Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 26
Unstable.


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Graças a minha amiga e fiel leitora, Raiza, estou postando esse capítulo depois de muita imploração kk
Desculpe os erros de ortografia, boa leitura! ♥



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Tudo aconteceu tão rápido – em um segundo eu dançava descontraída e despreocupada com Harris e no outro Andrew agarrou meu braço e começou a gritar comigo.

Fiquei tão confusa, e demorei um pouco para assimilar tudo o que estava prestes a acontecer a minha volta.

— Que porra é isso? – Andrew disse ainda mais irritado que o normal.

O frio de seus olhos me assustou – eu só tinha visto ele assim poucas vezes – sua frieza sempre estava lá – mas não em grande escala como agora.

— Eu só estava… – tentei explicar, porém minha tentativa foi inútil.

— Você está bêbada, caralho? – ele gritou, meu hálito havia me entregado.

— Não… Eu só bebi.. – tentei falar mais uma vez, mas ele me interrompeu rude.

— Só cala a boca! – Andrew gritou enfurecido me assustando. – E você – ele apontou para Harris – você vai me pagar! – Harris não disse nada, apenas olhou provocador para Andrew. – Desgraçado.. – ele sorriu sombrio e tirou a arma da cintura.

Andrew havia soltando meu braço, e agora estava bem próximo de Harris – que não pareceu teme-lo.

A arma que Andrew segurava estava entre os dois – olhei a minha volta a procura de ajuda, vi Nick vindo até nós, mas ele ainda estava parcialmente longe, e uma tragédia poderia acontecer.

Fiquei extremamente assustada e apreensiva, o medo dele fazer alguma coisa com o Harris me atingiu, me sentia culpada.

— Andrew! Não! – gritei, fui até ele e agarrei sua camisa em uma tentativa falha de afasta-lo do outro.

— Para com isso.. você não vai me matar. – Harris falou, e aquilo pareceu servir apenas de provocação para o outro.

— Não duvida de mim, Harris! Você sabe exatamente do que eu sou capaz! – Andrew o ameaçou.

— Você precisa de mim. – Harris continuou firmimente.

— Você sabe, ninguém é insubstituível. – Andrew disse impassível, o olhar dele me dava medo.

— ANDREW! – gritei seu nome mais uma vez – para por favor! Vamos pra casa… Andrew! – lágrimas já se formavam em meus olhos.

— Agora você quer ir pra casa, Clarissa? – indagou com deboche, sem me olhar.

Ele continuava a encarar o outro a sua frente.

— Ah merda, Andrew! – escutei a voz de Nick logo atrás de mim.

— Não se mete, Nick! – mandou irritado.

— Andrew.. a culpa foi minha! – falei tentando evitar a tragédia que poderia acontecer.

Uma lagrima seguida da outra escorreu pela minha bochecha.

Minha frase pareceu chamar sua atenção – ele me olhou por cima do ombro, nenhuma emoção era transparecida além da habitual frieza.

Ele pensou por alguns segundos – até guardar a arma na cintura.

Virando-se, ele caminhou até mim – parando muito próximo, sentia seu hálito bater contra o meu.

— Se você é culpada, então terei que puni-la. – essas foram suas palavras. – vamos embora!

As coisas dali pra frente aconteceram ainda mais rápido – ele me deu as costas e eu fui atrás, chegamos na saída da boate e ele entrou no carro seguido por mim.

— Andrew.. deixa eu explicar.. – comecei a falar secando as lágrimas que insistiram em descer.

— Clarissa, cala boca! Eu não quero saber de caralho nenhum! – ele acelerou o carro.

O olhar dele parecia perdido agora – vazio – seu maxilar estava travado, indicando que ele ainda estava muito irritado – os dedos apertavam com força o volante, enquanto ele dirigia em alta velocidade.

Achei melhor por hora ficar em silêncio.

Não demorou até chegarmos em casa – agradeci a Deus por me tirar daquele silêncio perturbador que havia se instalado no carro.

Ele entrou em casa primeiro – sem me esperar ou se quer olhar para trás.

Quando subi as escadas pude escutar o barulho da porta do quarto sendo fechada – com extrema força.

Deixei minha respiração pesada sair – eu não estava psicologicamente pronta para mais uma briga.

Eu estava cansada – meu corpo, minha mente.

Exausta! 

Eu só queria me deitar e dormir por dias – fugir de tudo aquilo.

De tudo que eu não conseguia compreender.

Minha vida estava de cabeça pra baixo – em alguns meses tudo mudou. Eu perdi minha mãe, me casei com Andrew, descobri que quase tudo o que eu acreditava e sabia sobre mim era mentira.

Tudo isso vinha a tona quando eu sofria esse tipo de situação.

Me sentei em um dos degraus da escada e apoiei meu rosto em minhas mãos – deixei algumas lágrimas caírem.

Chorei.

Por não entender o que Andrew queria, o que ele pretendia com tudo isso. Porque ele brincava tanto comigo. 

Chorei por não saber lidar com esse casamento arranjado, por estar nutrindo sentimentos por uma pessoa que me magoava.

Ele era tudo o que eu tinha desde que perdi minha única família – minha mãe – mas nossa relação instável e inconstante estava me esgotando.

Eu não sabia lidar com ele, com seu jeito explosivo, com sua frieza, eu não sabia lidar com isso! 

Esperei alguns minutos até tomar coragem para ir até o quarto.

Caminhei sem pressa e girei a maçaneta.

Escutei o barulho do chuveiro vindo do banheiro.

Respirei aliviada por não ter que encara-lo.

Passei a mão no meu cabelo nervosa – logo depois prendi fazendo um coque.
Alguns minutos se passaram até ele sair do banheiro.

Eu estava sentada na cama – quando escutei a porta se abrir logo olhei em sua direção, ele não retribuiu, apesar de saber que eu o olhava.

Passou diretamente por mim e foi para o closet.

Suspirei cansada – a gente precisava conversar, mesmo eu estando exausta.

Tinha medo dele fazer alguma coisa com Harris por minha causa. – eu vi do que ele era capaz hoje, não me deixaria surpresa, se ele tentasse realmente matar o outro.

Meu estômago embrulhou com esse pensamento.

— Andrew, nós podemos conversar…? – perguntei quando o vi sair do closet.

Ele estava vestido, e não me parecia que ele iria dormir eu casa.

Andrew não me respondeu, foi até a porta e a abriu.

— A única coisa que eu quero, é ficar longe de você. – disse impassível, não demorando a fechar a porta e sumir dali.

Suas palavras me atingiram mais do que o esperado.

Porque eu deixava ele me machuca desse forma?! 

Andrew Narrando.

Se eu pudesse matar alguém hoje, com certeza eu o faria.

Clarissa conseguiu enfim despertar o ódio em mim, não que a culpa fosse exclusivamente dela, Harris também carregava grande parte disso.

Na verdade, acredito que ele é que tenha ido até ela – eu o conheço bem, e sei de suas intenções, não tem como ele me enganar.

Sabendo o quanto Clarissa é ingênua, e que não ver maldade em nada, acredito que ele tenha ido até ela.

Mas isso não quer dizer que eu não estava irritado com ela – por esse motivo decidir ficar longe, eu me conhecia bem, e agora era melhor estar longe, não queria descontar minha raiva nela e acabar machucando-a. 

Sinceramente, era melhor eu estar sempre longe dessa garota.

Eu tinha sido claro em relação a ela ficar bem longe do Harris, e Clarissa sabe exatamente o quanto eu odeio ser contrariado.

Então decidi que a deixaria de castigo – já que ela resolveu me desobedecer como uma criança mimada – assim ela seria tratada.

Dei mais um gole no copo de whisky – encostei a cabeça na cadeira fechando os olhos.

Algumas lembranças do passado queriam vir a tona – me fazendo ficar ainda mais irritado com tudo isso.

Joguei a garrafa da bebida contra a parede na minha frente.

— Inferno! – falei um pouco alterado.

Optei por dormir aqui no escritório, seria muito melhor do que ficar em casa. – ou talvez não, se meus pensamentos continuassem a me perturbar.

(…)

Dirigia em alta velocidade, fui ofendido algumas vezes por motoristas lerdos demais.

Queria chegar em casa antes de vê-la acordada.

Entrei em casa e para o meu azar dei de cara com ela saindo da cozinha.

Ela estava descalça, parecia ter chorado, pois seu nariz estava vermelho – o que não seria novidade, já que isso é o que ela mais faz – tinha olheiras debaixo dos seus olhos, a íris verde estava ainda mais clara, chamando minha atenção.

Não sendo somente isso que chamou minha atenção – ela usava uma camisola que ia até às coxas, analisei seu decote, e seu pequeno corpo, que era tapado pelo tecido fino da roupa.

Mesmo irritado, eu a queria. Eu queria jogar ela naquela maldita cama e fode-la de todas as formas possíveis.

Mas ela precisava de um castigo.

Eu não cederia, nunca.

Tentei controlar meus pensamentos impróprios e meu olhar malicioso – mas não garanto que me sai muito bem.

Ela olhava-me triste, parecia não ter dormindo direito – sustentei seu olhar por um momento antes de subir as escadas sem dizer nada.

Peguei algumas peças de roupa e sai do quarto.

Nós nos encontramos mais uma vez no corredor.

— Você não vai ficar em casa hoje? – ela perguntou baixo.

— Não. 

— Entendo… – Clarissa mordeu o lábio pensativa.

A garota realmente não sabia que certas coisas realmente despertaram uma vontade insana em mim de tê-la.

Olhei para sua boca por um breve momento, antes de passar por ela.

— Espera, Andrew… – escutei ela dizer quando já estava próximo a escada.

Parei – bufei irritado.

— O que é?! – perguntei a contragosto.

— Nós precisamos conversar. – disse.

— Conversar sobre o que inferno? – falei sentindo a raiva crescer dentro de mim – sobre aquela sua ceninha ridícula com o Harris? 

— Nós só estávamos dançando, Andrew! – Clarissa disse mantendo a calma, mas pelo o quanto eu a conhecia, sabia que ela não estava tão calma assim.

— O que eu te disse sobre o Harris? – indaguei me aproximando mais dela.

Clarissa ficou em silêncio – encarei seus olhos, esperando a resposta.

— O que eu te disse?! Clarissa! – falei alto afim de pressiona-la a me responder.

— Não dá pra conversa com você! – ela suspirou antes de se virar e entrar no quarto.

Não ia deixar que aquela garota mimada simplesmente me desse as costas! – ela estava realmente me deixando com raiva.

Entrei no cômodo batendo a porta com força – ela que estava de costas se virou olhando-me cansada.

— Você não queria conversar? – debochei – então é isso que nós vamos fazer!

— Andrew.. eu estou cansada! – falou impaciente.

— Você está cansada?! – ironizei.

— Eu não vou discutir com você… – ela foi até a porta, mas teria que passar por mim.

Segurei em seu braço a fim de para-la – tentei não colocar força no aperto, mesmo estando irritado, eu não iria machuca-la.

— Me solta! – Clarissa pediu, mostrando sua irritação.

— Não! Você quer conversar, então é isso que nós vamos fazer!


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim! ♥

Ps: Por um milagre, não tenho nada a dizer, então apenas vou agradecer a todos os leitores (a) que comentaram no capítulo anterior! Vocês são incríveis. ♥
tt: @sttydiazinha

Beijos ♥



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