Rose On The Gray escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Só para os interessados, essa era para ser uma fic BrucexDick mas não estou ainda pronta para isso, sorry Anne L. Um dia sai. Mas pelo menos vai ter algo nas entrelinhas, não tão discreto asssim.


— Inspiração, musica Kiss From a Rose, Seal.
"Baby, I compare you to a kiss from a rose on the gray"
Gray, Grayson, sacou? :v



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Assim que a porta do elevador abriu, Dick Grayson perdeu o equilíbrio, pois suas costas estavam grudadas na grade de metal, sendo pressionada pelo corpo de Christian Isaac, um advogado que conhecera naquela noite, em uma festa na Universidade de Gotham.

Eles saíram do elevador aos tropeços, os lábios buscando uma forma de se manterem unidos conforme caminhavam pelo corredor. Dick foi apenas seguindo os passos de Christian até pararem em frente a uma porta.

— A chave. — Christian falou rapidamente, levando sua boca ao pescoço de Dick, dando leves mordidas. — Espero que a Senhora Lewis não apareça no corredor agora. — Ele comentou, dando um sorriso e piscando o olho de forma sedutora.

Dick não sabia onde estava com a cabeça quando tudo aquilo começou. Christian era mais alto que ele, seus cabelos negros, bem aparados e penteados, e o corpo definido, pelo menos era o que parecia por cima das camadas de tecido ao qual ele havia amassado. Eles entraram no apartamento e continuaram uma sessão de beijos e amassos até alcançarem o sofá da sala.

Dick caiu por cima dele e tentou tirar o casaco que vestia, sendo puxado pela cintura para a continuação do beijo. Desistiu de tirar a roupa, relaxando o corpo e aproveitando aquele momento.

Nas raras ocasiões que Dick tirava uma folga para namorar, as coisas aconteciam tão apressadamente que pouco tempo ele tirava para, por exemplo, cortar o clima e perguntar se ele poderia abrir uma garrafa de vinho.

Dick piscou os olhos, atônito com a tranquilidade de Christian ao se levantar do sofá, ajeitando seus cabelos macios e a camisa puxada para fora da calça.

— Fique a vontade, eu vou arrumar o quarto para nós. As taças ficam naquele armário. — Christian apontou para um armário branco. As garrafas de vinho encontravam-se posicionadas de maneira correta ao lado do móvel.

Sozinho na sala, Dick pode ver melhor o apartamento. Quando entraram, houve tempo apenas de acender um conjunto de luzes amareladas, deixando o clima mais aconchegante. A decoração era simples, diria minimalista. Nada fora do lugar, tudo em madeira branca, metal e vidro. Ele ponderou se era hora de ir embora, afinal de contas, já passava da meia noite, deveria já estar nas ruas fazendo uma patrulha.

Também pensou na estranha sensação que sentia com a presença de Christian, eles foram apresentados por uma das professoras de Bárbara e deixados sozinhos para conversar. Dick poderia ter ido embora na hora que quisesse, mas decidiu ficar mais cinco minutos e mais cinco minutos.

Estava difícil de fingir que a aparência de Christian não era um dos motivos para estar ali. E mesmo que estivesse excitado, no fundo havia um apito que o alertava sobre como era ridículo alimentar tal fantasia. E totalmente injusto estar com alguém, pensando em outra. Mesmo que a outra fosse alguém inalcançável para ele.

Atormentado com seus pensamentos, Dick caminhou até o armário e pegou duas taças, escolheu o argentino Achaval-Ferrer, malbec de 2010, aquela marca era conhecida e muito utilizada na mansão Wayne. Novamente aquele pensamento povoou sua cabeça.

Ele serviu as taças e Christian já retornava do quarto. Estava com a mesma roupa, apenas mais arrumado.

— Ótima escolha. — Falou, erguendo a taça e fazendo um brinde por aquela noite. Dick concordou com a cabeça e os dois beberam. — E então, me fale um pouco mais sobre você.

— Bem, não sei exatamente o que quer saber.

Christian pegou a mão de Dick e o levou até o sofá.

— Seu rosto não é muito familiar na Universidade, mas eu tenho quase certeza de que já te vi em algum lugar.

Era verdade, um mês atrás o Asa Noturna havia salvo a vida de Christian em um sequestro relâmpago. Mas, obviamente, Dick não iria dizer isso. Além do mais, era uma surpresa encontrar-se com ele na festa da Universidade. Era mais surpresa ainda ele ter ido aquela festa, logo depois de Barbara ter insistido muito. Talvez aquela noite fosse cheia de surpresas, porque depois de uma hora de conversa, bebendo cerveja e ouvindo uma música muito barulhenta, eles estavam aos beijos no carro de Christian.

Dick prometeu à amiga que iria se divertir, mas não estava planejando dormir com alguém naquela noite. Mas não poderia negar que estava gostando de tudo que fizera até aquele momento com Christian.

— Minha amiga estuda lá, eu apenas fui um intruso. — Dick sorveu mais um pouco do vinho. — Eu tenho vinte e três anos, cresci no circo e depois que ele faliu, trabalhei em várias coisas pela cidade. Tenho um rosto familiar.

— Eu duvido muito disso. — Christian deixou a taça de vinho na mesa de vidro, em frente ao sofá. — Não iria esquecer um rosto como o seu.

— Disse o cara que deve conhecer gente muito mais interessante do que eu.

— O que te faz pensar que não é interessante?

— Eu conheço homens como você. — Dick falou e depois percebeu que pareceu grosseiro. — Digo, somos bem diferentes.

— Não sei se fico curioso ou preocupado em você conhecer homens como eu.

— Eu não vendo serviços sexuais, se é o que pensa.

Christian gargalhou.

— Não costumo pagar minhas companhias, mas com você eu teria o prazer de abrir uma exceção.

— Agora eu que devo me preocupar? — Dick bebeu mais do vinho. — Você mora em um prédio que eu jamais poderia pagar nem a vaga na garagem, seus vinhos são caros e sua aparência diz muito sobre os lugares que deve pertencer.

— Que tal eu dizer a você onde eu pertenço? — Christian mexeu nos cabelos negros, depois levou a mão até a perna de Dick, alisando a coxa sobre a calça. — Você vê uma rosa, bela e perfumada, mas ela possui espinhos. Você tira conclusões sobre ela se proteger com os espinhos, mas e se for o contrário, se ela está protegendo os outros?

Dick o olhou sério e um pouco confuso.

— Você é a rosa, ou eu sou a rosa?

Christian riu novamente. Ele jogou o corpo para frente e o beijou.

Dick esticou o braço para apoiar a taça na mesa do lado do sofá e então suas mãos passeavam novamente pelas costas de Christian, dessa vez conseguiu remover a camisa dele com sucesso. Mas Christian o impediu de tirar a sua própria, pediu paciência e então começou a beijar seu pescoço e abrir os botões da camisa de Dick lentamente, ele foi descendo pelo peito, abrindo o zíper da calça.

Não havia nenhuma pressa nos movimentos de Christian, deixando Dick a ponto de perder o ar. Sua calça foi removida a um determinado momento e Christian se levantou, pegando sua mão e caminhando em direção ao quarto.

Antes de deitarem na cama, removeram o restante das roupas, Dick finalmente se sentiu relaxado para aproveitar aquela novidade sem pressa, descobrindo o corpo do outro com suas mãos, a boca, esfregando seu corpo no outro em busca de prazer. A semelhança era apavorante, e conforme Dick beijava o corpo de Christian, seus olhos fechavam e viajava em uma fantasia absurda dentro de sua cabeça, onde estava no quarto de Bruce Wayne, sobre seu corpo em sua cama.

Dick abriu os olhos e encontrou o sorriso de Christian, apreciando cada carinho recebido. A fantasia se dissipou.

O telefone tocou no momento mais inoportuno, Christian ainda se recusou em atender a ligação, mas assim que a mensagem caiu na caixa eletrônica e a voz severa de um homem soou pela sala até o quarto, ele decidiu atender. Levantou-se e vestiu um roupão que estava pendurado num cabideiro atrás da porta.

— Prometo tentar não demorar. — Christian lamentou, mas depois virou-se com um sorriso lascivo. — E se eu demorar, prometo que vai valer a pena no fim.

Ele saiu e fechou a porta. Dick largou-se na cama, levando as mãos aos cabelos, sentido a loucura tomar conta de seu corpo. Estava excitado, membro latejava e ansiava para que a ligação acabasse de uma vez. Levou a mão ao pênis e massageou, fechando os olhos novamente e mordendo os lábios, imaginando o corpo sobre o dele, o cheiro de seus cabelos, que o levava a uma certa lembrança de outra pessoa.

Dick abriu os olhos imediatamente, não estava sozinho.

Saltou para fora da cama e pegou o primeiro objeto que encontrou que poderia servir como uma arma. Um abridor de cartas, provavelmente de prata, em formato de faca, mas com zero periculosidade.

A janela estava aberta, Dick tinha quase certeza de que ela estava fechada quando entraram ali. A cortina cor de chumbo tremulava por conta do vendo do lado de fora. Apenas o abajur estava acesso, uma luz baixa para manter um clima no local.

Dick aproximou-se da porta e abriu uma pequena parte, vendo Christian caminhar de um lado para o outro com o telefone na orelha. Ele fechou a porta e então aproximou-se até a janela.

Ao abrir a cortina, nada encontrou, senão uma vista privilegiada do vigésimo andar de um prédio em frente para o Robinson Park. Ainda em prontidão, Dick colocou a cabeça para fora da janela e então encontrou ele pendurado do lado de fora.

Houve um segundo para processar tudo o que estava acontecendo, até que Grayson se deu conta de que estava totalmente nu diante do Batman. Mas ele estava mais preocupado em saber o que o homem morcego fazia ali.

— Já faz um tempo que estou aqui, me admira você não ter percebido isso antes. — Batman respondeu.

 — Isso não responde minha pergunta. — Dick olhou para trás, caso Christian já estivesse retornando, o que iria dizer se o visse conversando com o Batman na janela.

— Ele ainda está no telefone falando com o pai. — Respondeu o morcego.

— O que você quer aqui?

— Estou seguindo seu amigo há dois dias. — A resposta de Batman não poderia ser pior.

— Porra, porque você não me falou antes de eu ter entrado aqui? — Dick estava irritado, um sentimento muito confuso, visto que ele ainda estava excitado, reparando que continuava pelado na frente do Batman. Procurou então se proteger atrás do tecido da cortina.

— Não falei nada pois sua presença aqui pode me ajudar. — Batman levou a mão ao cinto de utilidades e tirou de lá um pequeno microfone do tamanho de um caroço de feijão. — Coloque isso em algum lugar discreto.

Dick pegou o microfone, sentindo-se ridículo por grampear o cara que estava muito a fim de transar naquela noite. Ele colocou o grampeador embaixo da cama, depois retornou para a janela.

— Ao menos me diga no que ele está envolvido. — Exigiu, esperando que Batman colaborasse e falasse um pouco. O que era raro acontecer.

— Ele vai me levar até o pai. — Batman revelou, e aquela noite ficou ainda mais interessante. Dick sentiu-se aliviado, já que Christian não necessariamente estava fazendo algo errado. E por outro lado, Batman estava revelando algo de sua patrulha, isso não acontecia desde que ele era o Robin e brigava muito para saber onde iriam e o que fariam cada noite de patrulha.

— Eu vou me vestir e ir embora. — Dick virou-se, mas Batman não permitiu. — Eu não vou ficar aqui enquanto você grava tudo. Alfred está ouvindo essa conversa?

— Provavelmente.

Dick ergueu as mãos, aquilo era absurdo. Não poderia haver uma invasão de privacidade pior do que aquela. Então ele ouviu a voz de Christian.

— Espero não ter estragado nossa noite. — Christian falou, entrando no quarto. — Está tudo bem?

— Sim, sim, eu só quis olhar o parque. É uma vista boa a daqui. — Dick disfarçou.

— Eu também acho. — Christian aproximou-se, abraçando-o e dando um beijo. — Se ficar aqui até amanhã de manhã, posso te mostrar porque eu comprei esse apartamento. O nascer do sol é maravilhoso.

Dick respirou fundo, as mãos de Christian desciam pelas suas costas enquanto o beijava no pescoço. Ele se concentrava na ideia de que Batman estava do lado de fora e, pior, Alfred iria ouvir. Sua sexualidade não era vergonha ou problema, mas o mordomo praticamente o criou, não era bem uma ideia fácil de digerir.

Christian notou o corpo enrijecido de Dick e resolveu dar um momento para ele, ofereceu então um banho quente na banheira.

— É uma boa ideia. — Dick respondeu e os dois entraram no banheiro, de portas fechadas.

Grayson só conseguiu relaxar na banheira com uma massagem, mas estava atento, mesmo de olhos fechados. Repassava em sua cabeça o que acontecia, o que viria a acontecer depois e, em alguns momentos, a voz sexy de Christian penetrava sua mente e ele soltava alguns gemidos.

Ao ligar a ducha de água quente, Chistian ensaboou as costas de Dick, sua dedicação parecia inacreditável. E o sexo realmente valera a pena, como havia prometido. Mas ele decidiu ir embora.

Quando saíram do quarto, discretamente Dick foi até a janela, não havia ninguém ali, mas o microfone ainda deveria estar no mesmo local, mas, conhecendo Alfred como conhecia, ele não iria ficar sentado na frente do computador ouvindo o ranger da cama.

— Acho que vou aceitar seu convite e ver o pôr do sol. — Dick começou a tirar o roupão.

— O que eu fiz para que você mude de ideia? — Christian abriu o roupão que vestia.

— Talvez seja o que a gente ainda não tenha feito. — Grayson respondeu, levando-o para a cama.

A ideia de Batman ouvir tudo aquilo, passou a fazer parte da fantasia do rapaz.


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Notas finais do capítulo

Para quem chegou até aqui, obrigada por ler.
Quem sabe na próxima não sai o casal hehe
Beijos.