Hold On escrita por Longbottom


Capítulo 2
Capítulo um - O Vento da Liberdade Sopra


Notas iniciais do capítulo

Hello Everybody! Eu sou a Miki e essa aqui é uma pequena lista de coisas que você deveria saber antes de ler essa fanfic. Hold On é minha primeira história postada, e eu espero que gostem.

— Terá um relacionamento poliamoro e um homossexual, se não gosta desse tipo de conteúdo não leia está fanfic.
— Não terá smut, eu não me sinto confortável escrevendo esse tipo de conteúdo.
— É uma fanfic totalmente original, e é postada por mim mesma em outros sites como o Wattpad e SocialSpirit, porém em ambos é para o fandom de 5 Seconds Of Summer.
— Meus capítulos são betados pela linda da TheAgentKiller( user do Wattpad), porém eu sempre adiciono uma ou duas coisas nos capítulos depois que eles voltam, então qualquer erro é culpa minha.
— A capa foi editada por mim, porém peguei o design na tag "rp graphic" no Tumblr. Não lembro o user de quem disponibilizou.

Qualquer outro aviso será colocado aqui ao decorrer da história. Espero que gostem!



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“Eu sou Elliot Dumond. Eu sou seu filho."

 

Essas palavras acertaram Carl como um soco no estômago. Segurando-se na porta de entrada para refrear seu mal súbito e não demonstrar para o garoto de cabelos verdes o quão abalado ficou com a notícia, Carl voltou a perguntar, desta vez com o tom e a feição banhados em surpresa "Meu filho?".

Elliot confirmou com a cabeça e mordeu a parte interna da bochecha em nervosismo. Ele sabia que sua existência era desconhecida para o mais velho e que, ter um adolescente em sua porta afirmando ser seu filho, era, no mínimo, estranho, mas Elliot não estava ali para um requerimento de paternidade. Ele já havia vivido 18 anos de sua vida sem a presença de Carl, e ele passava muito bem. Obrigado.

"Eu posso explicar tudo." Elliot abriu a boca, finalmente, para falar algo depois de ter jogado aquela bomba sobre o homem. "Eu posso entrar? Eu estou realmente cansado. E acho que precisamos conversar." Sendo o completo oposto de sua aparência, o rapaz estava um tanto tímido de estar ali, mesmo ele preferisse usar o termo desconcertado. Parecia menos vergonhoso para ele.

Carl murmurou algo como um 'claro, entre' e deu passagem para o de cabelos verdes. Enquanto era guiado até o escritório de Carl, Dumond observou a decoração cheia de porta-retratos que exibiam uma família feliz de quatro pessoas. Eram tantas fotos que Elliot até achou um pouco brega, não um brega ruim, mas sim aquele tipo de brega que não se vê mais hoje em dia, exceto, talvez, nos programas de televisão em que aparecem famílias felizes e sem problema algum que se reúnem à mesa para todas as refeições e se amam incondicionalmente. O adolescente quase sentia inveja disso. Quase.

O homem mais velho o fez sentar-se em uma cadeira de couro com o encosto estupidamente grande, que fazia Elliot se sentir uma criança pequena, mas ele não ousou reclamar. Passara tanto tempo em pé, caminhando, que sentar era um alívio para suas pernas e pés. A mesa à sua frente era de madeira e muito crua, tendo como preenchimento apenas um notebook, livros, que Elliot não se deu ao trabalho de procurar saber os títulos, e um porta-lápis. Atrás da mesa, uma replica da cadeira em que o adolescente estava sentado estava sendo ocupada pelo anfitrião.

"Então... Elliot, certo?" Carl esperou confirmação do outro para seguir. "Você pode me explicar o quê está acontecendo?"

"Eu posso." Começou Elliot tentando lembrar-se do monólogo que criara antes de sair de casa. "Lembra-se de Susan Dumond? Vocês tiveram um lance há dezoito, quase dezenove anos atrás." Carl concordou com a cabeça. Lembrava-se de Susan, a garota bonita e bronzeada de Miami que conheceu ao sair faculdade. Olhando bem, Elliot era muito parecido com Susan, e Carl se perguntou como não tinha ligado os olhos verdes do garoto e o sobrenome ao seu relacionamento do passado. Talvez fosse porque Susan era algo inacabado guardado em um lugar intocado na mente de Carl, que ele fazia questão de fingir que não existia. Ele dizia a si mesmo que o desaparecimento de Susan da sua vida não era culpa dele, mas ele sabia que era e, por muito tempo, culpou-se por isso. "Ele é minha mãe." Elliot pronunciou o que para Carl já estava óbvio. "Depois de você ela se mudou para a Califórnia, ela descobriu que estava grávida, mas já não tinha mais contato contigo e então eu nasci. Você nunca fez ideia da minha existência, mas isso não vem ao caso agora." O mais velho quis interrompê-lo. Como assim aquilo não vinha ao caso agora? Era claro que vinha! Porém o outro não lhe deu brecha para falar. "O caso é que ela casou de novo, e céus aquele cara é um cretino!" A voz de Elliot expunha todo o nojo que sentia do agora marido da mãe. "Ele convenceu a mamãe a me mandar para essa maldita escola militar em Asheville¹, e vamos apenas colocar que lá eles não são exatamente legais com pessoas como eu... Fora que eu perderia a bolsa integral pra Stanford², já que ser mandado para um reformatório vai contra os Termos de Conduta³. Então eu...".

Taylor não o deixou terminar colocando logo um "fugiu?!" em um tom que misturava afirmação e questionamento. Era muita informação para ele processar. Tinha um filho que havia fugido da mãe para encontrá-lo (mesmo que Carl tivesse certeza que conhecer o pai não era o objetivo de Elliot ao fugir), esse mesmo filho tinha um padrasto que queria lhe mandar para um reformatório na Carolina do Norte e isso implicaria na perda de uma bolsa integral em Stanford. Wow... Era tudo o que passava na cabeça dele naquele momento, junto com complementos de frase como 'wow... Eu tenho um filho' e 'wow... Meu novo filho tem uma bolsa integral em uma das melhores faculdades do país!'. Era um tanto infantil que Carl estivesse pensando assim, mas eram seis e meia da manhã, seu cérebro ainda não funcionava direito.

"Não colocaria o termo fugir, eu só saí de casa um ano antes do previsto." O garoto tentou aliviar seu lado. Elliot era ótimo com eufemismos, nomear corretamente as coisas era um tanto assustador ou desconcertante para ele. Sair de casa soava bem melhor do que fugir. "Olha, eu só vim aqui pra pedir ajuda, não contar minha história, ou pedir que você assuma paternidade. Eu não tenho dinheiro suficiente pra me manter por enquanto e eu não posso não frequentar a escola esse ano. Eu preciso de um lugar pra ficar, por alguns meses, só enquanto eu não arrumo um emprego. Eu sei que é pedir de mais, mas eu não viria se não estivesse precisando".

Ali estava o motivo de Elliot ter batido na porta de seu pai naquele dia. Ele não precisava de nada que não fosse um lugar pra ficar por alguns meses, só até que ele conseguisse um emprego e um lugar pra ficar até o fim do ano. Depois, ele voltaria para a Califórnia e Carl Taylor poderia fingir que ele não existia, já que os planos do rapaz de olhos verdes eram fingir que Carl Taylor e sua família não existiam depois que fosse embora.

Carl o olhava como se pensasse nas possibilidades de deixar Elliot ficar, ou não. Isso implicaria em tantas coisas, ambos sabiam disso, mas Carl também não podia deixar um garoto de dezoito anos com um futuro brilhante se perder por ficar sem ter onde morar. Seria só por alguns meses certo? Nancy entenderia, Carl sabia disso. Félix e Cindy teriam que entender. Sendo Elliot seu filho, ou não, ele simplesmente não conseguiria deixar de ajudá-lo. Carl Taylor era altruísta de mais para isso.

E foi assim que Elliot acabou o dia deitado em uma cama de solteiro extremamente aconchegante no quarto de hóspedes da família Taylor, pensando sobre o que ele faria quando sua mãe chegasse da lua de mel e visse a carta em cima de sua cama, se Jordan deixaria que ela procurasse por ele ou não. Pensando em como iria fazer para conciliar escola e trabalho durante o resto do ano, como arranjaria um lugar para morar e, principalmente, para estudar, uma vez que o verão estava no fim e logo o ano letivo começaria. Eram tantos pensamentos sobre o que fazer que Elliot tinha dores de cabeça, mas ele sabia que era melhor assim, melhor do que ir para Asheville e perder tudo pelo o que tinha se dedicado. Pelo menos, ele esperava que fosse.


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Notas finais do capítulo

1- Asheville é uma cidade da Carolina do Norte. Na série Original Netflix - The OA, os pais do personagem Steve Winchell querem manda-lo para um reformatório militar em Asheville, mas, como dizem na série, as pessoas são literalmente carregadas para lá, às vezes até drogadas.

2- Stanford é uma universidade particular da Califórnia e foi eleita como uma das melhores universidades americanas em 2016. O titulo do capítulo é a tradução do lema deles "Die Luft der Freiheit weht", orginalmente escrito em alemão.

3- Termo de Conduta é geralmente usado em universidades nos Estados Unidos, é uma série de regras que os alunos cotados para bolsas integrais ou parciais têm que seguir para não perderem a bolsa. Usualmente os termos são para manter os alunos na linha e a principal regra é não ser preso. Não cheguei a pesquisar se Stanford tem um Termo de Conduta, mas faz sentindo ter na história.



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