Mudblood escrita por Florescer


Capítulo 5
Desculpas


Notas iniciais do capítulo

Boa noite bruxos e bruxas!
Pessoal, queria dizer que fiquei muuuito feliz com os comentários do último capítulo... Vou querer surpreender vocês sempre hahaha
Também que queria agradecer a todas as pessoas que favoritaram a fic e estão acompanhado! É um prazer muito grande escrever para vocês!!!



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   Seda. Seda seria a textura perfeita para descrever os lábios de Astoria. Tão macia  e aconchegante quanto o vestido feito da mais pura seda. E Hermione aproveitou silênciosamente da sensação. 

   O beijo não foi aprofundado, embora seus corpos estivessem cada vez mais próximos e as mãos da Grifinória pairassem em direção a outra, porém, também não foi por falta de desejo de seus corpos, mas porque Hermione se deu conta do que faziam quando um som parasita ao momento chegou a seus ouvidos.

   As mãos finalmente chegaram até a outra, mas dessa vez com a intenção de afastamento, quando o assovio sarcástico as atingiu.

   - Aqui está uma cena que eu nunca imaginaria. - Draco Malfoy estava encostado, de braços cruzados e exibindo seu melhor sorriso sarcástico, numa parede próxima a elas. 

   Não era possível ver seu rosto coberto quase totalmente pela sombra escura, mas Hermione conhecia muito bem aquele sorriso e aquela voz usados contra ela tantas vezes. No mesmo momento sentiu seu coração disparar e suas pernas bambearem. 

   Se levantou de supetão encarando mortalmente o garoto. Foi pega pela pessoa que mais detestava em um momento inoportuno.

   - Parece que agora temos um segredinho, Granger. Mas devo admitir que fiquei muito excitado. - Comentou maldosamente e Hermione sentiu seu rosto esquentar. - O que mais vocês sabem fazer? 

   E saiu totalmente da escuridão, ficando entre Hermione e os raios solares que entravam pela noite. 

   - Não temos nenhum "segredinho", Malfoy. - Praticamente cuspiu o nome. - E guarde suas considerações para você. 

   - Astoria beija bem, não é? - Ele riu. - Eu sei... Parece que agora já experimentou a tão desejada Hermione, não é mesmo, Ast? - Quatro pares de olhos vagaram até Astoria que fuzilava seu companheiro de casa com o olhar pesado.

   - Espero que não se esqueça de que eu sou monitora, Malfoy! E você esta fora da cama em horário errado! - Dizendo isso, Hermione deixou o ambiente, abandonando uma bela discussão.

   Voltou para sua torre, mas foi impossível fechar os olhos àquela noite.

                                ***

   -Porque fez isso, Draco? - Astoria perguntou cruzando os braços. 

   - Acho que ficou claro quem faria papel de quê, Astoria... E o papel que você esta fazendo é meu! - Falou entredentes e apontou para sí mesmo. - Você não vai conquistá-la para ficar mais próxima ao mestre. Eu sou o Malfoy! Você é apenas uma Greengrass. - Dessa vez apontou o dedo médio para ela. 

   Astoria semicerrou os olhos ofendida.

   - Ao contrário de você, algumas pessoas não ligam para todo status e poder do mundo, Draco. Eu não quero intimidade com o mestre. - Praticamente gritou na esperança de, inutilmente, se mostrar alguém melhor do que o garoto.

   Draco deixou sua cabeça cair para trás e soltou uma rápida risada.

   - Então, porque quer "jogar no lado vencedor"? - Fez a pergunta relembrando a frase dela mesma e recebeu o silêncio e olhares feios como resposta. - Você gosta dela. - Falou casualmente. - É uma pena que não vá ficar com a garota. 

   Astoria recolheu o livro que Hermione deixou sobre o chão e se aproximou  até estar a milímetros de Draco. 

   - Você vai ficar quieto sobre isso. Senão o mestre e a sua família vão saber o quão inútil você foi até agora. - Sorriu maquiavélicamente. - E então vamos ver se sou apenas uma Greengrass. 

   E se retirou, deixando para trás um Draco Malfoy completamente furioso.

   Caminhou lentamente pelos corredores, como se estivesse normalmente a caminho de uma típica ronda. Mas seus pensamentos vagavam para longe de qualquer aluno ou aluna que pudesse estar fora da cama àquela hora. 

   Astoria reconhecia que havia se precipitado em beijá-la, mas seus instintos falaram mais alto que sua razão e agora já estava feito. Sentiu um profundo desgosto ao se dar conta de que talvez Draco estivesse certo. Esse não era o seu papel. Deveria ser apenas a amiga que conquistaria sua amizade. Deveria ser confidente, amável e gentil para mais tarde poder repassar a Voldemort tudo o que pudesse descobrir.

 

   Sentiu vontade de estuporar alguém. Não poderia ter sido mais estúpida naquela noite. Apertou seu passo e teve de ameaçar a odiosa Medusa para liberar sua passagem e entrar em sua torre. 

   Granger não estava no salão, então com um pequeno bilhete sobre a capa do livro, os pousou na mesinha de canto onde Hermione deixara vários empilhados. Na manhã seguinte, o bilhete continuava intocado. 

   Desapontada, Astoria seguiu até o salão comunal para o café da manhã.

                                ***

   "Desculpa."

   Aquela única palavra fizera Hermione permanecer todo o café da manhã desviando seu olhar de Astoria forçadamente. A cada vez que se distraía, se pegava a encarando ininterruptamente. 

   Malfoy lançou-lhe um único olhar quando adentrou o salão e depois sentou-se de costas, mas é claro que percebia toda a situação a partir dos olhares de Astoria que vagavam constantemente para a mesa da Grifinória e vez ou outra se encontrava com os de Hermione. Simultâneamente, ambas desviavam. 

   - Você está muito estranha, Hermione! - Gina exclama enquanto dá um tapa na mesa na tentativa de tirar a menina de seu transe. - Perdeu alguma coisa na mesa da Sonserina? 

   Todos seus amigos se voltaram para ela.

   - Não... É que... - Lançou um último olhar despercebido para Astoria. - Não dormi bem essa noite. Estou cansada. 

   - Teve pesadelos de novo? - Harry perguntou arqueando as sobrancelhas. 

   - Não! Não tive! Parem de me perguntar sobre esses sonhos idiotas! Eu não quero falar sobre isso nunca mais! - Hermione só se deu conta do que fazia quando seu pé direito pisou fora do salão comunal. 

   Sua voz deveria ter subido várias oitavas e seu rosto se contraía em uma expressão brava. Instantâneamente sentiu seu rosto todo corar e precisou respirar fundo duas vezes para prosseguir pelo corredor. 

   Foi para a aula de Adivinhações e deu graças a Merlin por não ser com a Sonserina. 

   Harry e Rony chegaram logo em seguida e permaneceram calados durante quase toda a aula, apenas trocando olhares entre sí e reparando em cada respiração diferente que a amiga produzia. 

   Hermione rasgou um pedacinho de papel de suas folhas e escreveu um simples, mas sincero "Me desculpe" e o empurrou em direção a Harry que prontamente correspondeu com um olhar carinhoso. 

   Seu olhar caiu sobre o papel e sua respiração falhou ao se lembrar da noite anterior. Mas não se lembrou de Draco Malfoy ou qualquer sentimento ruim que tenha sentido depois. Lembrou-se de como se sentiu bem conversando com Astoria e de como ela podia ser realmente amigável quando queria. Lembrou-se da sensação dos lábios dela nos seus, da textura, da sensação de paz e conforto e da vontade de aprofundar aquele beijo com toda sua fúria. 

   Arregalou os olhos quando novamente se pegou pensando em algo que sentia ser errado pensar. 

   Abaixou a cabeça e passou o restante da aula se concentrando em não pensar.

   No final do dia, seguiu Harry e um extremamente nervoso Ronald para o Campo de Quadribol e pôs-se a observar o início dos testes da arquibancada.

   Cormaco começou o teste primeiro e Hermione precisava admitir que ele era muito bom. Uma incrível precisão e agilidade... Se continuasse daquela maneira, as coisas não acabariam bem para Rony.  

   Sob o tecido de seu sobre-tudo, Hermione sacou sua varinha e agilmente sussurrou um baixíssemo "Confundus" no momento em que a Goles chegava próxima aos arcos. Então, no último instante, Cormaco desviou para o lado e a bola voou por dentro do arco.

   Então, finalmente chegou a vez do ruivo que mal se equilibrava sobre a vassoura de tanto nervosismo. Na arquibancada oposta de Hermione, Lilá Brown e suas seguidoras gritavam para Rony que retribuia com sorrisos amarelos. 

   Hermione pôde vê-lo respirar fundo três vezes seguidas antes do teste começar e para sua surpresa, Ronald se saia cada vez melhor a medida que ganhava confiança. No final, nenhuma bola entrara no arco e ele sorria triunfante. 

 

   Harry se sentou ao lado de Hermione e junto da garota se colocou a observar Lilá se jogar aos braços de Rony. A garota revirou os olhos e seu amigo riu.

   - Hermione, não pode ficar apenas observando isso acontecer. - Comentou pegando-a de surpresa.

   - E fazer o que, Harry?! Ronald é tão tapado que jamais percebeu meu interesse. - Abaixou os olhos para seus sapatos.

   - Talvez... Dizer a ele o que realmente sente seja uma boa opção. 

   Hermione o encarou por um segundo considerando a ideia. 

   Talvez Rony sentisse o mesmo... 

   Tolice. Se sentisse, não estaria envolvido com outra.

   Instantaneamente Hermione sentiu um aperto em seu peito ao se dar conta de que enquanto lamentava, o garoto que sempre gostara estava nesse momento olhando para os peitos de outra.

   - Diga você o que sente a Gina. - Respondeu para que pudesse desviar o assunto. 

   - Vamos ao Três Vassouras no sábado. - Harry soltou com um sorriso verdadeiro, deixando-a completamente muda e com o cenho franzido. 

   - Bom... Nesse caso... - Inspirou fundo. - Beije ela! - E levantou-se para deixar o local antes de Ronald beijasse a outra garota. 

   - Beije o Rony, Hermione. - Harry falou um pouco mais alto para que ela já descendo a arquibancada pudesse ouvir. - Vou dar a vaga para ele. Venha para o salão comunal da Grifinória para comemorar!

   Hermione preferiu não responder a nada e apenas acenou com a mão. 

   Seguiu para seu dormitório para que pudesse tomar banho antes do jantar e agradeceu a Merlin por não encontrar com Astoria ou qualquer amigo dela. 

   Comeu frango, milho e aspargos no jantar. Uma fatia de pudim de abóbora para completar. Estava totalmente satisfeita, mas algo a encomodava profundamente. 

   À sua frente, Lilá quase se esfregava em Ronald tão explicitamente, que até as pessoas ao redor deles começaram a reparar. 

   Em conjunto, todos seguiram para o Salão Comunal de Grifinória. Todos festejavam a vitória de Ronald e Gina, afinal, os Weasleys eram muito queridos e agora faziam parte do time oficial de quadribol da escola. 

   Hermione arrependeu-se de pisar naquele salão no mesmo momento em que seu olhar foi atraído para o centro da sala, onde Ronald segurava a garota pela cintura e colava sua boca na dela em um beijo apaixonado. 

   Seu coração apertou. Seu olhar embaçou. Sentiu seu estômago revirar e se dobrar várias vezes até sentir uma vontade muito forte de vômitar. 

   Hermione correu para fora dali até encontrar a janela mais próxima. Deixou o ar frio da noite invadir e topar contra seu rosto. Respirou uma, duas, três vezes em vão e então as lágrimas rolaram descontroladamente. 

   Escutou passos aproximando-se e temendo que alguém a visse daquela forma, correu para onde quer que seus pés a levasse.

   Hermione encarou a entrada da Torre de Astronomia e deve ter soltado um "Cacete!" muito alto, porque a figura loira ali presente se virou e a encarou sem dar ao menos uma chance a Hermione de esconder seu deplorável estado. 

   Draco Malfoy não falou nada e muito menos exibiu qualquer um de seus perfeitos sorrisos sarcásticos. 

   - Porque esta chorando, Granger? - Perguntou tão casualmente que Hermione juraria que ele não a zombaria. 

   - Não estou chorando, Malfoy. - Disse prestes a deixar a torre.

   - Espere! Pode ficar aqui se quiser. - Disse calmamente, a surpreendendo novamente. - Eu saio. 

   E deu três passos em direção a garota, passou por ela e antes de deixar o local se voltou para ela novamente, dessa vez tão perto que Hermione se sentiu intimidada e quando ele abriu a boca novamente, teve certeza de que ele a atacaria. 

   - Granger... É só que... - Pensou para falar. - Essas coisas passam. Não vai durar para sempre. - Falou como se realmente soubesse o porque ela chorava. 

   E então saiu. A deixou sozinha para que pudesse chorar sem medo de ser zombada ou repreendida por ele. Pela primeira vez naquele dia, Hermione se sentiu reconfortada e por um momento até se esqueceu de Ronald e Lilá.

 

   Seu cérebro gritava: "Algo está errado! Algo está acontecendo!"

                              

   

    


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Notas finais do capítulo

Me contem tudo o que acharem e prometo que em breve vou responder a todos os comentários!!!
Beijinhos



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