Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 4
2.2


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁ! Como estão?

Vocês já estão sentindo o mesmo amor que eu sinto pelo Aloys? Ele é tão fofo ♥



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Rebeca fez sua pesquisa para o trabalho, enquanto Aloys olhava todos os movimentos dela com atenção. Assim que terminou de digitalizar tudo no Word, mandou imprimir.

— Vem. — Levantou. — Vou pegar o trabalho.

Aloys seguiu ela para fora do quarto. Entraram no quarto quase de frente ao dela, que era o escritório de seu pai, onde ficava a impressora. Assim como antes, Aloys olhou tudo do escritório impressionado, e quando viu Rebeca pegando as folhas da impressora, ficou abismado.

— Isso era o que você estava escrevendo naqueles botões?

— Sim.

— Me ensina! Não me lembro de ter visto algo assim no livro.

— Desculpe, é muito complexo para te ensinar.

Os dois voltaram para o quarto, Rebeca deixou os papéis em cima da mesa, e sentou na poltrona, enquanto Aloys voltou a sentar-se na cama.

— Escuta — falou Rebeca —, onde você vai ficar? Já pensou nisso?

Aloys a olhou, pensativo. — Não. Não sei o que vou fazer. Só sei que preciso achar o livro.

— E se você não achar? O que vai fazer?

— Não quero pensar nisso.

— Mas precisa. Você nem sabe onde ele pode estar.

— Já chega! — exclamou frustrado, um pouco alto — ... — Olhou para Rebeca, arrependido. — Desculpe, não queria falar alto. Você sempre faz isso.

— Isso o quê?

— Fica falando coisas para me desanimar.

— Mas não estou dizendo isso para te desanimar. Estou querendo ser realista. Você realmente não sabe onde o livro pode estar, não pode não pensar na possibilidade de não o achar. Tem que pensar em outros planos também.

— Você não mudou, pelo menos. — Sorriu, parecendo um pouco envergonhado.

— No quê?

— Temos sempre essa mesma discussão. Eu sempre sou confiante, e você me põe no chão com uma batida na cabeça e fala que eu preciso pensar em outras coisas também.

Como ele pode falar assim? Achando que me conhece...? Mas eu realmente detesto pessoas que viajam na maionese, que acham que tudo vai dar certo mesmo sem ter um pingo de possibilidade de dar certo.

— Você realmente acha que me conhece?

— Claro que conheço.

— Desde quando?

— Desde quando você me achou na praça principal e me levou para sua casa. Eu era bem pequeno, mas me lembro de tudo como se fosse ontem. Seus pais me acolheram de braços abertos. E mesmo quando seu pai morreu, sua mãe nunca me expulsou.

Rebeca o olhava querendo acreditar em tudo aquilo. Ao mesmo tempo que parecia real, parecia um conto.

— Você tinha dezoito anos quando sua mãe morreu, e eu, dezesseis. E desde então só tínhamos nós dois cuidando um do outro. E eu não morri também porque você me salvou.

— Como? Você ia morrer?

— Sim. De peste negra. Você me salvou, e foi aí que me contou sobre os seus poderes, e começou a me ensinar sobre o que você fazia.

— Eu comecei a te ensinar? Mas como eu sabia dessas coisas?

— Você me disse que foi sua mãe. Ela também era bruxa, e te ensinou tudo às escondidas. Inclusive, deixou o livro para você.

— Então você não tem poderes?

— Não. Não tenho. — Sorriu. – Infelizmente, não.

— Então como te ensinava?

— Você me ensinava algumas poções, coisas que não precisavam de magia para serem feitas. E me ensinou a ler e escrever também.

— Se você não tem poderes o que acha que pode fazer com o livro?

— Creio que posso fazer alguma poção para despertar sua mente, e assim você poderá se lembrar de tudo. E quem sabe, poderemos voltar para a nossa casa.

Nossa casa? — Quantos anos você tem?

— Dezessete.

Eu digo para ele que também tenho essa idade ou isso o magoaria de alguma forma? — Olha, está ficando tarde. Não tem como você ficar aqui...

— Tudo bem, eu arranjo um lugar. — Levantou.

Rebeca ficou com dó. Onde ele iria dormir? Ele não teria o que comer na janta. A menos que...

— Espera. — Levantou também. — Você pode ficar no celeiro. Eu posso te levar cobertas e comida de noite... Pelo menos vai ter um teto para dormir.

— Claro, o celeiro é bom. Aceito sua proposta.

— Tudo bem então.

— Beca! — Maristela gritou do andar de baixo. — Vem tomar café!

— Vamos lá. — Rebeca puxou Aloys para a cozinha.

A mesa já estava posta com pães, torradas, geleias, leite, café e achocolatado. Rebeca sentou, e Aloys sentou ao seu lado.

— Outra refeição? — Aloys perguntou baixinho. — Que família rica você conseguiu.

Família rica? — Quer leite? — perguntou.

— Leite? Finalmente algo normal. Aceito.

— Mas é de soja.

— Que animal é esse? É parecido com uma cabra?

— Não é um animal, é um grão.

— Como se ordenha um grão? — Ficou confuso.

— Beca, não faça o menino tomar essas coisas que você toma. — Maristela foi até a geladeira e tirou uma caixinha de leite e a colocou em cima da mesa. — Aqui, toma esse. É de vaca.

Aloys pegou a caixinha, a olhando sem entender como funcionava. Rebeca a pegou da mão dele e colocou o leite na xícara.

Ele tomou um gole. — É meio estranho, parece fraco. A vaca de vocês está doente...? Espera, vocês não têm vaca.

— Era isso o que eu ia falar. — Rebeca disse pegando um pão.

— Você não gosta de leite. — Aloys disse a encarando.

— Não. Nunca gostei. Como sabe disso?

— É, você nunca gostou. — Sorriu.

Ainda bem que Maristela não estava por perto para ouvir aquilo. Soava bem estranho.

Depois de comer, voltaram para o quarto, e Rebeca começou a separar algumas cobertas que daria para ele usar no celeiro.

— Quando você for embora, você dá a volta na casa e vai para o celeiro. Depois eu vou te levar as coisas.

— Certo.

Umas seis e pouco, Rebeca levou Aloys até a entrada, e assim ele deu a volta na casa sorrateiramente e foi para o celeiro. Rebeca aproveitou que sua mãe estava dobrando roupa na lavanderia e correu para o quarto, pegou as cobertas e as jogou pela janela. Correu de novo para baixo e foi para o quintal. Pegou as cobertas do chão e correu para o celeiro. Quando entrou, viu que Aloys estava arrumando os fenos no fundo.

— Por que está arrumando isso? — Foi até ele.

— Estava tudo desarrumado. Quis deixar em ordem. — Ele havia enfileirado os blocos de feno próximos da parede.

— Onde você quer que eu arrume sua cama? Se é que dá para chamar isso de cama.

— Lá. — Apontou para cima.

Rebeca olhou para cima. Tudo o que viu foi o teto baixo do mezanino. — Tem certeza?

— Sim. Já que sua mãe não pode me ver aqui, se eu ficar ali em cima não tem como alguém me ver. Me dá aqui que eu arrumo. — Estendeu os braços para ela. — Você não vai subir lá mesmo.

— ... como sabe que eu não vou subir? — Entregou as cobertas para ele.

— Porque você tem medo de altura. — Sorriu, indo para a escada do mezanino.

Rebeca sentiu-se ruborizando. — D-de onde tirou isso?

Aloys deu risada, já subindo a escada e desaparecendo. Ficou em silêncio durante algum tempo, só dando para ouvir alguns barulhos, de coisas sendo arrastadas no chão de madeira, mas ela não conseguia ver nada.

— O que está fazendo aí? — Ela questionou, curiosa.

— Estou arrumando minha cama. Quer ver como está ficando?

— ... não.

Aloys riu de novo. — Pronto, acabei. Parece mais confortável que minha antiga cama. — Apareceu na beirada do mezanino e sentou, com as pernas balançando.

— Cuidado para não cair daí. — Rebeca falou, indo para trás para vê-lo melhor.

— Não vou cair. — Sorriu.

— Olha... já que você ainda não sabe o que fazer... O que acha de ir comigo no centro amanhã de tarde? Preciso comprar algumas coisas.

— Tudo bem, irei com você.

— Tá... — Deu passos para trás. — Eu te trago o jantar mais tarde... Não caia.

— Não irei.

Rebeca deu uma última olhada em Aloys antes de sair. Correu de volta para casa e foi até a lavanderia ajudar sua mãe com as roupas. Depois de jantar, esperou seus pais irem para a sala para assistir TV, e fez um prato, pegando garfo e faca e um copo de água. Saiu pela porta dos fundos para levar o jantar de Aloys. Entrou no celeiro levemente iluminado pela luz da lua, já que algumas telhas eram translúcidas

— Aloys? — Segundos depois ele apareceu lá em cima. — Sua comida.

— Eu estava quase dormindo. Sobe aqui. — Sorriu, brincalhão.

— Vem aqui buscar ou eu levo de volta — ameaçou.

Ele riu e desceu. Sentaram em um bloco de feno baixo, e Aloys comeu tudo, tomando a água em seguida.

Rebeca pegou as louças. — Eu vou ir para a escola amanhã cedo, mas vou passar aqui antes de ir.

— Tudo bem, eu acordo cedo.

— Tá... — Levantou. — Então boa noite. — Começou a andar para a porta.

— Boa noite... E obrigado!

— Claro. — Acenou e saiu.

Voltou para casa, deixou a louça na pia e foi para a sala assistir TV junto com seus pais, como se nada estranho estivesse acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Eu morro com a Rebeca. Ela é muito bravinha kkkk Vou dar uma de louca dos signos agora. Qual signo você daria para esses dois? Eu não coloquei nenhum neles.
Será que a Rebeca tem cara de que? Capricórnio? E o Aloys? Peixes? haushaush
Fala o que você acha aí! Vou adorar saber!

Até o próximo :*



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