Survival Code escrita por Pizzle


Capítulo 2
Sentenciada


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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—Lissi... Sad. Lissi Ad?— a pequena tentava ler, a pequena garoa não a ajudava.

—Lissad. Cidade de Lissad.— a maior corrige, nem prestando atenção na placa.

A maior carregava uma mochila que parecia maior que ela, com um arsenal: algumas facas, todas as armas que tinha, e itens para que pudesse se curar, caso se machucasse. Estavam andando na garoa há cinco horas, sem parar um segundo, e dando graças a Deus de não terem encontrado nada de ruim no caminho, apenas o resto dos vaga-lumes. Nathalia estava cansada, seus pés pediam descanso, porém Patrícia achava perigoso parar agora. Estavam no meio de uma floresta escura, usando duas lanternas e a luz do luar para guiá-las. Barulhos de corvos foi o suficiente para assustar a adolescente, todavia, nem se comparava ao que viera depois:
—Menino-monstro.—a pequena fala, assustada, olhando para trás.
Sem nem dar tempo para pensar, Patty saca sua Magnum 44 cano curto carregadíssima e mira para onde a outra olhava. Encurrala a irmã perto da árvore, de modo que nada pudesse a machucar. Não demorou muito para que estaladores viessem correndo para cima dela. Patty dispara nos dois primeiros e pega o terceiro para um combate corpo-a-corpo, Alia estava escondida na sombra de alguma árvore, com a lanterna desligada. É quando, em um curto período de tempo, aparecem corredores, e todos vão para cima de Patrícia, que fica desesperada. Ela se livra do estalador, disparando contra três dos cinco corredores, no exato momento que ela fica sem bala, um corredor a joga no chão. Ela tentava sustentar, porém o inimigo fazia muita força. Alia precisava fazer algo. A pequena olha para o lado, vendo um galho de árvore novo. Sem pensar a segunda vez, o pega, e parte para cima do adversário da irmã, acertando em cheio na sua cabeça.

—Onde você aprendeu isso, menina?— Patty pergunta assustada, se levantando, a pequena apenas dá de ombros.

Um rugido alto, bem atrás das duas. Patty força os olhos, teimando que estava ficando louca. Uma máquina no formato de um T-Rex; os olhos brilhantes e azuis parecendo famintos, algumas ferragens estavam expostas, o pé mecânico fazia um barulho estridente, e o rabo longo demais que era capaz de matar alguém com um tapa.

—Mas que porra é essa?— Patrícia fala, vendo os olhos do animal focarem nela e na irmã. Vagarosamente ele se aproxima, de primeira apenas analisando, quando ele as enxergam como ameaça começa a passar o pê mecânico no chão, como um touro.— Alia, CORRE.

É a última coisa que ela fala, e logo as duas fazem jus ao termo "sebo nas canelas". Corriam tanto que nem perceberam quando finalmente saíram da floresta, agora corriam pelo um belo campo de flores. Patrícia tem uma ideia. Ela grita para irmã o plano, e as duas se jogam no rio que passava por baixo de uma ponte. Engrenagens fizeram o favor de colocarem uma capa nas pernas do animal, e ele voltou a correrem atrás delas. Elas fogem para bem longe, perdendo o rumo de onde estavam.

—THUNDERJAW!— uma voz feminina exclama, lançando uma flecha explosiva no tanque da máquina. Com mais algumas flechas, o animal cai sem energia.

Patrícia demora bons cinco minutos para se dar conta do que tinha acontecido. Assustada, ela se vira, vendo uma mulher estática a olhando, agora com o arco abaixado. A criatura tinha cabelos ruivos em dreds, metade amarrados por um laço azul, abaixo do ombro, usava uma roupa feita de pele de animal, e nos pés uma bota antiga. Nas mãos, um arco feito a mãos, e nas costas as flechas variadas. A menina, que parecia ter entre dezesseis e dezoito anos, observava atentamente Patrícia. Patty não perde tempo e já pega uma arma qualquer.

—Quem é você?— ela pergunta, engatilhando.

—Eu salvo você e a criança e é assim que me agradece?— a moça fala, guardando o arco, nem ligando para o revólver apontado.

—Quem é você?— fala com mais entonação, parecendo mais forte e destemida.

—Aloy.— chega perto do animal morto, catando engrenagens que achava importantes.— E vocês?

—Nathalia, Patrícia.— a pequena se pronuncia pela primeira vez nos últimos vinte minutos.— Cabelo maneiro. Sabe quem ia gostar? A Ellie.— comenta, dando a sensação de uma facada profunda no coração de Patrícia. Como gostaria de ter trago a amiga consigo.

—Ellie?— Aloy pergunta confusa.

—Uma amiga nossa, nada muito importante.— Patty dá de ombros.

—Como é nada importante? Você gostava dela.— Alia denuncia, recebendo um peteleco da irmã.

—Eu tenho água e comida em uma casa no topo dessa montanha.— Aloy informa, olhando para o lugar que viera. Patrícia olhou para a ruiva confusa, mas já estavam na montanha?

—Já estamos na montanha? Quanto tempo dá daquela floresta até aqui?

—Vinte minutos.— a ruiva dá de ombros, seguindo caminho.

A casa era no topo da montanha. Uma casa velha, empoeirada, cheia de equipamentos esquisitos e um computador que parecia para lá de ultrapassado. Nas paredes, quadros velhos, com pinturas desgastadas de Aloy com algum homem. O chão rangia a cada passo que davam, as paredes não pareciam ser pintadas há muito tempo. Aloy as levaram para uma oficina, lá tinha várias máquinas desmontadas, peças espalhadas, e arcos novos. De janela do quarto que as irmãs ficaria dava para observar um rio límpido, a floresta que passaram, e uma coisa mecânica com um pescoço enorme.

—Pescoção, uma das máquinas mais difícil de domar. Thunderjaw, o que quase matou as duas, é o mais raivoso que tem entre eles.

—Entre eles? Quantos tipos dessas coisas existem?— Alia pergunta confusa, olhando para Aloy ao seu lado.

—Provavelmente muitas.— abre o guarda-roupa envelhecido, passando um pano para retirar alguns bichinos e as poeiras.— O rio lá em baixo serve para tomar banho, enquanto o dia fica tão aquecido como o próprio sol. Com duas mochilas completamente cheias, é impossível que não trouxeram trocas de roupas.

Alia dormiu após algum tempo, dessa vez sem ouvir a história da Lagarta. Estava cansada por ter andado, corrido, e ainda lutado contra alguns corredores. Patrícia estava no mesmo estado, só que mais intensamente. Enquanto colocava a mais nova para dormir, ficou pensando em Ellie. Em como o acampamento estava agora, se estavam todos bem (inclusive Maria), onde estavam... Eram tantas perguntas. Na verdade, ela queria ter trago Joel e Ellie consigo, provavelmente oitenta por cento de suas preocupações seriam sanadas.

Patrícia fecha a porta tentando não fazer barulho, a irmã tinha um sono leve. Caminhou desconfiada até a oficina. Chegando lá, encontra Aloy concentrada em alguma máquina. Bate na porta de madeira três vezes, a fim de chamar atenção da moça. Aloy sussurra para que Patty entre, e ela o faz, se sentando bem ao lado dela.

—Estou analisando um novo sistema imunológico que implantaram.— fala admirada, olhando para a mais nova amiga sentada perto demais. Com certeza, se fosse Ellie no lugar de Aloy, elas se beijariam novamente, não que se beijar fosse uma atividade comum entre ela e a ex-amiga.

—Você é tão...— perde a fala, observando os traços do rosto da outra.

—Inteligente?— pergunta sorrindo.

—Incrível.— sorri de volta, olhando para baixo e colocando um pedaço de cabelo para trás das orelhas.

Enquanto isso, Ellie vasculhava o quarto da amiga. Tinha tanta coisa interessante; pesquisas sobre o vírus, sobre pessoas importantes, pesquisas de todos os tipos, também fórmulas de contas de todos os tipos enumeradas com números romanos. No guarda roupa tinha poucas roupas, apenas as que eram consideradas mais pesadas. Na gaveta da escrivaninha apenas alguns rascunhos de algo desconhecido, ou nem tanto. Ellie observando direito, era o desenho de uma baleia, com algo escrito em baixo.

"DIREITA, 3 PASSOS"

Ela seguiu o papel, poderia não ser o primeiro comando, mas já era algo. E eram coordenadas que davam no guarda-roupa, em uma porta específica. A adolescente revirou o móvel, tentando achar algo, e só encontrou poeira.

—O que você está procurando? No guarda-roupa não tem nada, eu já vi.— Joel se aproxima, vendo a jovem quase inteiramente enfiada no móvel.

—Achei isso.— ela mostra o papel, Joel se espanta gritando por Tommy.

—Onde você achou?— Tommy pergunta.

—Gaveta da escrivaninha. Bom, para mim, parecem coordenadas.

—Devem ter mais.

Os três checaram o guarda-roupa novamente, nada. Quando, sem mais esperanças, Joel, sem querer, bate com o cano da arma no fundo do móvel, e um esconderijo secreto é descoberto. Era uma parede, cheia de coisas criptografas, alternando em Mandarim e Grego. Outra pista fora encontrada perto de alguma fórmula desconhecida, agora era algo mais preciso.

"Escada, baixo"

—É andar único, não tem escadas.— Tommy responde, suspirando pela vigésima vez no dia. Estavam perdendo muito tempo se a carta da menina tivesse certa.— Quer dizer, ela só está falando dessa casa, não é?

—A varanda.— Ellie grita estupefata, correndo até tal. Tirou a parte quebrada da escada, pegando mais um papel. Dessa vez, era uma carta, destinada somente a Ellie.

—Para quem é?— Joel pergunta, vendo o olhar melancólico da quase filha.

—Para todos, não é só ela que está passando risco de vida.— Tommy responde, quase pegando a carta de Ellie, sendo impedido por um Joel cansado.
—Deixa a menina, cara, desde que Patrícia sumiu a única coisa que faz é gritar com Ellie, que eu saiba ela não está contrabandeando a Patty.

Os bilhetes seguidos não foram difíceis de encontrar, agora que Ellie parecia mais animada. Desde que Riley morrera, Patrícia se tornara a única amiga que a de olhos esverdeados tinha. Por mais que achasse a menina metida a inteligente, gostava da companhia dela. Gostava, também, das piadas velhas sobre séries e gibis da década passada. Gostava do estilo de se vestir, e até como falava. Gostava de a deixar envergonhada, dando a entender que algo que ela dissera era malicioso. Ela era uma graça. Inúmeras vezes Ellie se pegara pensando nela antes de dormir, e em noventa por cento delas saía escondido para vê-la dormir. Não ia a casa dela tarde da noite para conversar, como amigas normais faziam; ia apenas para observá-la dormir, com a respiração compassada e os cabelos bagunçados, e só voltava para casa quando estivesse com sono o suficiente para se jogar em qualquer canto e dormir.

Rugidos, altos, vindo do centro do acampamento. Os três se entreolharam, todos com o mesmo sentimento: medo. Não de enfrentar Maria, mas, sim, de morrer. Pessoas inocentes os atrapalhavam pelo caminho, correndo desesperadas para o outro lado do acampamento. No centro do lugar, onde ficava a fogueira recém acesa, havia um monstro horrível. Tommy engoliu em seco ao ver o estado daquela que um dia amara.

Com mais de trinta metros de altura, Maria estava com os seios de fora, e a parte de baixa coberta apenas por algum pano embolorado. Seu corpo havia tomado uma tonalidade vermelha, como se estivesse em chamas. Seus cabelos, ou o resto destes, estavam em chamas, arrepiados. Em suas mãos um machado, que provavelmente havia pegado de um lenhador, com farpos em volta. Ela estava com as mãos na cabeça, gritando algo irreconhecível, até que eles se aproximam vagarosamente, prestando mais atenção no monstro:

—Não... Eu não posso fazer isso, Wesker. Faça-a parar. Faça-a parar.— grita, com as mãos tapando os ouvidos.— ME... MATE!

—Lagarta, lagartinha. Por que não lhe conta a própria sentença? Poupe-lhe do sofrimento.

—É inútil, o sofrimento está presente na alma.

A Lagarta — Pizzle


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Notas finais do capítulo

A Lagarta é mais uma história fictícia, que foi criada por metáforas, por mim mesmo. Boa noite



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