Fuerza. escrita por HeyCowboy


Capítulo 4
Montanha Russa


Notas iniciais do capítulo

https://fuerzafanfic.tumblr.com/ aqui estão os personagens segundo minha visão.



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O resto da semana se passou tranquilo, os dois quando se esbarravam pelos corredores apenas trocavam um leve aceno de cabeça. E assim, segunda não tardou a chegar.

O final de semana de Mark não havia sido animado como os dos seus amigos, ele estava sem o humor adequado para sair e beber — mesmo sendo legalmente de menor. Levou Lucy para comer sábado à noite, no restaurante italiano preferido da garota e passou o domingo isolado, com a desculpa de que precisava estudar... A única coisa que ele estudou foram às séries atrasadas.

Juan teve um final de semana comum para sua vida. Sexta a noite foi ao bar com seu irmão mais velho e um grupo de amigos. Todos saíram acompanhados. Sábado foi dia de curar a ressaca e ajudar o pai na pequena oficina mecânica em que trabalhava e o domingo, foi o dia de ócio e fumar alguma erva — não que ele não tivesse feito isso o resto do final de semana.

E segunda chegou sem novos acontecimentos na vida de nenhum dos dois.

Mark dirigia mais desanimado que o normal, mesmo nas ruas que podia passar de 50 por hora, ele se mantinha respeitando abaixo do limite. Talvez chegasse atrasado à escola, mas isso também não importava, carregava o mesmo sentimento no coração do dia que conheceu Juan.

Ao passar lentamente de carro pelas redondezas da escola, passou por um corpo conhecido que carregava uma bicicleta com muito esforço. Ele não podia acreditar, seus pensamentos tinham algum tipo de poder de invocação ou ele estava ficando doido. Olhou mais uma vez pelo espelhinho lateral e confirmou, aquele era mesmo Juan.

Freou bruscamente e saio do carro apressado, encontrando o latino mais emburrado que o normal — se é que aquilo era possível. Sorriu abertamente e Juan parou assustado ao encontrar o rapaz parado a sua frente.

— Você voltou a me perseguir? — Perguntou desconfiado, levantando uma sobrancelha.

— Oh Deus, não! E o caminho que faço para escola... O que aconteceu com sua bicicleta? — Perguntou curioso, vendo que Juan não estava montada nela.

— Furei o pneu.

— Você precisa de uma carona? — Mas não esperou a resposta e já foi puxando a bicicleta das mãos do outro.

Juan não disse nada, apenas suspirou cansadamente e concordou. Já estava atrasado e não queria seu ponto cortado, o seu agente da “condicional” não ia gostar nem um pouco.

Observou o carro de Mark, não era tão espalhafatoso quanto o dos outros alunos, mas também não era um carro popular. O carro era prateado e sua lataria parecia brilhar. Pelo que entendia de veículos, que não era pouco, ele estava recém- encerado.

— Vamos, entre! Não fique apenas encarando. — Pediu Mark, já entrando no assento do motorista.

O latino suspirou e entrou do outro lado, acomodando-se nos confortáveis bancos do carro. Olhou para o painel, bem moderno e tinha todas as funções necessárias e desnecessárias.

Voltou seus olhos para o jovem motorista, e o viu franzindo as sobrancelhas, concentrado no transito. Seus olhos claros brilhavam em inocência e ao mesmo tempo tinha uma pitada de molecagem. Era exatamente como a personalidade que ele demonstrou até agora, leve e jovial.

— Então, obrigado. — Juan disse, desviando os olhos para sua janela, enxergando a rua. — Sabe, por me dar carona.

— Que formalidade, achei que a gente tinha superado essa fase. — Brincou Mark, levemente corado. Não esperava aquela atitude tão educada do latino.

— Que fase? — A pergunta foi genuinamente confusa.

— Das formalidades.

— A gente nunca teve essa fase. — Rebateu descrente. Seus olhos se voltaram para o rosto divertido do estudante, que mordia os lábios segurando uma risada.

— Então não tem porque começarmos agora. — Mark voltou seus olhos para Juan, e abriu um grande sorriso. Apesar da diferença entre os dois, eles nunca se sentiram tão próximos como agora.

— Você é realmente esquisito.

— Eu acho que isso é o mais próximo de um elogio que um dia vou receber de você. Fico feliz!

O carro entrou na garagem da escola e ela já estava bastante cheia, principalmente de fluxos de alunos. Juan ficou um pouco tenso, não queria ser visto saindo do carro de um aluno, poderia não pegar bem para ele ou para Mark.

Quando o rapaz ia saindo pela porta do motorista, o latino segurou seu braço, impedindo-o de até mesmo abrir a porta. Assustado, os olhos verdes se voltaram curiosos, sem entender aquela atitude tensa.

— Tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — Estava preocupado, nunca o tinha visto tão tenso antes. Não que eles tenham passado muito tempo juntos, para Mark conseguir reconhecer os humores do outro.

— Eu não acho bom as pessoas me verem saindo do seu carro. — Explicou, afundando-se um pouco mais no banco, soltando o braço do estudante.

— E por que não? Estamos fazendo alguma coisa errada? — Agora era a vez de Mark ficar um pouco descrente. Juan não parecia o tipo de se importar muito com o que as pessoas pensam.

— E meu emprego que está em jogo aqui. Não quero que meu superior venha questionar porque cheguei com um dos alunos da escola que trabalho. — A tensão dentro do carro só aumento, ao se verem meio sem saída.

— Eles podem pensar que somos amigos. Qual é o problema?

Carajo, Calrson! Eles não acreditariam. Não ache que tudo é fácil. Não seja assim tão... Infantil. — Suas palavras sempre tinham esse toque venenoso, e Mark sempre as sentia cortando por dentro.

Juan respirou fundo e escondeu o rosto entre as mãos, acalmando-se. Calrson não conseguia entender muitas das atitudes do latino, era como se ele estivesse sempre sendo atacado. Um animal encurralado.

— Não sou eu que estou sendo infantil. — Rebateu, cruzando os braços, irritado.

— Agora você parece bem infantil para mim. — Disse, olhando para o quase beicinho que Carlson fazia.

 — Olha, tome a chave aqui. Quando as pessoas entrarem, saia do carro. — Mark não esperou uma resposta, depositou a chave na mão de Juan e saio do carro.

Deixou o latino para trás e apressou os passos para dentro da escola, estava um pouco irritado, tinha que admitir. Aquele maldito era bem mal agradecido e ainda destruiu o clima agradável que estava entre eles.

Já Juan se sentiu meio claustrofóbico dentro daquele carro, mas era a única opção. Ter que explicar porque se atrasou parecia bem melhor do que explicar o motivo de chegar no carro de um aluno.

Olhou-se ao redor, não tinha muito que fazer. Catucou o porta luvas e encontrou alguns CDs, mas não tinha nenhum titulo neles. Apenas CDs.  Enfiou a mão mais fundo e encontrou uma foto, olhou-a curioso, era Mark ao lado de um casal mais velho e ele se parecia muito com a mulher. Era uma foto formal, todos sérios e esboçando sorrisos forçados... Menos Mark, ele parecia triste. Deveriam ser seus pais, e o homem não lhe era nada estranho.

Suspirou pesadamente e guardou a foto. Olhou um pouco ao redor e percebeu que não existia mais ninguém transitando pelo estacionamento. Saiu do carro silenciosamente e pegou sua bicicleta, dirigindo-se a área de serviço. Mais tarde teria que devolver a chave do maldito.

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Durante todo o intervalo Juan procurou Mark, e quando o sinal tocou, ele o encontrou quase entrando na sala. Correu para alcança-lo e não tinha percebi a presença dos amigos do rapaz.

— Aqui está sua chave. — Estendeu a chave do carro, um pouco envergonhado.

Mark o olhou um pouco surpreso e lhe deu um grande sorriso. “Então ele não está mais com raiva” pensou, impressionando-se com a capacidade que o garoto tinha em ficar bem.

— Obrigado, deu tudo certo? — Perguntou preocupado, encarando sem nenhuma vergonha o latino.

Juan percebeu vários pares de olhos em cima deles, e fechou ainda mais a carranca. Não gostava de ser analisado e muito menos julgado, que era o que estava acontecendo naquele momento.

— Você apenas deixou cair à chave, não é nada. — Respondeu bruscamente.

Mark pareceu genuinamente confuso por alguns segundos, depois compreendeu. Um brilho magoado passou por seus olhos.

— Tudo bem, a próxima vez pode deixar nos achados e perdidos. — Magoado e um pouco irritado, Carlson da às costas a Juan e entra na sala, sendo seguido pelos seus amigos.

— De novo esse cara? — Larry perguntou, olhando com escarnio para a porta da sala, onde eles estavam antes.

— O que tem ele? — Esbravejou irritado, olhando para seu amigo.

— Ele está te perseguindo? — O preconceito era obvio na fala de Larry, o que lhe dobrou a raiva.

— Ele parecia estar me perseguindo? Achei bem educado da parte dele em me devolver a chave. — E não olhou mais para o loiro, indo para o seu lugar.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que se gostarem, comentem >< Qualquer coisa já deixa um mero autor feliz.



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