Eu sou a Lenda escrita por Karina Ferreira


Capítulo 21
II-V Desconcertada


Notas iniciais do capítulo

Vcs são incriveis *.*



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Isabella ainda agarrada firmemente em Edward olhava tudo em volta, sentia um misto de temor e assombro. Era difícil respirar dentro da cúpula, tal como se o ar fosse pesado. A falta do sol deixava tudo sombrio e ela não podia ver uma única vegetação, ao contrario disso, o chão de terra vermelha era tão seco que estava rachado em inúmeros pontos. O hibrido a sua frente, estava com postura tensa, olhando fixamente para a frente, tal como se não quisesse ver as reações da vampira a sua realidade

Ao longe, pode ver uma vila de pequenas casas feitas de terra endurecida, semelhante a pedras, mas vermelhas como o solo. A medida em que o dragão se aproximava, vários elementais se reuniam acenando com cordialidade para eles e a vampira tremelicou, lembrando que a matariam se desconfiassem de sua natureza

Assim que o dragão pousou ao solo, Edward saltou de cima dele a incentivando a fazer o mesmo, os curiosos agora, se aglomeravam próximo a eles, olhando com curiosidade a fêmea que o hibrido ajudava a descer

Bella segurou firme o braço de Eduard, como se esse fosse um escudo de proteção. O hibrido virou-se para o povo com um sorriso caloroso e imediatamente, todos se curvaram diante dele e Isabella olhou embasbacada do povo curvado em reverencia, para o hibrido ainda sorrindo que desdenhou, como se a atitude dos outros não fosse nada importante, assim que voltaram a se levantar, foi a vez de Edward curvar-se perante o povo, e Isabella concluiu que elementais eram um povo de tradições estranhas

O hibrido a puxou para longe da multidão que ainda a olhava em curiosidade, logo, todos dispersaram e retomaram o que quer que seja que estavam fazendo antes da chegada do casal.

— Trahyner* - Isabella abriu os olhos em assombro olhando um macho vir na direção deles

— Trahyner* - gritou Edward em resposta, demonstrando a mesma satisfação que o outro em vê-lo. Os machos se abraçaram com empolgação e logo o outro já a olhava também com ar de curiosidade. Ela já tinha visto os olhos negros de Edward, mas em Edward não lhe causara um arrepio na coluna, como os do macho fizeram, os olhos de Edward, completamente negros como dois buracos sem fundo e brilhantes, não eram perturbadores como o daquele elemental, ou eram?

— E essa? – perguntou ainda em bom humor, provavelmente divertindo-se do claro desconforto da vampira

— Essa é Isabella, uma grande amiga – respondeu Edward. – Bella, esse é Alec, meu parabatai* - Isabella olhou surpresa para Edward

— Se é amiga de Edward, é minha amiga também – respondeu o macho com empolgação a puxando para um abraço, e se possível, Bella ficou ainda mais desconfortável, mas não pode deixar de notar, que ao contrário de Edward, o corpo de Alec não era tão quente.

— Eu a trouxe para que conhecesse melhor nosso povo, ela é de minha total confiança. Mas você sabe... não posso leva-la para minha casa, então eu pensei que talvez...

— Minha casa, sua casa – interrompeu o elemental com empolgação e Isabella se perguntou se o macho era assim sempre tão empolgado.

Os três caminharam pela vila com tranquilidade, enquanto os machos conversavam assuntos que Isabella não entendia, a vampira olhava em volta, registrando tudo nunca visto por ela antes. A pequena vila gritava miséria

— E Jane? – perguntou Edward, chamando a atenção da vampira que quis saber quem era essa Jane – Algum progresso? – Alec gargalhou jogando a cabeça para trás. Bella já estava quase acostumada aos medonhos olhos negros do elemental, e era quase ridículo que temesse aquele macho tão risonho, Alec era tão abobalhado, que era quase improvável que fizesse mal a quem quer que fosse

— Olha, eu não sei quem é o responsável por cuidar dos emparelhamentos no cosmo, mas esse cara fez algo bem errado comigo – gargalhou novamente sendo acompanhado por Edward em níveis mais discretos – Essa fêmea é louca, não existe a menor possibilidade de que me vincule a ela

— Jane é a shellan* de Alec – Explicou Edward, causando uma estranha sensação de alivio em Bella

— Não, - corrigiu o elemental – Jane é uma fêmea que por algum erro cósmico possui uma marca no pulso igual a minha. Somos completamente incompatíveis. Nunca daríamos certo juntos. Você compreende o que significa marcas iguais no pulso? – perguntou, somente naquele momento dando-se conta de que não sabia o quanto a outra conhecia de suas tradições. Bella somente balançou a cabeça em afirmativa – Eu juro, aquela dominadora de ar é o ser mais esquisito que já se ouviu falar na história do mundo! – continuou em seus lamentos

— Ela é louca por você – emendou Edward ainda em deboche, a mão entrelaçada a de Bella enquanto andavam

— Eu sou o parabatai* do libhertador*, é claro que ela é louca para oficializar uma união comigo. Até eu se fosse fêmea seria louco para me unir ao parabatai* do libhertador*, alias, se fosse fêmea, eu daria um jeito de me unir ao próprio libhertador* – dessa vez, até mesmo Bella riu da declaração do elemental

Alguns metros a mais, e chegaram ao local de destino, a casa era exatamente como as outras, pequena e construída de terra endurecida. Provavelmente por elementais de terra. Os três entraram e Isabella olhou a volta o cômodo pouco mobilhado e pequeno. Uma pequena mesa com cadeiras feitas do mesmo material das paredes estava disposta no meio do lugar, na parede oposta a porta de entrada, uma pequena cama improvisada. Alec sumiu por uma porta, avisando que chamaria a mahmen*

— Você já pode tirar isso – falou Edward puxando o capuz da capa para trás – Alec e sua família são dominadores de terra, e confio cegamente em cada um deles. Você está segura aqui

— Edward! – gritou uma menina de aparência de início da adolescência atirando-se aos braços do hibrido que retribuiu o carinho – Por onde esteve? Te procurei em todo canto – os cabelos da garota, assim como os do irmão, eram pretos e estavam presos no alto da cabeça, e a altura dela chegava próximo ao peito do meio elemental, ela olhou para Isabella de cima a baixo a avaliando, ainda presa no abraço de Edward, os olhos também, completamente negros tirando todo o ar ingênuo do rosto juvenil

— Eu já te disse que Edward tem muitas coisas a resolver fora da cúpula agora – respondeu um outro garoto muito parecido com Alec, mas mais novo entrando o local. O garoto cumprimentou Edward, e fez um aceno de cabeça para Bella

— Tem sido períodos de tempo muito difíceis esses em que tem estado longe Edward – reclamou a menina fazendo manha

— Cath quantas vezes tenho que falar para não importunar o Edward com as suas paixões infundadas? – falou divertida uma fêmea de meia idade adentrando o local junto a Alec. A fêmea de pele clara e cabelos pretos, tinha os mesmos traços que os filhos. E mais uma vez, Bella se viu presa aos olhos tão característicos daquela espécie. A mulher sorriu divertida, fazendo a vampira desviar o olhar

— Esme, a mahmen* de Edward demorou uma eternidade para se acostumar com eles – contou aproximando-se com cordialidade da vampira – no começo, evitávamos olha-la diretamente pois era uma situação bem embaraçosa, tanto a ela, quanto a nós que não estávamos acostumados a pessoas nos olhando com medo – gargalhou abraçando a vampira e Bella soube de onde Alec herdara todo o bom humor e cordialidade – É uma amiga muito bonita que você trouxe para casa Edward – piscou ao hibrido que sorriu orgulhoso – Eu sou Elizabeth

— Bella – respondeu a vampira que ainda estava encabulada perante todos aqueles seres

— Pois para mim, os esquisitos são vocês humanos, com esses olhos de várias cores e manchados – falou Alec em zombaria enquanto jogava-se na pequena cama – O do Edward então... – fez careta olhando para o amigo

— Vocês chegaram em uma hora ótima, acabei de fazer aquele ensopado que você ama Edward – comemorou a elemental e logo todos já estavam reunidos à mesa o que agradou muito Isabella, estava de fato faminta. A pequena Cath distribuiu os utensílios pela mesa e Isabella se pegou observando as tigelas de barro, assim como os copos, questionando mentalmente se os alimentos e bebidas neles depositados não se sujariam de terra. Pegou um talher na mão olhando com ainda mais curiosidade para ele, o objeto era de metal, e a vampira quis saber onde haviam conseguido o material

— Edward os trouxe para nós – contou a elemental adolescente com orgulho – nem a primeira família* tem algo assim – sorriu largamente olhando da vampira para o hibrido. Bella sorriu para ela depositando o objeto de volta a mesa.

— Quem está com fome? – Elizabeth retornou trazendo uma panela, também de barro e os filhos assim como Edward comemoraram. O hibrido passou o braço despreocupadamente em torno dos ombros da vampira e aproximou a boca do ouvido dela

— Por favor, finja que está grata e não faça nenhuma das caras de espanto que tem feito desde que chegou aqui – implorou. A vampira já ia questiona-lo, quando a fêmea destampou a panela a sua frente e a surpresa tomou conta dela. Ela olhou da panela para o hibrido que a alertou com os olhos em repreensão. Forçadamente, colocou um sorriso no rosto e voltou a olhar a panela, enquanto a fêmea se assentava confirmando que sim, aquele seria o único alimento a ser servido, se é que podia chamar aquilo de alimento

— Como estamos em maior número, coloquei um pouquinho a mais de água no ensopado – contou com um sorriso no rosto – onde comem quatro, com certeza, comem sete

— Assim que trouxer outro boi, eu mesmo separarei uma parte melhor a vocês – falou Edward envergonhado de estar tirando o pouco que a família ainda tinha

— De forma alguma – repreendeu a mulher – Não temos mais crianças nessa família e nenhum idoso. Receberemos partes de acordo com nossas necessidades, como qualquer outra família, e somos gratos – afagou a mão do hibrido – vamos comer! – decretou

Isabella voltou a olhar a panela da qual tão felizmente a família se servia, perguntando se realmente consideravam aquilo um ensopado. A panela de barro estava cheia de água, e alguns poucos pedaços de carne – tão poucos que se questionou se seriam o suficiente para dar ao menos um para cada – boiavam nela. Os adolescentes encheram suas tigelas de água, e pegaram cada um, um pedaço pequeno de carne, deixando os maiores para trás, tal como se acreditassem que não eram dignos deles. Alec pegou somente a água e começou a bebe-la de colher parecendo muito satisfeito

Elizabeth pegou a tigela de Bella e encheu de água, em seguida, pescou o maior pedaço de carne, colocou na tigela e entregou a vampira, já começando a servir Edward em seguida, assim como Alec, a fêmea serviu somente água para si. Bella olhou do próprio prato onde um único pedaço de carne – grande se comparado ao dos demais, minúsculo se levado em consideração a quantidade de carne necessária para algo ser considerado um ensopado - para o caldeirão de barro, onde somente água podia ser vista. Edward, pegou o pedaço de carne da própria tigela e passou para a de Bella que olhou espantada do hibrido para a elemental que sorria orgulhosa da atitude dele

— Não. Eu não posso...

— Por favor querida, aceite – falou a fêmea – Edward é de casa, você é a visita, uma convidada de nosso libherthador* e estamos honrados em recebe-la. – Isabella desistiu de protestar e voltou a olhar a própria tigela com melancolia

Nunca em toda a sua existência, sentira-se assim, a fome que sentira momentos antes, completamente esquecida, enterrada sobre um mar de angustia. Lembrou-se do quão abastadas eram as refeições em sua casa, e finalmente podia compreender o porque de Edward comer sempre tão pouco em todas as refeições, lhe parecia realmente injusto comer tanto, quando ali, as pessoas praticamente, não comiam.

Unicamente para não fazer desfeita, bebeu um gole da água que estavam chamando de ensopado e comeu em uma única mordida todo um pedaço de carne, em seguida, assim como o hibrido orientou, olhou para Elizabeth com um sorriso de satisfação agradecendo – teria feito ainda que ele não a tivesse orientado, estava claro que os dois pedaços de carne que estavam agora em sua tigela, pertenciam um a Elizabeth e outro a Alec e eles de bom grado, os ofertaram a ela – a fêmea sorriu para ela e continuou a beber de sua água de ensopado

...

— Amanhã receberemos a colheita e eu garanto que a comida estará um pouco melhor – falou Edward segurando as mãos da vampira.

O casal estava no segundo cômodo da pequena casa. Nesse, em uma parte estava aglomerado junto a um fogão de lenha, alguns utensílios de cozinha, todos de barro. No outro lado, uma segunda cama, tão pequena quanto a que tinha no cômodo anterior. E mais uma vez, Bella estava insatisfeita por estar tirando da família de elementais, o que eles não tinham. Na cama do outro cômodo dormiam os meninos e na daquele cômodo, as meninas.

Elizabeth e Cath cederam aquela cama a Isabella, para que dormisse confortável, as duas elementais dormiriam na cama dos meninos e estes, dormiriam ao chão

— Não é certo eu estar aqui – lamuriou

— Serão somente alguns dias, logo estará de volta ao seu castelo reluzente, dormindo na sua cama enorme e confortável – debochou a puxando para seus braços e a vampira bufou

— E até lá, eu continuo aqui? Tirando dessa gente o que eles já não têm?

— Isabella Swan, a princesa indomada e rebelde, está tendo uma crise de consciência?

— Estou falando sério Edward! – irritou-se empurrando o hibrido para longe enquanto virava zangada de costas para ele – eu faço muita sacanagem com os outros? Faço! Mas com dois objetivos, ou meu beneficio próprio, ou por diversão. Não tem nada em que possa me beneficiar, tirar a comida dessa família e também não estou me divertindo – pelo contrário, estava lhe estraçalhando a alma, se é que ela tinha uma

— Como eu disse, amanhã é a colheita, e eu prometo que vou pegar uma quantidade maior para eles, por estarem te recebendo – prometeu em tom sério alisando os braços da vampira enquanto colava o corpo as costas dela.

— Você pode fazer isso? – perguntou em dúvida, acreditava que existiam regras ali, quanto a partilha de comida. Se naquela casa não havia comida, nas outras também deveria não haver

— Eu sou o libhertador* posso fazer qualquer coisa – voltou ao bom humor de antes, tentando por um fim ao clima pesado – Eu preciso ir, volto assim que o dia raiar. Eu sei que você já está bem desconfortável, mas por favor, tire o menos possível de peças de roupa, e sobre tudo, não tire as luvas. Cath é bem curiosa, vai ser difícil explicar as marcas para ela, e além do mais, ela reconheceria a minha marca de emparelhamento de longe, já desenhou inúmeras vezes no próprio pulso – os dois sorriram, a vampira acenou positivamente e o hibrido tomou os lábios dela em um beijo, em seguida foi embora

..

A porta se abriu e Edward passou por ela, Isabella involuntariamente sorriu olhando o hibrido, era realmente um alivio ver o meio elemental no meio de todo aquele ambiente onde se sentia tão fora de área. Edward por sua vez, também sorriu olhando a vampira, ainda parado a porta

O hibrido foi discretamente empurrado para o lado e um garoto loiro de aparentemente oito anos entrou no campo de visão da vampira, o menino, ainda segurando na roupa do hibrido a olhou curioso, em seguida abaixou os olhos para o chão. Edward sorriu ainda mais olhando o pequeno agarrado a si, tal como se pretendesse o usar como escudo

— Bella, esse é Anthony, meu irmão. Anthony, essa é Bella, uma amiga muito especial – a vampira se aproximou do garoto loiro

— É um grande prazer finalmente conhece-lo Anthony, escutei histórias incríveis sobre você – o garoto a olhou sorrindo, depois pareceu se lembrar de algo e voltou a olhar para o chão

— Meu irmão disse, que nossos olhos assustam você – Edward gargalhou do constrangimento do mais novo e Isabella o olhou em repreensão

— É um pouco diferente sim, mas já estou começando a me acostumar – falou de maneira gentil, erguendo delicadamente o rosto do garoto para que a olhasse. Um anjo, Anthony tinha a delicadeza e doçura no rosto típicos dos anjos retratados em pinturas e esculturas dos artistas. Um anjo de olhos demoníacos – Os seus são mais lindos do que o de qualquer outro elemental que já tenha visto – mentiu e Edward a olhou em deboche. Anthony por sua vez, a olhou com um enorme sorriso de orgulho

— Meu irmão gosta de você – contou empolgado – ele me falou – Edward o olhou em repreensão

— Gosta é? – perguntou debochada olhando o hibrido

— Vamos nos atrasar para a colheita – falou já puxando o irmão caçula para longe da vampira

..

Bella voltou a sentir-se desconfortável olhando em volta. Todos os elementais estavam parados próximo a fronteira, aguardando em silencio a entrada dos humanos que não demorou a acontecer, logo, todos entravam trazendo cavalos com sacas amarradas ao corpo, os humanos as desamarravam e as jogavam com violência ao chão, as sacas, rasgavam com o ato e derramavam os grãos e frutas ao chão, mas nenhum daqueles humanos pareciam se importar com isso, era como se estivessem jogando comida aos animais, talvez, animais recebessem refeições com maior zelo

A vampira observou com curiosidade dois machos elementais se aproximarem dos humanos devagar. Os dois loiros, um de meia idade e o outro jovem, pararam a uma certa distância dos humanos que os olharam em um misto de curiosidade e temor. O jovem começou a falar, de onde estava, Bella não pode ouvir o que ele falava, mas julgou ser interessante, já que logo todos os humanos aproximaram-se para ouvi-lo melhor. Edward a seu lado, observava atento toda a movimentação. A conversa durou cerca de metade de uma hora e os humanos passaram pela cúpula de volta ao território que lhes pertencia

Os humanos nem bem passaram pelo campo de força, as crianças correram de encontro aos alimentos com gritos de empolgação, Anthony imitou o ato das demais crianças e Bella sorriu ao ver o pequeno elemental atacar uma saca comendo os frutos tal como se aquelas fossem as ultimas frutas da terra e alguém pudesse tira-las dele se não comesse depressa

..

Não era uma festa vampírica, não tinha música nem danças. Mas as pessoas estavam igualmente felizes, haviam fogueiras e inúmeros grupos espalhados pelo centro da cidade conversando e rindo enquanto comiam. A colheita fora dividida horas antes, algumas famílias, com crianças e idosos, ficaram com mais, enquanto que outras – a do parabatai* de Edward por exemplo – ficaram com menos, mas ainda assim, pareciam igualmente gratos. Era de fato, um mundo novo e a vampira não conseguia entender

Uma vertigem a afligiu, lembrando-a que a muito não se alimentava de sangue, olhou para Edward que estava em uma conversa animada com Alec e cobrou a sua atenção lhe tocando o braço

— Precisamos falar – olhou Alec que parecia prestar atenção no casal, com o seu rotineiro sorriso – A sós – Edward assentiu e logo o casal se afastava dos demais, rumando em direção a casa em que a vampira estava hospedada

— Eu preciso voltar para o castelo – falou a vampira assim que entraram na casa deixando o hibrido confuso

— Como assim? Você ainda não teve tempo de nos conhecer bem – argumentou

— Eu preciso ver o Emmett – o hibrido a olhou feio

— Afinal de contas, qual é a sua com esse vampiro? Você pretende se unir a ele, vão continuar nesse chove e não molha de vocês ou como é? – pareceu ofendido dando-lhe as costas indo em direção a mesa e apoiando-se nela – Você precisa me dizer, estou arriscando a minha vida aqui, e estou fazendo isso crente de que pode haver um futuro para nós, e quando digo um futuro, o seu vampiro amado não está incluído nele

— Não é nada disso – falou a vampira indo atrás do outro – Eu sou uma vampira, e como tal tenho necessidades que somente outro vampiro pode atender – o hibrido a olhou quase em ofensa

— Que tipo de necessidade? – Edward gostaria muito de saber que tipo de necessidade sua shellan* teria que ele próprio não pudesse atender, pois no momento somente uma vinha a sua mente, e que ele realmente não poderia atender, ao menos não sem trazer de volta a vida um espirito maligno que dominaria toda a terra escravizando os seus habitantes.

— Sangue Edward, Sangue! – estava escrito na cara do hibrido que ele estava pensando que a vampira queria ir transar com o melhor amigo, não que ela já não tenha tido esse desejo no passado, mas agora, soava extremamente absurdo. A expressão de ciúmes do hibrido não se alterou

— Eu tenho sangue aqui, por que precisa ir atrás dele? – Edward lembrava-se claramente de Tania lhe contando em uma de suas expedições, que os vampiros eram extremamente sensuais ao alimentarem-se de sangue, lembrava-se com clareza também, de quando Isabella o mordera e sugara o sangue de seu pescoço o levando a um orgasmo. Saber que pretendia ir atrás do vampiro de ego grande com essa finalidade era tão devastador quanto imaginar que o procuraria para sexo.

— Você não é um vampiro Edward

— Não é como se eu fosse um humano comum que morreria se você sugasse um pouco do meu sangue, e você já bebeu de mim antes e não te fez mal

— Não foi para me alimentar, estávamos só nos divertindo – Bella lembrava-se exatamente do quão saboroso e quente era o sangue do hibrido

— Você pode testar. Se não servir para te manter nutrida, ai sim você vai atrás daquele lá – Bella pareceu relutante, mas por fim, deu-se por vencida e assentiu. Pegou a mão do hibrido o levando até a cama, os dois se sentaram um de frente para o outro e a vampira pareceu sem jeito, para incentiva-la a prosseguir, Edward expos o pescoço para ela, Bella deu uma risadinha de quem se diverte e pegou-lhe o braço, expos as presas e mordeu o pulso

Foi diferente, Edward não sentiu o turbilhão de sensações explodindo em seu corpo como fora quando ela lhe mordeu o pescoço, mas ainda assim, era bom. Sentia o sangue correr rápido por suas veias, sendo sugado para o pulso onde estavam os lábios da fêmea. Observou a pequena boca da vampira presa ao seu pulso, os lábios rosas cada vez mais avermelhados, o modo como abriam e fechavam conforme ela engolia, imaginou-a sugando com igualdade de vontade uma outra parte de seu corpo, imediatamente seu membro ficou rijo na expectativa de que fosse o próximo a receber atenção daqueles lábios macios.

O hibrido nunca fora o mais religioso dos seres, mas naquele momento, pediu a Omega para que seu sangue fosse o suficiente para sustentar a vampira, sabia que ela precisaria de sangue durante toda a vida, e como seu helren* queria ser ele a lhe proporcionar tal sustento, assim como o prazer que acreditava vir após a alimentação

— Que merda é essa? – Isabella soltou imediatamente o pulso do hibrido em um salto de surpresa. Edward olhou a vampira de presas ainda expostas, com sangue escorrendo do canto da boca olhando assombrada a porta de entrada da casa, o hibrido acompanhou o olhar da vampira e o coração falhou uma batida

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

glossario de termos no antigo idioma:

Trahyner: termo carinhoso usado entre machos, pode ser traduzido como querido amigo
Parabatai: dois guerreiros que se unem para combate por juramento e ritual com a promessa de serem fieis um ao outro e se protegerem mutuamente enquanto estiverem vivos (referência da série shawdohunters)
Libhertador: salvador
Shellan: Companheira
Mahmen: mãe
Helren: companheiro

Oi meninas lindas do meu coração. Muito, muito, muito obrigada por não me abandonarem, por comentarem e insentivarem.
Não vou conseguir responder os comentários hj, mas amanhã respondo com certeza. Comentem o que acharam desse, e não esqueçam dos meus monstros, ja encontrei dois tirados dos animais fantasticos do universo HP, daqui dois cap eles ja começam a aparecer.
Bjus, Ká



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