Mulher Gavião, a série escrita por darling violetta


Capítulo 2
Sangue Derramado


Notas iniciais do capítulo

Esse é o segundo capítulo que eu modifiquei um pouco.
É apenas o começo, e os três primeiros capítulos serão para situar a história.
Estou postando isso também em inglês, para treinar.
É isso, boa leitura...



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Mulher Gavião estava ajoelhada sobre o corpo ensangüentado. Suas mãos e parte de sua armadura estava coberta de sangue. O cheiro metálico enchia suas narinas. Ela lidava com sangue nos últimos anos, mas quando ela era a culpada, era diferente.

Agente Stewart, seguido por seus homens, entraram em cena. Shayera enfim acordou do seu transe, desviando seus olhos do homem caído para os policiais, cujas armas apontavam para ela...

36 horas antes...

Shayera estava em seu trabalho. Após voltar para Midway City, ela aceitou ser a curadora do museu. E nos últimos dois anos, ela se dividia entre ser a Mulher Gavião, vigilante protetora da cidade, e Shayera, agora Saunders, curadora do museu de Midway.

Ela encarou Lilian, sua colega de trabalho, como se a bela loira lhe falasse coisas absurdas.

─Não. ─Foi sua resposta ao convite. ─Estou ocupada.

─Quando foi a última vez que saiu para se divertir? Eu sei que seu marido morreu há dois anos, mas ei, foi ele, não você!

─Nossa, me sinto muito melhor agora.

─Péssima escolha de palavras. Mas meu namorado Ryan, tem um amigo maravilhoso que também está solteiro.

─Ah é? ─Retrucou. ─Qual o nome dele?

─Esta não é a questão. Você vai ir, não vai?

Shayera deu uma leve risada.

─Você vai me perseguir até eu assentir, estou certa?

Lilian a abraçou.

─Shayera, você me conhece como ninguém.

*****

Quando a noite chegou, Shayera se viu em uma festa na casa de Ryan, prestes a conhecer alguém que não lhe interessaria. Enquanto Lilian vestia um sexy vestido preto, ela ainda usava a calça pantalona preta e a camisa branca, provenientes de seu trabalho.

A música pop lhe era ruim, as conversas fúteis já não chamavam sua atenção, e namorar estava fora de questão, mas lá estava ela. Lilian se agarrava a um homem alto, de barba e cabelos bem escuros. Ele vestia camisa amarelo claro e calça marrom, e possuía um ar de elegância. Era Ryan.

De costas, havia outro rapaz, conversando com o casal. Seus cabelos eram vermelhos, e parecia um pouco despenteado. Ele destoava do local com sua camiseta azul e calça jeans. Lilian viu Shayera, e acenou para a amiga.

─Ali está ela. Shayera!

Com a menção de seu nome, dois pares de olhos se voltaram para ela. Shayera não teve recurso senão ir ao encontro deles.

─Olá. ─Disse.

─Atrasada. ─Protestou Lilian. ─Este é Ryan, meu namorado.

O homem bonito e elegante a cumprimentou. Ela não esperava nada menos para Lilian. A loira continuou.

─Oh, e este é... Como é mesmo seu nome?

─Wallace. ─Ele disse e sorriu. ─Mas pode me chamar de Wally.

Shayera pode então dar uma boa olhada em seu “encontro”. Era mais bonito do que pensou. Ele era ruivo, de pele clara e profundos olhos azuis. Ela se pegou incrivelmente atraída para Wally.

─Vamos deixar vocês à sós.

Lilian arrastou Ryan para longe. Wally sorriu para ela.

─Não precisa fazer isso se não quiser. Eu meio que fui obrigado a vir também.

─Tenho certeza que Lilian não me deixaria sair sem conversar com você. Sou Shayera Saunders.

─Wally West, mas acho que já me apresentei. ─Ele olha ao redor. ─O que acha de irmos para um local menos barulhento?

Shayera assentiu e Wally a guiou para o terraço. Eles estavam sozinhos, e viam perfeitamente as luzes da cidade abaixo deles.

─Nossa. Que lugar fantástico!

─Espero estar impressionando você. ─Disse.

─Pensei que não quisesse vir também. ─Retrucou.

─Acho que valeu a pena.

Wally sentou na beira do prédio. Shayera se juntou a ele, olhando para baixo.

─Vou avisando que não estou à procura de um relacionamento. Minha vida está passando por um momento complicado e...

─Lilian disse algo sobre seu marido.

─Não pense que é apenas por causa dele. Simplesmente não quero ninguém em minha vida. Não posso ter ninguém em minha vida.

─E por que?

Shayera desviou os olhos das luzes para fitar Wally.

─Porque as pessoas com quem me importo, acabam se ferindo. E não quero perder mais ninguém.

─Isto quer dizer que se importa comigo?

Antes que respondesse, o telefone dela começa a tocar. Era o alerta da polícia, que ela aprendeu a conectar a seu celular.

─Desculpe, Wally. Preciso ir.

Shayera então saiu, pois alguém necessitava da ajuda da Mulher Gavião.

*****

O agente John Stewart entrou no laboratório de crime. Ele seguiu até encontrar a pessoa que estava procurando. O ruivo anotava algo quando percebeu a presença do policial.

─John, oi. Precisa de ajuda?

─Wally West, a pessoa que eu precisava ver.

─Ontem a noite eu conversei com uma garota bonita e hoje meu melhor amigo diz precisar da minha ajuda? Minha sorte está melhorando.

─Quem era a garota?

Wally deu de ombros.

─Primeiro o trabalho. O que precisa?

John tirou uma matéria do jornal local e o entregou ao amigo.

─O que sabe sobre ela?

─Mulher Gavião? Deixe-me ver. ─Ele fez uma pausa. ─Ruiva, um metro e sessenta, gosta de armas medievais, tem asas e bate em criminosos? Não está na minha lista de contatos.

Wally entregou-lhe o jornal. John não parecia muito satisfeito.

─Meus superiores estão no meu pé para pegá-la.

─Pelo que sei, ela não cometeu nenhum crime.

─As autoridades policiais não querem uma vigilante em Midway. Vamos lá, faça sua mágica.

O ruivo suspirou.

─Posso traçar pontos pelas imagens que temos dela e criar um perfil. Me dê um dia.

─Você é o melhor, West.

*****

Após horas de trabalho intenso, Wally conseguiu um rosto. A imagem surgiu em seu computador, e sua surpresa foi enorme. Era ela, quem diria?! Mais que depressa, tratou de apagar os arquivos de seu computador. Tirou o jaleco branco e informou que precisaria sair.

*****

Shayera estava no museu, cuidando do dia movimentado. Ela estava em sua sala, organizando suas coisas quando Wally entrou em sua sala. Ela quase caiu para trás, devido ao susto.

─Wally, como me encontrou?

─Lilian me disse que trabalhava com ela. ─Fez uma pausa, e sua expressão era séria, o que desagradava Shayera. ─Eu descobri seu segredo.

Shayera ficou de pé.

─Que segredo?

─Sei que você é a Mulher Gavião. E tenho como provar, por isso, não me venhas com desculpas.

Ela até pensou em mentir, mas se ele tinha provas, não havia nada a fazer no momento. Sentou-se novamente, e o indicou uma cadeira. Soltou um suspiro pesado.

─Como soube? ─Indagou.

─John Stewart é policial e meu amigo. Ele está atrás da Mulher Gavião e pediu que eu traçasse um perfil. Qual não foi minha surpresa ao conseguir uma imagem muito parecida a você...

─E o que pretende fazer?

─Nada. ─Disse e foi sincero. ─Não vou revelar seu segredo a ninguém. Mas será que posso saber o porque de tudo isso?

Shayera assentiu e disse-lhe a verdade. Contou-lhe sobre seu trabalho de arqueóloga, a morte de seu marido, e a descoberta que salvou sua vida. Uma hora depois, um Wally perplexo deixava a sala de Shayera. Ao menos, ela tinha certeza que ele não contaria nada.

*****

Wally saiu do museu e seu celular começou a tocar.

─John? Não, não consegui nada.

─Como não? Pensei que teria resultados, Wally.

─Me dê mais alguns dias.

─Uma semana parece bom?

─Vou ver o que posso fazer.

Em seguida, desligou.

*****

Um dia se passou e, como Shayera não recebeu policiais em sua porta, ela entendeu que Wally realmente não diria nada sobre ela. Era noite, e a Mulher Gavião patrulhava a área de Midway. Ela estava em sua armadura, e observava dos céus a movimentação nas ruas.

De repente, algo chama sua atenção. Pessoas corriam assustadas e não demorou muito para ouvir barulho de tiros. Usou suas asas para dar um mergulho no ar. Ela se viu numa confusão de tiros e pessoas correndo desesperadas para todos os lados. Ao mesmo tempo em que precisava ajudar as pessoas, tinha que deter os bandidos.

Quando a sombra de suas imensas asas sobrevoou a região, os bandidos deixaram de se preocupar com a polícia para atirarem em Hawkgirl. Eram quatro, ao todo. Um deles tirou uma espécie de granada do bolso e atirou nela.

A fumaça cinza a envolveu e imediatamente, Shayera sentiu sua vista escurecer. Sua visão não passava de um borrão, e as pessoas eram apenas sombras se movendo. Sem saber para onde ir, voar não teria utilidade. Ela pousou, e usou sua audição o melhor que conseguia. Girou sua clava no ar, desnorteada, lançando-se onde imaginava estarem os criminosos.

Acertou um, mais por instinto que qualquer outra coisa. Quando um deles atirou em suas costas, o metal enésimo de sua armadura protegeu-a do projétil, e também revelou a localização de um dos homens.

Diante do ataque, sua visão voltava a clarear, e ela conseguia distinguir melhor seus inimigos. Um deles correu, embrenhando-se em um beco escuro. O quarto e último bandido, a policia o capturou, então ela não precisava se preocupar com aquele. Faltava apenas um.

Shayera viu, em meio às sombras, o último dos bandidos de pé. Ele tentava se esconder, mas sua presença se fez notar. A Hawkgirl eletrificou sua clava, e se lançou contra o bandido. Um par de olhos azuis infantis olharam surpresos para ela. O rapaz não devia ter mais que dezoito anos. Tinha cabelos escuros e usava ainda o uniforme da escola.

A mochila em sua mão direita caiu para o chão, à medida que suas forças diminuíam. Ele olhou para baixo, para a ferida em seu peito. O rapaz gemeu e suas pernas perderam o equilíbrio. Hawkgirl o deitou, e sua mão voltou manchada de sangue.

─Isso não é bom. Você está bem?

─Eu... eu não sinto nada...

O rapaz ficou lá, seus olhos abertos encarando o vazio. Ele estava morto. Shayera sentia as lágrimas escorrendo por trás da máscara. Gentilmente, fechou seus olhos. Suas mãos e parte de sua armadura voltou coberta de sangue. O cheiro metálico enchia suas narinas.

Agente Stewart, seguido por seus homens, entraram em cena. Shayera enfim acordou do seu transe, desviando seus olhos do homem caído para os policiais, cujas armas apontavam para ela. Contra sua vontade, ficou de pé. Lutar contra policiais não era uma opção. Ela não queria que mais pessoas se ferissem.

Usou sua clava para abrir caminho, e logo lançou-se para o alto, com o auxílio de sua armadura. John e os outros policiais observaram espantados como a Mulher Gavião desapareceu no ar.

John aproximou-se do rapaz caído. Alguém chamou seu nome, e ele voltou sua atenção para os criminosos caídos. A vigilante havia escapado, e, embora detivesse os criminosos, o preço foi alto demais. Uma vida inocente. Aquilo não poderia continuar. Ele pararia Hawkgirl o mais rápido possível.

*****

Shayera fitou a armadura no baú de madeira e a fechou logo depois.

─Tem certeza, Shay?

Ela encarou Wally, que segurava uma pá. Com um suspiro pesado, assentiu. Ele então começou a cavar um buraco.

─Como vai explicar a terra remexida?

─Pensarei depois, por agora, desejo apenas me livrar desta maldita armadura.

─Não foi ela que salvou sua vida?

─Talvez, mas não quero sangue inocente em minhas mãos outra vez.

─Não se pode salvar todo mundo. Essa é a lei da vida.

─É, e eu tentei contorná-la o máximo que pude. Aprendi hoje uma dura lição.

Quando o buraco obteve um tamanho adequado, ela o ajudou a jogar o baú, em seguida, adicionando terra.

─Parece um enterro. ─Comentou.

─Mas realmente é um enterro. O enterro da Hawkgirl...


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Notas finais do capítulo

É isso!!!
Gratidão!!!!



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