. – Disse Deidara.

— É. Meu pai deu esse nome à peça porque já que o Descartes colocou a razão humana como única forma de existência e, no caso da peça, ele coloca essa razão em função dos relacionamentos. – Disse Sakura.

— Sim, porque na peça conta a história da Tris e do Ben. Ela usa a razão para decidir se deve ou não correr atrás desse amor, mas toda vez que pensa que essa relação pode ir adiante ela para, pensa e aí desiste. – Complementou Deidara.

— É isso mesmo. Bem, Deidara, quando começam as aulas? – Perguntou Sakura.

— A sua turma começa na segunda semana de fevereiro. Mas passe aqui semana que vem para pegar o material, ok? – Disse Deidara entregando a nota fiscal do pagamento da inscrição e da primeira mensalidade.

— Ok, eu venho isso. Quem dá aula aqui mesmo? – Perguntou curiosa.

— Professores universitários e alguns ex-alunos que se saíram muito bem nas provas. Você está no local certo, Sakura. A maioria dos aprovados nas melhores faculdades de Medicina passaram por aqui. – Afirmou Deidara.

— Eu sei. Sou uma fã do trabalho de Fugaku Uchiha. Ele é um neurocirurgião muito famoso e de defende causas humanitárias. – Comentou Sakura.

— Não é sempre, mas, Fugaku vem aqui dar palestras especiais para os vestibulandos. E você, provavelmente, deve ter aula com o filho dele mais novo, Sasuke Uchiha. – Contou Deidara.

— É mesmo? E esse Sasuke já é formado? – Perguntou Sakura.

— Não, mas ele é um ótimo aluno. Passou e primeiro lugar em sete Universidades. Está no segundo período agora e está dando aulas aqui para ajudar quem tem mais dúvida. É um bom garoto. – Confirmou Deidara.

— Que bom! Agora preciso ir, nos vemos semana que vem Deidara! – Despediu-se Sakura.

— Até semana que vem Sakura! – Despediu-se Deidara.

Quando Sakura estava prestes a cruzar o sinal da rua, suas chaves de casa caíram da bolsa enquanto ela estava mexendo nela. Por pouco a Haruno não deixou o objeto para trás, se não fosse por um simpático rapaz chamá-la e entregá-la o chaveiro de volta.

— Ei, menina do cabelo rosa, suas chaves caíram! – Gritou Sasuke, o que fez Sakura dar meia volta.

— Obrigada, eu nem tinha visto. – Disse Sakura pegando o cheveiro e colocando de volta na bolsa.

— De nada. Você estava bem desatenta. – Observou Sasuke e Sakura não gostou.

— Não estava não. Você não me conhece, então não pode falar algo assim sobre mim. – Retrucou Sakura.

— Ei, eu só fui gentil avisando sobre suas chaves e você não deveria ser grossa comigo por isso. – Disse Sasuke.

— Não estou sendo grossa, só estou dizendo que não estava desatenta. – Rebateu Sakura.

— Se não estivesse desatenta, teria ouvido o barulho das chaves caindo no chão. – Justificou Sasuke.

— Quer saber, não vou ficar discutindo com um estranho na rua. Dá licença. – Sakura então atravessou a rua e Sasuke seguiu seu caminho.

— Que menina mal-educada! – Pensou sozinho em voz alta.

[...]

Assim que Sasuke entrou na sala do pré-vestibular, avistou Deidara digitando alguma coisa no computador. Então, parou no balcão e esperou ele atendê-lo.

— Bom dia, Sasuke. O que deseja? – Perguntou Deidara.

— Bom dia, Deidara. Vim entregar as apostilas usada que arrecadei com alunos antigos, então você pode distribuir para aqueles que não tiverem condições de comprar o material, tudo bem? – Explicou Sasuke.

— Ok. E sua família como vai? – Perguntou Deidara.

— Tá tudo bem. Meus pais trabalhando como sempre e meu irmão viajando à trabalho. – Respondeu Sasuke.

— Ah, Sasuke, a sua ex passou aqui ontem e deixou isso aqui. – Disse Deidara mostrando uma caixinha de veludo preta.

— Ah, isso... – Sasuke disse enquanto abria a caixinha e encarava o anel de compromisso que havia dado para Karin quando completaram um ano de namoro.

— Vocês eram noivos? – Perguntou Deidara curioso.

— Não, mas tínhamos um relacionamento sério, de três anos, baseado na confiança e respeito mútuo. – Disse Sasuke.

— Bem, parece que não deu muito certo. – Opinou Deidara.

— É. Não deu. Ela me traiu e em seguida me trocou por uma atleta olímpico. – Respondeu Sasuke.

— Você supera isso. Tem muitas garotas legais lá fora... Vai por mim! – Incentivou Deidara.

— Eu to fechado pra balanço. Só faz seis meses. Karin me magoou de verdade. É como naquela peça “Penso em você, logo desisto”, toda vez que eu penso no relacionamento que tive com a Karin e na forma como tudo acabou, algo me impede de dar um passo adiante. Eu não quero tentar de novo agora. – Explicou Sasuke.

[...]

No momento em que o ensaio da peça acabou, Kizashi chamou Kiba para uma conversa em particular.

— Rapaz, eu preciso ter uma conversa séria com você sobre a minha filha. – Disse Kizashi observando Kiba se sentar ao seu lado na primeira fila do teatro, enquanto os outros atores iam embora.

— Claro, senhor. Imagino que a Sakura já tenha contado sobre o nosso término. – Disse Kiba.

— Sim, ela contou e o que você fez foi errado. Você sabe disso, não é mesmo? – Questionou Kizashi.

— Sei, é claro que sei. Eu queria muito que Sakura me perdoasse. – Disse Kiba.

— Talvez, ela possa... – Insinuou Kizashi.

— Como assim? – Estranhou Kiba.

— Ontem Sakura estava com raiva, acredito que hoje, se vocês conversarem, talvez, possam se entender. – Falou Kizashi.

— Ela não quer me ver nem pintado de ouro. – Afirmou Kiba.

— Bem, hoje toda a família vai jantar fora. Eu pensei em informar a Sakura o nome de outro restaurante, onde já reservei uma mesa em meu nome, e no qual você irá se encontrar com ela para uma conversa amigável. – Explicou Kizashi.

— Deixa ver se eu entendi... Você e a sua esposa estariam num restaurante, enquanto eu e Sakura jantaríamos em outro numa mesa em seu nome? – Recapitulou kIba.

— Aham.

— É uma ideia brilhante, senhor! É só me dar o endereço que eu estarei lá na hora marcada! – Disse Kiba muito animado.

— Ótimo! Vou marcar um horário com Sakura e pedirei que você chegue alguns minutos depois. Vocês precisam ter essa conversa. – Enfatizou Kizashi.

— Combinado! Obrigado por me ajudar com a Sakura. Eu amo a sua filha, senhor. – Disse Kiba.

— Kiba, eu gosto muito de você, realmente acho que o futuro da minha filha é ao seu lado, mas você tem que fazer por merecê-la. Sakura não é idiota e não vai ser fácil você conseguir ser perdão. – Disse Kizashi.

— Eu sei. Nunca foi minha intenção fazer Sakura de idiota. Ficar com a Ino foi um erro. – Concordou Kiba.

— Eu já tive a sua idade, garoto. Ino é uma moça bonita, eu entendo que se sinta atraído por ela, mas Sakura não é adepta ao amor livre. Se quiser ficar com a minha filha, terá de ser fiel a ela.

— Eu sei, senhor. 

— Bem, essa é a última vez que te ajudo com a Sakura. Se não surtir efeito, lute com suas próprias armas, porque eu não vou me meter mais. – Afirmou Kizashi.

— Eu vou fazer com que Sakura me perdoe, senhor. Não vou desperdiçar essa chance. – Garantiu Kiba.

[...]

O restaurante em que ia jantar com a família era o Capim Santo, que fica dentro do Village Mall, na Barra. Sakura se dirigiu a mesa e quando estava ligando para seu pai, perguntando porque eles ainda não haviam chegado, acabou se surpreendendo com Kiba. Ele puxou uma cadeira e se sentou à sua frente. Naquele instante, Sakura percebeu que aquilo era armação e não coincidência.

— Me diz que não foi o meu pai que te chamou pra vir aqui! – Disse Sakura.

— Ele só quer que a gente converse. Nada mais. – Comunicou Kiba e antes que Sakura se levantasse da cadeira, ele a segurou pelo braço. – Por favor, fica... – Implorou Kiba com os olhos marejados.

— Você tem 20 minutos. – Disse Sakura.

— Tudo bem. Sakura, eu não quero que o nosso namoro acabe. Eu errei, eu sei. Eu não mereço o seu perdão, mas ainda assim não tem nada que eu queira mais no mundo nesse momento do que estar com você. Eu fui um idiota por corresponder o beijo da Ino. Por favor, me perdoa? – Pediu Kiba.

— Não dá. – Sakura falou com a voz embargada, desfazendo-se da postura de durona.

— Por que? – Questionou Kiba tão nervoso quanto a garota.

— Eu não confio mais em você, Kiba. Ontem, foi a Ino. Mas e amanhã? Eu não quero me tornar uma ciumenta paranoica, sabe? Eu não sou assim... – Justificou Sakura.

— A gente se ama, Sakura! Podemos recuperar a confiança! – Tentou Argumentar Kiba.

— Às vezes, só amor não basta. – Respondeu Sakura.

—  Eu não mereço uma segunda chance? – Arriscou Kiba.

— Sinceramente, eu não sei nem se mereceu a primeira. Olha só o que você fez! Cara, você beijou uma amiga minha DUAS vezes. Você planejava me contar isso algum dia ou ia mentir pra mim pra sempre? Quantas outras garotas existiram antes da Ino? Quantas vezes eu fui a corna? – Disparou Sakura.

— Eu nunca tinha te traído antes. Foi um deslize! – Garantiu Kiba.

— Dois deslizes. – Corrigiu Sakura.

— Isso importa? Importa mais que a nossa relação? A gente tinha planos, Sakura! – Tentou argumentar novamente.

— Você e meu pai tinham planos! Por acaso, eu fazia parte deles. Sabe, eu estou começando a achar que a minha mãe tinha razão e você só quis namorar comigo pra conseguir um papel na peça do meu pai! – Acusou Sakura.

— Você está sendo injusta! – Retrucou Kiba.

— Você que foi injusto comigo quando beijou a minha melhor amiga! - Rebateu Sakura.

— Me perdoa? Quantas vezes eu vou ter que pedir? – Perguntou Kiba.

— Uma vida inteira não é o bastante... – Respondeu Sakura já se levantando da mesa.

— Sakura, volta aqui, a gente nem jantou ainda! – Kiba tentou impedir, mas já era tarde demais.

— Ciao, adios, I’m done! – Disse Sakura para ele, cantarolando a música “Ciao Adios”, de Anne-Marie, que tocava ao fundo pelo shopping.


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