Autumn Leaves In a Snowstorm escrita por Miss Moonlight


Capítulo 2
When the hunter becomes the hunted


Notas iniciais do capítulo

Sim, tô de volta mesmo e, sim, em menos de dois dias, porque minha ansiedade não permite que eu espere mais para prosseguir com a fanfic.

Para você, caro leitor, que se dispôs a ler o segundo capítulo, muito obrigada! Esse terá mais ação que o primeiro, pode ficar tranquilo, e já adianto também que terá interação entre os dois protagonistas.

Mas, sem mais delongas e spoilers, tenha uma boa leitura!



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No dia seguinte, assim que meu expediente acabou, tratei de vestir minhas roupas casuais e arrumar meus pertences com a maior velocidade que pude. Despedi-me brevemente do meu patrão, Merle, e praticamente voei porta afora da cafeteria. Caminhei, ou melhor, corri até a esquina onde havia visto White no dia anterior, não dando a mínima por comer alguns fios de cabelo no processo ou quase congelar com o vento frio que batia contra minha pele.

Assim que cheguei ao local, encostei-me ao muro de uma residência, fora do alcance de visão de quem passasse pela rua em que ele passara no outro dia. Tratei de acalmar minha respiração, enquanto esperava ansiosamente a figura conhecida dar as caras. Tentava a todo custo ignorar as vozes na minha cabeça, que insistiam em dizer o quanto eu estava sendo estúpida naquele momento, que Autumn Pierce nunca se sujeitaria a isso por pessoa alguma, que eu não ganharia nada com aquilo ou o quanto era perigo e não valia a pena.

Estava quase desistindo, deixando minha parte racional tomar as rédeas da situação, quando uma sombra próxima a mim chamou minha atenção e levou embora todos os pensamentos que estavam me atormentando segundos atrás. Quando reconheci de fato a figura pálida de cabelos negros, não pude segurar o sorriso triunfante que se formou em meus lábios. Ele atravessou a rua em que eu estava, assim como na tarde anterior, continuando seu trajeto, e eu não demorei a segui-lo.

Estávamos fazendo o mesmo trajeto da outra vez, quando ele decide atravessar a rua de repente. Fiquei atrás de uma árvore por um momento, esperando o jovem rapaz se distanciar um pouco e tentando especular o que ele pretendia, com medo de ter sido descoberta. Quando o vi entrar em uma loja de equipamento fotográfico logo à frente, relaxei um pouco e decidi aguardá-lo de onde estava mesmo.

Não dava pra negar o medo que eu sentia, junto à apreensão e a adrenalina de ser descoberta. Era quase prazeroso para mim viver aquilo, quando se viveu dezessete anos em pura monotonia. Era como se eu finalmente estivesse viva pela primeira vez depois de tanto tempo. Uma sensação tão boa e diferente, que quase fazia todo o meu medo desaparecer. Quase.

Por detrás daquele tronco, quase não me contive de curiosidade. Mordiscava minhas unhas, enquanto tentava enxergar algo através do vidro da pequena loja, falhando miseravelmente. Meus pés batiam contra o cimento da calçada, como em um pedido para serem levados até o estabelecimento e dar um fim a minha curiosidade, porém, felizmente, eu ainda tinha juízo o suficiente para saber que não seria algo sábio de se fazer.

Quando White finalmente passou pela porta de vidro do estabelecimento, já estava escuro e pude respirar aliviada, pelo fim de minha agonia. Ele saiu com alguns papéis nas mãos e parecia bastante concentrado, alisando um por um. Andou pela calçada, mas não foi adiante, ao invés disso, fazia o caminho de volta para o orfanato. Depois de um tempo o seguindo pela outra calçada, finalmente reconheci os tais papéis como sendo fotografias e tudo fez mais sentido.

Enquanto o tempo passava e a noite escurecia mais e mais, pus-me a refletir se eu não estava sendo estúpida. Talvez não tivesse nada de estranho sobre as ações de White, afinal, ele trabalhava com aquilo, mesmo que fosse só na parte editorial. Quem sabe seu chefe não estivesse somente lhe dando uma chance como fotógrafo? E eu ali, agindo como uma maluca, desconfiando dele e o seguindo por aí, prejulgando sua índole, só por conta de seu comportamento um tanto estranho. Mesmo que eu não lhe devesse nada, não pude deixar de sentir-me mal por aquilo. E, observando sua figura alta pela calçada oposta, prometi a mim mesma que aquilo acabaria ali.

Chegamos à esquina que dava para a rua onde o orfanato ficava e o deixei ir primeiro obviamente. Depois de um tempo considerável, foi a minha vez de virar e assim que eu realizei o ato, antes mesmo que eu pudesse perceber, fui agarrada pelo braço e empurrada contra o muro de uma casa. Não demorou muito para que eu começasse a tentar atingir o sujeito que me segurava, não me dando ao luxo de nem se quer tentar enxergar seu rosto diante a escuridão da noite. Ia começar a gritar por ajuda quando notei que meus golpes não estavam sendo muito eficientes, mas sua mão sobre minha boca e o som de sua voz fez com que os gritos se prendessem em minha garganta.

— Nem pense nisso – disse uma voz, já conhecida por mim, em um tom ameaçador e frio também familiar. Depois de sentir que eu não mais gritaria, retirou a mão que cobria meus lábios. – Agora quer, por um obséquio, me explicar o que fazia me seguindo?

Com o coração palpitando em um ritmo acelerado, permiti-me analisar seu rosto com mais cuidado, mesmo já sabendo de quem se tratava. Com a luz da lua batendo contra a pele pálida de seu rosto, iluminando seu cabelo escuro e bagunçado sobre a testa e seus olhos claros, tive minha confirmação de que o sujeito era quem eu menos queria encontrar no momento: Charles White.

Minha respiração ficou presa na garganta e eu tinha a completa noção do quanto meus olhos estavam arregalados, porém não conseguia impedi-los no momento, estava ocupada demais tentando formular alguma frase coerente e tentando não piorar mais ainda minha situação patética.

— E então? Não temos o dia todo, Pierce – disse White, agora com uma expressão de tédio. – Você não quer me ver irritado, posso te garantir isso.

Um pouco recuperada do susto e tentando ignorar o medo que estava sentindo, tirei sua mão que ainda agarrava meu braço esquerdo de cima de mim e disse, enquanto arrumava meu casaco e minha bolsa, evitando encarar seus olhos:

— Não sei do que está falando, White. Agora se me der licença...

Dei o primeiro passo para longe dele, mas não passou disso. Ele pegou-me pelo braço outra vez e virou-me em sua direção, fazendo com que meu corpo se chocasse com o dele.

— Ah, não sabe mesmo? E o que estava fazendo na frente da loja de fotografia hoje então? Hm? – Perguntou ele, balançando-me bruscamente pelo braço. – Acho muito curioso o fato de você ter ficado lá, atrás daquela árvore o tempo todo, e só sair do lugar quando eu saí também.

— Eu realmente não sei do que está falando – neguei com a cabeça, enquanto tentava me soltar de seu aperto. – Deve ter me confundido com alguém, não sei.

Charles White riu. Riu sem humor algum e tão friamente, que me fez estremecer e engolir em seco sem nem mesmo perceber. Comecei a tentar soltar-me dele com mais força, começando a sentir o medo que senti quando tentei ser sua amiga há anos atrás.

— Como se fosse muito comum encontrar outra garota da sua idade, com o cabelo em um tom tão avermelhado quanto o seu, usando um cachecol surrado igual ao que você sempre costuma usar – tocou em uma mecha do meu cabelo com as pontas dos dedos da mão livre, enquanto sorria de modo sombrio para mim. – Pierce, assim você subestima a minha inteligência.

Bati sua mão para longe do meu cabelo e tentei o empurrar para longe de mim outra vez, já sem paciência para aguentar seu senso de superioridade e seu jeito estúpido.

— White, me escuta, eu só estava voltando do trabalho, assim como você. Por que eu iria querer me meter em sua vida? Você deixou bem claro para mim, anos atrás, que eu não deveria fazer isso. Então vê se me deixa em paz!

— Talvez você não tenha superado a desilusão de quando éramos pequenos e é estúpida o bastante para ainda querer criar algum laço comigo, não sei. Só sei que aquele caminho não era o que você geralmente faz e nem o horário que costuma voltar – e então me soltou bruscamente, como se eu possuísse alguma doença que ele não queria de jeito nenhum adquirir. Mesmo que eu estivesse livre fisicamente, White se aproximou de mim, prendendo-me com o seu olhar e impossibilitando-me de me mover. – Não pense que me engana, Pierce, de inocente você não tem nada. É uma pena que Sra. Stevens seja tão cega para ver isso ou os outros órfãos, mas o fato é que eles não te conhecem como eu conheço você.

Dando-me mais um de seus sorrisos sombrios, ele passou por mim e caminhou despreocupadamente até o orfanato. Demorou um pouco para que eu finalmente o seguisse. Os recentes acontecimentos haviam me deixado tão atônita, que foi um tanto difícil raciocinar o que fazer a seguir. Sua figura já passava pelo portão de ferro que guardava o edifício, quando eu dei meus primeiros passos.

———

O jantar nunca foi tão tenso para mim.

Por mais que White não tivesse dirigido um mísero olhar em minha direção, eu sabia que ele estava consciente de minha presença e de todos os meus movimentos. Mesmo que eu quisesse concentrar-me em minha refeição, afinal estava faminta, era quase impossível desviar meus olhos dele por mais de três segundos.

Talvez fosse somente paranoia minha, mas é que eu sabia que nossa conversa, que tinha acontecido há apenas alguns minutos atrás, não tinha acabado. Charles White nunca deixaria algo assim passar batido, ele não era desse tipo, e era exatamente isso que eu temia. O velho medo do desconhecido. Medo do que ele poderia fazer. O fato de eu não saber o que ele seria capaz deixava-me apavorada. E mesmo sentindo-me uma estúpida, não podia evitar que isso transparecesse em meu exterior.

— Autumn? Você ‘tá legal? – Perguntou uma voz calma e masculina a minha esquerda, fazendo-me pular levemente em meu assento com o susto.

Virei minha cabeça em sua direção, encontrando ninguém mais do que Edward Bennett com seus cabelos cor de caramelo e olhos castanhos, nos quais sempre estavam com aquele brilho doce, que sempre chegava a dar enjoo se olhasse por muito tempo. Ele estava a meio metrô de distância de onde eu estava sentada e, por algum motivo desconhecido, ele havia se afastado um pouco de seus dois amigos, Emmeline Bones e Stefan Jones, que estavam sentados na mesma mesa. Juntos eles formavam o trio mais irritante do orfanato e, na minha humilde opinião, de todo o país.

— Claro que estou. Por que a pergunta? – Respondi, voltando meus olhos para minha refeição, desinteressada.

— Bom, você está um pouco pálida e mal tocou na sua comida, sem contar que não para de olhar para o esquisitão do White. – Disse ele, aproximando-se mais um pouco de mim e sussurrando logo em seguida: – Ele por um acaso te fez algo?

Incomodada pela sua presença e pela distância que nos separava, um tanto curta demais para mim, afastei-me um pouco dele. Logo depois, coloquei meu copo e meu talher na bandeja, desistindo de vez de tentar comer algo.

— Não, Bennett, e mesmo que tivesse feito, não consigo ver onde isso convém a você – disse direta, já sem paciência, levantando-me com minhas coisas e levando-as para a pilha de louças.

Quando passei por Bennett outra vez, no caminho para a saída, ele já estava junto ao seu trio, porém não tão agitado quanto os outros dois. Sabia que isso tinha a ver comigo e minha rudez natural, mas por mais que eu tentasse, não conseguia importar-me com aquilo. A culpa era dele se ele ainda insistia em tentar ser meu amigo, quando deixei bem claro que não fazia questão alguma de sua amizade.

Comecei a subir as escadas até o andar onde meu quarto ficava, sentindo o cansaço tomar conta de mim a cada passo, mas, apesar disso, não sentia sono algum. Quando passei pelo andar onde a biblioteca ficava, ponderei se não deveria aproveitar e pegar um livro para ler, mesmo que existissem poucos que eu ainda não havia lido ali. Depois de um tempo analisando a porta para o local – que detinha o segundo lugar no ranking de Melhores Lugares do Orfanato, por Autumn Pierce –, resolvi que não seria uma má ideia. Um livro distrairia minha mente facilmente, era o que eu esperava pelo menos.

Após entrar pela porta dupla de madeira, não pude deixar de sentir-me nostálgica ao sentir o leve e velho cheiro de mofo que provinha daquele lugar. Podia ser estranho, mas eu até que gostava. Depois de passar dias trancada ali, você meio que se acostuma com o cheiro e era quase impossível não ligar  inconscientemente a ele a sensação relaxante de estar ali. Aquela não era uma biblioteca enorme ou com um acervo muito rebuscado, mas servia perfeitamente para mim.

Não demorei a caminhar até minhas velhas amigas estantes, repletas dos mais surrados livros, que mesmo em sua aparência deplorável, não perdiam seu encanto por dentro. Deslizei meus dedos pelos títulos impressos nas capas, ainda escolhendo o que leria, até que um título especial chamou minha atenção. Não demorou muito para que eu tirasse “Orgulho e Preconceito” da prateleira, sentindo uma ansiedade familiar em lê-lo pela milésima vez.

— Jane Austen outra vez, Pierce? Para uma garota como você, confesso que esperava um gosto literário melhor.

Era difícil não ter calafrios, quando a voz rouca e grave de Charles White chegava aos meus ouvidos. De costas para a porta, onde ele deveria estar, decidi não dar muita atenção a sua presença, fingindo procurar outro livro na estante, enquanto o amaldiçoava em pensamento por de repente ter descoberto que eu existo de novo.

— Pela última vez que chequei, você não tinha nada a ver com minhas preferências literárias e algo me diz que isso continua valendo por agora também – respondi, deixando minha irritação fluir pelos meus lábios, sem nem medir as consequências.

— Por que será que não me surpreendo com toda essa sua presunção? – Ele, então, soltou uma de suas risadas que não continham humor algum e ela soou pelo cômodo, deixando tudo meio sombrio. – Pierce, Pierce… Quando é que você vai aprender?

E então todas as luzes se apagaram e o som da porta batendo em seguida fez com que eu me assustasse. Agarrei o livro contra mim e rumei para a porta o mais rápido possível com os olhos fechados, tentando deixar o medo bobo que sentia de lado. Na realidade, não era um medo de fato, era mais como um desconforto. Ao girar a maçaneta, tive uma pequena surpresa ao realizar que a porta estava trancada. Sentindo uma raiva crescendo dentro de mim, ao perceber que ele tinha me trancado ali, soquei a porta em puro ódio junto a um grunhido.

— O que houve? Com medo do escuro? – Ele sussurrou logo atrás de mim, assustando-me outra vez.

Virei-me em sua direção, surpresa com sua presença, afinal, havia pressuposto que ele tinha me deixado sozinha ali. Tentei ver seu rosto naquela imensidão negra que a biblioteca se encontrava e pude apenas ver um lado de seu cabelo junto aos traços de seu rosto, por conta da fraca luz da lua que passava pela janela de vidro a minha esquerda. Ele estava sorrindo, mas sem mostrar os dentes, e encarava-me como se estivesse divertindo-se em ver-me daquele jeito.

— Quem diria, não é mesmo? A tão “madura” e “independente” Autumn Pierce com medo do escuro – zombou White, começando a andar em volta de mim.

— Dá para parar com esses joguinhos infantis e abrir logo a droga da porta? – Perguntei com os dentes serrados, em pura raiva, farta de sua presença.

— Ora, mas por quê? Logo agora que estava ficando interessante?  – Disse rouco no meu ouvido, novamente atrás de mim, causando-me arrepios involuntários. O que foi rapidamente notado por ele, fazendo-o rir cinicamente. Ele continuou a rondar-me até estar na minha frente outra vez, só que agora perigosamente mais perto. Não sabia o motivo, mas era quase impossível me mover. Chegava a ser ridículo como ele conseguia ser hipnotizante. – Acho tão patéticas as reações que você tem quando estou por perto – disse em tom baixo, pegando uma mecha do meu cabelo e enrolando-a em seu dedo. – Se tem tanto medo, por que insiste em se meter na minha vida?! – Exclamou, de repente, empurrando-me contra a porta e provocando um baque um tanto alto, junto ao barulho do meu livro caindo ao chão. – O que pensa que estava fazendo me seguindo por aí?!

Finalmente desperta do pequeno e absurdo transe, gritei de volta para ele, chocada com sua atitude repentina:

— Qual o seu problema, White?! – O empurrei para longe de mim. – Quantas vezes vou ter que dizer que eu estava somente voltando do orfanato? O mundo não gira em torno de você, vê se cresce! – O empurrei outra vez o mais bruscamente que pude e ele mal saiu do lugar. Já exausta e frustrada, abaixei para pegar o livro no chão, enquanto tentava normalizar minha respiração. – Agora quer abrir a porcaria da porta?

— Você quer realmente que eu acredite nisso? – Disse totalmente sério agora. Era fácil notar a raiva que estava sentindo, seja em seu tom de voz ou na aura que ele emanava. – Pierce, você mente tão mal que chega a dar pena. E ontem, huh? Estava “apenas voltando do trabalho” também ao me seguir até aquele bairro como uma louca psicopata? – Perguntou, aproximando-se ameaçadoramente de mim de novo. – Não pense que conseguiu me enganar, você é inútil demais para isso.

Sua declaração havia me deixado sem palavras. Eu realmente pensava que havia tido sucesso e não tinha sido pega do dia anterior, se bem que havia pensado o mesmo naquele dia e olha só onde estávamos. Suspirei derrotada, sabendo que não havia mais escapatória ou desculpa boa o suficiente para servir como justificativa desta vez. Olhando para o piso de madeira debaixo de nossos pés, mordi o lábio inferior, sentindo-me exatamente do jeito que ele havia acabado de chamar-me: inútil.

— Tudo bem, White, você venceu. Eu estava te seguindo esses dois dias – admiti com muito esforço, fazendo com que ele inflasse seu ego, glorificando-se por sua vitória, mesmo que claramente ainda estivesse com raiva –, mas só fiz isso, porque não confio em você. Vai saber o que você estava planejando fazer dessa vez, eu precisava saber.

— E quem é você? A salvadora da pátria agora? Está mais para uma anti-heroína se quer saber – bufou, empurrando-me para o lado e indo até a porta para destrancá-la. – Eu deveria te fazer pagar pelo o que fez, porém, para sua sorte, vou deixar passar dessa vez.

Revirei os olhos ao mesmo tempo em que estava um tanto aliviada por finalmente livrar-me de sua presença. Ele virou-se outra vez para mim, estreitando os olhos e falando em um tom baixo e ameaçador:

— Entretanto, esteja avisada que se acontecer outra vez, não serei tão misericordioso. Estamos entendidos? – Perguntou ele como se detivesse algum status superior a mim.

— Tanto faz – disse esgotada de paciência para toda sua cena, indo em direção a porta, mas antes mesmo que eu pudesse tocá-la, meu braço foi agarrado por ele com brutalidade pela milésima vez naquele dia. Era um fato confirmado que aquele lugar estaria com uma bela marca pela manhã.

— Estamos entendidos ou não? – Novamente indagou com a voz em um tom mais alto e eu apenas balancei minha cabeça em consentimento, não vendo a hora de sair de perto dele.

Assim que White tirou sua mão de mim, ele caminhou para a saída, passando pela mesma. Ele ia fechar as portas, mas antes de realizar esse ato, jogou a chave que estava no trinco por cima de mim, fazendo-a se perder em algum lugar na escuridão entre as estantes.

— Boa sorte procurando aquela chave, ela é a sua única forma de sair daqui. Ah, e que coincidência nada prazerosa que os interruptores de luz fiquem do lado de fora da biblioteca, você não acha? De qualquer forma, tenha uma boa noite, Srta. Pierce – o jovem rapaz, então, lançou-me um sorriso um tanto perverso, enquanto tirava outra chave idêntica a anterior de seu bolso e fechava as portas, trancando-me ali logo em seguida.


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Notas finais do capítulo

Pois é, eu tenho sérios problemas em escrever capítulos pequenos. Então se você é desse tipo de pessoa que gosta deles pequenos, eu realmente sinto muito, mas pode ficar tranquilo que de 4 mil palavras não passa mesmo.

Enfim, espero que tenha gostado do capítulo, agora você conhece um pouco mais sobre Charles White e todo o seu jeitinho bicha ruim de ser e mais alguns personagens.

Fique a vontade para deixar sua opinião, crítica ou até elogio, quem sabe? (porque se iludir nunca é demais, né não, neném?). Ah, e lembrando que qualquer erro que achar, não hesite em me contar, ok?

Muito obrigada por ler e nos vemos no próximo!

~Tati



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