The beginner teenager escrita por Hetsan Peppers


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tornando-se um adolescente.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



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Por toda minha infância e inicio de adolescência fui criado apenas em casa, ao cuidado de meus pais. Eles eram meus heróis e única fonte de conhecimento social.

Tínhamos uma boa condição financeira, meu pai era professor e minha mãe uma renomada médica. Era ele que me dava aulas todos os dias. Mesmo assim não tínhamos internet, televisão, radio ou telefone em casa, papai e mamãe tinham celular, eu tinha os livros, todos censurados.

Eu nunca havia pisado em uma escola, mas praticava hipismo e no caminho, sempre passávamos por uma. Cheia de crianças e jovens saindo com seus pais, sorridentes, tristes, animados, sérios. Papai dizia que aquilo era pelas notas avaliativas. Notas dadas pelo desempenho escolar perante a quantidade de conhecimento dado aos alunos. Meu pai achava aquilo uma falta do que fazer, apenas para atormentar as crianças e faze-las se sentirem mal sobre elas mesmas. Não havia notas na nossa casa.

Chamava-me Dominic Oliver e tinha exatos dezesseis anos, sete meses e treze dias quando me tornei um adolescente completo como diria meu pai, senhor Frankie Oliver.

Eu tinha cabelos pretos, olhos pretos, pele pálida. Idêntico ao senhor meu pai, realmente nada de interessante, a única diferença é que ele era uma girafa de gigantesco e eu...Digamos que tinha uma altura “normal para minha idade”.

Voltando ao assunto, ao dar-me esta informação, logo tomou mais um gole de café de sua xicara. Mamãe olhou-nos desconfiadíssima.

Papai era um homem sério e de respeito, não tolerava erros, amava politica e não suportava fraqueza, muito menos falta de garra. Já mamãe era semelhante, porém mais quieta e observadora, a senhora Kynel era descrita por papai como a mulher perfeita, a mais perfeita. Tinha cabelos curtos e ruivos, sardas em seu rosto, olhos verdes. Era mais ou menos da minha altura.

—Meu bem – Ela fechou o jornal que lia e encarou o marido, suas unhas batucavam sobre o papel cinzento – Sobre o que está falando?

—Nosso filho é um homem agora – Sorriu. Sinceramente era muito raro ver um sorriso saindo dos lábios do rigoroso senhor Frankie Oliver, chegava a assustar – Dominic defina “escola”.

—Instituição educacional de ensino, varia de ano perante idade e nível de conhecimento dos alunos – Falei rígido, estufando o peito. Eu sempre tinha que falar tudo com toda clareza e sem nenhum erro, se não era capaz de eu ficar de castigo.

—Muito bem – Ele estralou os dedos e pousou-os sobre a mesa, encarando-me – O que acha de fazer uma visita, Dominic? A uma escola de verdade? Onde poderá estudar e se relacionar com semelhantes da sua idade?

Fiquei mudo. Eu realmente não tinha como responder.

—Senhor – Abaixei a cabeça. Ele me olhou em duvida, pois, continuei:- Não tenho uma resposta pré-programada para isto...

—Isto foi uma pergunta pessoal, querido– Senhora Kynel segurou minha mão. Ela sabia que eu ficava muito nervoso quando tinha que usar minhas próprias palavras e não as palavras dos livros – Estávamos pensando em matricula-lo em uma escola perto do nosso bairro e...

— Silencio –Ordenou – Quero ouvir o menino.

Fraquejei. Minha vontade era de apenas levantar-me e ir para meu quarto estudar. Simplesmente odiava dar minha opinião sobre algo.

—S-seria i-interessante.

Passados alguns minutos de silêncio, comecei a murmurar comigo mesmo.

Será que não gostaram da minha resposta...? Falei algo de errado?

—Pois bem – Senhor Frankie Oliver afastou-se da mesa de café da manhã e levantou-se calmamente, levantando um pouco sua calça social larga – Terça-feira às 13 horas, programe-se, tome banho, arrume-se com roupas informais. Vamos fazer uma visita a sua escola nova.

A noite de segunda-feira havia chegado e neste final de semana eu já havia derramado mais lagrimas que uma criança recém-nascida. Meu pai havia confiscado todos os meus livros, apostilas e anotações, nada de conhecimento ou leitura, aquilo fazia eu me desesperar. Queria ler, queria escrever, mas todos os meus lápis e canetas de diversas cores haviam sido pegas por ele. Em troca de tudo isso, ele havia me dado um pacote preto brilhoso, fino. Ao analisar, percebi que era uma espécie de revista. Disse que o conteúdo daquele pacote era um presente dele dado “a um verdadeiro homem”, quando eu me sentisse solitário e precisasse de uma “mãozinha” e fazer “coisas de adolescente” eu poderia “usar” aquilo. Ênfase nestas palavras, porque após isso ele apenas me deu um tapinha nas costas.

Não entendi bulhufas do que ele havia dito, mas a curiosidade já havia de me atiçar. Queria ver o que tinha dentro e, se realmente fosse uma revista eu precisaria lê-la urgentemente porque a falta de leitura gera a falta de conhecimento, pelo menos para mim.

Meus braços abraçaram o pacote preto brilhoso, fazendo-me correr pelas escadas até o andar do meu quarto, onde fechei a porta e desembrulhei aquilo. Não era apenas uma, mas quatro revistas.

Eu não sabia distinguir em palavras o que era aquilo.

Havia sardas no meu rosto, que desapareceram perante a vermelhidão que surgiu ali. Virei-me de costas, tranquei a porta e pus-me a analisar aquilo.

Meu querido pai grifava com uma fita-isolante preta partes inapropriadas para mim nos livros que eu lia, na intenção de censurar “atos que poderiam tirar minha pureza quando ainda jovem”. Imagine só qual foi minha reação ao ver o que, possivelmente, era o que ele censurava. Ainda mais em uma expressão não verbal. Explicita. Algo que eu nunca havia visto na minha vida, nem nos livros de biologia.

Em uma das revistas mostrava apenas mulheres, duas homens e mulheres, na outra apenas homens, denominadas “Man Solo” e coisas do gênero. Por que o senhor Frankie Oliver havia me dado aquilo?

Com toda minha vergonha e inocência, pus as revistas em cima de minha escrivaninha, sentei-me, estralei os dedos e...

Sim, eu sempre levo uma caneta extra e um pequeno bloquinho dentro de meu casaco, para casos de emergência. Eu havia de fazer uma pesquisa a fundo sobre aquilo.

Analisei três e deixei a famosa “Man Solo” embaixo da minha cama, para análises futuras.

Resultado?

Fiquei até às três da manhã formulando esquemas e teorias sobre posições sexuais e “como satisfazer seu homem na cama”, mesmo que aquilo fosse pura falta do que fazer, mas minha pesquisa cientifica sobre “revistas pornô”, como se chamavam, estava indo muito bem.

Era isso que papai falava sobre ser um homem completo? Ter que receber conteúdo inadequado explicito para pesquisar? Era isso que os adolescentes de minha idade faziam? Só podia ser ele mesmo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Postarei o próximo capítulo bem em breve, prometo que não demorará tanto hsuahsua. Obrigado por lerem e até a próxima.