Desventuras de um Casamento Falso escrita por amethyst


Capítulo 1
Begging On My Knees


Notas iniciais do capítulo

Hey! Estava com a sinopse dessa fic no meu caderno e minha criatividade brotou para escrever o primeiro capítulo, então tomei coragem para postar :3
Espero que gostem, eu gostei muito de escrever esse capítulo :3
Nos vemos lá em baixo ^^



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[ORDEM DE DESPEJO]

Aspen olhou para o papel colado na porta de seu apartamento já sentindo a chegada de um de vários problemas. Ela cheirava a fritura e estava acompanhada de duas menininhas gêmeas. Seu dia tinha sido horrível.

Tinham acordado tarde, se desdobrou para levar as meninas a tempo na escola, e chegou 30 minutos atrasada no trabalho, levando uma bronca do novo gerente. Depois, ao decorrer do dia, saiu correndo para buscar as filhas, leva-las ao centro de recreação infantil e voltar para a lanchonete somente para ser assediada uma vez ou outra até o fim do expediente. Ela esperava levar as gêmeas para casa e dormir até o dia seguinte. Mas claro que não seria tão fácil.

Retirou o papel rapidamente, abriu a porta jogando a bolsa no sofá e pendurando os casacos das três no cabideiro. As meninas correram para guardar as mochilas e com a mesma rapidez que foram já estavam de volta.

— Mamãe, mamãe! – exclamaram enquanto Aspen desmanchava o coque, deixando os cabelos loiros caírem pelos ombros – Pode fazer macarrão para o jantar?

Ela estava exausta. Queria pedir uma pizza, deitar no sofá, e assistir o quinto episódio de “GIRLBOSS” no Netflix. Nesse momento, se identificava muito com a personagem Sophia. Não que ela estivesse pagando. Agradecia muito por sua melhor amiga da vida, Debbie, tê-la deixado usar sua conta. Sua vida tinha ficado mais alegre depois que pôde assistir todas aquelas séries.

Olhou nos olhos das filhas, Morgan e Wendy, e abriu um sorriso cansado. Apesar de tudo, sua série de reclamações não era culpa delas, e seus olhinhos brilhavam de expectativa. Então ela suspirou e disse, dando um tom animado que não era verdadeiro.

— Claro que faço meu amores. Só que tenho que dar uma palavrinha com o Sr. Oswald antes, então eu vou ao apartamento dele rapidinho, tudo bem? – ambas assentiram – Não vou demorar, então não saiam daqui. Podem arrumar a mesa?

— Deixa com a gente! – bateram continência e saíram correndo. Aspen riu, e saiu de lá.

...

Ela bateu na porta do apartamento do Sr. Oswald que não pareceu nada feliz ao vê-la.

— Srta. Blanchard. Assumo que tenha visto meu recado.

— Sr. Oswald, entendo que eu esteja com o aluguel atrasado, mas receberei meu pagamento no fim do mês, prometo ao senhor que pagarei tudo que devo.

— Eu já lhe dei tempo demais, Srta. Blanchard. Todos os outros moradores já pagaram e resta apenas você. Não posso fazer mais nada. Essa ordem de despejo já deveria ter sido colocada na sua porta há um mês. Então, é melhor empacotar suas coisas. Você tem esse fim de semana.

— Mas... – ela gaguejou em desespero – Eu não tenho como arranjar um lugar pra ficar em dois dias. E... E tem as meninas! Como vou explicar para elas que não podemos ficar mais aqui?

— Bom, pode começar com como você foi irresponsável e não pagou o aluguel. Sinceramente, Srta. Blanchard, um lugar para morar é mais importante do que um curso de teatro.

O sangue da loira ferveu. Era o seguinte, Aspen tivera as filhas com 17 anos. Por conta disso, começou a trabalhar sem contar aos pais, e também se manteve calada sobre a gravidez. Ela conseguiu terminar o ensino médio, porém, com muita dificuldade. Quando seus pais souberam, a expulsaram de casa, e ela ficou morando com Debbie até conseguir dinheiro suficiente para alugar um apartamento. Debbie a ajudou com tudo que precisou até Morgan e Wendy completarem quatro anos. Então, Debbie se mudou para Indiana, e tudo ficou mais difícil.

Ela não conseguiu fazer a faculdade de artes cênicas que tanto sonhava. Queria ser uma atriz, e o melhor que conseguiu era um curso de teatro local. Simples, mas eficiente. Mesmo assim, apenas o curso não a faria atuar na Broadway de um dia para o outro. Mas ela não iria desistir. Aquilo era importante para ela. Por isso, com o resto de paciência que estava lhe sobrando, ela contou até dez em sua mente e disse:

— Certamente não é. Mas estamos com um atraso nos salários na lanchonete, e eu sei que isso prejudica a sua função, mas eu estou tentando fazer o meu melhor, me dê mais tempo, por favor.

Ela estava a ponto de implorar de joelhos, mas o Sr. Oswald parecia irredutível. Mesmo assim, ela imaginava que no coração gelado daquele homem amargo brotasse um pouco de gentileza. Obviamente, isso não aconteceu.

— Sinto muito, mas a senhorita já recebeu tratamento especial por tempo demais. E sabe a regra: ou paga o aluguel no tempo imposto ou rua. Então, melhor se apressar. – ele deu um sorriso cínico antes de fechar a porta.

“Ele fechou a porta na minha cara! Velho amargo idiota. Vai se ferrar!”— Ela pensou enquanto cruzava os braços e batia o pé com força no chão. Então ela passou a mão pelo rosto e virou-se para voltar para o, até então, seu apartamento, pois suas meninas estavam esperando. Claro que antes, ela deu meia volta e mostrou o dedo do meio para porta. Não que fosse adiantar muita coisa.

— Isso não vai ficar assim... – ela murmurou enquanto entrava no elevador e apertava para subir. Até que um pensamento lhe ocorreu – Mas... Como vai ficar? O que eu vou fazer? E as meninas? Elas não merecem isso... O que eu vou fazer?

Ela queria chorar. Ao invés disso, abriu o melhor sorriso que pôde e adentrou seu apartamento, encontrando Morgan e Wendy sentadas no sofá brincando com suas Barbies.

— Precisamos de um plano! Não podemos deixar os bandidos pegarem a Stacy!

— Mas e a festa do Ken? – a Barbie de Wendy “perguntou”.

— Esqueça. Hora de entrarmos em ação! – a Barbie de Morgan “respondeu”.

— Muito bem. As duas vão tomar um banho rápido enquanto faço o macarrão para nós. Vamos, vamos, vamos! – Aspen exclamou enquanto corria atrás delas fazendo cócegas e elas riam.

Morgan e Wendy eram as alegrias da sua vida. Ela tentava fazer o seu melhor para que suas meninas tivessem o melhor. E agora ela se sentia a pior mãe do universo. Mal conseguia imaginar como as duas reagiriam à notícia.

Tentando afastar esses pensamentos, começou a fazer o macarrão. Podia ouvir as gêmeas brigando para ver quem tomaria banho primeiro e aparentemente, Wendy havia ganhado.

Quando tudo estava pronto, as três jantaram na bancada da cozinha. Aspen perguntava sobre como havia sido a escola, e tentava ouvir as histórias de cada uma delas sem se perder.

—... Brady e a Olivia brigaram a manhã toda! Mas eu acho que ele tem uma quedinha por ela!

—... Então Charlotte disse que a mãe dela comprou aqueles tênis de luzinhas para ela. Eles são muito legais mamãe!

— É verdade! E o Thomas também tem! – Wendy comentou animada.

— Mamãe, podemos ter um? – Morgan questionou ao limpar a boca suja de molho de tomate.

— Vocês precisam de tênis novos?

— Não, mas a gente quer tanto... Por favorzinho com chantilly! – elas falaram juntas juntando as mãos e fazendo biquinho.

— Quem sabe de Natal... – Aspen sorriu. Os olhos das gêmeas brilharam.

— Sério?!

— Se vocês se comportarem. E quero boas notas. As duas!

— Okay! – bateram continência e as três riram.

...

As meninas brincaram mais uma hora e logo foram deitar em suas camas, enquanto Aspen lavava a louça. Ela não devia ter dado esperança quanto aos tênis, mas ela estava se sentindo tão mal pela expulsão que aquilo saiu quase que automaticamente.

Quando terminou, se dirigiu ao quarto de suas filhas, e puxou uma cadeira para o meio das duas camas.

— Meninas, preciso falar sobre uma coisa. É importante.

— Tem alguma coisa a ver com a sua conversa com o Rei Gelado? – Morgan murmurou e Aspen riu do apelido que as três usavam em segredo para se referir ao Sr. Oswald.

— Tem sim. Olhem... – ela respirou fundo – Nós três vamos ter que nos mudar daqui.

— Por que mamãe? – Wendy sussurrou com um tom triste – Nós gostamos daqui.

— É! – concordou Morgan – Não queremos ir embora!

— Eu sei, eu sei. E eu também não queria. Mas eu tive alguns problemas no trabalho e isso acabou afetando o pagamento do aluguel e o Sr. Oswald não ficou nada feliz. Tentei conversar com ele, mas não teve jeito. Eu sinto muito meninas... – Aspen se controlou muito para não chorar ao ver as expressões das pequenas.

— Pra onde nós vamos? – Wendy sussurrou abraçando o coelho de pelúcia. Morgan fez o mesmo com pato de pelúcia.

— Eu estou cuidando disso. Mas eu prometo que vamos ficar todas juntas em um lugar tão bom quanto esse. Okay?

— Okay. – as duas responderam sem ânimo. Aspen sorriu minimamente, e beijou a testa de cada uma, ajeitando os cobertores. Apagou a luz do abajur e quando estava na porta disse:

— Eu amo vocês.

— Também te amamos.

Aspen fechou a porta e foi até o banheiro. Tomou um banho demorado tentando esclarecer as coisas em sua mente, colocou seu pijama e ficou deitada na cama olhando para o teto. Até mesmo perdera a vontade de assistir “GIRLBOSS”. Ela estava à espera de uma milagre. Como queria que Debbie ainda morasse lá, e que elas pudessem ficar com ela até Aspen resolver tudo, igual fora no começo. Ela precisava achar um lugar o mais rápido possível, só desejava saber por onde começar.

“Eu tô muito ferrada.”— pensou antes de fechar os olhos cansados e cair num sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Enfim, é aqui que a história começa ^^
Realmente espero que tenham gostado :3
Vejo vocês no próximo capítulo ♥



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