Você já Amou Alguém na Vida? escrita por slytherina


Capítulo 1
Capítulo 1




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Descanso



Antonio estava correndo velozmente. As chuteiras velhas tornavam seus passos mais fluídos, fáceis, poderosos. O chão gramado, ainda com poças da chuva da noite anterior, era seu aliado. Parecia que -Oh, isso era tão clichê - ele, a bola e o gramado eram um só. Nenhum dos outros companheiros de pelada eram páreo para aquele atleta supremo, que surgia nos finais de semana, e em nada lembrava o sujeito "geek", gordinho, tímido e desengonçado, que ele costumava ser. Após 1 hora de correria, o atleta-cinderela voltou para o mundo dos sonhos, e o "nerd" esquisito voltou a sua rotina habitual.



António, ou Tonhão para os amigos, refestelou-se numa rede que estava atada na varanda da casa de Ubirajara, ou Bira como todos o chamavam. Aquele dia havia sido excepcional. Céu azul, brisa fresca, feijoada, cerveja gelada, pelada com os velhos amigos, e agora aquela rede tão gostosa. Melhor do que isso, só se Antonio tivesse arranjado uma namorada, mas não se pode ter tudo, não é mesmo?



Antonio ficou ruminando esse detalhe. Ele não tinha sorte com as garotas. Elas viviam esnobando-o, mas e ele? Alguma vez já havia amado qualquer garota?



Lembrou-se de Sandra. Ela vivia pegando no seu pé, até que um dia ele se viu agarrado e beijado por ela. Foi uma pena que naquele tempo, Antonio não estivesse interessado em garotas, sendo que os preparativos da estratégia para derrotar "Omega weapon" de "Final Fantasy VIII", lhe consumiam todo o tempo e atenção.



Não, nenhuma garota intrometida e beijoqueira era mais importante do que obter o nível máximo, e as armas mais poderosas de cada personagem. "Selphie Tilmitt" tinha mais chance de conquistar seu coração, com um "nunchaku" poderoso do que Sandra. Ele a despachou sem cerimônias, disparando um: "Você é chata" a queima-roupa.



Digamos então que o fora que ele dera em Sandra não valia, pois ele era um moleque e ainda não havia aprendido a valorizar mulheres. Então tá! E Raquel? Garota de programa contava?



Nesse tempo ele já sabia apreciar os atrativos de um corpo feminino bem torneado. E Raquel era de parar o trânsito. Morenaça de cintura de pilão e coxas grossas. Sempre perfumada e cintilante naqueles "leggings" de lycra acetinada, e bustiê metálico onde mal lhe cabiam os seios.



Mas ela era garota de programa. Saía com mil homens. Ela não contava como namorada. Com certeza também suspirava e simulava orgasmos intensos com os outros caras também. Não! Era uma fingida.



Antonio havia levado isso em consideração na hora em que foi rude com ela, pelo telefone, ao pedir-lhe que não ligasse mais para ele, pois já havia perdido o interesse por ela. Sem dúvida, ela sentia mais falta do dinheiro e presentes que lhe dava, e não de sua companhia. Não, vamos ser sinceros, que mulher honestamente se apaixonaria por ele? Nem mesmo uma garota de programa.



E Kate? Ele lembrou-se da prima em 3° grau, que freqüentava a casa de seus pais, e que sempre posava de namoradinha, mesmo sem o sê-lo. Ela não era feia, e de todas as garotas que já conhecera, era a mais instruída. Todavia, o fato de ser oficialmente aceita e festejada pela família, como sua futura esposa, dava-lhe engulhos. Por que?



Era bonita, inteligente, sabia se comportar em ambientes refinados, era "cool" melhor dizendo, e aparentemente gostava dele. Então por que ele tinha vontade de se esconder embaixo da cama, toda vez que ela aparecia na casa de seus pais?



Porquê simplesmente ela esquecera de conquistá-lo. Ela praticamente contou à família inteira que estava namorando-o. Achava até que ela havia consultado o bispo devido ao parentesco distante, que havia entre eles. Mas ela esquecera de perguntar-lhe: "Você gosta de mim?"



Parecia a ele sumamente errado ficar com ela, apenas porquê era o desejado. Ele tinha que gostar dela também. O fato de tudo aquilo ter se precipitado, fez com que a odiasse. Na verdade, não foi surpresa para ninguém, quando ele terminou o celebrado noivado "fake" com ela.



Podia ainda ouvir a voz dela, segura de si com o rancor mal dissimulado na voz aveludada, dizendo-lhe: "Você ainda vai se arrepender por isso". Assim como também se recordava da resposta que dera para ela: "Pago pra ver".



Será que... Ele era gay? Será que não gostara nenhuma vez, de nenhuma mulher porquê... jogava no outro time? A simples lembrança de homens barbudos, suados, fedidos, musculosos, e com voz áspera... lhe deu calafrios. "Credo em Cruz". Ele tinha asco a homens. Não, ele preferia mulheres. De preferência uma desconhecida, interessante, diferente de todas as mulheres que conhecera até aquela data. Uma que fosse capaz de fazê-lo amá-la mais do que amava a si mesmo.




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