Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 22
11.2


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE!
Pra variar, eu esqueci de colocar a imagem do capítulo anterior (E JUSTO A QUE É A MAIS BONITA!) então, por favor, dão um pulinho lá para vê-la :3
Então, gente... Eu estou até suando aqui.
Como vou dizer isso... Espera, melhor eu não dizer nada.
Só por favor, não me desejem a morte ou tortura, ou algo do gênero, tá?

Boa leitura!



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— Eu queria pensar em algo que você nunca fez. — Rebeca comentou em uma tarde de domingo.

— Por quê? — perguntou Aloys, sentado ao seu lado na mesa de jantar.

— Você tentou me ensinar a nadar, então eu queria te ensinar algo que você não sabe. Não é difícil, porque você nunca fez muitas coisas daqui... mas ao mesmo tempo é difícil.

Ele a olhou sem entender.

— Beca, está um dia tão lindo. — Maristela disse lavando a louça. — Se já terminou sua lição, vocês podiam fazer algo lá fora.

— Mas vamos fazer o quê? Tem nada para fazer.

— Esses adolescentes só vivem de tecnologia, não tem mentes criativas igual tínhamos, Mari. — Roberto falou, olhando para a TV.

— Olha quem fala, né pai. — Rebeca revirou os olhos.

— Não deixa de ser verdade. — Maristela riu.

— Tá, então o que vocês faziam uma hora dessas?

— Eu sempre andava de bicicleta com meus amigos depois de ajudar com o almoço. — Roberto falou.

— Eu também. — Maristela levantou a mão cheia de espuma.

— Boa ideia! — Rebeca levantou, puxando Aloys.

Ela o levou até a lavanderia, onde ficavam as bicicletas dos três. Pegou a sua, vermelha, e a de sua mãe, a azul, e fez Aloys a segurar. Enquanto Rebeca puxava a bicicleta pela casa, Aloys tentou imitar seus movimentos. Obviamente ele nunca tinha visto uma coisa daquelas.

Saíram da casa e foram para a rua da frente, que estava deserta.

— Muito bem, vou te ensinar a andar de bicicleta! — Rebeca falou, animada.

— Bici...

— Bi-ci-cle-ta — falou pausadamente.

— Bicicleta — repetiu parecendo desconfiado.

— Isso. Vai, faz o que eu fizer. — Montou, ainda mantendo os dois pés no chão.

Aloys fez o mesmo: Segurou o guidão e levantou a perna direita a passando para o outro lado.

— Eu vou mostrar como se faz, mas não se mexa ainda.

Então Rebeca deixou um pé no pedal, e com o outro, impulsionou a bicicleta para frente, começando a pedalar. Impressionado, Aloys tentou fazer igual, mas antes de se mover cinco centímetros, caiu para o lado.

Quando Rebeca deu a volta, viu Aloys puxando a perna debaixo da bicicleta e levantando.

— Eu falei que não era para você fazer, não falei? — Deu risada.

— Eu quis tentar, qual o problema? — Puxou a bicicleta e já a montou de novo.

Rebeca deixou a sua no chão e se aproximou dele, segurando a parte de trás do banco e o guidão esquerdo.

— Eu vou dar o impulso para você. Não esquece, isso aqui são as suas... rédeas. — Olhou para o guidão. — Você controla para onde vai com isso. — O moveu para frente e para atrás, demonstrando.

— Tá... — disse meio hesitante.

— Se quiser parar, você precisa apertar esses dois ganchinhos aqui. Isso se chama freio. Vai. — Rebeca se posicionou atrás dele, ainda segurando a parte de trás do banco. — Vou contar até três. No três eu vou começar a te empurrar e você vai começar a pedalar, tá?

— O que é pedalar? — Olhou para ela.

— Foi o que eu fiz quando coloquei meus pés nessas coisas aqui. — Apontou os pedais com o pé. — Isso é pedalar. Lembra como eu fiz, né?

— Lembro.

— Você vai fazer igual, mas eu vou te empurrar durante um tempo. Até quando você se sentir bem em continuar sozinho.

— Tudo bem.

— Um... dois... três! — Começou a empurrar a bicicleta.

Aloys, que já estava com o pé direito no pedal, colocou o outro pé e começou a pedalar. A bicicleta tremia em baixo dele, já que ele não conseguia manter o equilíbrio totalmente. Mas ela continuou empurrando.

— Posso soltar? — Ela perguntou.

— Pode!

Ela o soltou e ele continuou sozinho. Ainda não conseguia se manter em uma linha, mas estava indo bem.

— Não para de pedalar ou você cai! — Rebeca falou alto.

Eles continuaram treinando durante algumas horas, até que Aloys pegou o jeito. Depois disso, andaram com as bicicletas pelo bairro até começar a escurecer.

— Eu não sei o que vamos fazer agora, sabe. — Rebeca comentou com Maria, na sala de aula, na segunda-feira.

— Eu também não saberia. É complicado, por que ele não sabe de nada, né?

— Acho que seria bom ele ter algum trabalho... Enquanto não sabemos o que fazer.

— O mercado está contratando gente para trabalhar no estoque. Você poderia levar ele lá.

— Sério? Hm... Vou levar ele lá hoje, então.

— Posso ir junto? Tenho nada para fazer depois da aula.

— Claro.

Depois que o sinal bateu, as duas guardaram seus materiais e saíram da escola. Foram andando para a casa de Rebeca, enquanto Maria avisava sua mãe para onde estava indo. Ao chegarem, deixaram suas mochilas em cima do sofá e foram para a porta dos fundos. Saíram e foram para o celeiro.

— Aloys?! — Rebeca chamou, olhando para o mezanino.

Ele não respondeu. Rebeca olhou para Maria rapidamente antes de andar para a escada. Assim que subiu, viu Aloys deitado em sua cama e achou estranho. Ele nunca dormia essa hora.

— Aloys? — chamou de novo, se aproximando. Segurou de leve seu ombro e percebeu que haviam gotículas de suor em sua testa. — Aloys?

Ele abriu os olhos e a encarou. — Ah... você chegou. — Sorriu de leve.

— O que foi? Por que estava dormindo?

— Eu me senti um pouco fraco hoje cedo... Então decidi dormir um pouco, para ver se melhorava.

— E está melhor?

— Acho que... não. — Se virou, deitando de barriga para cima.

Rebeca colocou a palma da mão na testa dele, verificando a temperatura, e a colocou na bochecha em seguida.

— Você está muito quente — comentou preocupada.

— Estou me sentindo um pouco zonzo.

— Vamos lá para casa... — Começou a ficar nervosa.

O ajudou a levantar e andaram devagar para a escada. Aloys fez um esforço e conseguiu descer. Maria o ajudou lá em baixo. Cada uma apoiou Aloys de cada lado e andaram devagar para fora.

— Acho que tem remédio para febre lá... — Rebeca falou baixo antes do peso do corpo de Aloys desabar no chão junto com ela. — Aloys! Ei, olha para mim. Não desmaia agora.

— Desculpe... — Aloys sussurrou, se virando na grama. — Está tudo borrado.

— Maria... — Rebeca sentou-se ao lado dele. — Pega meu celular na minha mochila, por favor.

Ela levantou e correu para a casa.

— O que você vai fazer? — Ele perguntou baixo.

— Vou ligar para a Cecília... Ela é a única que pode ajudar. — Tentou controlar o desespero em sua voz.

Aloys a olhou. — Por que está chorando?

Passou as costas da mão no olho e só aí percebeu que estava chorando. — Não estou.

— E isso é o quê? — indagou, sorrindo.

— Meus olhos estão se lavando.

— Sei... Você sabe que eu te amo, não sabe?

— P-por que está falando isso agora? — Se assustou.

— Só senti vontade.

— Você vai ficar bem... vai ficar bem. — Segurou a mão dele. — Eu te amo também.

Para Rebeca, aquelas palavras pareciam significar outra coisa. Algo que ela não queria enxergar e muito menos aceitar.

Era apenas impressão. Ele ficaria bem.

Maria voltou e entregou o celular para Rebeca, que o pegou e ligou no número de Cecília. Apenas chamava. Ligou cinco vezes seguidas, mas ela não atendia.

Seu coração já martelava o peito, com o desespero crescendo cada vez mais.

— Temos que entrar — falou com a garganta apertada. — Vamos, Aloys, você precisa levantar. — Colocou a mão na nuca dele e o puxou para frente.

— Não consigo... não tenho forças.

— Aloys, por favor. — Sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Não se preocupe, Beca — Ele sussurrou. — Eu vou ficar bem.

— Fique acordado. Não durma.

Os olhos dele piscavam com frequência, como se estivesse com muito sono.

— Beca... — Maria cochichou.

Rebeca a olhou. Seu rosto estava virado para o lado, para baixo. Ao seguir seu olhar, sentiu todo o calor sumir de seu corpo. Os sapatos de Aloys estavam jogados na grama.

O olhar dela subiu para os braços dele. Suas mãos estavam desaparecendo.

— O que é isso? — Tentou segurar a mão esquerda dele, mas nada havia ali. Parecia apenas uma miragem. Olhou para o rosto dele. — Aloys?

— O quê? — A olhou. — Eu não gosto de te ver assim. Não chore.

— Não... Aloys, por favor... Fica comigo. — Segurou seu rosto.

— Eu estou com você...

— É para ficar comigo para sempre, ouviu? — disse entre lágrimas.

Ele sorriu de leve. — Eu sei.

Rebeca começou a entrar em pânico quando percebeu que a base do pescoço dele estava começando a sumir.

— Não, não! Não! Aloys!

Aloys olhou para o céu e voltou a olhá-la.

Sem pensar, Rebeca aproximou seu rosto e o beijou. O sentiu retribuindo, mas aos poucos aquela sensação se tornou leve. Leve... até que parou.

Ela não queria abrir os olhos. Sabia que se os abrisse, não o veria mais ali.

Apertou as pálpebras, e enquanto apertava as mãos em punho, deixou sua cabeça pender para baixo, a encostando na grama. Lágrimas grossas escorreram para sua testa, enquanto sentia seu peito doer. Doer e ficar vazio ao mesmo tempo.

Soluços doloridos saíram de sua garganta. — Não... não... é mentira.

Ela ouviu Maria chorando baixinho do seu lado, então se endireitou, ainda de olhos fechados, levantou a cabeça e olhou para o céu. Sua visão estava completamente embaçada.

— Maria... estou sonhando, não estou? Por favor, diga que estou. — As lágrimas não paravam de escorrer.

Maria se aproximou e abraçou Rebeca, ainda chorando. — Sinto muito, Beca...

— O que acabou de acontecer? Pelo amor... Por quê...?

— Eu não sei... — Se afastou e a olhou. — Ele simplesmente... sumiu.

Tomando coragem, Rebeca olhou para baixo.

As roupas de Aloys estavam ali, como se tivessem sido colocadas para tomar sol.

Puxou a camiseta dele e a levou para o pescoço, a abraçando.


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Notas finais do capítulo

Eu te amo, Aloys.

Até o próximo, gente. E não se esqueçam: sem xingamentos kkk



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