I Will Never Forget escrita por A Souza


Capítulo 2
II


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Decidi postar esse ainda hoje, então boa leitura.



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A única coisa que havia era um banquinho encostado em um muro. Sentei-me lá.

Eu estava ensopada até os ossos e comecei a ficar com medo. Eu não sabia onde estava e a chuva não ajudava em nada.

Comecei a chorar por ser tão uma pessoa tão terrível e isso só me fez odiar ainda mais o desgraçado do Jorge.

No fim da rua, de repente, apareceu um vulto, parecia ser um rapaz e ele parecia gritar chamando alguém.

Senti um frio percorrer minha espinha e já imaginei meus órgãos sendo vendidos no mercado negro.

Mas minhas apreensões se esvaíram quando ouvi o que ele gritava.

—IN HA! IN HA!

—MARK! – Gritei correndo em sua direção.

—In Ha! O que você tem na cabeça?! Sabe como ficamos preocupados?

Abaixei a cabeça, constrangida.

—Desculpe. – Sussurrei.

Mark respirou fundo.

—Ok... O importante é que você está bem. Vamos.

XXX

O jantar já estava pronto quando chegamos.

Depois do jantar, eu e Mark estávamos arrumando a cozinha quando o que eu temia aconteceu.

—Então... – Começou Mark. – O que aconteceu?

Mark era uma pessoa incrível e atenciosa, tenho certeza de que ele entenderia o que eu estava passando, mas a simples ideia de Mark enxergar o monstro que eu realmente era e acabar concordando com o “tio Jorge” me fazia tremer na base, e era por isso que eu não podia contar a ele.

—Eu… Só estava pensando em minha mãe.

Mark virou para mim.

—Choi In Ha, eu disse que você nunca deveria mentir para mim.

XXX

Mike, o irmão mais novo de Mark, estava viajando com seu pai e só voltaria no dia seguinte, então dormi no quarto dele.

Eu estava quase pegando no sono quando alguém abriu a porta devagarzinho. Eu sabia que era Mark e fingi estar dormindo.

Mark se aproximou da cama e sentou no chão na minha frente.

—Eu realmente queria que você não pudesse mentir, assim eu poderia fazer mil e uma perguntas e desvendaria todo o mistério por trás dessa armadura invisível. – Ele passou a mão pelos meus cabelos. – Embora eu queira muito saber o que você está passando eu também confio em você e sei que você tem um motivo para não me contar, dever ser melhor que eu não saiba. – Mark segurou minha mão. – Sei que tem algo a ver com seu tio, mas prometo não perguntar mais nada sobre isso, só vou te proteger o máximo possível porque eu não quero te ver sofrer.

Ele soltou um suspiro.

—É uma pena que eu só consiga disser essas coisas enquanto você está dormindo.

Quando Mark saiu do quarto quase não consegui conter o alívio. Talvez minha mãe estivesse certa, afinal. Talvez coisas boas sempre fossem acontecer quando eu estivesse triste.

Adormeci pensando no que eu tinha feito para merecer conhecer aquele garoto.

XXX

O natal passou e a virada do ano também.

Eram cinco horas da tarde do dia um de janeiro quando Mark me mandou uma mensagem.

XXX

Já estava escuro enquanto caminhávamos no parque, Mark parecia estar triste.

—Eu tenho duas coisas para te contar. – Disse ele depois de um longo tempo em silêncio. – Uma triste, e uma ainda mais triste. Qual você quer ouvir primeiro?

Pensei por um segundo.

—A triste. – Falei.

—Amanhã eu vou viajar, vou voltar para a Coréia.

—E por que isso seria triste? É uma noticia boa, não? Até quando você vai ficar lá?

Embora a ideia de ficar longe de Mark fosse terrível para mim tentei parecer animada. Não era como se eu nunca mais fosse vê-lo.

Mas a resposta que ele me deu fez com que eu parasse de andar na hora.

—Como assim “não sei”?

Mark parou e virou para mim.

—Você lembra o motivo de estarmos no Brasil? O período de experiência do meu pai acaba em fevereiro e então será decidido se ele vai ficar ou não. Se ele ficar, então eu compro a passagem para vir, caso contrário eles também voltarão.

Uma lágrima escorreu involuntariamente pelo meu rosto.

—Então... Pode ser que...

—Pode ser que eu não te veja mais. – Mark parecia estar à beira das lágrimas.

A chuva repentinamente caiu. Dizem que a chuva pode levar os sentimentos e pensamentos ruins, mas aquela era uma chuva diferente. Aquela chuva trouxe um outro sentimento já conhecido.

Parada encharcada na frente de Mark, observando seus olhos vermelhos, eu me senti solitária. Uma sensação que eu não sentia desde que eu o havia conhecido.

Tentei esclarecer os pensamentos por um instante. Aquela era a notícia triste, o que poderia ser pior do que aquilo?

—O que mais você tem para me contar? – Minha voz saiu num sussurro.

Esforcei-me para ouvir sua voz e, por um momento, não ouvi a chuva.

—O que é ainda pior é que... – Mark fechou os olhos, parecia organizar as palavras na cabeça. – O pior é que...

Embora eu não conseguisse ver por causa da chuva, eu tinha certeza que ele estava chorando.

—Eu estou apaixonado por você. Não. Na verdade... – Ele respirou fundo. – Na verdade, eu amo você.

Era como se alguém tivesse me dado um soco.

Ouvi o barulho da chuva novamente, agora muito mais forte.

Eu sabia que deveria me preocupar em acabar pegando um resfriado depois, mas Mark, não, Mark não, Kim Yong Woo estava dizendo que me amava. Quem ligava para uma droga de resfriado?

Fui inundada por sentimentos, os quais eu tentei várias vezes sufocar e que se tornou impossível depois do incidente na véspera de natal.

Eu, incrivelmente, correspondia aos sentimentos dele.

No começo foi apenas uma furadinha de agulha, mas ela foi crescendo e a dor se tornou insuportável.

Mark ainda estava parado, esperando alguma reação minha.

Minhas pernas ameaçavam fraquejar a qualquer momento ao peso das palavras que não queriam sair. Como eu poderia dizer a ele, se não tinha fala? Como poderiam as palavras simplesmente recusarem a se formar em minha boca? Como poderia meu corpo não obedecer aos meus comandos?

Mas Mark foi mais rápido, ele podia ler meus pensamentos com tamanha perfeição que às vezes parecia que éramos uma única mente.

Os soluços vieram com o abraço, e ficamos alí até que a chuva finalmente acabou. Mark, tal como eu, estava em prantos.

—Por favor. – Ele disse entre soluços ainda me abraçando. – Não se esqueça de mim. Estou te suplicando.

Em meio aos sentimentos terríveis de separação eu consegui arrumar forças para dar um sorriso fraco.

—Eu não seria capaz, ainda que eu quisesse.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem, por favor.
Beijinhos ♥



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