Unsolved escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 27
Our relationship is chaos!


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem com vocês?
Demorei um pouquinho, mas estou de volta!
Boa leitura, desculpe se houver erros de ortografia.



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 Clarissa Narrando.

Confesso que mal consegui dormir – e quando pegava no sono, não demorava até que eu acordasse de novo.

A noite foi ruim – a cama parecia tão grande e vazia – sem ele aqui.

Por mais que ele chegasse tarde, eu sabia que chegaria, mas hoje não, hoje ele não voltou.

Andrew saiu pela porta sem olhar pra trás. 

Não aguentei mais me remexer na cama e olhar para o teto. – Me levantei e fui até a cozinha.

Imaginei que minha aparência estaria provavelmente horrível.

Minha cabeça doía – deduzi que seria ressaca – fui até a cozinha e tomei um comprimido para dor.

Eu já estava voltando para o quarto quando encontrei Andrew entrando em casa.

Meu olhar pairou sobre ele – que me fitou de volta, mas sem dizer nada, ele subiu as escadas.

Soltei um suspiro – eu estava tão cansada desse relacionamento inconstante.  

Nós precisávamos conversar! 

E tinha que ser hoje! Mesmo que ainda fossem sete e vinte e dois da manhã.

Não me demorei até ir atrás dele, confesso que ainda tinha esperanças de termos uma conversa civilizada.

Mas qualquer esperança pode ser derrotada com Andrew.

Ele definitivamente não sabia conversar sem brigar.

E eu estava muito perto de explodir se ele continuasse a agir dessa forma.

— Não dá pra conversa com você! – falei antes de me virar e entrar no quarto.

Pedi a Deus mentalmente para que ele não viesse atrás de mim. – mas não fui atendida.

Escutei a porta do quarto bater com força – me virei olhando-o.

— Você não queria conversar? – debochou – então é isso que nós vamos fazer!

— Andrew.. eu estou cansada! – falei impaciente.

— Você está cansada?! – ironizou.

— Eu não vou discutir com você… – falei, e fui até a porta, ou tentei pelo menos, já que infelizmente teria que passar por ele.

Andrew segurou em meu braço – me impedido de passar.

— Me solta! – pedi deixando bem claro o quanto eu estava irritada.

— Não! Você quer conversar, então é isso que nós dois vamos fazer! – falou impassível.

Encarei seus frios olhos azuis por alguns segundos – puxei meu braço de seu aperto, que para minha surpresa, estava bem frouxo.

Me afastei dele, fechei os olhos tentando manter a calma.

— Isso não vai dar certo! – falei baixo, mas audível.

— O que não vai dar certo, Clarissa? – Andrew perguntou indiferente.
Me virei ficando de frente para ele mais uma vez.

Andrew estava com os braços cruzados – mesmo parecendo indiferente, sabia o quanto ele estava irritado.

— Isso. – apontei para nós dois.

— Eu não sei do que você está falando. – disse, notei o sarcasmo em seu tom de voz.

Bufei frustrada.

— Chega! Eu não sei porque ainda perco meu tempo tentando conversar com você! – falei irritada.

Fui até o closet – sendo seguida por ele.

Não tinha pra onde fugir.

— Não me de as costas, Clarissa! – Andrew pegou em meu braço mais uma vez.

Fui obrigada a olhar em seus olhos quando ele me virou sem nenhuma delicadeza de frente para si.

Eu estava irritada, esgotada. E fiz questão de deixar isso bem aparente para ele.

— Sai daqui! – pedi sem qualquer gentileza.

— Você está irritada?! – Andrew ironizou – então você deve imaginar como eu fiquei quando te vi com aquele filho da puta do Harris! – o aperto em meu braço se intensificou.

— Então você ficou irritado?! – não aguentei mais, ri de deboche.

Andrew me olhou frio, o maxilar travado – ele estava com raiva.

— Do que está rindo, inferno?! – indagou alto.

— É engraçado Andrew! – gritei cessando meu riso – é engraçado como você ficou irritado ao me ver apenas dançar com o Harris! Mas eu tenho que aceitar perfeitamente suas traições! – joguei tudo pra fora.

Isso era só uma parte do que eu estava sentindo.

Ele me analisou por um momento, sua mão voltou a apertar meu braço com força.

Andrew aproximou seu rosto do meu – centímetros nos separavam, sentia seu hálito contra o meu. – menta e cigarro.

— Nós estamos falando de você! – disse bem próximo dos meus lábios.

— E qual a diferença?! – sussurrei perto demais da sua boca, quase encostando.

Me afastei o máximo que pude ao perceber que ele olhava para os meus lábios.

— A diferença é simples… – Andrew me soltou, mas continuou a me olhar – é que você mora comigo, eu cuido de você, e por muitos motivos você me deve obediência. – ele sorriu frio e irônico.

— Isso nem faz sentido! – falei impaciente com sua mera justificativa.

— Não é pra fazer sentido, Clarissa. É apenas pra você entender… – Andrew voltou a ficar mais perto de mim – que você deve ficar longe do Harris, ou de qualquer outro desgraçado. – um sorriso brincou em seus lábios, um sorriso convencido e indiferente.

— Isso é um absurdo, Andrew! – gritei protestando.

— Não comece a agir como uma criança mimada! Não são nem oito horas da manhã ainda! – debochou.

— EGOÍSTA! – gritei com raiva.

— Pode gritar o quanto quiser… Só não me desobedeça de novo! – sua expressão ficou seria – Eu não estava brincando quando disse que castigaria você – ameaçou.

— Eu não tenho medo de você. – falei tentando transmitir firmeza.

— Eu sempre digo o quanto você é uma péssima mentirosa! – seus olhos ainda fitaram os meus por breves segundos antes dele ir embora.

Respirei pesadamente, essa não era a conversa que eu queria ter, nem de longe!  – Era frustrante! Nós não conseguíamos nos entender, por nada nesse mundo.

Andrew Narrando.

Desde que fui me meter com essa garota, meu humor só havia piorado.

Clarissa conseguia perfeitamente me tirar do sério, em todos os sentidos que você possa imaginar.

Eu fiz o que ela queria; tivemos a tal conversa, e como esperado, ela me cobrou como se o nosso relacionamento fosse mesmo real.

Ela não conseguia entender que eu não gostava de se contrariado?! Ela não conseguia obedecer somente um pedido meu? 

Inferno! 

Fui para o escritório na boate, nem sei se voltaria pra casa, ela me irritava.

Esperei horas até Nick e Dave chegarem.

— E ai cara, tá mais calmo?! – Dave perguntou segurando o riso.

— Dave você quer receber a primeira ameaça de morte do dia agora?! – ironizei.

— Olha Andrew, ciúmes não faz bem não, sério. – Dave caiu na gargalhada, joguei um objeto qualquer na direção dele, que desviou. – violento. – resmungou.

— A Clarissa está bem? – Nick perguntou preocupado.

— Ela está viva, Nick. Isso basta, não acha?! – indaguei retoricamente. – Cadê o Harris? 

— Ele tá chegando.. – Dave falou – só uma dúvida Drew, você vai matar ele?! – brincou.

Mesmo sendo brincadeira, tive que pensar por um instante – confesso que minha vontade de matar Harris não havia passado, mas ele ainda era uma peça importante pra mim, então por hora, eu não poderia mata-lo.

Por isso decidir fazer uma outra coisa. Uma coisa que Harris não iria gostar nenhum pouco.

— Vamos direto ao assunto. – falei assim que ele chegou, não queria passar mais nenhum segundo olhando pra cara dele.

— Que assunto?! – perguntou curioso.

Dave e Nick pareciam desconfortáveis – pois já sabiam que ele não gostaria da minha decisão.

— Eu decidi que você vai passar um tempo fora da cidade. – falei indiferente, recebendo um olhar confuso dele.

Eu sabia o quanto ele odiava ter que sair de New Orleans, ele gostava daqui e além do mais pra onde eu o mandaria seria nosso campo de batalha para conquistar mais uma cidade.

Depois de longos minutos discutindo – e eu me controlando para não atirar naquele monte de merda na minha frente – Harris acabou cedendo aos meus argumentos irrefutáveis. 

Os outros dois também concordaram comigo, deixando ele sem muita saída.

— Porque não o Nick ou o Dave?! – indagou inconformado.

— Porque preciso do Nick aqui, e o Dave foi da outra vez! – falei impaciente – e eu não posso ir por motivos pessoais, acho que você entende – sorri provocador me referindo a Clarissa.

— Entendo, perfeitamente. – disse a contragosto.

Continuamos a resolver alguns negócios, entre as piadas sem graças de Dave e algumas discussões entre mim e Harris. – Confesso que não sei de onde tirei tanta paciência para não atirar nele.

Já estava ficando tarde quando acabamos tudo – ficou resolvido que Harris iria partir amanhã mesmo – fiz questão de não esconder minha satisfação.

— Não vai ficar pra noitada?! – Dave perguntou quando me viu ir em direção a porta.

— O que faço, ou deixo de fazer não é da sua conta, Dave! 

— Nossa, calma estressadinho! – falou.

— Antes que eu me esqueça.. – Harris falou, o encarei. – manda um beijo pra Clarissa, já que não vou poder me despedir. – ele sorriu cínico.

Suprimi todo ódio que senti dele naquele momento – eu queria dar um tiro nele, bem no meio das pernas.

— Eu digo, quando estiver fodendo ela. – devolvi o sorriso pra ele, que pareceu ficar sem ter o que dizer.

Filho da puta.

Fui dirigindo o mais rápido que pude pra casa – eu precisava de um banho, antes de cair na noite.

Estava decidido que hoje eu escolheria uma garota pra transar – me dei conta de que já fazia um tempo que não ficava com alguma vadia.

O que era bem estranho pra mim, na verdade, era muito estranho.

Mas com a Clarissa agora na minha vida, estava difícil conseguir ficar com alguma outra mulher. Já que ela sempre me deixava estressado, irritado, e na maioria das vezes sem tempo. – E mesmo não querendo admitir, ela dominava parte dos meus pensamentos, uma parte nada inocente.

Não demorei pra chegar em casa, destranquei a porta e me livrei da camisa jogando ela em cima do sofá da sala – eu estava louco por um banho.

Abri a porta do meu quarto e logo me deparei com ela.

Que deixava transparecer sua irritação – os braços cruzados, em uma tentativa de parecer seria.

Mas a única coisa que ela conseguia com isso, era me deixar louco pra tê-la.

Confesso que ela irritada assim, de certa forma de deixava excitado.

Analisei seu corpo sem pudor, ou vergonha – olhei ela por completo.

Clarissa vestia um vestido branco, de alças finas e um decote mediano – o vestido deixava suas curvas bem marcadas, e suas coxas a mostra.

Não conseguia me concentrar em outra coisa, que não fosse seu corpo.

Voltei a fitar seu rosto – ela pareceu perceber que eu a olhava, pois estava corada, mas ainda tentava manter a pose.

Virei somente para fechar a porta do quarto, estava começando a repensar sobre sair hoje.

— Qual é o seu problema? – Clarissa indagou assim que voltei a me virar de frente pra ela.

A olhei sem entender.

A garota estava ficando maluca? 

Ela ainda me olhava irritada, e eu ainda queria fode-la.

Clarissa Narrando.

Conviver com o Andrew, era aprender diariamente que eu não poderia ter tudo o que quisesse, e que nada seria do meu jeito.

A nossa conversa saiu totalmente o oposto do que eu desejava, e como se não bastasse, ele ainda saiu porta a fora sem dizer mais nada.

Eu continuava irritada com ele, pelo ataque ridículo que ele teve em relação ao Harris, e pela nossa conversa de mais cedo, que não fez sentido nenhum pra mim.

Já era de tarde, quando Megan resolveu dar o ar da graça dela, e me tirar do tédio.

Sem Amélia aqui, eu ficava praticamente sozinha o dia todo.

— Clary! Você está bem? – ela perguntou me olhando preocupada.

— Estou bem, Meg. – sorri pra ela, tentando amenizar a situação.

— Como foi com o Andrew?! Nick me contou os detalhes da briga… Eu estava meio embriagada.. – perguntou, eu não consegui segurar o riso com sua última frase.

— Foi ruim.. – falei quando meu riso cessou – nós não tivemos uma conversa decente! Ele é impossível! – bufei frustrada.

— É, eu já imaginava! – disse compreensiva.

— Andrew é um caos… Nós dois somos! Nossa relacionamento é um caos! – desabafei.

Megan me olhou triste, pareceu pensar por um instante.

— Olha eu sei que você já está chateada o suficiente com ele… – ela parecia procurar palavras.

— Fala logo Megan! – pedi.

— É que eu estava na boate hoje mais cedo... e ouvi uma conversa da secretaria do Andrew, que talvez ele tenha mandado o Harris pra outra cidade… Mas segundo ela é por “negócios”.. – Megan fez aspas no ar com os dedos.

— Como?! – falei não acreditando no que eu estava ouvindo – o que o Andrew tem na cabeça?! – falei irritada e aborrecida.

— Olha Clary, nos duas sabemos que não foi por negócios… – ela disse.

— É claro que não! – falei – foi porque ele é um idiota! Que pensa que eu sou propriedade privada dele!

— Ou por ciúmes…?! – Megan indagou segurando o riso.

— É claro que não foi! – revirei os olhos.

— Será?! – falou duvidosa.

Ainda conversamos por um bom tempo, e perguntei para ela porque não me ajudou na discussão do Andrew com o Harris – segundo Megan, ela estava meio ocupada se “pegando” com o barman.

— Não me julgue! Ele era um gato! – ela disse quando a olhei com uma cara de “fala sério”.

Mesmo me distraindo com Megan, não pude deixar de pensar em como Andrew estava sendo um tremendo idiota! Fazer isso com Harris, mandá-lo embora por um mero capricho?! 

Eu estava irritada – muito pra ser específica – com ele.

Assim que Megan foi embora, aproveitei pra tomar um banho, e tentar colocar as coisas no lugar dentro da minha cabeça.

Não que tenha funcionado, mas eu me sentia mais relaxada.

Vesti um vestido branco de alcinhas finas, ele tinha um decote mediano – como eu ia ficar em casa, não me importei em vesti sapatos ou sutiã – o vestido batia no meio nas minhas coxas. E por fim, deixei meu cabelo solto.

Me deitei e liguei a tv, tentei me distrair com um programa qualquer, mas não funcionou.

Me levantei para olhar pela janela, assim que pensei ter escutado um barulho de carro. – olhei discretamente e vi o carro do Andrew estacionar no quintal.

Eu não conseguia parar de pensar no que Megan havia me falado mais cedo. 

E fiquei esperando ele vim até o quarto, fiquei de pé e cruzei os braços a sua espera.

Não demorou muito para que ele entrasse no quarto, sem camisa.

E eu não imaginei que vê-lo assim, me desconcentraria.

Andrew me analisou, totalmente, seu olhar era malicioso. 

Me senti desconfortável, sentia meu rosto esquentar – deveria estar vermelho.

— Qual é o seu problema? – indaguei voltando a raciocinar logicamente assim que ele fechou a porta.

— O que você disse? – Andrew retrucou confuso, ele estreitou os olhos como se tentasse compreender.

— Exatamente o que você escutou! – falei me irritando com seu cinismo.

— Olha só Clarissa… – ele me olhou sério – eu não sei o porquê você está agindo assim, mas espero uma boa razão pra você justificar essas merdas que está dizendo. 

— Então você quer uma boa razão?! – falei retoricamente. – eu vou te dar uma boa razão! Que tal o fato de você ter mandado o Harris embora daqui?! 

A expressão dele mudou na hora – o olhar, tudo.

— Quem foi que te contou isso? – Andrew olhou dentro dos meus olhos, ele estava me intimidando. 

— Isso não vem ao caso… – tentei desconversar.

— Clarissa.. – ele deu um passo a frente ficando mais próximo de mim, eu pensei em recuar, mas não queria demonstrar fraqueza perante ele. – quem foi que te contou?! – Andrew repetiu a pergunta, ele estreitou os olhos dessa vez me analisando com muito mais atenção.

— Isso não importa… – falei nervosa.

Seu olhar analítico pairou sobre o meu por mais alguns segundos.

— Foi a Megan… Não foi?! – Andrew constatou, me deixando surpresa e ainda mais nervosa.

— Não… – tentei mentir.

— Aquela vadia fofoqueira..! – falou irritado.

— Não fala assim dela! – advertir, Andrew me olhou bravo – O que eu quero saber, é o porquê você fez isso com o Harris? – indaguei.

— O que eu faço ou deixo de fazer, não é da sua conta… E porque esse súbito interesse pelo Harris?! – perguntou impassível.

O olhar dele escureceu ainda mais, o maxilar travado – ele estava realmente com raiva.

— Eu só não acho justo você fazer isso com ele! – retruquei.

Andrew que já estava perto, quebrou ainda mais a distância entre nós, o corpo quase encostando no meu e um olhar ameaçador.


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim! ♥
Ps: Preparem os corações para o próximo capítulo!
Obs: Talvez eu não tenha respondido todos os comentários, mas li todos, e já quero deixar aqui meu grande agradecimento! Vocês são maravilhosos! ♥
Beijos ♥
@sttydiazinha.



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