- Você não se comportou. - sua voz ecoava pelo corredor branco - Você acha que eu gosto disso? Acha que é fácil ter que ficar te carregando por todos os lugares e ter que mandar você ficar quieto? Isso é chato. Pelo amor!

- Me deixa sair, por favor. Eu nunca fiz nada para você! Eu...eu, eu o que você quer de mim? - dizia ele sentado em uma roxa cadeira, amarrado por fortes nós, com sua cabeça a mil. Como ela poderia fazer tal coisa? Tão delicada, boa, não é capaz daquilo. 

Ela o olhou fixamente, seus olhos bondosos desapareceram e um sorriso terrivelmente macabro brotou em seus doces lábios. Não era nem de longe, a querida e amorosa Sam por quem ele havia se apaixonado.

- Pare de choramingar um pouco - disse sentando em seu colo, colocando uma de suas delicadas mãos sobre sua boca - os vizinhos vão nos ouvir. Você não quer isso, quer? - disse, com seu sorriso, um olhar gélido percorreu pelo seu corpo, cheio de feridas, cortes. E então, ela levanta um pequeno e bonito punhal, levemente detalhado com uma rubi em meio ao prata. Em poucos segundos, se manchou de sanque, tingindo, sua roupa clara, e as brancas paredes daquele corredor. 

Alguns dizem que ouviram gritos de dor, outros falam que nada se foi dito. Mas de todos, se houve uma unica resposta: Não havia ninguém com o pobre garoto. Ninguém. 

A garota, sentada em sua cama, naquela gélida madrugada, olha para a pequena janela e o brilho do luar ilumina enfim, seu sorriso amargo, macabro, pronta para atacar. 

- Boas lembranças. - disse em meio a um suspiro, pegando sua antigo e desejado punhal. Escondido. 

Sam Hillbrand