Rose Hathaway Belikov

Legal, eu não podia usar meus poderes de Moroi de jeito nenhum.

E por quê? Bem, porque eu havia sido uma idiota ao pensar que poderia ter um confronto e sozinha com o homem que amei muito mais do que imaginei ser possível.

Dimitri havia drenado o meu sangue e a julgar pela forma como me sentia extremamente fraca sabia que por pouco ele não havia me matado, eu me sentia em pedaços, mas não exatamente fisicamente – muito embora essa parte tenha sido bastante afetada também, porém estar ali e não ter coragem de fazer o que prometi fazia com que eu sinta que falhei e não só comigo.

Eu estava falhando com as minhas filhas, eu estava falhando com a família Belikov e falhando com o próprio Dimitri e isso precisava acabar mesmo que eu tivesse que morrer para isso acontecer, mas eu faria assim mesmo, só precisava de um jeito de conseguir escapar daquele lugar e chamar ajuda para poder capturá-lo e levá-lo para a Corte e sendo assim descobrir porque raios meu sangue funciona em todos os Strigois e não com ele que era justo quem eu precisava salvar de si mesmo.

— Com fome minha querida? – Perguntou Dimitri de costas para mim mexendo em algumas sacolas e um cheiro de pizza e algo mais tomou conta do ambiente. – Eu teria trago algo mais cedo, mas tive alguns problemas com a equipe que trabalha comigo. Desculpe. Em compensação trouxe o seu favorito e da próxima deixo você escolher o que quiser. Prometo.

Um Strigoi pedindo desculpas? Eu estava mesmo ouvindo direito?

E eu achando que já tinha visto de tudo nesse mundo maluco!

— Isso importa mesmo pra você? – Perguntei ríspida sem encara-lo, porém podia sentir o seu olhar queimar sobre mim, mas iria ignorá-lo ao máximo que fosse possível. – Eu não estou muito a fim de papo. Sinto muito.

— Não se preocupe com elas, aposto que estão muito bem ou pelo menos melhor do que você. Disso eu tenho certeza absoluta Rose, então foque em si mesma porque sua situação não é exatamente das melhores. – Disse Dimitri vindo sentar ao meu lado com uma caixinha de pizza e uma de hambúrguer em sua mão e refrigerante na outra como se estivéssemos tendo uma conversa boba em um dia qualquer.

Senti minha espinha congelar com aquelas palavras...

— Isso não é da sua conta Dimitri... Não é mais, então nunca mais fale das MINHAS filhas de novo. – Falei sentindo um bolo se formar em minha garganta, porem não o deixei perceber.

— Claro que isso é da minha conta Rose, ainda mais quando eu vou atrás de... Deixa pra lá, você não precisa saber disso, já tem muito com o que se preocupar. Em breve será como eu e não haverá mais nada que nos impeça de sermos grandiosos, eu prometo. –Disse ele dando de ombros revirando os olhos vermelhos.

E pela primeira vez em minha vida senti nojo de verdade com algo vindo de Dimitri.

— Você não vai chegar perto delas, nunca mais Camarada Belikov e fim de conversa. Elas nem mesmo estão em Montana, estão totalmente seguras em São Peterbur... – Comecei a falar deixando a raiva tomar conta de mim, mas ao perceber a merda que estava fazendo imediatamente me calei e arregalei os meus olhos, o encarando pela primeira vez naquele dia.

Merda! Eu não acredito que havia mesmo feito isso!

Por favor, que ele não tenha prestado atenção!

— Obrigado. – Foi tudo o que ele me disse antes de me acertar na cabeça me fazendo apagar imediatamente

Por Dimitri Belikov

Rússia.

E eu achando que jamais teria que voltar para aquele lugar de novo um dia, mas ao que parece eu estava tremendamente errado e de certa forma isso era uma coisa boa.

Pobre Rose, quando ela entenderia que estávamos melhor agora que eu havia me tornado algo tão forte e poderoso e agora que eu sabia onde estava nossas filhas iria mostrar a ela a vida perfeita que poderíamos ter ficando todos juntos.

Caminhei pelo corredor do subsolo do prédio que estávamos usando até encontrar com alguns de meus amigos, assim que me viram um silencio absoluto tomou o ambiente e sorri. Inacreditável como eles tinham um medo e um respeito enorme por mim e logo minha linda Rose faria parte do meu novo império.

— Josh, eu preciso que faça algo por mim, preciso de passagens de avião para amanha a noite com destino para a Rússia. –Falei com a expressão séria sem me dar ao trabalho afinal não éramos amigos, ele apenas seguia minhas ordens.

— Gostei disso, pra onde vamos? –Perguntou Emerald, uma Strigoi que conheci no dia que fui atacado e transformado em Strigoi. Eu também não gostava muito dela, mas ela por outro lado insistia em agir como se fôssemos namorados ou algo do tipo muito embora nunca tenhamos sequer nos beijado.

— Não tem nada de nós dessa vez Emerald, eu vou sozinho. – Falei ríspido de costas para ela enquanto arrumava algumas roupas em uma mochila pequena. - Você, Rafael e Miguel vão ficar cuidando de tudo e agindo sob a mais alta descrição porque se quando eu voltar as coisas não estiver em ordem podem se preparar porque a coisa vai ficar feia.

— E quanto à garota que você trouxe pra cá? Os outros de nós estão bastante nervosos com o braço direito da rainha aqui porque nós sabemos o que pode acontecer se resolverem procurar por ela quando perceberem a demora em dar notícias e eles tem declarantes do Espírito do lado deles e os Alquimistas também parecem confiar mais neles agora do que nunca, você também devia saber e considerar que os riscos que corremos é alto demais. –Falou outro dos meus aliados com a voz grosa, gesticulando aleatoriamente enquanto falava e isso me deixava irritado. – Podíamos fazer um lanchinho antes da sua viagem. Uma festinha de boa sorte e ela daria um ótimo drink com certeza!

E a última gota da minha paciência se foi junto com o corpo do infeliz com o soco que lhe dei e com ele ainda no chão continuei socando até minhas mãos ficarem manchadas de sangue e levemente doloridas – sangue de nós dois, porém grande parte obviamente pertencia a ele.

— Se encostar um dente na minha namorada eu juro que te farei implorar para morrer porque farei coisas milhões de vezes pior! – Gritei sentindo meu sangue ferver em minhas veias e então me coloquei de pé pegando um lenço que Emerald estendeu para mim. – eu não vou tolerar erros, não testem a minha paciência se quiserem continuar vivos. A protegida deve permanecer completamente intocada, deve ser alimentada com o que desejar comer e beber e ficara trancada no meu quarto até que eu retorne.

Emerald acenou positivamente com a cabeça e sorri satisfeito e então fui me preparar para dar o próximo passo.

Na noite seguinte tudo estava pronto e embarquei no avião que meus aliados conseguiram visto que tinham contado com diversos pilares poderosos no meio sujo de nosso mundo.

A viagem demoraria bastante então resolvi não pensar muito a respeito, senti meu celular vibrar, mas quando pretendia atender o aparelho desligou. Porcaria de aparelho idiota!

Imaginei que não seria nada de realmente importante então me aconcheguei melhor na cadeira e comecei a ler um livro que encontrei na bolsa de minha ultima refeição. O nome era bem intrigante a meu ver “50 tons de cinza”. Ri com o título e mesmo sem muita vontade comecei a ler curioso com a personalidade e os métodos sexuais desse tal de Christian Gray.

Quem sabe eu não teste algo assim quando voltar para Rose?