Narrado em Primeira Pessoa

Alguns dias antes...

— É aqui. O endereço diz que o chalé fica neste bosque — olhei para o meu colega, Ivan, e estacionei o carro numa parte sem árvores. A casa do famoso assassinato canibal estava bem ali, na minha frente.

— Donovan, o que faremos? — Aleksêi era o mais impaciente.

Observei por algum tempo. O chalé em que Milos Petrov havia alugado para cometer canibalismo com Vladmir Chevchenko. Foi um marco nos noticiários, nada desse tipo aconteceu na capital. Até o Putin falou do ocorrido, chamou o cara de monstro. Monstro são esses malditos políticos, viúvas da KGB... isso sim. Milos é o meu herói.

Sempre quis me destacar como alguém que leva a vida radicalmente, mas nunca tive um mentor, um guru! Aquele cara que comeu o outro é a minha fonte de inspiração. Não, não sou canibal e muito menos homossexual, porém quero me tornar um serial killer.

Donovan Smirnov é um cara capaz de tudo para atrair a mídia. Se outros como Petrov, Charles Manson, Jack Estripador, fizeram sucesso, eu posso! Sou esse Donovan, um cara de 25 anos, loiro e que gostava de usar brinco.

— Donovan, o que faremos agora? — Aleksêi Traue, impaciente como sempre. Meu amigo era descendente de alemão.

— Vamos esperar mais um pouco. Talvez esteja ocupado por alguém.

— Será que vai dar certo ficarmos nesse chalé? — Ivan Rosenfeld era o ruivo mais cagão que eu já vi.

Esperamos mais alguns movimentos de dentro daquela casa. Era crucial que não haja muitas pessoas morando ali.

— Mas o que é aquilo? — Ivan apontou para a direção de um homem que estava trepando com um cavalo. Eu gosto muito de animais, mas não tenho nada contra com quem tem esse tipo de fetiche. Penso até que essas pessoas precisam de ajuda psicológica.

— Rapazes, a nossa primeira presa — falei aos outros. 

Saímos de dentro do carro, Aleksêi pegou uma bolsa, colocamos capuzes pretos e andamos na direção daquele gordo, tetudo, filho da puta, comedor de animais. Ele estava entrando no chalé quando nos viu.

— Quem são vocês?

Mal perguntou e dei-lhe uma paulada em sua cabeça. Arrastamos ele para dentro e Ivan fechou a porta.