Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 47
If you want to lie to yourself, lie.


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡

Boa leitura amores, saudades de vocês!

Desculpe se houver algum erro, tô caindo de sono! :(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/731749/chapter/47

Clarissa Narrando

As coisas esquentaram em todos os sentidos entre mim e Andrew. – O jeito como ele me toca, me beija, me olha, me faz delirar.

As vezes queria não ceder tão facilmente a ele. – E foi com esse desejo que acordei as três da manhã e não o vi na cama.

Sei que não devo esperar muita coisa do Andrew, eu assumi os riscos de me envolver com ele. – Desde o começo sabia o quanto ele era complicado.

Mas ainda assim é tão foda acordar e não vê-lo aqui, isso me faz cair na real que é sempre só uma transa pra ele.

Me levanto da cama e me dou conta de que ainda estou nua. – Pego o robe que eu estava usando antes e o coloco. – Desço as escadas sem pressa e vou até a cozinha beber um copo d'água.

Me encosto no balcão de mármore frio e fecho os olhos.

Me lembro do que Samantha me contou antes de morrer. – Que minha mãe já havia planejado que Andrew se apaixonasse por mim. – Isso seria impossível, mamãe. Penso.

Saio do cômodo sentindo o chão frio causar atrito em meus pés descalços. – Assim que passo pela sala Andrew sai do escritório falando no telefone.

— Depois a gente se fala Dave. – ele me olha de um jeito estranho e desliga o telefone. – O que faz aqui? – indaga.

— Vim beber água. – digo sem muito entusiasmo.

Estou decepcionada por continuar com isso.

— A essa hora?! – sinto um tom de deboche em sua voz.

— Sim Andrew. Por que, as pessoas não podem sentir sede as três da manhã? – indago sem paciência.

— Posso saber porque está irritada comigo? – Ele chega perto de mim.

— Não estou irritada com você, estou irritada comigo por ser uma idiota! – digo e dou as costas pra ele subindo as escadas.

Sei que Andrew está logo atrás de mim e ele se faz anunciar quando entra no quarto batendo a porta com força.

— Não faz barulho, sua mãe está dormindo! – tento controlar a voz para não sair tão alta.

— Você não pensou nisso quando estava gemendo meu nome. – ele ironiza de um jeito que me irrita.

Estou vermelha de raiva e vergonha. – Olho em seus olhos azuis frios.

— Você é um babaca do caralho! – xingo com raiva e ele da um sorrisinho de deboche.

— Eu já sei que você sabe falar palavrão, garotinha. – sua ironia me deixa ainda mais irritada.

— Por que você não volta pro seu escritório, Andrew?! Ou melhor, por que não vai pra rua?! – indago temendo a resposta.

— Então é isso?! – seu tom de voz é quase como se ele tivesse achando graça.

— Isso o que?

— Você acha que eu deveria ficar aqui como um idiota apaixonado?! Clarissa sinceramente... – ele se aproxima de mim e sorri com deboche. – pensei que você fosse mais inteligente, sabe. É só diversão, amor. – a ironia usada na última palavra é nítida.

Sinto a raiva me invadir e me imagino estapeando a cara dele.

— Você é um vadio, Andrew. – me afasto dele e passo a mão pelo meu cabelo nervosamente. – Em pensar que minha mãe achou que eu um dia me apaixonaria por alguém como você. – sorrio com deboche pra ele.

Andrew me lança um olhar estranho. – Quase como decepcionado?! – Se sim, era exatamente o que eu queria, estou usando do próprio veneno dele.

Pois da minha boca não vai sair que eu posso estar completamente apaixonada por ele.

Seu olhar muda rapidamente. – Agora ele me analisa.

— O que disse? – indaga.

— Isso mesmo que você escutou... – ele me interrompe.

— Você sabia o que sua mãe estava planejando?

— O que?! Não! Espera aí... – pauso. – Você também não sabia?!

— Não. – Andrew diz com raiva.

— Então ela enganou você. – sorrio fazendo ele me olhar feio. – Quem diria não é mesmo?!

— Não é como se o plano ridículo dela fosse dar certo. Olha pra mim, eu nunca me apaixonaria por você. – diz impassível.

Suas palavras me incomodam, me atingem e magoam. – Mas por mais que ele queira parecer tão verdadeiro quando as diz, seus olhos parecem mentir.

— É recíproco. – minto com firmeza.

— Você mente muito mal, Clarissa. – seu sorriso convencido molda seus lábios.

— Você também mente muito mal, Andrew. – Ele volta a se aproximar de mim.

— Está dizendo que estou mentindo?!

— Se você não sentisse nada por mim, teria me entregado aos Acionistas. Eles iam te dar dinheiro por mim, poder... Mas você negou, Andrew, e não me diga que é só por orgulho. – digo, ele estreita os olhos analisando minhas palavras. Sua expressão transmiti firmeza, mas seu olhar não.

— Se quer acreditar em uma ilusão criada pela sua mente, acredite. – seu irritante sorriso volta intacto.

— Se quer mentir pra você mesmo, minta. Pode fingir o quanto quiser que não gosta de mim, mas a verdade sempre vai voltar pra te atormentar. – sorrio da mesma maneira pra ele.

— Garota... – seu rosto está tão próximo do meu que nossas bocas quase se encostam.

Levanto minha cabeça fazendo com que nossos lábios se toquem. – O vejo fechar os olhos e me afasto.

— Boa noite, Andrew. – digo. Ele me olha desafiador.

Vou até a cama e me deito, o colchão afunda ao meu lado. – Me viro rapidamente e vejo que ele deitou.

....

O dia amanhece quente, ensolarado. – Me levanto e vou diretamente pro banheiro. – O reflexo a minha frente me faz lembrar da noite anterior. – De cada toque, beijo... Passo os dedos pelas marcas vermelhas no meu pescoço. – Andrew é um desgraçado, ele adora me marcar com esses chupões. – Mas também me lembro da discussão que tivemos, por mais breve que fosse, ficou claro que ceder é uma coisa que ele não quer fazer. – É tão difícil assim se permitir gostar de alguém?!

Claro que isso deve ter haver com a perda da Angel. – Não é preciso ser nenhum gênio pra associar isso. – Ele deve ter medo de se envolver com outra pessoa.

Tomo meu banho ainda com esses pensamentos na cabeça. – Visto um short jeans preto de cintura alta e uma camiseta branca grande, fico descalça mesmo e apenas penteio meu cabelo, que agora está úmido.

Desço as escadas e assim que adentro a cozinha vejo Amélia tomando café. – A cumprimento com um beijo no rosto e me pergunto mentalmente se ela escutou alguma coisa que aconteceu entre mim e Andrew.

— Bom dia, Clary. Como vai? – pergunta com gentileza enquanto me sirvo.

— Estou bem, e você? – sorrio gentil pra ela.

— Uhum. – confirma sorrindo também.

Andrew adentra a cozinha depois de alguns minutos para minha surpresa. – Pensei que ele já havia saído.

Amélia e eu prosseguimos com uma conversa sobre coisas aleatórias. – Estou de pé apoiada com os cotovelos no balcão. – Andrew passa por trás de mim e bate na minha bunda.

— Qual o seu problema? – indago com irritação e vergonha.

Amélia nos olha e ri. – Andrew parece disposto a me irritar.

— Você não reclamou ontem. – pisca sorrindo maliciosamente.

— Andrew! – repreendo ele. – Cala boca. – ele sorri convencido antes de sair do cômodo.

— Vocês dois não tem jeito! – Amélia diz rindo.

A tarde tive o prazer de ter a visita da Megan. – que quase me sufocou com seus abraços.

— Você não imagina falta que me fez! Queria ter vindo antes te ver. – Ela dizia.

Passamos o dia no quarto jogando conversa fora e assistindo filmes românticos. – Colocamos a conversa em dia, e contei tudo sobre os Acionistas e a viagem. Deixei de fora apenas os detalhes em que eu e Andrew fazíamos amor.

— E você e o Andrew? Como estão? – Ela indaga.

— Não sei dizer. Ele é tão complicado, me dá nos nervos. – digo bufando, ela ri.

— O que ele fez?

Conto sobre o que minha mãe planejou desde o começo. – Andrew e eu nos apaixonarmos, e conto sobre a noite de ontem.

— Ele deve ter ficado mais confuso depois de saber disso... – Megan fala. – Sabe essa coisa de se apaixonar, é ainda mais complicada pra ele.

— Por causa da Angel?! – indago.

— Sim. Muito provavelmente. – Ela confirma. – O Andrew parece bem preso ao passado ainda...

— Uhum. – concordo plenamente com ela. E isso me causa um incômodo na boca do estômago.

— Mas desde a Angel, eu nunca vi ele se envolver emocionalmente com ninguém. Não como ele se envolveu com você. – Megan sorri ao ver minhas bochechas vermelhas. – Eu acho que ele tá caidinho por você, mas é orgulhoso demais pra admitir isso.

— Acho que ele não vai permitir que isso aconteça. O Andrew é muito controlador...

— Em todos os sentidos né?! – Megan diz maliciosamente.

— Sim, em todos. – confirmo rindo e escondendo o rosto no travesseiro.

— Vocês parecem ter uma conexão do caralho. – Megan fala atraindo minha atenção.

— Não acho...

— Pois eu tenho certeza! – diz convencida. – É só questão de tempo até ele perceber.

As horas se passam e quando é de noite Megan vai embora. – Eu e Amélia jantamos na cozinha mesmo, e logo depois de me ajudar a organizar tudo, ela vai embora.

Tomo um banho, coloco uma roupa leve – um short curto de pano, e uma camiseta simples. – Me jogo no sofá da sala e fico lendo um livro, enquanto a TV está ligada.

Só noto que Andrew chegou quando ele arranca o livro da minha mão. – Já é a segunda vez, e isso está me irritando. – Ele coloca o livro na pequena mesa de centro.

Não tenho tempo de levantar do sofá, porque ele rapidamente se coloca por cima de mim. – Estamos tão próximos que sinto seu cheiro invadir-me.

Seus olhos estão azuis claros, como o céu, a pupila dilatada enquanto olha pra mim. – Preciso resistir a ele.

Seu rosto se aproxima do meu, e antes que sua boca possa tocar a minha, viro o rosto rapidamente.

— Sai Andrew! – peço olhando pra qualquer lugar que não seja os olhos dele.

— O que? – indaga. – Olha pra mim, Clarissa!

Demoro alguns segundos, mas acabo olhando em seus olhos novamente.

— Eu pedi pra você sair! – digo com firmeza. – Não sou sua diversão!

— Então é isso?! – Ele estreita os olhos levemente me analisando, mas acaba cedendo e sai de cima de mim.

Andrew fica de pé e eu permaneço sentada no sofá. – Ele cruza os braços.

— Realmente você não sabe esconder o que sente, Clarissa. – diz com superioridade.

Me levanto e fico de frente pra ele.

— Já você... – digo e ele sorri debochado. – Esconde muito bem!

— O que quer dizer?

— Sério Andrew?! – ironizo.

— Eu já te falei, se quer acreditar nessas suas fantasias que eu sou apaixonado por você, vá em frente. – ele da um passo e ficamos mais próximos, sua mão toca meu queixo. – Por que você não sabe se divertir, amor? – Ele usa a ironia de novo, e eu sinto vontade de bater no seu lindo rosto.

— Vai se foder, Andrew! – xingo e ele ri.

— Eu até queria com você, mas hoje está difícil. – sua risada me deixa ainda mais irritada.

Ele se afasta e sobe as escadas indo em direção ao quarto. – Decido ficar na sala por mais um tempo, volto a ler o livro mas estou desconcentrada, leio o mesmo parágrafo cinco vezes e acabo pegando no sono ali mesmo.

Quando acordo na manhã seguinte estranho o lugar onde estou. – Como vim parar no quarto? – Andrew só pode ter me carregado até aqui.

Olho para baixo das cobertas e vejo que não estou mais vestindo a roupa de ontem. – Uma blusa dele cobre meu corpo.

Andrew sai do banheiro de toalha e balança o cabelo de um jeito tão sensual que coisas impuras passam pela minha mente.

— Você tirou minha roupa? – indago sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas.

— Sim. Não é como se eu nunca tivesse visto você sem elas. – diz sorrindo safado.

Me levanto da cama ainda sobre o olhar dele. – Antes que eu entre no banheiro Andrew me puxa pela cintura. – Sinto seu membro duro na minha bunda, a mão dele adentra por dentro da camisa e ele acaricia meu seio. – Fecho os olhos tentando recuperar minha sanidade mental. – Não vou ceder, não vou.

— Me solta! – peço. Ele começa a distribuir beijos pela extensão do meu pescoço e mordo o lábio abafando um gemido.

— Tem certeza? – indaga rouco perto do meu ouvido.

— Absoluta. – Pego em sua mão que está dentro da camiseta e puxo para baixo.

Ele me solta e se afasta de mim com irritação. – Se eu sou só uma diversão pra ele, então não vai me ter.

A semana seguiu assim, com Andrew cada vez mais maluco sexualmente falando. – Toda vez que ele me via, tentava me agarrar e eu resistia bravamente as investidas dele. – Estávamos em um misto de excitação e irritação um com o outro.

Andrew Narrando

Fazia mais de uma semana que Clarissa estava fugindo de mim. – Tudo porque a garota meteu na cabeça que eu nego que tenho sentimentos por ela.

Pra mim tudo sempre tem que ser físico. – Atração, sexo. Apenas isso. – Pensei que se ela não me quisesse, eu fosse conseguir me saciar com outra, mas parece que o caralho do meu pau só quer ela.

Que eu não consigo ficar com outras mulheres a muito tempo, não é novidade. – Mas eu tinha Clarissa pra saciar minha vontade, e agora ela simplesmente não quer mais. – E porra, não sei o que fazer pra essa maldita vontade de ter ela passar.

A falta dela estava afetando até mesmo o meu humor, e Dave se aproveitava ao máximo para me irritar nas horas vagas.

— Nick eu tenho certeza que o Andrew está sexualmente frustrado. – ele disse enquanto resolviamos alguns negócios.

— Cala boca seu filho da puta! – xingo sem paciência e ele cai na gargalhada.

— Vou ir pra boate antes que essa frustração passe pra mim! – Jogo um objeto qualquer na direção dele, mas Dave desvia e sai correndo porta a fora.

— Desgraçado! – xingo mais uma vez e Nick olha pra mim.

— Cara o que tá acontecendo? - indaga fechando o notebook.

— Nada Nick!

— Drew eu te conheço... – ele insiste e eu bufo insatisfeito.

— A Clarissa... – digo e vejo um sorriso se formar na boca dele. – Se for comecar a rir porra, não vou falar nada!

— Relaxa Andrew! Caralho.

— A Clarissa tá fazendo graça e isso me deixa estressado! – digo me sentindo constrangido.

— O que você fez? – Nick indaga e meu olhar não poderia ser mais incrédulo.

— Por que eu teria feito algo, porra?

— Porque eu te conheço Drew. – ele sorri. – Olha, só me conta logo o que aconteceu.

Passo por cima do meu orgulho e conto a ele. – Nick escuta tudo com atenção.

— Qual o problema de assumir que você está apaixonado por ela? – indaga.

— Nick você escutou o que eu disse? Caralho, eu não estou apaixonado por ela! – minha irritação é notória.

— Para de ser mentiroso, Drew! Eu te conheço a anos...

— E daí? – sorrio debochado pra ele.

— Sei quando você está mentindo! – Nick diz com superioridade. – E está fazendo isso exatamente agora...

— Não estou! – Me levanto irritado.

Caminho pela sala enquanto Nick me observa.

— A verdade Andrew, que a pior forma de mentira, é quando mentimos pra nós mesmos... – suas palavras atraem minha atenção.

— Que porra você é agora Nick, um psicólogo? – ironizo e ele me olha com impaciência.

— Seja sincero sobre o que sente pela Clary uma vez na vida, Drew! – fala. – Não precisa dizer pra mim que você está apaixonado por ela, só assuma pra você...

Fico em silêncio e volto a me sentar na cadeira. – Nick retoma o que estava fazendo no notebook. – Longos minutos se passam até eu decidir romper o silêncio.

— Eu jurei que não ficaria vulnerável a essas merdas de sentimentos. – digo encostando a cabeça na cadeira, fecho os olhos me lembrando da Angel.

— Eu sei o quanto isso é difícil pra você, ainda mais depois de perde a... – Nick se interrompe e não pronuncia o nome dela. – Enfim, acho que você pode quebrar algumas promessas.

— Não acho que eu seja capaz disso. – digo abrindo os olhos e fitando o teto.

— Drew, só depende de você. – Nick fala e encerramos o assunto ali.

Penso nas coisas que ele me disse e parte de mim acha tudo ridículo. – Mas por outro lado suas palavras me atormentam.

Nick avisa que vai descer para boate e ver como estão as vendas. – Eu acabo indo pra casa sem pensar muito no que pretendo fazer. – Sei que se pensar demais vou acabar me arrependendo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz e motivada, comente! ♡

PS: Eu amo o Nick sendo sensato gente haha. Digam o que mais gostaram no cap ♡

Beijos ❤



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unsolved" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.