Love Story escrita por Queenie Winchester


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olás, bem-vindos ao penúltimo capítulo de Love Story. Queria agradecer a todo mundo que tem acompanhado essa história que eu escrevi com tanto carinho. Espero que gostem desse capítulo, tenham uma ótima leitura!



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“Eu ouvi o padre dizer / "fale agora ou se cale para sempre" / Há o silêncio / É a minha última chance”

Speak Now — Taylor Swift

 

Felicity Smoak

Duas horas antes do casamento…

Eu estava trancada em casa, desligada do mundo. Não queria ver notícias sobre o casamento do ano. Eu queria era que uma bomba atingisse a igreja e fizesse com que aquele casamento não acontecesse. Talvez não uma bomba literal, mas algo poderia acontecer. Algo que impedisse Oliver de se casar.

Ouvi meu celular tocar, não queria falar com ninguém, mas mesmo assim atendi Caitlin no segundo toque.

— Snow — pronunciei usando nosso chamamento do tempo de colégio.

Smoak, que bom que atendeu — Caitlin disse do outro lado. — Tenho um problema: Queen me convidou para o casamento com a Bitch Lance, mas minha fidelidade a você me faz querer não ir. Por outro lado, ele é meu amigo também, não quero deixá-lo triste.

Suspirei pesadamente, Caitlin tinha razão ela estava em um dilema, assim como Barry, Tommy e Sara. Eu sabia disso porque os dois últimos vieram me pedir permissão para serem padrinhos de Oliver.

Sara não queria que o pai soubesse que ela e a irmã travavam uma guerra civil há anos. Tommy tinha crescido ao lado de Oliver, não podia abandoná-lo. Então quando ambos vieram até o meu apartamento com expressões aflitas, eu soube que o certo a fazer era incentivá-los a apoiar o amigo.

— Cait — comecei calmamente. — Vá ao casamento. Oliver é seu amigo também, ele e Barry são como irmãos. Não podem abandoná-lo agora. Ele ficaria arrasado.

Mas o plano era que eu e Barry seríamos seus padrinhos quando você e Oliver se casassem — ela choramingou do outro lado. — Eu já tinha até o vestido na minha cabeça.

— Infelizmente isso não vai acontecer mais Cait — respondi num suspiro. — Então, por favor, vá ao casamento.

Você vai? — ela pareceu insegura ao questionar.

— Não — fui honesta. — Não capaz de vê-lo naquele altar esperando para se casar com ela.

Olhe, Licie, eu não tive coragem de dizer antes — Caitlin começou. — Mas esse casamento entre Oliver e Laurel me parece estranho.

— Estranho como? — questionei sem entender.

E não sei, mas o Queen não me parece feliz. E o que ele disse para terminar com você, não faz sentido — Caitlin me explicou. — Eu acho que tem algo por trás desse casamento, não sei o que é. Mas, Felicity se você for até aquela igreja ele não vai se casar. E é isso que todos nós queremos, que ele não se case com ela.

— Não posso fazer isso — choraminguei vergonhosamente. — Minha mãe não entenderia, Quentin não me perdoaria por estragar o casamento de sua filha. E eu sou covarde demais para isso.

Smoak, você foi a pessoa que enfrentou o idiota do Lenny Louis — Caitlin lembrou-me. — Você consegue entrar em uma igreja e impedir que o amor da sua vida se case com outra.

— Lenny estava batendo no Barry — eu retruquei. — Barry era meu melhor amigo, foi um grande incentivo.

Então você precisa de um incentivo maior do que perder o Queen Delícia para a Bitch Lance? — Caitlin riu.

— Não o chame dessa forma — resmunguei com um súbito mal humor.

Mas é verdade, ele é uma delícia mesmo — ela continuou. — Não conte ao Barry sobre isso.

— Caitlin…

Tá bom, tá bom. Daqui a pouco eu chego aí — ela disse e desligou o telefone.

O quê? — falei para o nada.

Quinze minutos depois minha campainha tocou. Abri a porta sem muita animação, Caitlin realmente levava suas palavras a sério.

— Smoak — Caitlin sorriu docemente. — Trouxe minhas cúmplices.

A encarei sem entender e vi Sara se aproximar com uma mala em mãos. Atrás dela uma mulher alta de cabelos pretos e traços sérios tinha algumas sacolas nos braços.

— Licie! — Sara exclamou sorridente entrando em meu apartamento. A mulher que estava com ela não se moveu até que eu indicasse que ela também poderia entrar. — Essa é Nyssa, minha namorada.

Sorri para a mulher de forma verdadeira. Sara sempre falava dela com tanto carinho e tanto amor que me lembrava o modo como eu falava de Oliver.

— É um prazer conhecê-la — Nyssa me disse e eu a abracei em resposta. — Sara fala bastante de você.

— Não tanto quanto fala de você — eu garanti sorrindo.

— Agora que todas se conhecem vamos a obra — Caitlin anunciou animadamente. — Trouxe um vestido para você, Sara trouxe a maquiagem e Nyssa conhece alguns truques de cabelo. Temos uma hora e meia para nos aprontar.

— Cait eu não vou — pronunciei irritada. — Eu agradeço que tenham vindo, mas é muito humilhante não acha?

— Não tem nada de humilhante nisso, pelo contrário — Sara contra-argumentou. — Mostra que você não se importa, que superou. Além do mais depois da história do Arqueiro Verde, sabemos que você é capaz de superar.

— Não sei, Sara — confessei num sussurro.

— Felicity eu não tenho o direito de me meter, nós mal nos conhecemos — Nyssa começou. — Mas Sara sempre me disse que você é corajosa, prove isso. Eu vejo nos seus olhos o quanto você ainda ama o Oliver, então porque não lutar por ele uma última vez?

Ponderei por um instante, Nyssa tinha razão. Eu deveria lutar por ele.

— Okay, vocês venceram — suspirei derrotada.

Caitlin bateu palmas animada e me puxou em direção ao meu banheiro. Ordenou que eu tomasse um longo banho e lavasse os cabelos. Assim que entrei em meu quarto vi as três me encararem com sorriso travesso, aquilo significava uma coisa: eu iria sofrer.

Quarenta minutos se passaram entre maquiagem, unha, cabelo e vestido. Eu não podia negar que estava adorando aquilo, mas ainda não tinha certeza do que eu iria fazer lá.

— Acho que terminamos — Caitlin me olhou sorrindo.

Finalmente pude me olhar no espelho. O vestido cinza era simples e romântico, lindo eu diria. Não sei onde elas o conseguiram, mas eu estava imensamente feliz por estar usando uma peça como aquela. Meu cabelo estava ondulado, com as mechas da frente presas para trás por um grampo de pequenas flores. A maquiagem era leve e discreta, tão discreta que parecia ser imperceptível.

— Nossa — eu consegui pronunciar após algum tempo. — Vocês fazem milagres.

— Licie — Cait chamou carinhosa. — Nós não fizemos nada. Você já é linda sem toda essa produção.

— Com ela só ficou melhor — Sara emendou. — Agora é nossa vez, não estrague nosso trabalho.

Meia hora antes do casamento…

Eu encarava as três mulheres a minha frente de boca aberta. Elas estavam lindas. Sara usava um vestido azul longo e tinha o cabelo preso em um topete alto. Nyssa estava de preto, com as madeixas compridas soltas, ela era uma mulher fatal. Já Cait estava com um vestido bege, e tinha prendido o cabelo num coque desfiado.

— Vocês estão lindas — eu disse de forma honesta.

— Exagero seu — Caitlin disse sorrindo.

Vi Sara se afastar um pouco e atender o telefone. Depois foi até uma das sacolas que Nyssa havia deixado na bancada de minha cozinha.

— Agora tome isso — Sara se aproximou me oferecendo um copo com algo que eu não sabia identificar.

— O que é isso? — questionei hesitando em pegar o copo.

— Whisky — ela respondeu. — Para te dar coragem.

— Coragem para? — fingi-me de desentendida.

— Para parar aquele casamento — ela respondeu.

— Como assim? — me assustei.

— Felicity não quero que Oliver se case com Laurel, não é certo — Sara me forçou a pegar o copo. — Você também não quer. Então você precisa impedir.

— Você disse que precisava de um incentivo — Caitlin me lembrou. — Aí está.

— Mas eu não bebo — tentei protestar.

— Hoje bebe — Nyssa afirmou.

Suspirei derrotada eu realmente precisava de coragem, se elas garantiam que ela estava naquela garrafa de Whisky eu iria encontrá-la.

Igreja de Starling City dez minutos para o casamento...

Ver Oliver no altar fez meu estômago revirar de forma violenta. Ele estava maravilhosamente lindo naquele smoking. Tudo o que eu queria era ser a mulher que ele esperava no altar.

Eu estava um pouco alterada, definitivamente eu nunca mais iria beber. Mas tinha um bom motivo para eu ter feito isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa, agir antes que o casamento começasse, mas a imagem daquela igreja lotada me assustava.

Eu precisava organizar as ideias, talvez eu devesse mandar um recado. Pedir a Oliver que me encontrasse nos fundos da igreja e sairíamos sem rumo para qualquer lugar. Infelizmente não seria tão fácil assim.

Quando a marcha nupcial tocou eu me escondi ainda mais, eu não deveria ficar pensando, eu deveria agir.

— Se alguém tiver algo que possa impedir essa união, fale agora ou cale-se para sempre.

Ouvir o padre pronunciar aquelas palavras tão ridiculamente clichês me fez despertar. Eu tinha muitas coisas contra aquele casamento, muitos motivos e muitos segredos que poderiam pôr fim àquela história.

Eu tinha que fazer alguma coisa. Eu iria fazer alguma coisa.

— Eu tenho — pronunciei alto o suficiente atraindo os olhares de toda a igreja.

Agora eu não podia recuar, eu não iria recuar. Eu faria de tudo para ter o meu Oliver de volta.

Oliver Queen

Noite anterior ao casamento…

Eu estava mais uma vez encarando a janela do apartamento dela, eu havia feito isso durante todo o tempo que passamos separados e depois de ontem à noite, de vê-la naquela fantasia eu sentia ainda mais vontade de estar com ela. Então como num passe de mágica ela me encarou pela janela. Eu não podia correr, eu não queria correr.

Peguei meu celular e disquei o número que eu sabia de cor. Ela atendeu no terceiro toque ainda me encarando pela janela.

— Me mande embora — pedi olhando-a com intensidade.

Por que eu faria isso? — ela respondeu do outro lado da linha.

— Porque eu quero você — disse simplesmente. — E se você não me mandar embora eu vou subir e te fazer minha.

Você vai se casar amanhã — ela lembrou. — Não deveria estar aqui.

Ótimo — comentei. — Era isso que eu precisava ouvir. Eu...

Mas já que está aqui — ela me interrompeu. — Suba.

Felicity não me peça isso — fechei os olhos tentando me forçar a não obedecer.

Oliver, eu não estou pedindo.

Desliguei o telefone imediatamente e corri até o prédio. Passei pelo porteiro depressa e entrei no elevador torcendo para que ele andasse o mais rápido possível. Tempos depois eu estava diante da sua porta. Eu iria bater, mas ela se adiantou. Quando eu a vi senti meu corpo queimar, ela estava com aquela fantasia que tinha me enlouquecido. Não precisei de palavras apenas de gestos, puxei-a para mim com certa pressa, nossos corpos se chocaram e ela soltou um risinho.

Tomei seus lábios com pressa e paixão. Nossas línguas travavam uma luta feroz pelo controle do beijo. Empurrei-a para dentro do apartamento, fechando a porta com um pontapé.

— Você deveria estar fantasiado — ela gemeu contra o meu pescoço enquanto eu fechava os olhos aproveitando aquela sensação.

— Desculpe — sussurrei contra seu ouvido.

Prensei Felicity contra a parede, descendo minhas mãos por toda a extensão de seu corpo. Apertei sua coxa enquanto levantava uma de suas pernas, forçando meu corpo ainda mais contra ela.

Felicity gemeu alto.

Puxei-a totalmente para cima, fazendo-a enlaçar suas pernas em minha cintura. Andei com ela até o quarto, onde a coloquei na cama com pressa. Num único puxão ela arrancou minha camiseta e começou a arranhar minhas costas enquanto eu devorava seu pescoço. Eu a deixaria marcada, nem que fosse pela última vez.

Tateei seu corpo a procura do feixe do maldito maiô, mas não encontrei. Grunhi desesperado, irritado. Felicity riu do meu desespero.

— Na frente — ela sussurrou.

Sorri em resposta descendo o zíper que se iniciava em seu colo e terminava um pouco abaixo do umbigo. Salivei com a visão da minha loira quase que completamente despida, pois ela não usava sutiã. Quando a vi totalmente nua senti que me faltava o ar, os cabelos loiros estavam espalhados ao redor de sua cabeça, seus seios subiam e desciam de forma apressada evidenciando sua dificuldade de respirar.

Desafivelei meu cinto de forma apressada e me livrei do resto de minhas roupas. Me aproximei da cama devagar, meus beijos trilhavam um caminho desde sua panturrilha até sua boca, à medida que meu corpo sobrepunha o dela eu a via se arrepiar. Olhando-a nos olhos eu a fiz, pela última vez, minha mulher.

Acordei com o barulho de alguém batendo em minha porta. Olhei ao redor, eu estava suando e estava excitado, eu precisava despachar quem quer que fosse. Então eu me dei conta de algo chocante: eu não estava em meu quarto.

Andei depressa até a porta e abri com certo mal humor. Tommy me encarou curioso e depois gargalhou. Me escondi atrás da porta, não por vergonha, Tommy já tinha me visto em momentos piores, mas por precaução, sabe-se lá quem mais estaria ali.

— O que faz aqui? — questionei. — O que eu faço aqui? Onde é aqui?

— Vai com calma Queen — ele respondeu entrando no quarto. — Você está na casa do Roy. Seu cunhadinho te achou procurando encrenca em um bar do Glades, muito esperto você — ele se sentou na cama. — Mas saiba que você não precisa levar um tiro ou ser morto para não ter que casar com Laurel.

— Eu não entendo — admiti fechando a porta. — Não me lembro de nada.

— Você sumiu por um dia todo — ele me contou com desgosto. — Não atendia o telefone, não apareceu na empresa. No início nós achamos que você estava com a Felicity, eu contei aos rapazes sobre o que aconteceu na Verdant. Mas quando Sara me disse que tinha falado com ela e que ela não parecia saber de você, nós ficamos preocupados. Sua mãe ia chamar a polícia.

— Sinto muito — pronunciei com certo remorso, não queria preocupá-los. — Não era minha intenção preocupar vocês. Acho que meu celular descarregou.

— Oliver eu não sei o que está acontecendo com você — ele se aproximou de mim colocando uma mão em meu ombro. — Mas você é meu irmão. Eu quero te ajudar. Da última vez que eu te vi assim, destruído, foi quando seu pai morreu. Beber não vai solucionar os seus problemas, você sabe disso.

— Eu queria poder te contar — fechei meus olhos contendo a vontade de me abrir com o meu melhor amigo. — Mas é muito tarde para tentar mudar alguma coisa. Apenas me prometa que vai cuidar dela.

— Felicity? — ele arqueou a sobrancelha. — Não precisa pedir.

— Ótimo — anunciei. — Diga a minha mãe que eu estou bem. Que logo vou para casa. Mas não vai ser agora.

— Como quiser — ele pareceu entender. — Thea não sabe que você está aqui. Roy achou que era melhor te dar um pouco de espaço.

— Fico feliz por isso — comentei.

— Nos vemos amanhã? — ele questionou abrindo a porta.

— Claro — sorri sem humor.

— Ah eu quase ia me esquecendo — ele se virou para mim com um sorriso debochado. — De acordo com a Sara, o Super-Homem não foi o cara que passou pela mente da nossa querida Smoak. Parece que um Arqueiro misterioso conseguiu balançar as estruturas dela. E pelo visto ela fez bem mais que balançar as dele — ele apontou para mim gargalhando.

— Saia daqui Merlyn! — gritei fingindo que iria jogar nele um abajur que estava em cima da cômoda.

— Volte para os seus sonhos Queen! — ele respondeu já do outro lado. — Eles parecem mais interessantes que sua vida real!

Tommy não tinha ideia do quanto estava certo. Infelizmente eu não consegui voltar aos meus sonhos. Mas eu tinha certeza de que aquela imagem nunca mais me deixaria em paz.

Algumas horas mais tarde, na Mansão Queen…

Eu tentava a todo custo enfiar a chave na maldita fechadura, mas ela parecia querer brincar comigo e insistia em não acertar o encaixe. Bufei irritado, não podia simplesmente tocar a campainha e me denunciar. Não quando eu estava completamente bêbado e nem um pouco afim de conversar com alguém.

Vi a luz da sala acender e percebi que minha tentativa de passar despercebido havia falhado. Moira Queen abriu a porta e me encarou como se quisesse me matar, o que não seria uma ideia tão ruim assim.

— Oliver Jonas Queen — ela disse calma, mas eu sabia que ela estava furiosa. Afinal ela só usava nossos nomes completos quando queria indicar toda a sua ira e seu desgosto.

— Moira — respondi entediado passando por ela.

— O que pensa que está fazendo? — ela fechou a porta com um pouco de força.

— Indo para o meu quarto, aproveitar a última noite que durmo sozinho — pronunciei enquanto subia as escadas.

— Eu achei que você tinha crescido Oliver — ela se acercou de mim me encarando com os olhos ardendo de raiva.

— Eu tinha — respondi usando um tom mais alto do que eu costumava usar. — Eu tinha um emprego do qual eu gostava, tinha uma boate que me permitia usar o dinheiro arrecadado para ajudar pessoas que precisavam, tinha algumas visitas marcadas para escolher a casa que eu iria comprar. Eu ia me casar. Ter uma família. Ia finalmente ser um homem feliz e completo. Mas você tirou isso de mim — a acusei com violência. — Então já que eu não posso mais ter tudo isso, resolvi te devolver o favor e trazer o velho Ollie de volta. Espero que tenha sentido falta dos tribunais e das revistas de fofocas.

— Ah, por favor, não banque o garoto mimado — ela vociferou. — Seja um homem.

— Eu sou um garoto mimado, mamãe — pronunciei com desprezo. — Você me fez assim, me criou desse modo. Que tipo de homem esperava que eu me tornasse?

— Oliver — ela tentou se acalmar. — Você estava tão bem. Nós estávamos tão bem. A empresa, a família. Tudo estava tão bom quanto na época em que seu pai era vivo. O que mudou?

— Você a tirou de mim — cuspi as palavras. — Eu nunca quis ser a droga de um CEO. Eu não queria nem ir a faculdade. Eu ia ter uma boate e era o máximo que eu queria da minha vida. Sexo e bebidas eram o meu lema. Mas no dia em que eu me dei conta de que estava apaixonado por ela eu quis ser mais que herdeiro dos Queen — confessei com certo rancor. — Eu quis ser o homem que ela teria orgulho de dizer que era seu. Quando ela me olhou nos olhos e disse que eu podia ser sim o substituto do legado de Robert Queen e que ainda podia ser eu, que ela me amava e iria me apoiar independentemente do que acontecesse, naquele dia eu percebi que eu era capaz de muitas coisas. Inclusive de fazê-la feliz.

— Todo esse drama por conta daquela garota sem classe — ela rolou os olhos.

— Você não entende — eu garanti num tom calmo. — Não se trata de classe social ou de dinheiro. É uma questão de caráter, de sentimentos. Felicity é a pessoa mais pura e boa que você vai conhecer. E eu a fiz mentir para os pais durante anos, porque eu sabia que no momento em que você descobrisse sobre nós, as coisas virariam um inferno. Eu estava certo afinal.

— Esqueça essa garota Oliver — ela me ameaçou. — Se você a ama tanto quanto diz amar, mantenha-se longe dela. Ou eu juro que acabo com ela num estalar de dedos.

— Não ouse ameaçá-la — devolvi semicerrando os olhos. — Não se atreva a mover um dedo contra ela. Eu já aceitei o seu jogo sujo, que inclusive duvido muito não ter o dedo de Laurel no meio. Eu estou jogando conforme as suas regras, Felicity não tem nada a ver com isso.

— Laurel foi apenas uma feliz coincidência — ela retrucou. — Ela estar esperando um filho seu não foi algo que eu fiz querido.

— Deus sabe como eu me arrependo de ter aceitado aquele jantar — pronunciei passando as mãos pelos cabelos. — Mas eu duvido muito que em uma única noite que nem deveria ter acontecido, Laurel iria engravidar. Ela é esperta demais para se descuidar assim. Além disso, me parece conveniente para ela que está entre os nomes cotados para se tornar a Promotora da cidade ser associada a imagem do herdeiro da família mais importante de Starling City.

— Que diferença isso faz no final da história? — ela me encarou com superioridade. — Relações são meros contratos. São feitas para beneficiar ambas as partes. Nós seremos ainda mais respeitados a partir de amanhã. Credibilidade não se acha em bandejas do Big Belly Burger, querido. Aceite isso.

Ela se virou e começou a subir as escadas. Ela tinha terminado.

— Sabe o que fez eu me apaixonar por Felicity? — perguntei em voz alta fazendo-a parar.

— O grande caráter e todos os truques sexuais que aquela mãe dela provavelmente ensinou para que ela agarrasse um milionário como você? — ela devolveu em deboche.

— O fato de ela não me dar importância — ri sem humor me aproximando dela. — O fato de ela achar que todo o meu dinheiro não me fazia melhor que ninguém. Felicity nunca ligou para status sociais. Ela prefere dignidade. Uma pena você não ter dado a ela uma chance. Ela poderia te ensinar uma ou duas coisas sobre o assunto.

Passei por minha mãe subindo em direção ao meu quarto. Tranquei a porta e me pus a descontar a raiva em tudo o que eu via pela frente. Móveis, decorações, vasos de flores, porta-retratos em que eu e minha mãe estávamos, tudo foi ao chão. Eu deixaria o quarto no mesmo estado em que meu coração estava: destruído.

Igreja de Starling City, uma hora antes do casamento…

— Você ainda pode fugir — Barry anunciou se aproximando de mim ao lado de Tommy. — Nós te damos cobertura.

— Eu bem que queria — disse num sussurro.

— Oliver você está horrível — Tommy disse fazendo careta. — Não dormiu ontem à noite?

— Não — confessei num suspiro pesado.

— Para sua sorte, Helena sempre tem uma maquiagem na bolsa — ele pronunciou. — Você pode até não estar feliz, mas não precisa parecer um defunto.

— Você não contou a ele, não é? — Barry questionou vendo Tommy passar pela porta.

— Não — admiti. — Talvez depois do casamento eu diga a ele e a Sara. Onde está sua namorada?

— Ela e Sara virão daqui a pouco — ele deu de ombros. — Parece que elas iriam se arrumar juntas, ela me ligou há meia hora para me pedir para te tranquilizar. Nyssa está com elas.

— Sara escondendo a Nyssa era pior que eu e Felicity omitindo o nosso relacionamento para o mundo — comentei sem humor.

— Parece que Quentin finalmente aceitou a ideia de que Sara e Nyssa se amam — ele disse. — Talvez se não fosse toda essa ideia, um dia o pai de Felicity aceitaria o romance de vocês.

— Ele provavelmente, minha mãe não.

— O que eu disse ainda está valendo Oliver — ele se aproximou. — Você pode fugir. Eu te ajudo. Você vai até o apartamento de Felicity e de lá vocês somem para qualquer canto do mundo.

— E no dia seguinte todo mundo vai achar que Felicity me deu um golpe — comentei com desgosto.

— Não seja pessimista Oliver — ele me repreendeu.

— Não estou sendo pessimista Barry, você sabe que minha amada mãe é capaz disso e de coisa pior — disse encarando meu reflexo, nada agradável diga-se de passagem. — Eu já aceitei isso, o melhor que você e o resto do pessoal fazem é aceitar também.


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Notas finais do capítulo

Vestidos:
Sara: https://goo.gl/rVlmyU / Nyssa: http://oi64.tinypic.com/j5xnar.jpg
Caitlin: https://goo.gl/W41Nn7 / Felicity: https://goo.gl/b9hkHY


E então alguém mais achou que o casal tinha tido uma recaída ou foi só o Oliver? Espero que tenham gostado desse capítulo e que não queiram me matar haha. E por falar em matar, Arrow vai me matar um dia, podem escrever. Eu não sei se vai ser de ansiedade ou de raiva. Mas que vai acontecer vai.
Espero que tenham gostado, até sexta!



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