Crianças eram criaturinhas encantadoras com toda certeza, eu mesma era uma criança fantástica e ser mãe três... Oficialmente quatro vezes – afinal meu bebê crescia a todo vapor em minha barriga – porém ninguém tinha me contado como elas conseguiam ser perturbadoramente barulhentas quando estavam felizes, mas acontece que um grupo de 16 crianças fantasiadas de diversas coisas diferentes na minha casa gritando e correndo por conta do aniversário de Angela me fazia questionar um pouco se eu realmente estava dando conta de ser uma boa mãe porque havia momentos que eu considerava assoviar e mandar todas aquelas pestinhas se aquietarem, mas minha princesa estava tão feliz e isso com certeza valia todo o esforço.

— Rose, tudo bem? – Perguntou Abe parando ao meu lado com um olhar avaliativo.

Depois de descobrir como eu fiquei quando Dimitri foi transformado em Strigoi meu pai entrava em choque com facilidade e constantemente vinha em casa conferir que eu estava bem – na verdade ele meio que estava vigiando os passos de Dimitri perto de mim, o que eu não concordava muito, mas ele era o meu pai e novamente me tornar mãe me fazia entender o que ele sentia em relação a mim; nada era mais importante do que a segurança de nossos filhos.

— Sinto falta da mamãe e em momento assim é quando isso acaba ficando um pouco mais forte porque ela estava participando mais da minha vida depois das meninas nascerem. É estranho me sentir desse jeito porque não convivemos muito por causa das viagens dela por conta do trabalho no passado, mas mesmo quando ela vinha na Academia brigar comigo e me deixar com um olho roxo durante um treino ou das vezes que fomos mandadas juntas em missões quando me formei a Guardiã... Sei lá, esse era o jeito da Janine mostrar que se importava comigo sabe? – Falei suspirando ao encarar todos os meus amigos rindo, brincando com as crianças e conversando entre si. – Eu estou feliz sabia? Só, não achei que teria que acontecer tanto e pensar que se talvez não tivesse passado por tudo isso não teria conhecido Dimitri, não teria as meninas, Lissa e a amizade do Christian e ser madrinha de Marie e Lucas... Eu só queria que minha mãe estivesse aqui também vivendo esse momento com a gente, ela gostava das meninas apesar de ter sido contra minha gravidez no começo, mas eu a perdoei e ela era incrível com Nicolly e Zoey e Angela adorava ficar com ela, então é estranho que ela não esteja aqui hoje.

— Sua mãe te amava tanto querida, ela era Janine Hathaway Mazur e não era de falar sobre sentimentos com ninguém, ainda mais se fosse os dela e tinha suas razões para ser tão fechada e cautelosa com essa parte de si mesma, mas por incrível que pareça ela falava muito de você... Ela falava muito de você pra mim quando começamos a nos reaproximar, para os amigos Guardiões dela, para a família do Belikov... Ela tinha orgulho da pessoa que você tinha se tornado ao longo dos anos, porque foi muito além do que ela imaginou pra você. –Disse meu pai segurando minhas mãos com um pequeno sorriso e olhos levemente marejados como geralmente acontecia quando falávamos da minha mãe.

— Vovô o tio Adam está fazendo magicas pra gente, vem ver! – Disse Angela puxando meu pai pelo braço com um largo sorriso amimado.

— Está bem minha pequena, vamos lá ver isso! – Disse Abe a pegando no colo com um largo sorriso afastando-se para poder se juntar as crianças amontoadas no chão da minha sala completamente vidradas em Adam.

Sorri com a cena dos dois juntos e o restante do dia foi incrível, depois mais tarde quando eu estava no banho enquanto Dimitri colocava as crianças para dormir e Rebekah arrumava a bagunça que se tornou minha casa juntamente com Victoria e o sobrinho mais velho da família que havia dado uma escapada da Academia de San Blázio para conhecer as crianças e chorar no enterro de sua vó Yeva junto à família – sorri enquanto a agua descia por meu corpo relaxando as terminações nervosas de meu corpo uma a uma.

Entrei no quarto na frente da cama encarando Dimitri que estava deitado com uma calça de pijama sem camisa lendo um de seus livros – ele baixou o livro e me encarou.

— Não ouvi você sair do banho amor, desculpe. Amor tudo bem? Vem cá, não fica parada ai Roza, você está com o corpo quente por causa do banho e pode fazer mal a você e ao bebê ficarem pegando friagem. – Pediu erguendo a mão num convite que cedi com um sorriso apaixonado. – Vi você conversando com Abe mais cedo na festa da Andie, tudo bem?

Apoiei os joelhos na cama engatinhando no colchão até estar deitada entre suas pernas com as costas em seu peito e a cabeça apoiada em seu ombro – ele não tinha passado loção pós-barba depois do banho dessa vez já que essa gravidez havia me deixado muito mais sensíveis a certos cheiros do que as outras.

— Tudo bem, eu só senti falta da minha mãe hoje porque ela adorava interagir com as crianças e teria gostado de estar com as meninas. Estou bem Camarada, de verdade. – Falei com um pequeno sorriso o beijando para tentar convence-lo de minhas palavras.

Fechei os olhos percebendo o quanto eu estava realmente cansada – o que por conta da gravidez acontecia com muita frequência – nos ajeitamos na cama deitando com ele abraçando minha barriga fazendo carinho ali e apagamos as luzes, em algum momento algumas horas mais tarde, provavelmente o meio da madrugada senti algo me sacudir na cama e abri meus olhos assustada sentando e ligando o abajur do meu lado encarando Angela em pé descalça e cara de sono.

Ela era linda.

— Querida, está tudo bem? – Perguntei preocupada fazendo carinho em seus cabelos.

O sono de antes havia imediatamente se dissipado um pouco com a possibilidade dela estar passando mal ou algo do tipo ou então ter algo errado com Zoey e Nicolly e ela ter vindo me contar.

— Mamãe, eu não quero voltar a dormir no meu quarto estou com medo. Quero dormir com você e o papai. – Disse Angela com sua voz um pouco manhosa esfregando os olhos.

— Rose, o que foi? – Perguntou Dimitri em minhas costas também sentando na cama ao perceber minha luz acessa e a presença de nossa ficha no quarto conversando comigo parecendo assustada – Angela, tudo bem filha? O que está acontecendo?

— Tem um homem no jardim olhando pra minha janela, eu não quero voltar a dormir papai estou com medo. – Disse Angela subindo em minha cama com voz de choro; ela tremia em meus braços e isso me fez perceber que ela estava mesmo assustada.

Dimitri não precisou ouvir mais nada depois de tocar as costas dela tentando acalma-la e então provavelmente percebeu o mesmo que eu porque no momento seguinte aquelas palavras tão apavoradas de Angela ele apenas pulou da cama jogando os cobertores para a ponta e começou a se vestir imediatamente em alerta com o possível perigo que nossa filha apontava, eu pretendia fazer o mesmo com receio que tivesse mesmo alguém pretendendo invadir nossa casa e machucar nossa família, porém ele me encarou erguendo a mão negando com a cabeça.

— Não Rose, deixa isso comigo, eu vou checar sozinho dessa vez. Pegue Angela e vá para o quarto das meninas, feche a porta e as janelas e me espere, não acredito que alguém tenha tido a coragem de invadir um conjunto residencial de prédios da realeza, mas muitos têm acesso ao Palácio então nada é realmente seguro de verdade até que provem o contrário. – Disse ele pegando sua estaca e sair para o corredor.

Peguei uma manta menor e coloquei sobre Angela caminhando para o corredor em direção ao quarto das meninas, fechando as janelas e as portas com medo, coloquei Angela deitada n pequeno sofá de dois lugares que havia ali e peguei minha estaca sentando na poltrona no canto do quarto ainda em alerta a qualquer coisa que pudesse indicar perigo.

Algum tempo havia se passado e eu já estava começando a ficar preocupada, então mesmo não achando que seria justo liguei para Rebekah na esperança de que ela de repente pudesse vir pra cá ou então talvez mandar alguém ir ajudar o Dimitri, eu estava realmente preocupada.

— Rozy, eu ia mesmo ligar pra você. O meu pai está na Corte fazendo o maior escândalo no pátio da entrada. Dimitri me ligou agora a pouco pedindo que ficasse com vocês porque Angela viu alguém pela janela e ai parece que eles começaram a discutir e a ligação caiu e eu não pude saber mais detalhes ainda. Eu não entendi muito bem o que estava acontecendo, mas acho que meu pai está bêbado e veio pra cá e agora está lá gritando o quanto odeia nossa família e o desejo dele de machucar a minha mãe como fazia quando éramos pequenos. Eu estou descendo do meu apartamento agora e vou lá porque o Dimitri não vai escutar tudo aquilo numa boa de jeito nenhum, então eu mandei o Adam pra ficar ai com vocês por segurança enquanto resolvemos isso. – Disse ela parecendo irritada e eu entendia o motivo desse sentimento.

Ouvi a campainha tocar e Adam chamar por mim em seguida com a voz transparecendo sua preocupação, então eu desliguei o telefone e abri a porta agradecendo pela ajuda, Angela imediatamente correu para os braços dele chorosa e ele a levou para o quarto me olhando com um pequeno sorriso gentil.

— Está tudo bem agora Rose, fica com as meninas ou volta pra cama e tenta descansar mais um pouco... Eu coloco Angela na cama e fico com ela até que durma. – Disse Adam no corredor que dava acesso aos quartos.

— Muito obrigada Adam, você é um tio incrível para as crianças. – Falei com um sorriso indo para o quarto de Nicolly e Zoey que graças a Deus não haviam acordado com toda aquela agitação na casa o que era ótimo porque se elas acordassem iriam começar a chorar e levaria pelo menos umas duas horas para conseguir que elas se acalmassem.

Samuel Drosdov era um tremendo credito, havia feito à vida família Belikov um inferno durante a infância deles na Rússia e Olema havia sofrido tanto e ele ter voltada trazia todas essas lembranças ruins e sentimentos pavorosos, além disso, ele havia se aliado a Tasha Ozera e ela matou a minha mãe e ele deu um tiro nela a mandando para o inferno e isso tinha sido algo bom, mas não se apaga anos de maldade com uma única boa ação e ele estava bêbado e estava na frente da minha casa aparentemente ameaçando a nossa segurança e algo me dizia que isso não iria acabar nada bem.