Através do Tempo escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
OI GENTE!
Pra variar, eu esqueci de colocar a imagem do capítulo anterior (E JUSTO A QUE É A MAIS BONITA!) então, por favor, dão um pulinho lá para vê-la :3
Então, gente... Eu estou até suando aqui.
Como vou dizer isso... Espera, melhor eu não dizer nada.
Só por favor, não me desejem a morte ou tortura, ou algo do gênero, tá?
Boa leitura!
— Eu queria pensar em algo que você nunca fez. — Rebeca comentou em uma tarde de domingo.
— Por quê? — perguntou Aloys, sentado ao seu lado na mesa de jantar.
— Você tentou me ensinar a nadar, então eu queria te ensinar algo que você não sabe. Não é difícil, porque você nunca fez muitas coisas daqui... mas ao mesmo tempo é difícil.
Ele a olhou sem entender.
— Beca, está um dia tão lindo. — Maristela disse lavando a louça. — Se já terminou sua lição, vocês podiam fazer algo lá fora.
— Mas vamos fazer o quê? Tem nada para fazer.
— Esses adolescentes só vivem de tecnologia, não tem mentes criativas igual tínhamos, Mari. — Roberto falou, olhando para a TV.
— Olha quem fala, né pai. — Rebeca revirou os olhos.
— Não deixa de ser verdade. — Maristela riu.
— Tá, então o que vocês faziam uma hora dessas?
— Eu sempre andava de bicicleta com meus amigos depois de ajudar com o almoço. — Roberto falou.
— Eu também. — Maristela levantou a mão cheia de espuma.
— Boa ideia! — Rebeca levantou, puxando Aloys.
Ela o levou até a lavanderia, onde ficavam as bicicletas dos três. Pegou a sua, vermelha, e a de sua mãe, a azul, e fez Aloys a segurar. Enquanto Rebeca puxava a bicicleta pela casa, Aloys tentou imitar seus movimentos. Obviamente ele nunca tinha visto uma coisa daquelas.
Saíram da casa e foram para a rua da frente, que estava deserta.
— Muito bem, vou te ensinar a andar de bicicleta! — Rebeca falou, animada.
— Bici...
— Bi-ci-cle-ta — falou pausadamente.
— Bicicleta — repetiu parecendo desconfiado.
— Isso. Vai, faz o que eu fizer. — Montou, ainda mantendo os dois pés no chão.
Aloys fez o mesmo: Segurou o guidão e levantou a perna direita a passando para o outro lado.
— Eu vou mostrar como se faz, mas não se mexa ainda.
Então Rebeca deixou um pé no pedal, e com o outro, impulsionou a bicicleta para frente, começando a pedalar. Impressionado, Aloys tentou fazer igual, mas antes de se mover cinco centímetros, caiu para o lado.
Quando Rebeca deu a volta, viu Aloys puxando a perna debaixo da bicicleta e levantando.
— Eu falei que não era para você fazer, não falei? — Deu risada.
— Eu quis tentar, qual o problema? — Puxou a bicicleta e já a montou de novo.
Rebeca deixou a sua no chão e se aproximou dele, segurando a parte de trás do banco e o guidão esquerdo.
— Eu vou dar o impulso para você. Não esquece, isso aqui são as suas... rédeas. — Olhou para o guidão. — Você controla para onde vai com isso. — O moveu para frente e para atrás, demonstrando.
— Tá... — disse meio hesitante.
— Se quiser parar, você precisa apertar esses dois ganchinhos aqui. Isso se chama freio. Vai. — Rebeca se posicionou atrás dele, ainda segurando a parte de trás do banco. — Vou contar até três. No três eu vou começar a te empurrar e você vai começar a pedalar, tá?
— O que é pedalar? — Olhou para ela.
— Foi o que eu fiz quando coloquei meus pés nessas coisas aqui. — Apontou os pedais com o pé. — Isso é pedalar. Lembra como eu fiz, né?
— Lembro.
— Você vai fazer igual, mas eu vou te empurrar durante um tempo. Até quando você se sentir bem em continuar sozinho.
— Tudo bem.
— Um... dois... três! — Começou a empurrar a bicicleta.
Aloys, que já estava com o pé direito no pedal, colocou o outro pé e começou a pedalar. A bicicleta tremia em baixo dele, já que ele não conseguia manter o equilíbrio totalmente. Mas ela continuou empurrando.
— Posso soltar? — Ela perguntou.
— Pode!
Ela o soltou e ele continuou sozinho. Ainda não conseguia se manter em uma linha, mas estava indo bem.
— Não para de pedalar ou você cai! — Rebeca falou alto.
Eles continuaram treinando durante algumas horas, até que Aloys pegou o jeito. Depois disso, andaram com as bicicletas pelo bairro até começar a escurecer.
— Eu não sei o que vamos fazer agora, sabe. — Rebeca comentou com Maria, na sala de aula, na segunda-feira.
— Eu também não saberia. É complicado, por que ele não sabe de nada, né?
— Acho que seria bom ele ter algum trabalho... Enquanto não sabemos o que fazer.
— O mercado está contratando gente para trabalhar no estoque. Você poderia levar ele lá.
— Sério? Hm... Vou levar ele lá hoje, então.
— Posso ir junto? Tenho nada para fazer depois da aula.
— Claro.
Depois que o sinal bateu, as duas guardaram seus materiais e saíram da escola. Foram andando para a casa de Rebeca, enquanto Maria avisava sua mãe para onde estava indo. Ao chegarem, deixaram suas mochilas em cima do sofá e foram para a porta dos fundos. Saíram e foram para o celeiro.
— Aloys?! — Rebeca chamou, olhando para o mezanino.
Ele não respondeu. Rebeca olhou para Maria rapidamente antes de andar para a escada. Assim que subiu, viu Aloys deitado em sua cama e achou estranho. Ele nunca dormia essa hora.
— Aloys? — chamou de novo, se aproximando. Segurou de leve seu ombro e percebeu que haviam gotículas de suor em sua testa. — Aloys?
Ele abriu os olhos e a encarou. — Ah... você chegou. — Sorriu de leve.
— O que foi? Por que estava dormindo?
— Eu me senti um pouco fraco hoje cedo... Então decidi dormir um pouco, para ver se melhorava.
— E está melhor?
— Acho que... não. — Se virou, deitando de barriga para cima.
Rebeca colocou a palma da mão na testa dele, verificando a temperatura, e a colocou na bochecha em seguida.
— Você está muito quente — comentou preocupada.
— Estou me sentindo um pouco zonzo.
— Vamos lá para casa... — Começou a ficar nervosa.
O ajudou a levantar e andaram devagar para a escada. Aloys fez um esforço e conseguiu descer. Maria o ajudou lá em baixo. Cada uma apoiou Aloys de cada lado e andaram devagar para fora.
— Acho que tem remédio para febre lá... — Rebeca falou baixo antes do peso do corpo de Aloys desabar no chão junto com ela. — Aloys! Ei, olha para mim. Não desmaia agora.
— Desculpe... — Aloys sussurrou, se virando na grama. — Está tudo borrado.
— Maria... — Rebeca sentou-se ao lado dele. — Pega meu celular na minha mochila, por favor.
Ela levantou e correu para a casa.
— O que você vai fazer? — Ele perguntou baixo.
— Vou ligar para a Cecília... Ela é a única que pode ajudar. — Tentou controlar o desespero em sua voz.
Aloys a olhou. — Por que está chorando?
Passou as costas da mão no olho e só aí percebeu que estava chorando. — Não estou.
— E isso é o quê? — indagou, sorrindo.
— Meus olhos estão se lavando.
— Sei... Você sabe que eu te amo, não sabe?
— P-por que está falando isso agora? — Se assustou.
— Só senti vontade.
— Você vai ficar bem... vai ficar bem. — Segurou a mão dele. — Eu te amo também.
Para Rebeca, aquelas palavras pareciam significar outra coisa. Algo que ela não queria enxergar e muito menos aceitar.
Era apenas impressão. Ele ficaria bem.
Maria voltou e entregou o celular para Rebeca, que o pegou e ligou no número de Cecília. Apenas chamava. Ligou cinco vezes seguidas, mas ela não atendia.
Seu coração já martelava o peito, com o desespero crescendo cada vez mais.
— Temos que entrar — falou com a garganta apertada. — Vamos, Aloys, você precisa levantar. — Colocou a mão na nuca dele e o puxou para frente.
— Não consigo... não tenho forças.
— Aloys, por favor. — Sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto.
— Não se preocupe, Beca — Ele sussurrou. — Eu vou ficar bem.
— Fique acordado. Não durma.
Os olhos dele piscavam com frequência, como se estivesse com muito sono.
— Beca... — Maria cochichou.
Rebeca a olhou. Seu rosto estava virado para o lado, para baixo. Ao seguir seu olhar, sentiu todo o calor sumir de seu corpo. Os sapatos de Aloys estavam jogados na grama.
O olhar dela subiu para os braços dele. Suas mãos estavam desaparecendo.
— O que é isso? — Tentou segurar a mão esquerda dele, mas nada havia ali. Parecia apenas uma miragem. Olhou para o rosto dele. — Aloys?
— O quê? — A olhou. — Eu não gosto de te ver assim. Não chore.
— Não... Aloys, por favor... Fica comigo. — Segurou seu rosto.
— Eu estou com você...
— É para ficar comigo para sempre, ouviu? — disse entre lágrimas.
Ele sorriu de leve. — Eu sei.
Rebeca começou a entrar em pânico quando percebeu que a base do pescoço dele estava começando a sumir.
— Não, não! Não! Aloys!
Aloys olhou para o céu e voltou a olhá-la.
Sem pensar, Rebeca aproximou seu rosto e o beijou. O sentiu retribuindo, mas aos poucos aquela sensação se tornou leve. Leve... até que parou.
Ela não queria abrir os olhos. Sabia que se os abrisse, não o veria mais ali.
Apertou as pálpebras, e enquanto apertava as mãos em punho, deixou sua cabeça pender para baixo, a encostando na grama. Lágrimas grossas escorreram para sua testa, enquanto sentia seu peito doer. Doer e ficar vazio ao mesmo tempo.
Soluços doloridos saíram de sua garganta. — Não... não... é mentira.
Ela ouviu Maria chorando baixinho do seu lado, então se endireitou, ainda de olhos fechados, levantou a cabeça e olhou para o céu. Sua visão estava completamente embaçada.
— Maria... estou sonhando, não estou? Por favor, diga que estou. — As lágrimas não paravam de escorrer.
Maria se aproximou e abraçou Rebeca, ainda chorando. — Sinto muito, Beca...
— O que acabou de acontecer? Pelo amor... Por quê...?
— Eu não sei... — Se afastou e a olhou. — Ele simplesmente... sumiu.
Tomando coragem, Rebeca olhou para baixo.
As roupas de Aloys estavam ali, como se tivessem sido colocadas para tomar sol.
Puxou a camiseta dele e a levou para o pescoço, a abraçando.
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Eu te amo, Aloys.
Até o próximo, gente. E não se esqueçam: sem xingamentos kkk